MUNDO MODERNO

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

A Primeira Guerra Mundial começou depois do assassínio do arquiduque Francisco Fernando da Áustria, em Junho de 1914, e terminou em 11 de No­vembro de 1918, quando foi assinado um armistício.

Causas:Uma das principais causas da guerra foi a rivalidade entre grupos de potências europeias por causa do comércio, colónias e poderio naval e militar. Os diversos países formaram alianças defensivas, o queria dizer que um ataque a um país envolveria automáticamente os seus aliados. As duas principais alianças foram a Triple Entente, Grã-Bretanha, França e Rússia, e a Tripla Aliança, Alemanha, Áustria-Hungria e Itália (que decla­rou neutralidade em Agosto de 1914).

Depois do assassinato de Francisco Fernando, a Áustria-Hungria atacou a Sérvia, acusando-a do crime. A Rússia declarou o seu apoio à Sérvia, pelo que a Alemanha declarou a guerra à Rússia e à sua aliada França. Para ata­car a França, a Alemanha invadiu a Bélgica, o que levou a Grã-Bretanha a declarar guerra à Alemanha, em apoio da Bélgica e da França. A Turquia e a Bulgária juntaram-se depois à Alemanha e a França. Depois das vitórias iniciais da Alemanha, os dois lados construíram complicados sistemas de trincheiras, relativamente fáceis de defender e díficeis de atacar. A par­tir desse momento a maior parte dos combates da Frente Ocidental consistiu numa série de custosas batalhas em milhões de homens morreram pela conquista de alguns quilómetros de território. Mesmo a invenção de novas armas, em particular os gases venenosos e os tanques, não conseguiu acabar com o impasse. Em Março de 1918 os Alemães fizeram uma última tentativa para atingir Paris mas ficaram tão enfraquecidos com o esforço que um con­traataque aliado conseguiu romper as defesas alem_s.

A Frente Ocidental estendia-se por mil e novecentos quilómetros, desde o Báltico ao mar Negro. Os Russos conseguiram avanços iniciais na Prússia e em direcção aos Balcãs, mas depois retiraram, lutando teimosamente. A luta esgotou mais a Rússia do que os seus inimigos e o Governo bolchevique de 1917 sentiu-se muito feliz por fazer a paz.

A Frente Sul, entre a Itália e a Áustria-Hungria situava-se quase ao longo da linha do Isonzo, mas em 1917 osd Italianos foram forçados a reti­rar para o rio Piave.

O Médio Oriente: Em 1915, tropas britânicas, australianas e neo-zelandesas tentaram tomar o estreito dos Dardanelos, defendido pela Turquia, para poderem enviar reforços para a Rússia através dos portos do Mar Negro. Confusões entre políticos e altos comandos militares provocaram o falhanço da expedição. As tropas do Império Britânico lutaram com os Turcos na Mesopotâmia e Palestina e tomaram essas zonas em 1918.

A Guerra no Mar: Tanto a Grã-Bretanha como a Alemanha dispunham de boas esquadras, mas houve apenas uma grande batalha, a da Jutlândia, em 1916. Nenhum dos lados ganhou, mas a partir daí a esquadra alemã permaneceu nos portos. A Alemanha confiou mais na sua forte esquadra submarina, afun­dando navios mercantes que transportavam fornecimentos vitais de víveres e material de guerra. A Grã-Bretanha esteve perto da fome em 1917, momento em que o sistema de comboios e as cargas de profundidade controlaram a ameaça submarina.

A Guerra no Ar: A Primeira Guerra Mundial foi o primeiro conflito que se serviu de aviões como arma. Ao princípio estes eram utilizados para missões de reconhecimento e para apoio aos ataques terrestes, mas mais tarde iniciaram bombardeamentos em grande escala por detrás das linhas inimigas. Os Alemães utilizaram os seus dirígiveis Zeppelin para bombar­deamentos, mas estes eram relativamente fáceis de abater.

Os Tratados de Paz: As potências centrais (a Alemanha e os seus alia­dos) assinaram cinco diferentes tratados de paz, conhecidos colectivamente por Paz de Paris. O Tratado de Versalhes penalizava de modo particularmente pesado a Alemanha, que perdeu um sétimo do seu território e todas as coló­nias ultramarinas, além de ter sido obrigada a pagar enormes somas de di­nheiro como indemnizações. Na prática, a Alemanha ficou tão destruída pela guerra que nunca pagou as enormes somas exigidas.

AS REVOLUÇÕES RUSSAS

Três revoluções abalaram a Rússia durante os primeiros anos do século XX. A primeira teve lugar em 1905 e foi causada pela derrota russa na guerra contra o Japão, mas já no princípio de 1906 as tropas do czar Nico­lau II, o governante russo cujo poder era absoluto, tinham esmagado a re­volta.

As outras revoluções tiveram lugar em 1917 e uma foi consequência da outra. A chamada Revolução de Fevereiro começou em 8 de Março, com greves, manifestações e motins de tropas de Petrogado (agora Leninegrado), a ca­oital. A agitaç_o foi atiçada pelas derrotas russas na primeira Guerra Mundial e pelo mau governo, que levava a faltas de alimentos. O czar abdi­cou e formou-se um governo provisório, primeiro com o príncipe Georgi Lvov e depois com Alexandre Kerenski.

O novo governo tinha pontos de vista moderados, mas os bolcheviques, membros de um partido de esquerda radical, estavam decididos a tomar o po­der.

O seu dirigente Lenine (Vladimir Ilich Ulianov) estivera exilado na Suíça, mas os Alemães tinham-lhe permitido viajar através da Europa numa carruagem selada, na esperança (e com razão) de que apoderaria do poder e retiraria a Rússia da guerra.

Os bolcheviques de Petrogrado, liderados pelo colega de Lenine, Leon Trotski, tinham já formado um soviete (conselho) de trabalhadores, para controlar as tropas da cidade. na noite de 6 de Novembro iniciou-se a cha­mada Revolução de Outubro. Trabalhadores bolcheviques armados, apoiados

pelos soldados, prenderam o governo provisório e apoderaram-se do poder. os bolcheviques tinham a minoria na recentemente eleita por issso disolveram­-na. Muito em breve o novo governo começou a centralizar o controlo da terra e da produção de alimentos, a confiscar os bens da Igreja e a governar de modo mais ditatorial que o czar. Lenine também fez a paz com a Alemanha e mudou a capital de Petrogrado para Moscovo.

O czar deposto e a sua família, prisioneiros desde a Revolução, foram executados em 1918.

O CALENDÁRIO RUSSO

A primeira revolução russa de 1917 é chamada Revolução de Fevereiro apesar de ter acontecido em Março, e a Revolução de Novembro de 1917 é dita Revolução de Outubro, isto porque os Russos só adoptaram o clendário gre­goriano muito depois dos outros países europeus. Em 1917, o calendário russo estava treze dias atrasado em relação ao resto do mundo; o novo re­gime tomou isso em consideração, mas os velhos nomes dados aos aconteci­men­tos continuaram a ser utilizados.

A REVOLTA DA PÁSCOA

Durante centenas de anos o povo da Irlanda protestou por ser governado por Londres e mesmo depois do Acto da União de 1801 continuou a exigir a autonomia. Em 1914, depois de muita oposiç_o por parte da Câmara dos Lor­des, em Westminster, foi publicado um Acto de Autonomia, mas declarado suspenso durante o tempo de duração da guerra. Os protestantes da Irlanda do Norte opunham-se à autonomia porque isso faria deles uma minoria numa terra católica-romana.

Alguns dos católicos-romanos n_o quiseram esperar pelo fim da guerra e, além disso, pretemdiam uma total independência. Em 1916, uim grupo in­titulado Irmandade Republicana Irlandesa decidiu-se a iniciar uma revolta, na Páscoa. Outro patriota irlandês, Sir Roger Casement, dirigira-se à Ale­manha a pedir ajuda. Casement desembarcou na Irlanda de um submarino ale­mão, na Sexta-Feira Santa, 21 de Abril, e foi imediatamente preso. Apesar dos esforços de alguns dirigentes irlandeses para a deter, a revolta iniciou-se no Domingo de Páscoa, quando voluntários armados capturaram a sede dos Correios de Dublim. O Governo britânico dominou a revolta depois de oito dias de lutas. Casement e quinze outros rebeldes foram executados.

A LIGA DAS NAÇÕES

No fim da Primeira Guerra Mundial, estadistas de muitos países deci­diram criar uma organização internacional destinada a manter a paz, a que chamaram Liga das Nações e que entrou em actividade a partir de 10 de Ja­neiro de 1920. Um dos homens que mais trabalhara para a formar, o presi­dente Woodrow Wilson dos Estados Unidos, não conseguiu persuadir o seu país a juntar-se-lhe, o que enfraqueceu a Liga logo desde o ínicio. Eventual­menmte um certo número de países retirou-se, incluindo a Alemanha, Itália e o Japão.

A Liga das Nações resolveu algumas pequenas disputas nos seus primei­ros anos, faltava-lhe poder para fazer cumprir as sua sdecisões. No fim dos anos 30 já poucos países lhe prestavam atenção. A Liga foi substituída , em 1946, pelas Nações Unidas.

O CRESCIMENTO DA AVIAÇÃO

A primeira linha de transportes aéreos internacionais entrou em fun­cionamento em 25 de Agosto de 1919, data em que se iniciou um serviço diá­rio entre Londres e Paris. Poucas semanas antes concluíra-se o primeiro voo directo através do Atlântico, por dois britânicos, o capitão John Alcock e o tenente Arthur Whitten-Brown, que gastaram dezasseis horas.

As décadas de 1920 e 1930 viram permanentemente progressos na aviação. O primeiro voo em volta do mundo, que demorou cento e setenta e cinco dias, foi realizado em 1924 por aviões militares americanos. O americano Charles Lindbergh fez o primeiro voo transatlântico em 1927, eo australiano Charles Kingsford Smith fez o primeiro voo através do Pacífico no ano seguinte.

Os Americanos iniciaram o primeiro serviço de correios transatlântico em 1939, seguido dpor um serviço de passageiros. Anteriormente os Alemães tinham iniciado um serviço de passageiros transatlântico com dirigíveis, mas suspenderam-no depois do gigantesco Hidenburg ter sido destruído pelo fogo em 1937.

A GRANDE DEPRESSÃO

No ínício da década de 30, uma grande crise financeira assolou o mun­do, causando um terrível desemprego. Surgiu em Outubro de 1929 com a queda da Boilsa de Valores de Nova Iorque. Os especuladores haviam comprado ac­ções sem conta nem medida, forçando os preços a subirem muito acima dos seus valores reais. Surgiu uma reacção e as pessoas começaram subitamente a vender as suas acções e na Quinta-Feira Negra, 4 de Outubro, treze milhões de acções foram vendidas em pânico.

O efeito das vendas deu origem à perda, para muita gente, de dinheiro, os bancos e as empresas fecharam e, nos finais de 1931, havia maius de doze milhões de americanos sdesempregados. O pânico espalhou-se à Europa: na Grã-Bretanha, por exemplo, quase três milhões de pessoas ficaram desempre­gadas. Intervenções drásticas da parte do Governo dos Estyados Unidos aju­daram à restauração gradual da confiança nos negócios, e as economias mun­diais já estavam a recuperar no fim dos anos 30.

O ESTATUTO DE WESTMINSTER

Depois da perda, em 1776, das treze colónias que formasvam os Estados Unidos, a Grã-Bretanha adoptou o sistema dos domínios, permitindo uma quase total independência aos seus maiores territórios ultramarinos. O que res­tava da influência britânica nos domínios, adoptou-se uma declaração afir­mando que a Grã-Bretanha e os domínios possuíam estatutos iguais, e que se mantinham unidos apenas pelo reconhecimento do soberano britânico como chefe de estado nominal.

Esta declaração recebeu força de lei pelo Estatuto de Westminster, de 1931. Este estatuto tornou oficial o nome de "Comunidade Britânica de Na­ções", que já começara a substituir a de "Império Britânico".

A REVOLUÇÃO TURCA

O Império Otomano, governado pela Turquia, atingiu o seu auge nos anos de 1500. A partir daí começou lentamente a declinar, e nos anos de 1800 era conhecido pelo "doente da Europa". O sultão Abdul Hamid II subiu ao trono da Turquia em 1876 e governou de modo repressivo.

Entre grupos formados para exigirem um governo mais liberal, o prin­cipal era o movimento dos Jovens Turcos, com muitos membros a viverem no exílio. Em 1908 conduziram uma revolta contra Abdul Hamid, que cedeu e prometeu adoptar reformas de acordo com uma Constituição que fora planeada em 1876 mas suspensa pelo sultão.

Em 1909 Abdul Hamid tentou uma contra-revolução, procurando regressar à ditadura. Foi imediatamente deposto a favor do seu irmão, Maomet V. A seguir à derrota da Turquia na Primeira Guerra Mundial, Mustafá Kemal, um general cheio de sucesso, liderou uma nova revolta, declarou abolido o sultanato e instaurou uma república em 1922. Deram-lhe o nome de Ataturk, " o pai dos Turcos".

WEIMAR E HITLER

A Alemanha transformou-se numa república em 1919. depois da abdicação do Kaiser Guilherme II e da sua derrota na primeira Guerra Mundial.

A nova Constituição do país foi preparada por uma Assembleia Nacional que se reuniu em Veimar, uma cidade muito afastada da capital, Berlim, onde existia o perigo de intimidação por parte das massas. É por esse motivo que o regime daí saído é frequentemente denominado de República de Veimar.

O primeiro presidente foi um socialista Friedrich Ebert. Quando mor­reu, em 1925, sucedeu-lhe o marechal-de-campo Paul von Hidenburg, que fora supremo comandante alemão durante a Primeira Guerra Mundial. No entanto a boa reputação de Hidenburg era grandemente imerecida e com setenta e oito anos de idade mostrava sinais evidentes de senilidade.

Na altura das eleiçoes presidenciais de 1932 o país encontrava-se numa grande crise económica; o marco não tinha valor e havia seis milhões de desempregados. Hidenburg foi reeleito e Adolfo Hitler, dirigente do Partido Nacional Socialista (Nazi), ficou em segundo lugar. Hidenburg, um oficial e um aristocrata, desprezava Hitler, um cabo e um escrivão.

Nas eleiçoes de 1932 o Partido Nazi assegurou o maior número de lu­gares no Parlamento, apesar de nao obter a maioria, e Hidenburg viu-se forçado a nomear Hitler como chanceler, dirigindo um governo de coligação. Hitler entrou em funçõers em 30 de Janeiro de 1933. Em 23 de Março seguinte conseguiu fazer aprovar uma lei que dava poderes absolutos ao seu governo.

Os nazis dominaram rapidamente a Alemanha. O Partido Nazi foi decla­rado partido único, o poder dos diversos estados foi reduzido, iniciou-se a perseguição aos Judeus, as greves e lock-outs foram proibidos e ergueram-se os primeiros campos de concentração. Em Outubro a Alemanha retirou-se da Liga das Nações e da Conferência de Desarmamento.

A "ANCHLUSS"

Depois da Primeira Guerra Mundial, muita gente da Alemanha e da Áus­tria desejava a unificação dos dois países. A França e outros países opunham-se a essa união, receando que a Alemanha ficasse demasiado podero­sa. A agitação alemã em prol dessa união - conhecida por Anchluss - cresceu depois de Adolfo Hitler e do partido nazi terem subido ao poder em 1933.

Em 1934, na Áustria, falhou uma tentativa de golpe nazi, mas em 1938 Hitler impôs novas exigências ao chanceler austríaco, Kurt von Schuschnigg. Este desejava um voto de independência, mas ameaçado pelo caos nazi na Áustria e pelas tropas alemãs na fronteira, resignou a favor do líder nazi austríaco, Arthur Seyss-Inquart, que convidou as tropas alemãs a entrarem na Áustria logo no dia seguinte.

A CAMPANHA DA ABISSÍNIA

Na partilha de África entre os países europeus no anos de 1800, a Itália ganhara apenas a Eritreia e a Somalilândia italiana. Em 1912 con­quistou a Líbia aos Turcos e detinha um indefinido direito a uma "esfera de influência" na Etiópia (também chamada Abissínia). Os interesses que já dispunha na Etiópia não eram suficientes para o ditador fascista italiano Benito Mussolini.

Em 1934, uma escaramuça fronteiriça entre a Etiópia e a Somalilândia italiana deu aos italianos um pretexto para a guerra. A Liga das Nações ordenou sanções contra a Itália, mas os países membros não chegaram a acordo com a sua aplicação. Em Outubro de 1935 as tropas italianas invadi­ram o país. Com a ajuda da Força Aérea e de gases venenosos, con­quistaram­-no em sete meses e anexaram-no. Saiu do domínio italiano durante a Segunda Guerra Mundial.

A GUERRA CIVIL ESPANHOLA

Nas eleições de Fevereiro de 1936, em Espanha subiu ao poder um go­verno republicano de esquerda. Apoiado por socialistas e comunistas, opôs­-se ao poder da Igreja Católica, sempre dominante nos assuntos espanhóis. Os católicos eram apioados pelos partidos de direita e pelo Exército.

Em 17 de Lulho de 1936, iniciou-se uma revolta chefiada por dirigentes do Exército em Marrocos, que rapidamente se espalhou ao continente. Um oficial superior, o general Francisco Franco, tornou-se líder dos rebeldes e foi declarado chefe de Estado em Outubro. seguiu-se uma amarga guerra civil. os republicanos (também chamados lealistas), queimaram igrejas e mataram padres e pessoas religiosas. Os rebeldes nacionalistas (também chamados falangistas) levaram a cabo execuções em massa.

Ao pedido de ajuda de ambas as pertes seguiu-se a intervenção de ou­tros países. A Alemanha e a Itália apoiaram Franco e aproveitaram a a oportunidade para testarem armas e homens em campanha. Os republicanos fo­ram auxiliados por brigadas de voluntários de cinquenta países. Depois de uma luta feroz os rebeldes tomaram Madrid em Março de 1939, depois de terem morrido mais de 600 mil pessoas.

O ACORDO DE MUNIQUE

Em 1919, a Paz de Paris criou um novo país, a Checoslováquia, consti­tuída principalmente, por povos de língua eslava, mas que também incluía os Sudetas, na fronteira noroeste da Alemanha, cuja população falava, na sua maioria alemão. Em 1938 o Governo nazi da Alemanha, de Hitler exigiu que os Sudetas fossem território alemão e ameaçou com a guerra, recebendo o apoio do ditador italiano Mussolini.

Os Checos pediram a ajuda da França e da Grã-Bretanha. Receosos das ameaças alemãs, estes dois países iniciaram negociações com a Alemanha. As negociações terminaram com um acordo assinado em Munique, Alemanha, em Se­tembro de 1938, pelos primeiros-ministros da Grã-Bretanha e da França, Ne­ville Chamberlain e Edouard Daladier, bem como por Hitler e Mussolini. O acordo forçou a Checoslováquia a entregar os Sudetas, em troca de uma "ga­rantia" franco-britânica de apoio às novas fronteiras do país. Os Checos não foram convidados para as conversações e os Alemães ocuparam o resto da Checoslováquia seis meses depois de serem incomodados.

A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

A Segunda Guerra Mundial começou com a invasão da Polónia pelos Ale­mães em 1 de Setembro de 1939 e terminou com a rendição do Japão em 2 de Setembro de 1945. O custo em vidas humanas foi avaliado em cerca de cin­quenta milhões de mortos e trinta e quatro milhões de feridos.

Causas: A principal causa da guerra foi o desejo das chamadas potên­cias do Eixo - as três ditadures da Alemanha, Itália e Japão -, de conse­guirem mais territórios. As fronteiras e problemas económicos criados pelos severos tratados de paz posteriores à Primeira Guerra Mundial tinham au­mentado os conflitos e as agitações.

O período da Blitzkrieg: A Alemanha começou por invadir a Polónia. A Grã-Bretanha e a França declararam-lhe guerra, mas pouco aconteceu; a Rús­sia invadiu a Polónia para proteger as suas próprias fronteiras. A Alemanha ocupou a Dinamarca e a Noruega em Abril de 1940 e, em Maio, começou a sua Blitzkrieg (guerra relâmpago)., invadindo a Bélgica, a Hoilanda e a França, contra tropas aliadas, em sete semanas. As forças breitânicas foram eva­cuadas e a Alemanha ficou a controlar a Europa. A Inglaterra sobreviveu à guerra no ar e aos bombardeamentos, desencorajando os planos de invasão de Hitler. A Itália declarou guerra à Inglaterra e à França.

A Frente Oriental: No Verão de 1941, os Alemães atacaram a Jugoslávia, Grécia e Rússia, avançando quase até Moscovo. Os Russos, auxiliados pelo seu duro inverno, resistiram teimosamente durante a retirada. No Verão de 1942, os Alemães avançaram mais mas foram detidfos pela resoluta defesa de Estalinegrado (agora Volvogrado) no Sul, e pelo frio do Inverno. No prin­cípio de 1943 o exército alemão que cercava Estalinegrado foi destruído e um ano mais tarde foi levantado o cerco a Leninegrado.

África do Norte: As forças italianas na Líbia tentaram invadir o Egipto mas foram repelidas. Os Alemães conseguiram alguma svitórias na chamada "guerra do deserto", mas a vitória britânica de El Alamein (Egipto) em 1942 foi o início da derrota definitiva de alem_es e italianos no Norte de África.

A Guerra do Pacífico: Começou sem aviso, em 7 de Dezembro de 1941, quando aviões japoneses bombardearam a base naval americana da Baía das Pérolas, no Havai. Cinco meses depois os japoneses tinham invadido a Bir­mânia, Hong Kong, Malásia, Índias Orientais Holandesas, Tailândia, Filipi­nas, Nova Guiné e ameaçavam a Austrália, mas a agressão japonesa levou os Estados Unidos a entrarem na guerra com o Eixo.

Invasões: Tropas britânicas e americanas invadiram o Norte de África francês, então em poder do Eixo, em 1942. Em Maio de 1943 já possuíam o domínio da zona. A partir de África os Aliados invadiram a Sicília e a Itália. Os Italianos rejeitaram o ditador fascista, Mussolini, e juntaram­-se aos Aliados; os Alemães defenderam-se tenazmente no Centro e Norte da Itália.

Em Junho de 1944 uma enorme força aliada desembarcou na Normandia, no Norte de França, ida da Grã-Bretanha. Os Aliados libertaram Paris em Agosto e expulsaram os Alemães para lá do reno no princípio de 1945. Ao mesmo tempo os Russos montaram uma nova ofensiva e no fim de 1944 tinham con­quistado quatro países que apoiavam a Alemanha: Bulgári, Finlândia, Hungria e Roménia.

As tropas russas e americanas encontraram-se no rio Elba, no coração da Alemanha, em Abril de 1945. Derrotado, o líder alemão Adolfo Hitler suicidou-se em Berlim, a 30 de Abril; sete dias mais tarde renderam-se as últimas forças alemãs.

A Derrota do Japão: As conquistas japonesas foram detidas em Maio e Junho de 1942, quando esquadras americanas derrotaram as forças navais ja­ponesas nas batalhas do mar de Coral e Midway, no Pacífico. Alguns meses mais tarde as forças americanas iniciaram a lenta tarefa de reconquistar as ilhas ocupadas pelos japoneses, espalhadas pelo Pacífico. Numa série de cruentas batalhas, os Americanos tomaram as ilhas de Gilberto, Marshall, Carolinas e Marianas.

A partir das Marianas já lhes era possível bombardear o Japão. Em Se­tembro de 1944 começam a invasão das Filipinas. Entretanto as tropas bri­tânicas iniciaram a reconquista da birmânia, enquanto tropas aliadas abriam caminho pela China, em guerra com o Japão desde 1937.

A estratégia aliada era a de invadir o Japão no fim de 1945, mas o desenvolvimento da bomba atómica, um dos segredos da guerra melhor guarda­dos, tornou essa invas_o desnecessária. Em 6 de Agosto de 1945 a primeira bomba atómica caiu sobre a cidade de Hiroshima, devastando-a. Três dias depois outra bomba destruíu Nagasaqui. Ante uma arma tão terrível, os Ja­poneses renderam-se em 14 de Agosto.

Resultados: Os países conquistados pelos Alemães e Japoneses recupe­raram os seus estatutos de antes da guerra, mas a Uni_o Soviética aumentou a sua influência na Europa, estabelecendo regimes comunstas na Polónia, Roménia, Bulgária, Hungria, Checoslováquia, Jugoslávia e na parte oriental da Alemanha. A cidade de Berlim ficou sob o controlo conjunto dos Aliados.

OS TRÊS GRANDES

Três estadistas de relevo governaram a Grã-Bretanha, Estados Unidos e a União Soviética durante a maior parte da Segunda Guerra Mundial.

Winston Churchill (1874-1965), soldado, estadista e escritor, tornou­-se primeiro- ministro da Inglaterra durante os negros dias da guerra, em 1940. Derrotado nas eleições de 1945, foi de novo primeiro-ministro entre 1951 e 1955. Em 1953 foi armado cavaleiro e ganhou o Prémio Nobel da LÇiteratura.

Franklin D. Roosevelt (1884-1945) foi eleito presidente dos Estados Unidos em 1932, durante a Grnde Depressão, e reeleito em 1936, 1940 e 1944. O seu New Deal ajudou a restaurar a economia do país. Morreu em funções e foi substituído por Harry Truman.

José Estaline (1879-1953) chamava-se Joseph Vissarionovitch Dlouga­chvili e tomou o nome de Stalin (aço) quando se tornou num revolucionário comunista. Sucedeu a Vladimir Lenine como líder da União Soviética, em 1924, e eliminou impiedosamente todos os seus rivais.

AS NAÇÕES UNIDAS

A Organização das Nações Unidas foi criada em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, como uma aliança de países lutando contra a Alemanha. Os dirigentes das quatro grandes potências do lado aliado. Grã-Bretanha, Chi­na, União Soviética e Estados Unidos, concordaram com a criação de uma nova organização internacional logo que tal fosse possível.

Em 25 de Abril de 1945, as quatro potências convocaram uma conferência em S. Francisco, durante a qual foi formalmente constituída a Organização das Nações Unidas. Em 26 de Junho de 1945, cinquenta e um países assinaranm a Carta e o novo organismo entrou em actividade em 24 de Outubro, tomando a seu cargo o que restava das funções da Liga das Nações, dissolvida em 1946.

A DIVISÃO DA ÍNDIA

Os movimentos independentistas na índia iniciaram-se nos anos de 1860, quase logo a partir do momento em que o Governo britânico tomou o controlo do país, das mãos da Companhia Britânica das Índias Orientais. A partir daí a Grã-Bretanha começou a dar aos indianos maior poder nos governos locais, mas os progressos para a autonomia não foram suficientemente rápidos para a maioria dos indianos.

Uma complicação adicional estava no facto de a Índia conter duas co­munidades religiosas principais, uma hindu e outra muçulmana. Os muçul­manos encontravam-se em minoria e não concordavam com uma forma de governo que os colocasse sob o domínio dos Hindus. Exigiam a separação. Em 1946, a Grã-Bretanha ofereceu a independência à Índia, mas os seus dirigentes não chegaram a acordo sobre a forma de governo. Rebentaram motins, que levaram a Grã-Bretanha a aceitar a separação.

Em 14 de Agosto de 1947, as zonas muçulmanas da Índia tornaram-se num país independente, o Paquistão. No dia seguinte os territórios hindus tor­naram-se independentes, com o nome de Índia. As migrações em massa de hin­dus e muçulmanos, entre a Índia e o Paquistão, foram acompanhadas de mas­sacres.

O NASCIMENTO DE ISRAEL

O estabelecimento de um território nacional judaico na Palestina foi resultado duma decisão do Governo britânico, tomada em 1917. A Grã-Bretanha governava o território por mandato da Liga das Nações, mas tinha de reduzir a imigração de judeus, por pressão dos Palestinianos. Finalmente os Britânicos pediram às Nações Unidas para tomarem uma decisão sobre o futuro da Palestina. Em 1947 a ONU decidiu dividi-la em dois Estados, um judeu e ou­tro àrabe, com Jerusalém como cidade internacional. Os Judeus concordaram, mas os árabes não.

Em 14 de Maio de 1948 terminou o mandato britânico e os Judeus pro­clamaram o Estado de Israel. Nesse mesmo dia, exércitos árabes do Egpto, Líbano, Síria e Transjordânia (agora Jordânia) atacaram Israel. Este bateu os invasores e ocupou terras entregues aos árabes. As Nações Unidas nego­ciaram um cessar-fogo e o armistício foi assinado nos princípios de 1949.

A CHINA COMUNISTA

A partir dos anos de 1920 a China viu-se assolada por esporádicas guerras civis entre os nacionalistas, liderados por Chang Kai-Check, e os comunistas, de Mao Tsé-Tung. Uniram-se para combaterem a invasão japonesa de 1937, mas a guerra civil rebentou de novo em 1946.

Os nacionalistas eram pouco eficazes e divididos por discórdias in­ternas. Perderam rapidamente o apoio popular e os comunistas obtiveram uma longa série de vitórias. Em 1949 foram conquistados os últimos pontos for­tes dos nacionalistas, e Chang Kai-Chek, com muitos dos seus seguidores, fugiu para a ilha Formosa (Taiwan), onde manteve o seu regime nacionalista. Os comunistas organizaram um governo para a zona continental da China, com sede em Pequim.

Alguns países, em particular os Estados Unidos, não reconheceram o regime comunista durante muitos anos, e o governo nacionalista conservou o lugar da China nas Nações Unidas até 1971.

A GUERRA DA COREIA

No fim da Segunda Guerra Mundial, as forças russas ocuparam o sul. Em resultado da influência das potências ocupantes, a Coreia dividiu-se em dois países, a Coreia do Norte (comunista) e a Coreia do Sul (não comunis­ta), em 1949.

A Guerra da Coreia rebentou em 25 de Junho de 1950, quando tropas da Coreia do Norte invadiram o Sul numa tentativa para a unificação do país. As Nações Unidas pediram aos seus membros para ajudarem a Coreia do Sul. Dezassete nações enviaram tropas, mas a sua maioria pertencia aos Estados Unidos. As forças das Nações Unidas conseguiram chegar a tempo de evitar uma completa vitória comunista. Num brilhante contra-ataque, as Nações Unidas e a Coreia do Sul forçaram as tropas da Coreia do Norte à retirada, invadiram a Coreia do Norte e, em 24 de Novembro, atingiram um ponto do rio Yalu, na fronteira com a China.

Nesse momento os Chineses enviaram um enorme exército para a Coreia e empurraram de novo as forças da ONU e para a Coreia do Sul. Novo contra­-ataque dos exércitos das Nações Unidas e estabeleceu-se finalmente uma linha de batralha perto da fronteira entre o Norte eo Sul, em Julho de 1951. Por sugestão da Rússia iniciaram-se imediatamente negociações de tréguas. Arrastaram-se durante dois anos, acompanhadas por esporádicos e violentos combates. A paz foi finalmente restaurada em Julho de 1953, com as fronteiras de antes da guerra. As perdas militares totais foram de cerca de dois milhões e meio de mortos e feridos, e cerca de três milhões e meio de civis mortos.

A GUERRA DA INDOCHINA

Os franceses dominaram a área conhecida por Indochina, agora conhecida por Laos e Vietname, durante os anos de 1800, e continuaram a governá-la até à Segunda Guerra Mundial., quando invasores japoneses a ocuparam. O Vietname proclamou a independência em 1945, mas os Franceses voltaram a governá-lo em 1946, reconhecendo-o no entanto como um Estado separado den­tro da uni_o Francesa. Em Dezembro de 1946 Hanói foi atacada pelo Viet Minh (Frente da Independência do Vietname), sob o comando de Ho Chi Minh.

O conflito alargou-se rapidamente e o Viet Minh atacou as guarnições francesas. A guerra arrastou-se lentamente até ao momento em que um governo comunista se instalou na China em 1949, dando de imediato um forte apoio a Ho Chi Minh. O clímax da guerra foi o cerco de cinquenta e quatro dias à guarnição francesa de Dien Bien Phu, no Noroeste do Vietname, em 1954, que o Viet Minh conquistou. Os Franceses concordaram em retirar e o país foi dividido em dois. A guerra civil continuou com tropas americanas apoiando o Vietname do SUl, até à sua retirada em 1973. Em 1975 os comunistas con­quistaram o Sul e unificaram o país.

AS INDEPENDÊNCIAS AFRICANAS

A corrida para a obtenção de colónias por parte das potências euro­peias nos finais dos anos de 1800 conduziu ao domínio estrangeiro sobre a África. No início da Segunda Guerra Mundial, só três países africanos se conservavam independentes: a Libéria, o Egipto e a África do Sul. Depois do conflito, os países africanos começaram a exigir a independência. A Etió­pia, conquistada pela Itália, em 1936, recuperou a liberdade durante a guerra. A Líbia,uma colónia italiana, foi declarada independente pelas Na­ções Unidas, em 1951. Durante os anos da década de 50 e a pouco e pouco, algumas possessões francesas e britânicas tornaram-se independentes, como a Tunísia, Marrocos, Gana e Guiné. O mesmo aconteceu com muitas outras coló­nias na década de 60.

As últimas colónias a obterem a independência foram as da França, Es­panha e Portugal, na década de 70. Os governantes brancos de uma colónia britânica de governo autónomo, a Rodésia, recusaram-se a partilhar o poder com a população negra. Em 1965 declararam unilateralmente a independência. depois de muitas negociações internacionais e de uma longa guerra de guer­rilha, fizeram-se eleições gerais em 1980 e tomou posse um governo negro. A Rodésia tornou-se verdadeiramente independente sob o nome de Zimbabwe.

A CRISE DO SUEZ

O canal do Suez, no Egipto foi construído por uma companhia francesa e abriu em 1869. O Governo egipcio possuía acções da companhia mas vendeu-as à Grã-Bretanha em 1875. De acordo com o Egipto, soldados britânicos guar­daram a zona do canal até serem retirados em 1956. Em Julho, por a Grã-Bretanha ter recusado financiamentos ao Egipto para a construção da bar­ragem de Assuão, o presidente Abdul Nasser nacionalizou o canal.

A Grã-Bretanha e a França tentaram conseguir a restauração do controlo internacional do canal. Em Outubro de 1956 e depois de uma série de inci­dentes fronteiriços, Israel atacou o Egipto. A Grã-Bretanha e a França pe­diram ao Egipto e a Israel para terminarem os combates ou interviriam. Israel concordou mas o Egipto recusou. A Grã-Bretanha e a França lançaram então um ataque marítimo e aéreo ao Egipto, que foi suspenso por pressão dos EUA. Uma força da ONU tomou o controlo da zona do Canal.

A CONFRONTAÇÃO CUBANA

Nos anos da década de 1960, Cuba viu-se envolvida em duas crises in­ternacionais. Cerca de cem mil cubanos fugiram do regime comunista de Fidel Castro e instalaram-se nos Estados Unidos. Em Abril de 1961, um bando des­ses exilados levou a cabo um desembarque armado na Baía dos Porcos, na costa sul de Cuba, com o apoio dos EUA. Planeavam derrubar Fidel Castro mas as forças cubanas esmagaram a invasão.

No ano seguinte a União Soviética começou a construir bases de mísseis em Cuba, que ameaçavam os Estados Unidos. O presidente Kennedy dos Estados Unidos ordenou um bloqueio naval a Cuba e exigiu que os Russos retirassem os mísseis. Ante a ameaça de uma guerra, o primeiro-ministro soviético, Nikita Krutchev, concordou em desmantelar as bases. Passara o momento mais tenso de toda a"guerra fria"...

A CONQUISTA DO ESPAÇO

A conquista do espaço pelo homem começou em Outubro de 1957, aquando do lançamento do satélite russo Sputnik I. Seguiu-se-lhe um outro Sputnik, e depois o primeiro satélite dos EUA, o Explorer I. Desde essa data cente­nas de objectos feitos pelo homem abandonaram a Terra. Os voos pilotados começaram em 1961, quando Yuri Gagarine, da URSS, descreveu uma órbita em volta da Terra; em Julho de 1969, seiscentos milhões de telespectadores viram Neil Amstrong, da nave americana Apolo 11, tornar-se o primeiro homem a pousar os pés na Lua.

Os pequenos satélites de comunicações e meteorológicos lançados po vários países tiveram no entanto maior influência na nossa vida diári. Os importantes satélites Intelsat, agora em posição em órbitas estacionárias por cima do equador, podem transmitir sinais entre os continentes e cobrem virtualmente todo o mundo.

AS GUERRAS DE ISRAEL

Israel combateu em duas guerras nas décadas de 1960 e 1970, contra os seus vizinhos árabes.

A Guerra dos Seis Dias, em 1967, seguiu-se a uma longa série de inci­dentes fronteiriços entre Israel, a Síria e a Jordânia. Em Maio, o Egipto exigiu a retirada de uma força de manutenção da paz das Nações Unidas da sua fronteira com Israel, e bloqueou o porto israelita de Elat, impedindo a passagem dos navios israelitas pelo estreito de Tiran. Sabendo que os Eg­ipcios preparavam um ataque, os Israelitas atacaram primeiro, contra o Egipto e a Jordânia. A oposiç_o árabe desmoronou-se em apenas seis dias e obtiveram-se tréguas. Israel tomou o território da Jordânia na margem oci­dental do Jordão e o resto de Jerusalém; a faixa de Gaza, na costa ociden­tal; e a península do Sinai no Egipto.

A Guerra de Outubro (Yom Kippur), em 1973, começou no dia 6 de Outubro com um ataque egípcio e sírio durante o Yom Kippur, uma festa religiosa judaica. Ambas as partes ganharam e perderam territórios, sofrendo pesadas baixas em homens e material de guerra, até se conseguirem umas tréguas em 22 de Outubro. A guerra fortaleceu a posição dos árabes e Israel acabou por retirar da margem oriental do canal do Suez, para que este pudesse ser reaberto.

A GUERRA DO BIAFRA

Em 1967 rebentou uma guerra civil na Nigéria quando a região oriental de­clarou a sua independência, sob o nome de biafra. O povo Ibo da região opunha-se a ser governado por povos do Norte, de tribos e culturas dife­rentes. A luta arrastou-se até 1970, apesar das tentativas das Nações Uni­das para a deter, e acabou com o colapso do Biafra.

A guerra causou gramdes prejuízos e dificuladades, mas o aumento dos rendimentos do petróleo do país ajudou a uma rápida recuperação. O Governo manteve duzentos e cinquenta mil soldados na zona oriental para a manuten­ção da ordem e para evitar futuras guerras.

BANGLADESH

Quando os Britânicos deixaram a Índia em 1947, a regi_o foi didvidida em dois Estados: a Índia, com uma população hindu, e o Paquistão Ocidental e Oriental, separados entre si pela Índia e com populações muçulmanas. O Paquistão Ocidental detinha a riqueza e o poder. O Paquistão Oriental (an­tigo Bengala Oriental) nada tinha em comum com o Ocidental, excepto a re­ligião, pois as origens, língua e culturas eram diferentes.

Apesar de ter mais habitantes, o Paquistão Oriental dispunha de apenas de cerca de três quintos do território do Paquistão Ocidental.

O descontentamento em relação ao governo central foi aumentando. Em 1970, a Liga Awami, do xeque Mujibir Rahaman, ganhou a maioria na Assem­bleia Nacional do Paquistão e prometeu uma maior independência para a zona oriental. O presidente Yahya Khan adiou a Assembleia o que provocou pro­testos no Paquist_o Oriental. Os protestos foram abafados pela tropa, mui­tas pessoas foram presas e a guerra civil rebentou em Março de 1971. Em Dezembro a Índia enviou tropas em auxílio do Paquistão Oriental. Quando os combates terminaram o Paquistão Oriental tornou-se independente, como Bangladesh.

O ESCÂNDALO WATERGATE

O escândalo Watergate que obrigou um presidente dos Estados Unidos a resignar do cargo iniciou-se em Junho de 1972 durante as eleições presi­denciais americanas. Foram descobertos cinco homens a assaltarem a sede do Partido Democrático no edifício Watergate, em Washington.

O presidente Richard Nixon, um republicano, negou o envolvimento da Casa Branca em qualquer conspiração contra o partido democrático, mas in­quéritos, confissões, julgamentos e sentenças das pessoas directamente en­volvidas culminaram com o julgamento e condenação de cinco ex-ajudantes do presidente, por conspiração e obstrução da justiça.

Antes do último julgamento, Nixon compreendeu que ninguém acreditava nas suas declarações e que poderia vir a ser demitido, pelo que resignou do cargo em Agosto de 1974, o primeiro presidente americano a fazê-lo. O seu sucessor Gerald Ford, concedeu-lhe imediatamente o perdão por quaisquer crimes que ele tivesse cometido, o que o livrou de ir a julgamento.

A CRISE ENERGÉTICA

A crise energética mundial começou em 1973 como resultado da Guerra do Yum Kippur entre Israel e os árabes. Os países árabes produtores de petró­leo cortaram os fronecimentos à Holanda e aos Estados Unidos porque estes tinham apoiado Israel, e reduziram em vinte e cinco por cento os seus for­necimentos a outros países.

Os estados árabes acompanharam esta acção com uma violenta subida dos preços, salientando que precisavam de conservar as reservas de petróleo, a sua principal fonte de rendimentos. Os preços do petróleo continuaram a subir nos anos seguintes e os países industriais foram obrigados a enormes dívidas internacionais para poderem pagar os seus combustíveis.

A Grã-Bretanha, a Noruega e outros iniciaram a exploração do petróleo do Mar do Norte. Cerca de 1980 a Grã-Bretanha já era auto-suficiente em petróleo. A crise levou os cientistas a procurarem activamente outras fon­tes petrolíferas e de energia alternativa.

PORTUGAL

Mias de quarenta anos de ditadura em Portugal chegaram ao fim quando um golpe de Estado de oficiais do Exército derrubou o governo do presidente do Conselho, Marcelo Caetano, que se tornara no ditador efectivo depois de António Salazar, quue se mantivera no poder desde 1932, se ter retirado por doença em 1968.

Seguiram-se manifestações e agitação nos anos de 1975 e 1976, enquanto os Portugueses testavam a sua nova liberdade. A calma regressou depois de eleições livres para uma nova assembleia legislativa.

Debatendo-se com problemas internos, os novos governantes portugueses libertaram os territórios africanos do país, a Guiné-Bissau, que se tornou independente em 1974, e Angola e Moçambique, no ano seguinte.

AGITAÇÃO NO ULSTER

O conflito velho de séculos entre a maioria protestante e a minoria católica da Irlanda do Norte, também chamada Ulster, transformou-se em re­volta aberta em 1968. Os católicos exigiam um maior peso nas eleições e a partilha do poder. O Governo enviou tropas para a manutenção da ordem, mas a agitação continuou, com o ilegalizado Exército Republicano Irlandês (IRA) a colocar bombas em lugares públicos.

O governo autónomo eleito pelo Ulster demonstrou-se incapaz de gover­nar, pelo que em Março de 1972 o Governo do reino Unido, em Westminster passou a governar directamente a província. Nessa altura já guerrilheiros protestantes haviam entrado em acção, matando e colocando bombas.

Um problema parta o qual ainda não foi encontrada uma solução.