MUNDO CLÁSSICO

OS POVOS DO RIO

Uma das três mais antigas civilizações do mundo desenvolveu-se no vale do rio Indo, agora no Paquistão. Era desconhecida até 1921, isto apesar de em 1856 os tijolos dos montes de ruínas haverem sido utilizados para a construção de uma linha de caminho-de-ferro. Investigações modernas demonstraram que os referidos tijolos têm três mil e quinhentos anos e que eram provenientes das ruínas de Harappa.

Esta antiga civilização era composta pelas cidades de Harappa, Mohenjo-Daro e cerca de cem outras aldeias e vilas mais pequenas. Harappa situa-se a 193 Km a sudoeste de Lahore, num afluente do Indo denomi­nado Davi. Mohenjo-Daro encontra-se junto do próprio Indo a cerca de 322 km a noroeste de Carachi.

Os edifícios de Mohenjo-Daro form construídos numa espécie de dis­tribuição em xadrez e entre as ruínas foram identificadas muitas habitações e lojas. Num dos cantos encontrava-se uma cidadela fortemente fortificada, contendo um enorme celeiro e aí perto situava-se um grande tanque para banhos rituais.

Os artefactos encontrados nas ruínas mostram-nos que esse povo do vale do Indo incluía hábeis oleiros, que já utilizavam a roda. Serviam-se de ferramentas de pedra, mas as facas e armas eram de cobre e bronze. Serviam-se de uma forma de escrita pictográfica que ainda não foi decifrada.

A civilização do vale do Indo foi destruída cerca do ano 1500 a.C. pelos invasores arianos vindos de nordeste.

A DINASTIA CHANG

A história da China estende-se até um muito distante passado, onde os factos e as lendas estão inextricavelmente ligados.

Aquando da fundação da dinastia Chang, cerca de 1760 a.C., fora já criada uma considerável civilização, nascida no vale do rio Amarelo e que se espalhou para sul, oeste e leste, a partir dessa região. Os túmulos dos Chang foram descobertos em Aniang, na província de Hunan, escondidos por debaixo dos "montes de Yin". Daí que esta dinastia seja por vezes denominada de Yin.

O povo vivia da caça, pesca e agricultura. Produziam vinho e este foi a causa da queda de alguns dos seus imperadores. A indústria da seda assentava já em bases firmes, tal como a olaria e o trabalho dos metais.

Os Chang criaram uma forma de escrita que foi encontrada inscrita em milhares de peças de osso e casca de tartaruga, utilizadas pelos adivinhos.

OS ETRUSCOS

Os Etruscos eram um misterioso grupo de povos que viveram na Itália na região do sul do rio Arno e a norte do tibre, então denominada Etrúria e mais ou menos equivalente à actual Toscana.

Ninguém sabe quando é que os Etruscos se instalaram aí, mas foi provavelmente entre os anos 1200 e 700 a.C.. Nos tempos antigos, o historiador Heródoto pensava que os Etruscos eram originários da Grécia, mas outros escritores posteriores consideram-nos italianos. A sua língua, que utilizava um alfabeto aparentado com o grego e ainda não foi decifrada, e a religião era diferente tanto da grega como da romana. A Etrúria era composta por uma dúzia de cidades-estados, cidades altamente civilizadas que tiveram grande influência sobre os Romanos. Os últimos três reis de Roma, antes da criação da república em 509 a.C., eram etruscos. Verificaram-se prolongadas lutas entre a Etrúria e Roma, terminando com a vitória desta última nos anos 200 a.C.

CIVILIZAÇÃO EGÍPCIA

A civilização do antigo Egipto dependia do rio Nilo, que todos os anos sofria cheias e depositava ricos solos fluviais ao longo das margens. Por meio de canais de irrigação, os Egípcios conseguiram culti­var uma longa e estreita faixa de terra de cada lado do rio, mais ou menos na mesma área do Egipto actual.

Cerca do ano 3000 a.C. as pequenas comunidades da região tinham-se reunido em dois grandes estados: o Baixo Egipto, ocupando a região do delta do Nilo, e o Alto Egipto, que se estendia 800 km para o sul do delta, até ao ponto em que agora se encontra Assuão. Por volta dos anos 3100 a.C., Menes, rei do Alto Egipto, conquistou o Alto Egipto e unificou o país.

Os governantes do Egipto, conhecidos por faraós, são geralmente agrupados por famílias, ou dinastias. Existiram trinta dinastias entre Menes e o ano 332 a.C., quando Alexandre, o Grande, conquistou o país.

Os mais importantes períodos da história do Egipto são o Império Antigo (2800-2175 a.C.), da III à VI dinastias; o Império Médio (2150-1800 a.C.), cobrindo a XII dinastia; o Império Novo (1570-1085 a.C.), da XVIII à XX dinastias. As pirâmides e a esfinge datam do Império Antigoum período em que a arte egípcia atinge o auge.

OS MAIAS

Cerca do ano 1000 a.C. emergiu uma estranah civilização nas terras baixas das selvas da América Central. O povo que a criou, os Maias não habitavam em cidades como a maior parte dos povos das civilizações primitivas, mas sim em plenas aldeias agrícolas. No entanto construíram grandes centros cerimoniais, complexos de templos, semelhantes a pirâmides e palácios, que eram locais religiosos e políticos. Existiam quatro centros principais (cada um deles dirigindo um quarto do país) e muitos outros mais pequenos.

Os Maias tinham um sistema de escrita pictográfica e um calendário bastante preciso. Os seus astrónomos já eram capazes de predizer os eclipses do Sol. Os artistas maias eram excelentes no trabalho da pedra e de jade. Cerca do ano 900 d.C. os Maias abandonaram os seus centros e o velho modo de vida entrou em colapso. Os Espanhóis que aí chegaram nos anos de 1500 encontraram muito pouca resistência dos restos desse povo, decadente e enfraquecido por lutas intestinas.

OS FENÍCIOS

Os Fenícios, provavelmente os maiores navegadores do mundo antigo viviam no Levante, nas costas do Mediterrâneo onde agora se situa o Líbano, a Síria e Israel. As suas principais cidades, todas portuárias. Incluíam Biblo, Sídon, Beirute e Tiro, famosas pelo seu corante púr­pura

A "idade do ouro" dos Fenícios foi entre 1200 e 800 a.C. Durante esse período os seus hábeis marinheiros navegaram por todo o Mediterrâneo, saíram para o Atlântico e atingiram as "ilhas do estanho" (Ilhas Britânicas) e desceram a costa ocidental de África. Fundaram muitos postos comerciais e colónias, das quais a mais famosa foi Cartago, perto da moderna Tunes.

Os mercadores fenícios levaram a civilização da Babilónia e do Próximo Oriente a todas as terras em volta do Mediterrâneo, mas os exércitos gregos de Alexandre, o Grande, ocuparam Tiro e acabaram com a Fenícia em 332 a.C. O maior legado dos Fenícios foi o alfabeto que inventaram no século XIV a.C. ou ainda antes, do qual deriva o alfa­beto moderno.

OS HEBREUS

Os Hebreus eram descendentes de Semitas nómadas. Um deles, Abraão, conduziu o seu povo de Ur, no rio Eufrates, até Canaã (Palestina) para fundar uma nação dedicada ao serviço do seu deus único.

Cerca do ano 1500 a.C. um grupo, o dos Israelitas, instalou-se no Egipto para escapar à fome, mas mais tarde foram transformados em escravos. Fugiram durante o reinado de Ramsés II e regressaram à Palestina. Aí entraram em conflito com os habitantes locais, Cananeus e Filisteus. Sob a direcção do Rei David os Hebreus derrotaram os Filisteus e instalaram a sua capital em Jerusalém. Depois da morte do filho de David, o Salomão, o reino dividiu-se em dois, Israel no Norte e a Judeia no Sul. Os dois reinos acabaram por ser destruídos pelos Babilónios e os seus habitantes foram reduzidos à escravatura. Quando os Persas conquistaram a Babilónia no ano 500 a.C. os Hebreus regressaram à sua terra.

AS SETE MARAVILHAS DO MUNDO

Tratava-se de sete construções em grande escala existentes no mundo antigo e que eram consideradas como as mais maravilhosas visões desses tempos.

As Pirâmides do Egipto são as mais antigas e encontram-se a oeste do rio Nilo. Construídas com blocos de pedra, a maior de todas, a de Quéope tinha cento e quarenta e dois metros de altura quando foi construída. Os Jardins Suspensos da Babilónia eram uma enorme série de jardins instalados em terraços construídos por Nabudonosor. A Estátua de Zeus no Olimpo, coberta de ouro e marfim, foi erigida por Fídias e tinha nove metros de altura. O Templo de Artemisa, em Éfeso, era fa­moso pelas dimensões e arte. O Mausoléu de Halicarnasso, um monumental tú­mulo na antiga Cária grega, era sobrepujado por um carro esculpido, com quatro cavalos. O Colosso de Rodes, uma estátua em bronze e ferro encontrava-se junto da entrada de uma baía e tinha mais de trinta metros de altura. O Farol de Alexandria era o mais famoso farol do seu tempo. Tinha cento e trinta e cinco metros de altura, com uma rampa para acesso à fogueira acesa no seu topo.

RÓMULO E REMO

Os primeiros habitantes da região onde é agora a cidade de Roma foram um grupo de tribos que ocuparam uma área de cerca de 1800 Km2, na margem sul do rio Tibre. Chamaram-lhe Latium (Lácio) e por isso são conhecidos como Latinos. O monte Palatino, junto de vau do rio, transformou-se no principal ponto defensivo, fortificado, e à sua volta cresceu uma cidade. A cidade de Roma já existia no ano 700 a.C.

Muitos anos mais tarde surgiu uma lenda em relação à fundação de Roma, considerada como tendo acontecido em 753 a.C. A lenda diz-nos que Marte, o deus da guerra, gerou filhos gémeos a uma das Virgens Vestais, Reia Sílvia. Os bebés foram abandonados e amamentados por uma loba. Foram eles quem fundou a cidade mas depois discutiram e Rómulo matou Remo. A cidade foi então denominada Roma, do nome Rómulo.

MESTRE K'UNG

O confucianismo, uma das filosofias tradicionais da China, foi fundado pelo filho de um soldado descendente da antiga família real Chang. Chamava-se K'ung mas era conhecido por K'ung Futzu, o "Mestre K'ung". Confúcio é uma versão latinizada desse nome.

K'ung começou a sua carreira como encarregado de um celeiro, mas aos vinte e dois anos tornou-se professor. Aceitava todos os estudan-tes mesmo que fossem pobres, desde que tivessem vontade de aprender. A base da filosofia de Confúcio era a de atingir a virtude, por ela própria. K'ung tentou obter um lugar de administrador onde pudesse pôr as suas teorias em prática, mas ninguém lho quis dar.

Diz-se que Confúcio compilou livros de poesia, história, música e etiqueta, baseados nos ensinamentos tradicionais. Os ensinamentos de Confúcio influenciaram grandemente a maneira de pensar dos Chineses até ao fim da monarquia na China, em 1911.

BUDA

O fundador do budismo, tal como Confúcio, surgiu de uma família real. Era o príncipe Sidharta Gautama, filho do rajá do clã Sakya, e nasceu em Lumbini, agora no Nepal. Viveu uma vida de luxo até aos vinte nove anos, protegido do lado desagradável da vida. Era casado e tinha um filho ainda criança.

Um dia viu um homem velho, um doente e um morto e começou a pensar se a vida não seria um infindável ciclo de velhice,doença e morte.

Adoptou as roupas e o modo de vida dos mendigos e começou em busca da verdade, mas não encontrou qualquer ajuda junto dos grandes sábios do seu tempo. Finalmente concluiu que deveria ser ele a pensar no assunto. Sentou-se sobre uma figueira para meditar, foi iluminado, transformando-se assim no Buda, o Iluminado, nome que foi conhecido a partir daí.

O Buda passou o resto da sua vida a ensinar a sua recém-descober-ta filosofia. A essência do budismo consiste em seguir os Oito Caminhos para a Iluminação. Os oito caminhos são a visão, os motivos, a palavra, a acção, as realizações, os esforços, a tomada de consciência e a contemplação.

IMPÉRIO PERSA

Persis, mais tarde Pérsia, foi o nome dado pelos Gregos a uma região do Sul do Irão. O seu povo deslocou-se para aí proveniente da Rússia ou da Ásia Central algum tempo antes do ano 600 a.C. Primeiro

foram governados pelos Assírios e depois pelos Medos, até cerca do ano 500 a.C.. Ciro persuadiu as tribos persas a unirem-se sob o seu comando e revoltaram-se contra os Medos.Três anos depois Ciro náo só libertara a Pérsia como derrotara os próprios Medos.

Com um exército camponês de hábeis arqueiros e com cavalaria,Ciro iniciou uma carreira de conquistas. Quando morreu em combate, em 530 a.C., conquistara toda a Ásia Menor, Babilónia, Síria e Palestina, transformando toda a Pérsia na mais poderosa nação do mundo. Quatro anos mais tarde o seu filho Cambises conquistou o Egipto, governando sobre um império pela Índia a oriente e pelo Mediterrâneo a ocidente - um império obtido apenas em vinte e cinco anos.

O MUNDO CLÁSSICO

PÉRICLES

Um dos homens que mais influenciou a história de Atenas não foi nem rei nem ditador. Foi Péricles, um homem rico e de boas famílias, que se transformou no líder da "facção do povo", um partido político democrático com algumas semelhanças com os dos nossos dias. Pela força

da sua personalidade, Péricles ganhou o controlo da assembleia dos cidadãos, a Ekklesia. O único lugar oficial que ocupou foi o de um dos dez generais da cidade-estado, para que foi eleito todos os anos.

Péricles foi um campeão da democracia, o governo do povo pelo povo, e já tem sido referido como sendo o "Pai da Democracia". Sob a sua liderança, a assembleia retirou o poder ao Aeropagus, um conselho de aristocratas, e abriu as portas do estado a todos os cidadãos, por muito pobres que fossem.

Durante a "Idade de Péricles" Atenas tornou-se não apenas num estado democrático mas também numa das mais belas cidades do mundo. Du­rante os trinta anos em que Péricles controlou os seus destinos, os Atenienses produziram o que de melhor se fez em arquitectura, escultura e teatro.

Péricles morreu vitimado pela peste em 429 a.C., com sessenta em seis anos.

FILOSOFIA E CIÊNCIA

Podemos afirmar que a filosofia e a Ciência foram criadas pelos sábios da antiga Grécia, e que nesses dias ambos os assuntos se encontravam intimamente relacionados. Foram os esforços dos filósofos para a descoberta de algumas verdades elementares que os levou à observação científica.

Os primeiros filósofos gregos, tal como Tales e Demócrito, tentaram decifrar a natureza do universo e se este era estático ou dinâmico. Os sofistas, tais como Pitágoras e Górgias, interrogavam-se sobre se a verdade existia ou se se tratava apenas de uma questão de opinião pessoal.

Sócrates, provavelmente o maior de todos os filósofos gregos, argumentava que a verdade existia e que a virtude moral era essencial para uma vida perfeita. Os seus ensinamentos sobreviveram nas obras do seu famoso aluno, Platão,que acreditava na existência de formas ideais, separadas do mundo do dia a dia.

Aristóteles, o principal aluno de Platão, e que foi tutor de Alexandre, o Grande, desenvolveu um sistema de lógica e iniciou um estudo sistemático da Biologia. Acreditava num deus criador de todas as coisas. Os seus trabalhos foram estudados na Europa durante dois mil anos e os seus pontos de vista eram aceites sem discussão. Filósofos pos­teriores, que fundaram ramos das modernas ciências, incluíam os matemáticos Euclides e Hiparco, os físicos Arquimedes e Hero de Alexan­dria.

ESPARTA E ATENAS

A história da antiga Grécia desde o ano 800 a.C. até que Filipe II da Macedónia a conquistou, em 338 a.C é uma história de cidades-estados, que se alternaram no poder. As principais cidades incluíam Esparta, Tebas, Atenas, Olímpia, Corinto e Argos. Entre estas, Esparta e Atenas foram as mais importantes.

Esparta, na parte sudeste do Peloponeso, conquistou a vizinha Messénia cerca do ano 700 a.C., e duzentos anos mais tarde dirigiu uma associação com os seus outros vizinhos, a Liga da Poloponésia.Na Guerra do Peloponeso, nos anos 400, Esparta derrotou Atenas e passou virtualmente a governar toda a Grécia, mas em 371 a. C. os outros estados revoltaram-se e Esparta foi derrubada, apesar de continuar a manter-se poderosa ainda durante mais de duzentos anos.

No que se relacionava com o poder, Atenas era a principal rival de Esparta e foi ela que liderou as cidades-estados gregas na luta contra os invasores persas, em 480 a.C. Mesmo depois de ter perdido a sua posição de supremacia para Esparta, no anos 400, Atenas continuou a ser a capital cultural da Grécia, lugar que ocupou até à conquista macedónica e à conquista romana que se seguiu.

A LUTA DE CLASSES EM ROMA

A luta de classes era muito intensa em Roma, particularmente durante os primeiros dias da República. A classe governante era composta pelos patrícios, nome proveniente da palavra latina para "pai", pater, porque ser um patrício era algo que se herdava dos pais. Durante séculos só os patrícios podiam desempenhar os altos cargos do Estado.

Os seus rivais eram os plebeus, do latino plebs, as massas. Os plebeus eram os camponeses, os trabalhadores e os comerciantes,que durante muito tempo não puderam ocupar cargos públicos mas que cerca doano 200 a.C. obtiveram igualdade política ante os patrícios. Eventualmente surgiu uma nova classe, os nobiles, saídos de ambas as classes anteriores e cujo poder derivava das suas riquezas e que substituíram os patrícios como classe governante.

A LIGA LATINA

A Liga Latina era constituída por uma federação mais ou menos livre de tribos e cidades do Lácio, a parte da Itália logo ao sul do rio Tibre. Durante os anos 400 a.C. os seus membros tinham um exército conjunto e elegiam todos os anos um ditador para o comandar. Á medida que aumentou o poder de Roma maior influência nas eleições do que aos outros membros. Em 340 a.C. as outras cidades revoltaram-se. A vitória romana na batalha de Trifano (338 a.C.) acabou com a guerra e a Liga foi dissolvida. Roma tinha agora assegurado o domínio da Itália.

ALEXANDRE, O GRANDE

Alexandre, o Grande, foi um notável descendente duns pais não menos notáveis. O pai, Filipe II da Macedónia, era um homem atlético, impulsivo e grande bebedor; a mãe, Olímpia, era uma mística e uma ar­dente adoradora do deus Dionísio.

Alexandre tornou-se rei aos vinte anos. Abafou uma rebelião de cidades gregas sob o domínio macedónio e preparou-se para conquistar a Pérsia. A sua primeira campanha contra os Persas, em 334 a.C., deu-lhe o controlo da Ásia Menor (a moderna Turquia). No ano seguinte derrotou o rei persa, Dario III. No segundo ano conquistou o Egipto e em 331 a.C. completou a conquista da Pérsia.

Durante um ano ou dois Alexandre manteve-se ocupado com uma série de campanhas curtas e rápidas, de consolidação do seu império, mas em 327 conduziu as suas tropas por cima da montanhas Indocuche, para o vale do rio Indo, para conquistar a _ndia, mas as suas tropas estavam demasiado cansadas e foi forçado a regressar à Babilónia, onde insta­lou a capital. Aí acabou por morrer de malária quando ainda não tinha completado trinta e três anos de idade, e o seu grande império foi dividido pelos generais.

UM IMPÉRIO NA ÍNDIA

Na India, o primeiro grande império foi fundado em 321 a.C. por um obscuro guerreiro, Chandragupta. Era o comandante do exército da Magadá, então sob o domínio da dinastia Nanda. Chandragupta dirigiu uma revolta que falhou e fugiu para junto de Alexandre, o Grande, para refúgio e conselho, quando este se encontrava no Noroeste da In­dia. Levou a cabo um novo ataque ao rei Nanda (talvez com apoio grego), matou-o e subiu ao trono.

Chandragupta unificou o Noroeste da Índia e o seu império estendeu-se de Bengala ao Indocuche, nas fronteiras com o Afeganistão. Em 305 a.C. repeliu uma tentativa de invasão de Seleuco Nicator, um dos generais de Alexandre, que se apoderara da parte oriental do Império Macedónio.

O mais notável imperador Mauria foi o neto de Chandragupta, As­oka, que reinou de 247 a.C. a 236 a.C. Asoka tornou-se budista e fez muita para a divulgaç_o do budismo, através de missionários.

O CHIN

China, o nome pelo qual esse país é conhecido pelas outras nações provém de uma dinastia que governou essa terra apenas durante quatorze anos. O estado de Chin, no Noroeste do país, foi o mais poderoso da China nos anos 200 a.C. Opunham-se-lhes mais seis outros estados mas os governantes de Chin bem como os seus diplomatas eram simultâneamente astutos e traiçoeiros. Impediram a unidade dos outros estados através de promessas que nunca foram cumpridas, e de ameaças que o foram, de modo a que os Chins recebessem territórios, como ofertas de paz.

Existe um velho provérbio chinês que diz o seguinte:"Dar terras para apaziguar os Chins é o mesmo que querer apagar uma fogueira pondo-lhes mais lenha em cima:" Cerca de 221 a.C. já os Chins haviam conquistado todos os seus rivais, e o seu líder, Shih Huang-ti tornou-se imperador. Deu a si próprio o título de "primeiro imperador" e na verdade foi o primeiro a governar um império unificado. Reorganizou o governo, pondo de parte o sistema feudal dos seus predecessores e colocando tudo sob o seu domínio pessoal. Normalizou tudo o que lhe foi possível, desde a escrita chinesa aos pesos e medidas e ao diâmetro das rodas dos carros. Mandou queimar todos os livros e registos que não se referiam aos feitos dos Chins e matou os estudiosos que se lhe opunham. Finalmente mandou construir a Grande Muralha da China, para salvar o país de invasões provenientes do Norte.

Shih Huang-ti sonhou com uma dinastia que durasse dez mil gerações. Porém, quando morreu, nove anos depois, o seu trono foi herdado por um fraco, Tau Ying. Incapaz de continuar a tirania do pai, morreu durante uma rebelião sangrenta, terminando assim a dinastia Chin.

ANÍBAL

Aníbal (247-183 a.C.), um dos maiores generais da História, era filho de um outro famoso general cartaginês, Amílcar Barca. Quando em 218 a.C. rebentou a Segunda Guerra Púnica, Aníbal decidiu levar a luta até à Itália. Defrontando incríveis dificuldades e provações, conduziu um exército de quase sessenta mil homens e trinta e sete elefantes. fê-los atravessar os Pirinéus e o Reno sobre um pontão, e vencer os Alpes pela passagem de S.Bernardo. Em dois anos conseguiu três grandes vitórias sobre os Romanos, mas a falta de reforços levou-o a ficar com as forças cada vez mais fracas, enquanto os Romanos viravam as suas atenções para a própria Cartago.

Voltou ao comando do exército em 204 a.C e em 202 foi derrotado por Cipião, o Africano, em Zama, perto de Cartago. Sob pressão dos Romanos, os Cartagineses baniram-no e obrigaram-no a fugir para Creta. Aí foi perseguido pelos Romanos e preferiu suicidar-se a ser apanhado vivo.

AS GUERRAS PÚNICAS

As Guerras Púnicas foram três conflitos entre Roma e Cartago, a grande cidade africana fundada pelos Fenícios. O seu nome vem de Pun­us, nome latino para os Cartagineses. As guerras foram devidas a rivalidades comerciais no Mediterrâneo.

A Primeira Guerra Púnica (264-241 a.C.) foi devida a uma questão relacionada com o controlo da Sicília. Os Romanos venceram e transformaram a Sicília na sua primeira província.

A Segunda Guerra Púnica (218-201 a.C) surgiu por causa do ressentimento romano pela expansão de Cartago em Espanha e com a destruição de Sagunto (uma cidade aliada de Roma), pelo general cartaginês Aníbal. Aníbal respondeu ao desafio romano invadindo a Itália, onde permaneceu até 204 a.C. Enquanto aí se encontrava, o general romano Púb­lio Cornélio Cipião invadiu a Espanha e expulsou os Cartagineses. A guerra terminou depois da destruição do exército cartaginês na batalha de Zama, no Norte de África.

A Terceira Guerra Púnica (149-146 a.C.) rebentou quando Cartago atacou um aliado de Roma, o rei Masinissa da Numídia Oriental (agora Argélia Oriental). Um exército romano cercou Cartago durante dois anos a qual acabaram por tomar e destruir.

O EXÉRCITO ROMANO

O poder de Roma baseava-se no seu exército, uma força soberba e bem treinada cuja disciplina e armas demonstraram serem superiores às da maioria dos seus inimigos.

A base do exército era a legião, um corpo de dimensões variáveis mas que no tempo de Augusto contava com cerca de seis mil homens,todos cidadãos romanos, voluntários, servindo durante vinte anos. A legião dividia-se em trinta manípulos, e estes em duas centúrias. Os principais oficiais eram os centuriões, cada um responsável por cem homens, daí o nome de centúria. Mais tarde, as dimensões das centúrias varia­ram. Sob Diocleciano, nos anos 200 d.C., a legião tinha apenas dois mil homens.

Cada legião era apoiada por uma força auxiliar de não romanos mobilizados para o exército, mais ou menos das mesmas dimensões. A força total de um exército era muito variável. Sob Augusto, cada exército tinha vinte e oito legiões, que eram deslocadas de local para local conforme as necessidades da defesa. As legiões tendiam a serem leais apenas aos seus próprios generais, o que deu a generais muito populares, como Júlio César, um grande poder.

CLEÓPATRA

O ultimo membro da dinastia ptolemaica a governar o Egipto foi também o mais notável: Cleópatra VII, filha de Ptolomeu XII. Mulher de grande inteligência, extremo encanto e pouca moral, era de descendência grega e macedónia.

Cleópatra tinha dezoito anos quando se tornou rainha, depois de se casar - de acordo com o costume egípcio - com o irmão mais novo, Ptolomeu XIII, de dez anos de idade. Uma disputa entre os dois foi solucionada em 47 a.C. com a chegada ao Egipto do general romano Júlio César,que matou Ptolomeu em combate. Cleópatra tornou-se amante de Júlio César, que matou Ptolomeu em combate. Foi para Roma com ele, apesar de nominalmente ter casado com o irmão ainda mais novo, Ptolomeu XIV.

Depois do assassínio de César em 44 a.C., Cleópatra regressou ao Egipto. Ptolomeu XIV morreu e Cleópatra reinou juntamente com Ptolomeu XIV, seu filho e de César, frequentemente conhecido por Cesarião.

Três anos mais tarde, o amigo de César e também general, Marco António, encontrou Cleópatra e cedeu aos seus encantos; tiveram gé­meos, Alexandre Hélio e Cleópatra Selene. Em 36 a.C. Marco António casou com ela para ganhar o trono egípcio, apesar de já ser casado com a filha do herdeiro de César Caio Octávio (Octaviano). Octávio vingou a filha derrotando a frota de António e Cleópatra em Átio. António suicidou-se Octávio como novo governante, estava preparado para casar com Cleópatra, mas esta preferiu matar-se. Octávio mandou matar Cesarião e Alexandre Hélio. Cleópatra Selene casou com o rei da Numídia. O filho dos dois, Ptolomeu, último da linhagem, foi morto por Calígula.

OS TRIUNVIRATOS

Um triunvirato é um grupo de três pessoas com poder ou autoridade Na história romana existiram dois desses triunviratos.

O primeiro triunvirato era composto por três distintos generais romanos, Marco Licínio Crasso, Cneu Pompeio e Júlio César. Os três acordaram em governarem Roma em conjunto, apesar de na altura em que se formou o triunvirato apenas César ter o título de cônsul. A coli­gação terminou em guerra civil, na qual César derrotou Pompeio. Crasso morrera numa batalha anterior.

O segundo triunvirato formou-se no ano 43 a.C. depois do assassínio de César, Marco António, pelo seu sobrinho e herdeiro Caio Octávio (Octaviano) e por Marco Lépido. Este segundo triunvirato também viria a terminar em guerra civil, durante a qual Caio Octávio derrotou Marco António na batalha de Átio, em 31 a.C.

O NASCIMENTO DO CRISTIANISMO

Jesus Cristo nasceu em Belém, no reino da Palestina, vassalo de Roma, durante o reinado de Herodes morreu no ano 4 a.C., Jesus deve ter nascido antes dessa data, provavelmente em 5 a.C. (A nossa data para o seu nascimento, Anno Domini, ou 0 d.C., surgiu dos cálculos algo incorrectos de um monge romano do século VI). As intenções de Herodes de matar todos os recém-nascidos na área de Belém, levou Maria e José a fugirem com a criança para o Egipto. Voltaram a Nazaré, na Galileia, depois da morte de Herodes. A infância de Jesus não é recor­dada excepto no caso da visita ao Templo de Jerusalém, quando tinha doze anos.

Quando Jesus tinha cerca de trinta anos iniciou as suas deslocações pela Palestina, pregando a sua mensagem de amor e tolerância, mas era visto com desconfiança pelos judeus mais fanáticos. Cerca de 30 d.C. foi preso em Jerusalém. O facto de afirmar ser o Messias, o que constituía uma blasfémia, permitiu que os seus acusadores exigissem a pena de morte. Esta tinha de ser confirmada pelo governador romano, que preferiu não se arriscar a revoltas e autorizou que o crucificassem. Três dias mais tarde o túmulo foi encontrado vazio. Depois dessa data e durante várias semanas, Jesus apareceu aos seus discípulos.

Depois de Jesus deixar os seus discípulos estes começaram a pregar os seus ensinamentos e em breve eram acusados de blasfémia. Entre os que os perseguiram encontrava-se Saul de Tarsos, que acabou por se converter e por se transformar no maior dos apóstolos. Foi por sua influência que os gentios (os não judeus) de todo o Mediterrâneo se converteram ao cristianismo.

O PRIMEIRO IMPERADOR ROMANO

Depois da morte de Júlio César, o seu sobrinho e herdeiro, Caio Octávio, governou a parte ocidental do Império Romano, enquanto Marco António governava a parte oriental, ambos com o título de cônsules. Quando da morte de António, Octávio, então com trinta e três anos, tornou-se senhor indiscutível de todo o império.

Inicialmente Octávio governou-o como cônsul, reeleito todos os anos, mas em 27 a.C. o Senado concedeu-lhe o título de Augusto. Mais tarde foi feito cônsul vitalício.

Octávio usou o título de imperador César Augusto; "imperador" significava que imperava, tinha o domínio absoluto. Afirmou ter restaurado a República Romana mas na realidade o novo Augusto detinha as rédeas do poder, governando com grande eficiência e dando a Roma um muito necessário período de paz, depois da guerra civil.

OS HERODES

Nas páginas do Novo Testamento surgem vários governantes intitulados Herodes.

Herodes, o Grande, foi rei da Judeia entre 37 e 4 a.C., nomeado pelos romanos. Aplacou os Judeus reconstruindo o Templo de Jerusalém, mas foi um homem impiedoso que mandou matar todas as crianças com me­nos de um ano nascidas em Belém porque fora profetizado que um rei dos Judeus tinha nascido aí.

Dois dos seus filhos, Herodes Antipas e Filipe, o Tretarca, governaram respectivamente a Galileia e a Itureia. Antipas mandou matar João, o Baptista. Herodes Agripa I, um neto de Herodes, o Grande, também foi rei da Judeia desde 37 a 44 d.C. Mandou matar o apóstolo Jai­me. O seu filho Herodes Agripa II foi rei de Chalcis, no Líbano. Outro dos filhos de Herodes, o Grande, Arquelau, sucedeu-lhe como governante da Judeia e é conhecido por Herodes Arquelau.

OS DEUSES DE ROMA

Os primitivos deuses da antiga Roma simbolizavam os poderes da natureza, particularmente a fertilidade (a deusa Ceres). Milhares de deuses menores superintendiam sobre os ventos, as florestas, as colheitas, etc. Havia também deuses pessoais, das habitações, os Lares (espíritos ancestrais), e os Penates (espíritos da despensa). O chefe da família ou casa encarnava o deus da família, o Génio.

Mais tarde os Romanos adoptaram muitos dos deuses gregos e identificaram-nos com alguns dos seus próprios deuses, como por exemplo Vénus (a Afrodite grega), ou Mercúrio (Hermes).

Nos tempos dos primeiros imperadores foram muitos os romanos que se viraram para as religiões orientais, mas no ano 380 Roma adoptou o cristianismo.

OS EVANGELHOS

As histórias sobre a vida de Jesus e os seus ensinamentos foram inicialmente passadas de boca em boca por aqueles que as tinham testemunhado, mas à medida que estes homens envelheciam, tornou-se necessário escrevê-las. Chegaram até nós quatro relatos da vida de Jesus, conhecidos por Evangelhos de S.Mateus, S.Marcos, S.Lucas e S.João.

Os três primeiros são conhecidos pela designação de "evangelhos sinópticos", o que quer dizer que nos dão uma visão unificada da história. São muitos os estudiosos que agora pensam que o de S.Marcos foi escrito primeiro, provavelmente baseado nas histórias de Simão Pedro, contadas por este a João Marcos, que encontrara Jesus quando jovem. Mateus e Lucas basearam-se em parte em Marcos e também noutras fontes agora perdidas. O Evangelho segundo S.Mateus é tradicionalmente atribuído ao apóstolo Mateus, enquanto o autor do de Lucas parece ter sido um médico que acompanhou Paulo em muitas das suas viagens e que es­creveu os Actos dos Apóstolos.

O Evangelho segundo S.João é uma narrativa muito diferente e foi escrito muito depois dos outros três, talvez pelo apóstolo João, filho de Zebedeu, ou por quem recordava as suas memórias. Uma das três Epístolas de S.João pode também ser trabalho do apóstolo. Todos os Evangelhos foram escritos em grego, língua comum a todos os estudiosos desse tempo.

A DESTRUIÇÃO DE POMPEIOS

O Vesúvio, o vulcão que se situa perto de Nápoles, jazeu adorme­cido durante muitos séculos. No ano 63 d.C. essa pacífica cena foi abalada por um violento tremor de terra. Continuaram a sentir-se tre­mores durante mais seis anos até que em 24 de Agosto de 79 d.C. O Vesúvio explodiu. As vizinhas cidades de Pompeios e Estábias foram enterradas sob um manto de cinzas e fragmentos de lava, enquanto um mar de lama destruía Herculano.

A escavação de Pompeios iniciou-se em 1748 e já mais de metade da cidade está agora a descoberto, tal como partes de Herculano e Estábias. Foram encontrados muitos objectos de uso diário perfeitamente intactos.

Agora as pessoas podem de novo caminhar nas ruas de Pompeios tal como os seus habitantes o fizeram, vendo as marcas da passagem dos carros no chão de pedra, olhando para as lojas com os seus letreiros e observando os bem preservados murais e mosaicos das casas. Num pa­vimento, um desenho em mosaicos representa um cão feroz, com a indicação cave canem ("cuidado com o cão"). No museu podem ver-se jarros para guardar comida, candeias, instrumentos de cozinha e até uma banheira.

PERSEGUIÇÃO AOS CRISTÃOS

Os Romanos perseguiram os primitivos cristãos por uma grande variedade de razões, mas provavelmente a mais importante era por não se conformarem com a religião do Estado, o que constituía uma traição.

Circulavam rumores a respeito dos cristãos, talvez por se encontrarem em locais secretos onde tomavam parte em estranhos rituais.

Os cristãos das classes superiores eram decapitados, os outros eram queimados ou comidos pelas feras, como entretenimento público. Tudo começou em 64 d.C. com o imperador Nero que procurava bodes expiatórios para o incêndio de Roma. A perseguição terminou nos tempos dos imperadores Constantino, um cristão, e Licínio, em 313.

O PRIMEIRO PRESIDENTE DE ISRAEL

Os Judeus revoltaram-se duas vezes contra a dominação romana. A primeira revolta, em 66-70 d.C., terminou com a destruição de Jerusalém. O segundo levantamento ocorreu em 132, quando forças guerrilheiras bem organizadas, conduzidas por Simão Bar-Kockba expulsaram os Romanos de Jerusalém e a ocuparam.

Bar-Kockba proclamou o "Ano da Redenção de Israel". De um do­cumento descoberto em 1960 concluiu-se que o dirigente judeu se descrevia a si próprio como "Presidente sobre Israel". A independência durou apenas três anos. Bar-Kockba morreu numa batalha final.

O DECLÍNIO DE ROMA

Os ataques das tribos bárbaras da Germânia começaram a ameaçar o Império Romano nos anos 200. Tornou-se difícil para um imperador defender e governar toda a vasta extensão do império, pelo que, em 285, Diocleciano o dividiu em dois, o ocidental e o oriental. Diocleciano governou a parte oriental, com a capital em Nicomedia, na Ásia Menor. Na parte ocidental, um outro imperador, o general Maximiliano, gover­nava a partir de Milão.

O império foi reunificado por Constantino em 324, mas dividido de novo em 364. De 394 a 395 foi mais uma vez unificado por Teodósio I, e depois dividido pela última vez.

A parte ocidental foi dirigida por uma sucessão de imperadores fracos, estando o primeiro, Honório, sob a influência de um general vândalo, Estilicão. Ameaçados por contínuos ataques dos Visigodos e outros bárbaros, os Romanos começaram a abandonar as zonas fronteiriças do império pela Britânia, que evacuaram em 407. Três anos mais tarde os Visigodos, sob o comando de Alarico, saquearam Roma. Os Romanos recuperaram o controlo e em 451 expulsaram Átila e os Hunos na batalha de Châlons-sur-Marne, mas em 4555 uma horda vândala saqueou Roma e a partir daí foram cada vez mais os bárbaros que se instalaram em Itália. O último imperador ocidental, Rómulo Augusto, foi deposto em 476.

A DINASTIA GUPTA

A dinastia Gupta do Norte da Índia foi fundada no ano de 320 por Chandragupta I, originalmente um chefe sem grande importância no Biar. Por casamento e conquista, estendeu o seu território e assumiu o título de rei. Adoptou também o nome de Chandragupta, que fora usado pelo fundador do Império Mauria, seiscentos anos antes. Todos os seus sucessores acrescentaram a terminologia gupta (protegido), aos seus nomes.

Chandragupta I foi sucedido por Samudragupta, seu filho, cujo rei nado durou quarenta e cinco anos, até 375. Samudragupta lançou-se numa política de conquista que aumentou grandemente o seu império, que incluiu a maior parte de Bengala. O seu filho, Chandragupta II, aumentou ainda mais o império até este cobrir a maior parte do Norte da Índia. Os Guptas conservaram estas vastas terras até à invasão dos Hunos brancos, no fim dos anos 400.

Sob os Guptas, a vida foi notavelmente livre de restrições burocráticas, e as multas constituíam o castigo para a maioria das ofensas. A maior parte da população era vegetariana. O período Gupta foi uma época de grande arte e bela literatura, e entre os escritores conta-se Kalidasa, considerado como o melhor poeta da Índia. Nessa época foram erigidas muitas e belas cidades.

CONSTANTINO, O GRANDE

Constantino I, o Grande, era filho do imperador Constâncio I, que governou o Império Romano do Ocidente. Constâncio morreu durante uma visita à Britânia, e Constantino foi imediatamente aclamado imperador pelas tropas aí instaladas. Constâncio governou a Britânia e a Gália durante seis anos, enquanto outro pretendente ao título, Maxêncio, governava Roma.

Em 312 Constantino derrotou e matou Maxêncio durante a batalha da ponte Mílvia. Pouco antes da batalha viu o contorno de uma cruz sobreposta a uma nuvem, o que o converteu ao cristianismo. Introduziu a tolerância religiosa, acabando com a perseguição dos cristãos.

Em 324 derrotou Licínio, imperador do Oriente,e governou todo o Império Romano. Um ano mais tarde convocou o primeiro concílio mundial da Igreja Cristã, em Niceia (agora Iznik, Turquia).

Em 330 Constantino mudou a capital do império para fora da Roma pagã, para uma nova cidade, Constantinopla, construída no local de Bizâncio (agora Istambul).

ÁTILA, O HUNO

Os Hunos eram uma tribo mongólica, nómada, que estabeleceu um império na Europa Oriental, desde o mar Cáspio até ao Báltico, no Norte. Em 433, dois irmãos, Bleda e Átila, subiram conjuntamente ao poder depois da morte do tio.Através de uma campanha sangrenta e de destruições, Átila forçou o Império Romano do Oriente a pagar aos Hunos um tributo anual em ouro. Em 445 matou o irmão e passou a ser o único governante.

Em 450, Honória, irmã do imperador do Ocidente Valenciano III, pediu a Átila que ajudasse a escapar-se de um casamento indesejável. Átila reclamou-a imediatamente como noiva, bem como a metade ocidental do império, e invadiu a Gália. Forças combinadas romanas e visigodas expulsaram-no.

Átila mudou a direcção do ataque para a Itália, mas foi impedido de saquear Roma por uma epidemia de peste e fome.. Morreu dois anos mais tarde.

OS BÁRBAROS

O termo "bárbaros" era utilizado pelos Romanos para descrever os povos não civilizados que viviam no exterior do império. A palavra é em especial utilizada para designar as tribos do Norte que invadiram o Império Romano.

Os Hunos eram nómadas mongóis vindos da Ásia, que chegaram à Eu­ropa cerca do ano de 370 d.C.

Os Godos eram povos germanos, originários da Escandinávia. Nos anos 200 dividiram-se em Ostrogodos (Godos do Oriente), que viviam entre os rios Don e Dniepre, e Visigodos (Godos do Ocidente) que viviam no que é agora a Ucrânia.

Os Vândalos, um povo germânico, viviam entre os rios Óder e Ví­stula.