FLORBELA ESPANCA
Florbela De Alma da Conceição Espanca nasceu em Vila Viçosa, Alentejo, a 8 de Dezembro de 1894. É baptizada pela sua mãe, Antónia da Conceição Lobo (morta em 1908), com o nome de Flor Bela Lobo, e dada como filha de pai incógnito - este, João Maria Espanca, só virá a perfilhá-la dezanove anos depois de ela ter morrido. Conclui o curso liceal (Letras) em Évora, onde vive até 1917 e onde casa pela primeira vez, a 8 de Dezembro de 1913, com Alberto Moutinho. O casamento dura apenas seis anos e Florbela, consumado o divórcio, muda-se para Lisboa, matriculando-se na Faculdade de Direito em 1919. Em Junho desse mesmo ano é editado, por Raul Proença, o primeiro livro com sonetos de Florbela Espanca, “Livro de Mágoas”. Casa então pela segunda vez, com Guimarães, a 29 de Junho de 1921. Em 1923 é editado “Livro de Soror Saudade”. Mas o segundo casamento também chega ao fim. casará pela terceira e última vez com Mário Lage, a 15 de Outubro de 1925. Mas se Florbela vivia já em constante tensão com a vida, devido ao seu próprio temperamento e à doença que a assolava., a morte do seu único irmão (filho do pai que não a perfilhara) vem toldar-lhe em definitivo a vontade de viver. Apeles da Rocha Espanca, aluno-aviador, morre a 6 de Junho de 1927, quando o hidroavião que pilotava se despenha no Tejo, frente à Torre de Belém. O choque é, para Florbela, enorme, dada a paixão que a ligava a ele: “ Eu fui na vida a irmã de um só Irmão,/ E já não sou a irmã de ninguém mais!” Na noite de 7 para 8 de Dezembro de 1930, em Matosinhos, a poetisa põe fim à vida com uma dose excessiva de Veronal. Morre durante o sono, no dia em que devia completaria o 36º aniversário. A publicação póstuma de “Charneca em Flor”, em 1930, e a crítica elogiosa que dele fez António Ferro nas páginas do “Diário de Notícias”, levaram Portugal a reconhecer, a pouco e pouco, o génio de Florbela, garantindo-lhe a entrada na história da literatura como um dos grandes vultos da poesia portuguesa.