JORGE PATTON

Patton, George

General norte-americano

(1885-1945)

Nascido em Lake Vineyard Ranch (Califórnia), a 11 de Novembro de 1885, ingressa na Academia de West Point aos vinte anos de idade, sendo o primeiro no seu curso. A sua autêntica lenda militar começa a forjar-se em 1916, ao participar na expedição do general Pershing ao México para combater contra as forças do mítico Pancho Villa. No ano seguinte desembarca com a American Expeditionary Force em plena I Guerra Mundial.

VETERANO DE GUERRA

Em começos de 1918 é promovido a comandante, organizando em Langres o primeiro centro de treinos para carros de combate do Exército norte-americano. Fica gravemente ferido na frente em 25 de Setembro, quando tentava conquistar uma colina ocupada pelos alemães acompanhado por apenas um soldado.

Na altura, Patton já é odiado por todos os seus homens. Os métodos pouco ortodoxos serão uma constante da sua carreira militar. Para ele, como apaixonado da história bélica, a guerra é a máxima expressão de um ideal. Como o próprio não se cansará de repetir, não pode compreender a vida sem um campo de batalha.

DESEMBARQUE NO NORTE DE ÁFRICA

Patton entra em cena na II Guerra Mundial em 1943, no norte de África, durante a “Operação Torch”, ao comando do II Corpo do Exército.

Depois da derrota sofrida pelos norte-americanos no seu primeiro encontro com os alemães, no funesto combate da Passagem de Kasserine, Patton assume o comando do II Corpo do Exército, terminando vitoriosamente a campanha.

Ao comando do VII Exército toma parte activa na invasão da Sicília, capturando Messina antes do seu rival pessoal e aliado na frente, o britânico Montgomery, com quem manterá um duelo para obter glória e as honras da opinião pública anglo-norte-americana.

Será precisamente na Sicília que Patton protagonizará um incidente que fez tremer a sua carreira militar. Esbofeteou um soldado que sofria de fadiga de combate, e Eisenhower, debaixo de fortes pressões, teve que ordenar uma investigação oficial.

O assunto chegou à Imprensa, tendo desencadeado nos Estados Unidos um notável escândalo. Até autoridades importantes chegaram a pedir que comparecesse num conselho de guerra. No dia 1 de janeiro de 1944, Patton era substituído como comandante do VII Exército.

Já no final, o acontecimento custar-lhe-á a ausência no “Dia D”, nas praias normandas, um luxo que os próprios alemães jamais chegaram a acreditar, pois sempre pensaram que Patton comandaria os carros aliados durante a invasão.

Um mês depois de terem lugar os desembarques na Normandia, Eisenhower reabilita-o, colocando-o à frente do III Exército, sob ordens de um seu antigo subordinado e amigo, o general Omar Bradley.

O “GALOPE” DOS SEUS TANQUES POR FRANÇA

Patton realizou um campanha relâmpago em França. Os seus carros de combate avançam cada vez mais no terreno que é possível conquistar, com o perigo evidente de ficar isolados do resto do movimento aliado. Rapidamente faltou o combustível - segundo ele, para favorecer Montgomery - e Patton queixar-se-á com uma das suas habituais frases: “Os meus homens podem comer cintos, mas os meus carros precisam de gasolina”.

Com a ofensiva germânica das Ardenas, Patton realiza a sua maior proeza: quebrar o cerco de Bastogne. Este feito valeu-lhe uma imensa popularidade na sua pátria e alimentou enormemente a sua já infinita vaidade.

Se bem que Patton nunca tenha sido um estratego, era um mestre colossal na arte da mobilidade. Durante o seu avanço pela Alemanha chegou a percorrer uma média de 50 quilómetros diários, até chegar à Checoslováquia. Depois de se juntar ao exércitos soviéticos do marechal Zhukov, protagonizou vários incidentes com altos chefes militares russos.

A SUA “CRUZADA” ANTI-SOVIÈTICA

A partir de então, as suas conferências de Imprensa centrariam a atenção de todos os correspondentes de guerra aliados devido às suas duras críticas, especialmente contra os soviéticos, a quem passou a considerar o “inimigo de amanhã”.

Terminada a guerra manifestou tão pouco interesse pelo programa de desnazificação, que foi inclusivamente acusado de favorecer alguns antigos nazis.

No dia 9 de Dezembro de 1945 sofreu graves fracturas num acidente de carro, em circunstâncias nunca esclarecidas. Poucos dias depois falecia no hospital militar de Heidelberg.

Morria em tempos de paz um homem que confessou ter nascido apenas para fazer a guerra.