ARGÉLIA

Argélia, República Democrática e Popular da

Capital:

Argel

Nacionalidade: argelina

Divisão administrativa: 48 províncias

Forma de governo: república presidencialista

Chefe de Estado: Presidente Chadli Bendjedid (1990)

Chefe de Governo: primeiro-ministro Mouloud Hamrouche

Comemorações: 5/7, Independência, 1/11 aniversário da Revolução

Moeda: dinar argelino

Línguas: árabe (oficial), francês (semi-oficial) e dialectos berberes

Composição étnica: a maioria dos habitantes são mouros (iriginários dos árabes-berberes), os restantes (25%9 dividem-se em árabes e berberes puros, franceses e judeus.

Analfabetismo: 48%.

Religiões: 99% da população são maometanos sunitas (ou muçulmanos) e a pequena minoria divide-se entre católicos, protestantes e judeus.

Renda per capita: US$ 2 530 (1985)

Expectativa de vida: 62 anos.

Localização: Norte de África.

Limites: N, Mediterrâneo; E, Tunísia e Líbia; S, Níger e Mali; O, Mauritânia, Saara Ocidental e marrocos.

Cidades principais: Argel, Orã, Constantina, Annaba, Batna, Tizi-uzu, Setif, Sidi-bel-Àbbés.

Portos: Jidá, Damã, Iámbo, Gizan (mar vermelho), Jubail (golfo Pérsico).

Aspectos físicos: a Argélia é uma região fechada pela estreita justaposição das suas cadeias montanhosas, os Atlas Telianos e os Atlas Saarianos, onde se localiza o monte Chelia com 2 328 m de altura, ponto culminante do território. As cordilheiras são separadas por uma plataforma semiárida, coberta de pântanos e pequenos lagos salgados. A sul estende-se o deserto do Saara, que ocupa mais de metade do território argelino e apresenta a vegetação xerófila; às margens do Saara encontram-se avestruzes e mais comumente víboras e escorpiões; os oásis caracterizam-se pelas tamareiras; nos pontos mais húmidos do país encontram-se bosques de cedros e pinheiros. Quanto á fauna argelina, a maioria dos grandes mamíferos ou se extinguiu ou se encontra em fase de extinção (panteras, hienas); só existe uma variedade de macacos e abundãncia de chacais e aves de rapina.

Rios principais: Chelif, Sibuse

Clima: mediterrâneo em todo o país; subdesértico nos planaltos e desértico no interior.

Actividades económicas: A maior fonte de divisas é a mineração (grande produtora de petróleo e gás natural, além de minério de ferro, fosfato, carvão e depósitos menores de chumbo, cobre, mercúrio, antimónio, enxofre, zinco, cal); seguem-se em importância as indústrias (refinação de petróleo, siderurgia, produtos alimentícios; azeite, vinho, farinha de trigo, açúcar, cervela; têxteis: fios e tecidos de lã, de algodão e sintéticos); produtos agropecuários (trigo, vinhedos, beterraba, grão de bico, lentilha, algodão, borracha natural, cebola, feijão girassol, milho, aveia, cevada, centeio, ervilha, batata, tomate, fumo, maçã, pera, figo, tãmara, azeitona, laranja, limão; criações de muares, bovinos, caprinos, equínos, asininos, ovinos, camelídeos, com a consequente produção de lã, leite, ovos e carne); pesca e comércio em geral.

Laços comerciais: França, Alemanha, EUA, Itália, Holanda, Espanha.

Dados históricos: em 1830 forças navais francesas invadem Argel, depõem o governador muçulmano e estabelcem o domínio francês. Entre 1954-1961, toda a Argélia enfrenta uma rebelião generalizada com a intenção de libertar-se de França. Os líderes rebeldes estabelecem um governo provisório no Cairo e prosseguem em sua luta. A Argélia declara a sua independência (1962-63), Ahmed Ben Bella é eleito presidente e derrubado em 1965 por um golpe lilitar dirigido pelo Coronel Houari Bounedien. A Argélia declara a guerra a Israel (1967-68), porém nenhum soldado argelino participa do conflito deflagrado no Médio Oriente. Bunediene e URSS firmam acordos económicos e militares, Em 1971 a França corta relações com a Argélia, depois de várias companhias petrolíferas francesas são parcialmente nacionalizadas. Um acordo de defesa mútua é assinado com a Líbia em 1975, derivado da situação tensa em que se encontra o vizinho Marrocos. No ano seguinte, tropas argelinas e marroquinas confrontam-se por causa do saara Ocidental qu Marrocos pretende ocupar. A Mauritãnia e marrocos rompem relações diplomáticas com a Argélia, quando esta reconhece a República Democrática Árabe do Saara, proclamada pela Frente Polisário. Em 1979, Chadli Bendjedid é eleito presidente em substituição de Bunediene, falecido no ano anterior; o ex-presidente Ben Bella é libertado (preso desde 1975). Em 1980, ocorrem violentas manifestações contra a manutenção do ensino da língua francesa, pedindo-se um retorno ao estado berbere. Novos distúrbios ocorrem no ano seguinte e obrigam o presidente a modificar gradualmente as estruturas políticas implantadas no governo anterior. Em 1982 vários membros que serviram durante o governo de Bunediene são substituídos por novos partidários. Os distúrbios continuam. Em 1984 é concedida amnistia aos seguidores do ex-presidente Ben Bella e o actual presidente reestrutura as Forças Armadas, iniciando no país um processo de volta ás origens árabes. Em 1986 os universitários dão início a uma onda de protestos que logo se espalha e provoca a prisão de cntenas de pessoas, entre elas vários professores. No ano seguinte, o presidente da Liga Argelina dos Direitos Hmanos é preso, juntamente com vários militantes que protestavam contra as prisões efectuadas no ano anterior. As manifestações internacionais obrigam o governo argelino a permitir a actuação da Liga Argelina, mas sob a presid~encia de um membro da FLN. A Argélia atravessou um período de grave crise económica e social, gerada pelo cerscimento demográfico entre 1988 e 1990. Em 1988 houve a "Semana Sangrenta", quando mais de quinhentas pessoas morreram durante manifestações. Em 1989 o presidente Chadli fez vários plebiscitos e foi aprovada nova Constituição. Entre 1990 e 1991, o processo de democratização da Argélia ganhou ímpeto; houve amnistia aos exilados políticos, dentre eles o ex-presidente Ahmed Ben bella, além da criação de partidos políticos (cerca de 25 em 1990).