JOE SLOVO

JOE SLOVO

Nascido em 23 de Maio de 1926 numa família judaica da aldeia de Obelai, na Lituânia, quando o anti-semitismo estava a crescer nas margens do Báltico, Joe Slovo foi aos nove anos levado para a África do Sul, onde aos 16 - já orfão de mãe - aderiu ao partido Comunista, numa altura em que a guerra devastava a Europa.

Durante décadas conhecido como um estalinista e como uma figura básica da ligação entre a África Austral e o movimento comunista mundial, foi visto como o inimigo público número um por bastantes africaners para os quais o Kremlin era uma espécie de quartel-general do Mal.

Mo entanto, entre a maioria da população sul-afriana, negra e mestiça, chegou a ter uma popularidade quase tão grande como a de Nelson Mandela, que conheceu na Universidade de Witwatersland, em Joanesburgo,onde ambos se licenciaram em Direito.

Para além de secretário-geral do Partido Comunista da África do Sul. foi comandante do Umkhonto we Sizwe (Lança da Nação), o braço armado do ANC, depois de ter sido detido em 1956 e em 1960, por actividades contra o monopólio do poder então exercido pela comunidade branca, minoritária.

Espírito repartido entre as suas raízes europeias e a luta pela transformação do Terceiro Mundo, tinha como compositor preferido Gustav Mahler e deleitava-se cim a leitura de Nicolau Gogol.

Fora do país quando a polícia deitou a mão a muitos dos outros quadros daquele grupo de combate activo ao “apartheid”, em 1963, por aí ficou até 1990, data em que o então Presidente Frederik de Klerk libertou mandela e autorizou uma série de formações políticas que se encontravam na clandestinidade.

Uma parte do exílio foi passada em Moçambique, onde a mulher, Ruth Firstm directra adjunta da Aquino de Bragança no Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, acabou por ser vítima de uma carta armadilhada, aparentemente enviada pelos serviços secretos do “apartheid”.

Pouco depois de ter regressado á sua pátria de adopção, foi-lhe diagnosticado um cancro da medula óssea, tendo deixado em Dezembro de 1991 o espinhoso lugar de secretário-geral do PC, para assumir o cargo mais protocolar de presidente. Mas como o seu sucessor, Chris Hani, veio a ser assassinado, coube-lhe a ele continuar até ao fim como a figura mais emblemática de um partido pequeno mas muito influente.

Após a 1ª eleição multiracial , à qual o PC concorreu em aliança com o ANC e a central sindical Cosatu, Joe Slovo foi nomeado ministro da Habitação.