Tomás de Aquino
Nem Tomás de Aquino, “o doutor angélico”, o maior de todos escolásticos, o reconhecido intérprete da teologia católica, escapou totalmente da “blasfêmia” do panteísmo. Como se armado contra isso, ele colocou com toda explicitação o absoluto de Deus, e a sua inteira separação de tudo o que foi criado. Nenhum ocidental anti-materialista guardou tão zelosamente a cabeça de Deus primária de qualquer intromissão sem base. Mas essa guarda não foi uma proteção segura. Se, Aquino perguntou, essa é a essência de Deus, de “ser”, o que é a essência das coisas criadas? Ele responde que isso é não-ser. Seu mundo de anjos e demônios que corresponde aos escritos de Dionísio não tem ser, é finito. Isso deve ser a linha que sapara aquilo da cabeça de Deus e ainda que ele admitia ter ser e, por um lado, infinto. O mundo visível foi criado de acordo com as ideias existentes eternamente na mente divina. Essas ideias, como Platão e todos os seus verdadeiros discípulos tem ensinado, eram os tipos de mundo que apareciam aos nossos sentidos. Eles são partes do conhecimento infinito de Deus; eles são a essência de Deus – eles são Deus. A teologia de Aquino foi um compromisso – uma ponte eclética. Sua concepção era separar Deus da sua criação; mas os interesses da teologia demandavam que a separação fosse de alguma forma abandonada – a lacuna preenchida; e isso Aquino fez, embora contrariamente à sua concepção. “Eles tem sido”, diz ele, “alguns, como os maniqueus, que disseram que as coisas incorpóreas são sujeitas ao poder divino, mas as coisas visíveis e corpóreas são sujeitas ao poder contrário. Há outros, de novo que, embora acreditassem que todas as coisas sejam sujeitas ao poder divino, não estendiam à providência divina abaixo para as partes, concernindo com o que é dito em Jó, ‘Ele caminhou nos pontos principais do Céu e não considerou nenhuma das nossas considerações’. E contra eles é necessário dizer que Deus está em todas as coisas por sua presença. Há de novo outros que pensavam que todas as coisas pertenciam à providência de Deus, mas que ele imediatamente criou o primeiro e esse, criou os outros. E contra eles, é necessário dizer que ele está em todas as coisas por sua essência.” Sobre a existência do mal, Aquino fez algumas distinções refinadas; o significado simples dessas distinções é que o mal tem apenas uma existência negativa e não positiva. Ele não afirmou a eternidade da criação; mas dizia que era impossível a refutar, porque o começo da criação era tão oposta à razão que poderia apenas ser um objeto de fé.
Livre tradução do livro Pantheism and Christianity de John Hunt , 1884 . Capítulo VIII . Escolástica . Tomás de Aquino