Capítulo V . Neoplatonismo
Porfírio
Seguir os outros neoplatonistas é, nada mais do que seguir os copistas de Plotinus. Seu mais ardente e mais distinto discípulo foi o celebrado Porfírio. Onde Porfírio difere do seu mestre, essa diferença é apenas em detalhes. Seu supremo Deus é a mesma super-essencial unidade em três hipóstases que, se diferentemente nomeadas, são já, a contraparte da Trindade plotiniana. Nós temos o mesmo discurso do ser em unidade estando em todo lugar e, ainda, em nenhum lugar; todos os seres e, ainda, nenhum dos seres; chamado por nenhum nome e, ainda, a eterna busca de todos os seres que tem nome; fora dele não há nem pensamento, nem idéia, nem existência, antes do qual a totalidade do mundo é um nada, mas chamado de pré-eminência, Deus, porque é pura unidade e superior a todas as coisas. Com Porfírio, o neo-platonismo fez uma aliança mais próxima da religião. A filosofia, que tinha formalmente banido as divindades populares, agora as re-incluía como apoio. A religião antiga, próxima a expirar, uma vez mais, chamejava novamente com vida. Na raiz do politeísmo, havia um monoteísmo, mas a sua co-existência harmoniosa tinha, até aquele momento, sido aparentemente impossível. Agora elas unem-se. O filósofo vê sua filosofia no culto popular e o devoto cultuador vê sua religião sancionada por especulações do filósofo. Platão tinha conjecturado que havia uma corrente de ser entre o trono de Deus e a mais significativa existência. Fazer as ligações dessa corrente foi o trabalho favorito dos neoplatonistas de Alexandria, ambos os pagãos como os cristãos. Porfírio incumbiu-se dessa tarefa e, para tanto, ele requereu todos os deuses, heróis e demônios da antiguidade, com todas as essências, substâncias e emanações que tinham sido cogitadas por todos as escolas de todos os filósofos. Ele erigiu uma pirâmide do ser. Primeiro: Deus, ou o Um em três hipóstases; depois o espírito do mundo. Aqui Porfírio difere de Plotinus, que fez o espírito do mundo o mesmo com a terceira pessoa da Trindade. Porfírio admitiu isso, de um ser – a primeira das criaturas, mas criada – ser a grande intermediária entre Deus e o homem. Consiste no mundo, as estrelas fixas, os planetas, os deuses inteligentes e todas as crianças e servos do Supremo. Abaixo desses estavam os demônios e genii, principalidades e poderes, arcanjos, anjos, personificações das forças da natureza e outros mensageiros do Céu, todos auxiliando de algum modo a ponte que distancia por gradações constituídas de ser, a Trindade do homem.
Livre tradução de Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) do livro Pantheism and Christianity de Jonh Hunt . 1884.