Toda filosofia é uma busca por Deus – uma reiteração do lamento do patriarca – “Ah, se eusoubesse onde eu poderia encontrá-lo.” E todas as repostas tem sido: “Ele não está distante de nenhum de nós.” Essa é uma verdade pré-eminente em filosofiagrega em todos os seus estágios e em todas as suas escolas.
Como para osfilósofos gregos da antiguidade, há duas dificuldades: - primeiro, seuspróprios escritos não são constantes, então o material é tanto escasso quantoincerto; segundo esses materiais tem sido usados pelas mais opositorasinterpretações. Cícero, osneo-platonistas e os pais do cristianismo colocam os primeiros filósofos gregoscomo puros teístas. Eles assumem de modocorreto que, inconscientemente além de ser uma premissa, que o fato dessesantigos questionadores da verdade, serem filósofos, não é argumento para queeles fossem irreligiosos. Algunsacreditavam nos deuses da mitologia e alguns não, mas todos estavam em busca doUm que Ra o maior do que todos os deuses. Aristóteles, ao qual estamos primariamente em débito pelos materiais aseu respeito, refere-se à suas especulações a velhas “teologias” que intimavamde que elas deveriam ser nossas guias na interpretação das suascosmogonias.
E isso está na ordemdas coisas: religião vem antes da filosofia, os homens vem em reverência aonão-visto antes de que se torne objeto ou sujeito da razão. A visão de que os primeiros filósofos gregosadvogavam a ciência positiva, sem referência à religião é um anacronismo nahistória da filosofia. Ela coloca-os emoutra era do mundo que eles viveram e ignora a religiosidade natural do homem.