5. Empédocles

A qual escola pertencia Empédocles é umaquestão deixada sem resposta por Aristóteles. Com a escola eleática, ele pôs os sentidos em dúvida. Levando a razão humana e a divina como uma,ele achou, na razão, a busca pelo conhecimento. Colocando a origem do universo nos elementos materiais, ele pareceu sealiar à escola iônica, mas ele se separou deles, assumindo quatro originais ouraízes elementais ao invés de uma. Delas, ele fez o fogo a mais importante, o que parece fazê-lo próximo deHeráclito. Esses elementos são, cada umdeles, originais e eternos. Eles estãomisturados pelo trabalho de dois poderes – luta e amizade. Os homens os chamam de nascimento e morte,mas, em realidade, eles não são nem nascimento nem morte. Não há nada que possa ser produzido que nãotenha existido sempre e nada que existiu alguma vez que possa deixar deexistir. Esse também é o fundamento dadoutrina filosófica de Empédocles. Ele éverdadeiramente eleática. Mas com a suadoutrina de separação e união de elementos, ele parece ter começado comoHeráclito, não, no entanto, puramente, porque para Empédocles, os elementos nãomudam neles mesmos, mas apenas em suas relações. Os quatro elementos sãoeternos, ainda que não elementos materiais, mas como existências ideais namente divina. O mundo como reveladopelos sentidos é nada mais do que uma cópia. O mundo intelectual é o tipo. Oúltimo, sendo ideal, é a realidade da forma, que é apenas fenomenal. Os elementos raízes existem eternamente noUm.

A separação e a união que nós vemosincessantemente, em processo, é causada pela discórdia e pela amizade. Como esses elementos raízes são ospensamentos originais do Supremo e como eles criam contínuas transformações,assim o ser do supremo Um é interfusionado pelo universo. Sua essência pervarde tudo. Toda a vida e inteligência são manifestaçõesda mente divina. Deus não é comoqualquer coisa que passa a ser vista, tocada ou imaginada pelo intelectohumano. Ele é uma mente infinita. Aqui Empédocles se junta a Xenophanes emoposição às populares divindades da mitologia. Ele foi um dos grandes inimigos dos deuses de Homer. A teologia de Empédocles tem sido descritacomo a apoteose da natureza e pré-eminentemente panteísta, que seja no senso demeramente cultuar a natureza externa. Mas os versos de Empédocles evidentemente significam mais do queisso. O politeísmo foi a apoteose danatureza, mas o panteísmo de Empédocles foi o culto do ser. Seu Deus não é o fenomenal, mas o real e éaliado ao Um de Parmenides.

Apenas nesse estágio pôde ele se opor ao cultodas divindades populares. Mas nós temosvisto em outro lugar que esse culto do ser teve quase a mesma origem ao cultodos poderes naturais e objetos. O um foio objetivo da razão, o outro foi o resultado da imaginação. O um fez a teologia do filósofo e o outro damultitude. A razão protestou contra o politeísmoque Empédocles não pode fazê-lo em sua teologia sendo meramente uma deificaçãoda natureza fenomenal. A tradição dizque Empédocles proclamou a si mesmo divino e para provar isso, foi até acratera do Monte Etna. A montanha nãoprovou sua divindade tirando suas sandálias. Isso pode ser verdade ou pode ser apenas uma interpretação popular daidentificação do homem e da razão divina.