7. Tertuliano

Tertuliano

Hipólito mostrou como Deus estava uma vez sozinho e nada estava com ele e como ele desejou criar o mundo. Isso foi feito pensando, desejando e revelando a ideia do mundo. Mas essa existência solitária não era real, porque Deus nunca esteve sem a Palavra e sem a Sabedoria. Tudo estava nele e ele mesmo era tudo. Hipólito disse: “O Pai está sobre tudo, o Filho está dentro de tudo e o Espírito Santo está em tudo.” Tertuliano, que desprezava a filosofia, recorreu aos mesmos argumentos tirados do filósofo quando empreendeu a refutação aos patripassianos. Ele explanou, filosoficamente, como Deus era o Logos e como agora não era mais o Logos. Deus, como objeto do seu próprio pensamento, tornou-se o Filho de Deus quando obteve realidade objetiva. Ele tem, primeiro, um mero ideal de existência, o ser de Deus. Ele é o pensamento de Deus, a ideia do mundo ou a soma dos pensamentos do mundo. Isso está envolvido em sua ideia do mundo, que quando tornou-se realidade, tinha ainda Deus que foi incorporado com ele, que é a Palavra. A manifestação de Deus então entrelaçou-se com a ideia de mundo e todos os pensamentos divinos tornaram-se realidades, desse modo, o mundo é uma realização progressiva do pensamento no qual Deus deu existência objetiva contra si mesmo. A total realização do mundo ideal é completada através da encarnação de Cristo. O Logos é então Deus imutável e infinito e, ainda, Deus associado com o mundo, Deus mutável e finito.

Livre tradução do livro Pantheism and Christianity de John Hunt, 1884 . Capítulo VI . A igreja . Tertuliano