Bunsen diz no Hippolytus, vol. 1, página 193 . “ Agora, antes de proceder à essa última inquirição, posso eu, meu querido amigo – eu acredito que devo – dizer alguma coisa em defesa do nosso autor que pode estar inclinado a voar diretamente e expor a sua ortodoxia ou mostrar a autenticidade do nosso livro, de acordo com certas expressões, na terceira e conclusiva parte da sua Confissão de Fé, que para alguns no nosso tempo podem soar como panteístas, se não atéias? Parece a mim que a ortodoxia de algumas pessoas a respeito do Espírito é sem sentido e morta sobre o Logos e o Filho. Eles tem muito mais causa para sentirem-se alarmados pelo terceiro artigo na conta do que eles chamam panteísmo, como pela segunda na conta de um suposto, entendido incorretamente, como trinitarismo. Se eles forem ler qualquer pai filosófico dos primeiros séculos, até mesmo Atanásio, eles chocar-se-iam com expressões a respeito da natureza e da inteligência do homem muito mais como as expressões certamente comuns da terminologia de Paley e Barnet, bem como àquelas da linguagem do catecismo romano, mas não totalmente, até onde posso ver, do que as palavras de São Paulo e São João, nem nas palavras do próprio Cristo. O que eles podem achar mais forte do que São Paulo dizendo: “Nele nós vivemos, nós nos movemos e temos nosso ser” ou então Cristo repetindo declarações a respeito da identidade do homem e da natureza divina? Antes que eles identifiquem a Cristandade como um mero Teísmo, deixe que eles vejam o que isso produziu entre aqueles que não conhecem nada melhor – um Mohamedanismo judaico, um sistema impotente para conectar Deus com suas próprias manifestações, um sistema que nos dá um Deus extremamente mundano, com um mundo sem Deus e sem natureza que deixa o homem, imagem de Deus, numa posição irreconciliável com as mais solenes palavras e promessas de Cristo, um sistema que degrada a Revelação em si mesma, retirando-lhe a comunicação que, como dissera um dos apóstolos, deve (até onde posso ver) ser latida como um cachorro faz, se ele agradecesse a Deus.”
No capítulo de Ueberweg da Filosofia Patrística acharemos muitas passagens dos Pais, ortodoxos ou não-ortodoxos, anteriores à Nicéa e posteriores à Nicéa que, substancialmente confirmam em tudo o que Bunsen diz aqui.
O livro de Dorner se refere a isso no seu texto “Pessoa de Cristo”.
Numa conferência em Constantinopla do ano de 533, onde os escritos de Dionísio foram primeiramente citados, os ortodoxos recusaram a sua autoridade. No século 7, um presbítero, de nome Theodorus, compôs um trabalho em defesa da sua qualidade genuína; mas muito antes sua influência se espalhou grandemente ou, para falar mais corretamente, a influência do autor na qual foi originada. Neander diz: “Nos últimos tempos do século 5, um cloister em Edessa, na Mesopotâmia, tinha por cabeça um abade de nome Bar Sudaili que tinha iniciado a si mesmo de várias maneiras com essa teologia mística que sempre formou uma tendência de base do monarquismo oriental e, do qual procederam os escritos fabricados no nome de Dionísio, o Aeropagita, como de fato aparecem nos escritos de um certo Hierotheos, como o Pseudo-Dionísio chamava seu mestre. Ele permaneceu, primeiro, em termos do mais íntimo e eminente professor monophisítico e foi muito estimulado por ele. Mas, como essa teologia mística veio a entrar em conflito com a doutrina da igreja, ele deixou, atrás de si, os mais violentos ataques. Expondo suas visões peculiares do monophysitismo e, mais particularmente como foram apreendidos pelo partido de Xenayas, ele manteve como Pai, Filho e Espírito Santo, uma essência divina, e sendo a humanidade formada de uma natureza que tem a cabeça de Deus em Cristo e seu corpo tornando-se semelhante, em essência, à divindade (foi divinizada), entre ele todos os seres caídos deviam também ser exaltados na unidade com Deus, desse moído, tornar-se-iam um com Deus; então Deus, como Paulo expressa, deveria ser tudo em tudo. Se isso é verdade, como foi relatado, nas paredes da cela onde foram encontrados essas palavras escritas, “Todas as criaturas são da mesma essência de Deus” nós podemos supor que essa assertiva se estende para incluir não apenas todos os seres dotados de razão, mas também a todas as criaturas de todo tipo e que sua teoria era – como toda existência procedia de uma original emanação de Deus – assim pela redenção toda a existência, desde a mais refinada e nobre, vai retornar de volta a ele. Mas surge uma questão, ao entender isso, depois de um modo panteísta, como um retorno à essência divina com a menor de todas as existências individuais por si mesmas subsistentes (como temos observado que esse misticismo leva ao panteísmo) o ao entender isso, ele supôs que, com a vinda à existência de seres finitos, o pecado, também, necessariamente, fez a sua aparição, mas pela redenção essa contrariedade foi removida e, agora, a existência das criaturas individuais deve continuar à subsistir em tal união com Deus. Nossa informação é muito escassa para nos habilitar a decidir essa questão.” Em outra passagem, falando do desenvolvimento da doutrina na igreja grega, Neander diz, “ O monge Maximus, distinguido, de seu acurado e profundo intelecto, tendo aparecido no século 7 como representativo de sua disposição contemplativa dialética. Aparece de seus trabalhos escritos de Gregório de Nissa e do pseudo-Dionísio, que exerceu grande influência das suas visões teológicas. Nós podemos traçar os maiores alinhamentos de um sistema conectado aos seus escritos. A cristandade, como vista na doutrina da Trindade, parece, a ele, como uma forma correta entre a contraída visão da ideia de Deus no Judaísmo e a também difundida noção exibida na divinização da natureza pelo sistema do Heathenismo. Ele considerava que, no topo, estava o todo da Criação como sendo a maior união com Deus que começou com Cristo, não se desfez com suas injúrias, pela sua imobilidade, ele trouxe à humanidade uma perfeita e pessoal união de si mesmo para divinizar o homem, ao se tornar Deus sem modificar sua essência; e o homem em sua natureza foi levado à união com ele sem perder sua peculiar característica humana. Estar apto a firmar essas opiniões era de suma importância para ele a fim de possuir noções distintas na união dessas duas naturezas, ainda retendo as suas propriedades particulares inalteradas. O objetivo da redenção não é apenas purificar a natureza humana do pecado, mas exaltar o homem num estado superior do qual ele originalmente gozava – para uma inalterada e divina vida. Dessa forma, a história da criação começa a ser dividida em duas grandes partes: uma exibindo a preparação para a assunção da natureza humana por Deus; a outra, pelo progressivo desenvolvimento da divinização da natureza do homem, começando com esse ato e trazendo pelos que estiveram do lado certo dessa vontade até o fim atendido na salvação perfeita. Além disso, ele fala, uma vez, de uma contínua humanização do Logos, em crentes, tão logo a vida humana foi tornando-se abençoada, em comunhão com Cristo e , imbuída com o seu próprio princípio de vida; e levando a alma dele, que é a busca do divino, a uma vida próxima a Deus.”
Livre tradução do livro Pantheism and Christianity de John Hunt, 1884 . Capítulo VI, a igreja . Notas