07 - Julho 2021
Fotografia de Adriano Bastos
O Alentejano
"Homenagem aos Mestres Cantores do Alentejo"
Pintura de Espiga Pinto, sobre madeira, datada de 1965. 130x40cm
Col. Centro de Arte Moderna da
O Alentejo lembra-me sempre
Um imenso relógio de sol
Onde o homem faz de ponteiro do tempo
Miguel Torga
Quinta-feira, 5 de Agosto de 2021
Receitas de Culinária do Alentejo
Sopa de Beldroegas com Queijinhos e Ovos
Ingredientes:
Para 4 pessoas
2 molhos de beldroegas ;
2 cebolas ;
500 g de batatas ;
1,5 dl de azeite ;
1 cabeça de alhos ;
500 g de pão caseiro ou de 2ª ;
4 ovos ;
2 queijinhos frescos
Confecção:
Preparam-se as beldroegas aproveitando apenas as folhas. Os molhos devem ser grandes. Cortam-se as cebolas ás rodelas e alouram-se com o azeite. Juntam-se as folhas de beldroegas lavadas e deixam-se refogar muito bem mexendo com uma colher de pau. Regam-se com cerca de 2 litros de água e deixa-se levantar fervura.
Retiram-se as peles brancas à cabeça dos alhos, que se introduz inteira (sem retirar a pele roxa de cada dente de alho) na panela com o caldo a ferver. Juntam-se ainda as batatas cortadas ás rodelas grossas. Tempera-se a sopa de sal e deixa-se cozer.
Na altura de servir, introduzem-se no caldo os ovos um a um e deixam-se escalfar. Por fim metem-se na panela os queijinhos cortados aos quartos.
Tem-se o pão cortado ás fatias numa terrina e rega-se com o caldo.
À parte servem-se as batatas, os ovos, as beldroegas e os queijinhos.
Variante: Substituem-se os queijinhos frescos por um queijo de leite de ovelha fervido, cortado aos bocados. Na região de Évora, esta sopa não leva cebola, mas uma maior quantidade de alhos inteiros e sem serem pelados.
fonte: Editorial Verbo in Roteiro Gastronómico de Portugal
Quarta-feira 4 de Agosto de 2021
"Respigando...Borba"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
Photo of Ching Yang Tung
História administrativa/biográfica/familiar
Borba é vila e sede de concelho da comarca de Vila Viçosa, pertencente ao Distrito e Arquidiocese de Évora. Administra quatro freguesias, duas urbanas e duas rurais, respectivamente Matriz de Nossa Senhora do Soveral (incluindo a extinta de Santa Babara)eS. Bartolomeu, Orada e Rio de Moinhos.
Foi povoação conquistada aos mouros no reinado de D. Afonso II, em 1217, e entregue à Ordem de S. Bento de Avis, cujo mestre, Fernão Anes, havia contribuído com as suas milícias para a tomada deste território, no qual se englobam, Monforte, Veiros e Vila Viçosa.
A fixação do colonato e da ordem militar somente se efectivou em 1223, data da ocupação de Elvas e Juromenha.
Aos mesmos cavaleiros concedeu D: Afonso II o padroado das futuras igrejas, no ano de 1250, como recompensa dos serviços prestados na conquista de Algarve.
O seu amuramento acastelado e a concessão de um primeiro foral, dado em Santarém em 15 de Junho de 1302, ficaram a dever-se a D. Dinis, que constituiu o novo concelho, liberto do de Estremoz. D. Manuel atribui-lhe um novo foral passado em Lisboa, em 1 de Junho de 1512.
Na vila transcorreram episódios históricos de certa notoriedade, durante as campanhas de Independência de 1383 – 1385, da Restauração de 1640 e da sucessão de Espanha.
Destacam-se os acontecimentos sucedidos durante a ocupação dos aliados ingleses do duque de Lencastre e da cilada de Vila Viçosa, onde perdeu a vida Fernão Pereira, irmão do condestável D. Nuno, que tivera Quartel General em Borba, e foi um primeiro donatário, por mercê de D. João I.
Saliente-se igualmente a defesa inglória da vila pelo governador Rodrigo da Cunha Ferreira contra o exército do Grão Prior de Castela, príncipe D. João de Áustria, em 1662, que lhe valeu a ignominiosa morte por enforcamento.
Recorde-se que na mesma terrível represália os espanhóis incendiaram os Paços do Concelho e o Cartório Municipal, em 31 de Maio do mesmo ano, perdendo-se a quase totalidade dos manuscritos mais antigos.
Durante a Guerra Peninsular, formou-se em Borba a Junta da Defesa integrada na Junta Suprema do Alentejo. Nesta emergência, levantou-se um pequeno grupo de milicianos que figuram na defesa de Évora no dia 29 de Julho de 1808 contra as tropas francesas de Loison, tendo como comandante o Coronel António Guedes. Pouco mais tarde, em 1809 – 1811, alojou-se na vila uma brigada escocesa incorporada no exército luso-britânico de Beresford.
Durante a Patuleia, em 8 de Dezembro de 1846, os Setembristas borbenses opuseram-se à passagem de uma força militar da Rainha que vinha de Elvas, o que motivou represálias de um destacamento legalista no dia 3 de Fevereiro do ano seguinte, causadora de muitas mortes e feridas.
O concelho, extinto por Decreto de 12 de Julho de 1895 e anexado ao de Vila Viçosa, foi restaurado pelo decreto de 13 de Janeiro de 1898, data escolhida como feriado municipal.
Localidade
Borba
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Documentação entregue no Arquivo em 30 de Agosto de 1967
Âmbito e conteúdo
Contém: Registo de Alvarás e Provisões; Livros de Receita de Bens de Raiz; Livros de Fianças; Registo de Juros;
Livros de Maneio; Rendas do Povo, Tributos de Heranças e de Selo; Décimas e Contribuições; Cobrança dos 4,5%; Rendimento da Sisa; Real d’água, vinho e carne; Décima dos Eclesiásticos; Autos de Pregão e Arrematação;
Livros de registo das Arrematações, vendas e rendas; Escrituras; Autos Cíveis de Tutela; Autos Cíveis de Petição;
Autos Cíveis de Execução; Autos Cíveis de Examinação; Autos Cíveis de Agravo; Cartas Precatórias; Livros de Registo e Movimento dos Expostos ; Registo dos Expostos maiores de 7 anos; Despesas com as Amas de Leite; Despesas com as Amas de Seco; Despesas com as Mães Subsidiadas; Registo de Termos de Entrega de Expostos; Registo de Autos de Investigação de Expostos; Registo dos Termos dos Pensionistas do Estado; Requerimentos e Petições.
Tipologia documental
Papel e pergaminho
Sistema de organização
O Sistema de classificação utilizado foi orgânico e cronológico
Condições de acesso
Documentação de consulta livre.
Condições de reprodução
Livre
Idioma e escrita
Português
Instrumentos de pesquisa
Inventário
ARQUIVO DISTRITAL DE ÉVORA - [base de dados de descrição arquivística]. [Em linha]: ÉVORA, 2014.
Disponível no sítio web e no Portal Português de Arquivos. Em actualização permanente.
Informação não tratada arquivisticamente.
in Arquivo Distrital de Évora
Segunda-feira, 2 de Agosto de 2021
Efeméride
José Afonso
Aveiro , 2 de Agosto de 1929 - Setúbal, 23 de Fevereiro de 1987
Photo in Jornal Sol-Sapo
José Afonso ao vivo no Coliseu (1983) - "A Morte saiu à rua"
[...e regressa com "A morte saiu a rua".E porque há que não esquecer os males passados,
recorda José Dias Coelho, o pintor assassinado pela Pide nos anos 60,que inspirou a canção.
Evoca também Adriano Correia d'Oliveira, companheiro de lutas e cantigas cuja morte
prematura, tres meses antes, impediu de participar, como com certeza gostaria, na
grande festa colectiva...] (Viriato Teles)
https://youtu.be/D133LUR5q7c
Domingo, 1 de Agosto de 2021
Concerto de Domingo à tarde
George Harrison - Bangladesh
https://youtu.be/QHItRJKV-yQ
Sábado, 31 de Julho de 2021
Encontro com a Escrita
de
José Rentes de Carvalho
Bem-estar
"Nos últimos dias, por razões de trabalho, aconteceu-me falar com um maior número de pessoas do que para mim é corrente e, uma vez por outra, tive a surpresa de me ouvir dizer que me sinto bem.
Semelhante afirmação desorienta o interlocutor que, em geral mais novo, tem dificuldade em compreender a minha paz e contentamento. Mas de facto assim é: sinto-me bem. Se esgravatasse, de certeza iria encontrar uma ou outra razão de pessimismo e desespero. Simplesmente acontece que deixei de me preocupar com o mundo, as suas fomes, guerras e desgraças, o arsenal de tragédias que, em detalhe, a cores, som no máximo, me é servido a todas as horas.
De modo que, faz tempo, carrego o peso que me cabe e, graças a Deus, aguento. Sinto-me bem. Carregue cada um o seu e deixe de fingir que se sente esmagado pela miséria do semelhante."
O riso
"O riso não é especialidade minha. Nunca foi e só esporadicamente me acontece rir. Certamente aprecio uma boa anedota, um dito perspicaz, aquelas frases com que gente de talento, dotada de um bom sentido de humor, revela o cómico de uma situação. Mas gargalhada não é comigo. E certo modos de gargalhar põem-me do avesso, sobretudo aqueles em que a pessoa, aos urros, escancara a boca e atira a cabeça para trás, como se fosse asfixiar.
É essa também uma das razões que limita o meu uso da têvê. Ri-se nela em demasia, como se a gargalhada fosse um vício, uma tara, ou pior: uma imposição."
Sexta-feira, 30 de Julho de 2021
Banda Filarmónica do Centro Cultural de Borba
A Banda Filarmónica do Centro Cultural de Borba vai actuar no próximo domingo,
pelas 21.30 horas, no Largo da Igreja, em Orada, no concelho de Borba.
Este concerto realiza-se no âmbito do projeto "Engenhos Sonoros", uma iniciativa
que conta com o apoio da Direção Regional da Cultura do Alentejo e do
Município de Borba.
"O Projeto “Engenhos Sonoros”, tem como objetivo dar a conhecer à população a história associada aos instrumentos musicais desde a sua origem até como os conhecemos atualmente, assim como sensibilizar para a Cultura e para a Arte, junto das freguesias rurais, uma vez que estas estão cada vez mais despovoadas, e para que a suas gentes não se sintam desprovidas de cultura e oportunidades.
Todo este projeto serve também para inserir e promover o trabalho artístico da Banda Filarmónica do Centro Cultural de Borba, e, proporcionar à comunidade um momento de enriquecimento cultural e de descontração."
Quarta-feira, 28 de Julho de 2021
O Livro da Semana
A luz da cal
de
Urbano Tavares Rodrigues
e
António Homem Cardoso
Segunda-feira, 26 de Julho de 2021
Celeiro da Cultura
Mal nos conhecemos
Inauguramos a palavra amigo!
Amigo é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece.
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
Amigo (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
Amigo é o contrário de inimigo!
Amigo é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado.
É a verdade partilhada, praticada.
Amigo é a solidão derrotada
Alexandre O´Neill
Amigo
O amor é uma companhia
O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.
Fernando Pessoa
Domingo, 25 de Julho de 2021
Concerto de Domingo à tarde
Fotografia de Adriano Bastos
Os Xoves de Códax 2017 | Sílvia Pérez Cruz & Uxía
Actuaciones incluidas en la sexta edición de Os Xoves de Códax, el ciclo que combina
conciertos de artistas gallegos y conciertos de fusión con grandes artistas del panorama
nacional e internacional celebrado en la terraza de Bodegas Martín Códax los jueves
de julio y agosto. Año 2017.
https://youtu.be/3NFVLrAu1wc
Sábado, 24 de Julho de 2021
"Está aberta a 3ª edição do Prémio Literário Joaquim Mestre.
"Podem ser submetidas a concurso obras de ficção, na modalidade de romance, sendo privilegiadas as temáticas diretamente relacionadas com a região Alentejo."
Este Prémio, com uma periodicidade bienal, é instituído pela ASSESTA - Associação de Escritores do Alentejo, em parceria com a Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCAlentejo) e com o apoio do Município Beja, tendo como objetivos promover, defender e valorizar a língua portuguesa e a identidade e diversidade cultural da região Alentejo, incentivar a criação literária na modalidade de romance, fomentar o gosto pela leitura e pela escrita e, simultaneamente, homenagear o romancista e contista alentejano Joaquim Mestre.
Podem concorrer maiores de 18 anos, portugueses ou estrangeiros a residir em Portugal, a modalidade a concurso é Romance, e o prazo para entrega de originais decorre até 31 de dezembro de 2021.
O prémio a atribuir ao vencedor tem o valor pecuniário de 3000 euros e a obra será publicada numa editora de referência."
in Direcção Regional de Cultura do Alentejo
Marvão
Fotografia in Tribuna do Alentejo
Festival Internacional de Música regressa a Marvão
com 26 concertos
A 7.ª edição do Festival Internacional de Música de Marvão, que irá decorrer de 23 de julho a 1 de agosto, já tem o seu programa completo. Este ano, devido à pandemia de covid-19, o evento focar-se-á exclusivamente em música de câmara.
A época balnear decorre entre 15 de junho e 15 de setembro
Uma das muitas praias da Costa Alentejana para desfrutar durante este período de férias.
Sexta-feira, 23 de Julho de 2021
Efemérides
23 de Julho de 2004: Morre o músico português Carlos Paredes
06/07/2008
"Carlos Paredes (Coimbra, 16 de Fevereiro de 1925— Lisboa, 23 de Julho de 2004) foi um compositore guitarrista português.
Foi um dos grandes guitarristas e é um símbolo ímpar da cultura portuguesa. É um dos principais responsáveis pela divulgação e popularidade da guitarra portuguesa e grande compositor. Carlos Paredes é um guitarrista que para além das influências dos seus antepassados – pais, avós, tios, todos eles exímios guitarristas de Coimbra – mantém um estilo Coimbrão, a sua guitarra é de Coimbra, e própria afinação. A sua vida em Lisboa marcou-o e inspirou-lhe muitos dos seus temas e composições.
Conhecido como O mestre da guitarra portuguesa ou O homem dos mil dedos."
in ttps://guitarraportuguesa.wordpress.com/
.
Carlos Paredes - Mar Goês
https://youtu.be/G9UdSIW-NmE
Carlos Paredes - "António Marinheiro"
https://youtu.be/wJ_jUJqRTy0
Terça-feira, 20 de Julho de 2021
Efemérides
(20.07.1938-12.5.2018)
Para mim, o CANTE - o CANTO ALENTEJANO -
o CAnto da TErra
é a VOZ DO VENTRE DA TERRA MÃE." J.R.Gaspar
Dr. José Rabaça Gaspar
"A obra de José Rabaça Gaspar constitui um valioso contributo para o estudo, conservação, defesa e divulgação do Cante Alentejano, no tocante à autenticidade das suas raízes e conhecimento de todos os que através dos seus trabalhos possibilitaram a sua candidatura a Património Imaterial da Humanidade, resultando de trabalho incessante de pesquisa e aprofundado estudo ao longo de décadas .
O Blogue "Amigos de Borba" presta sua justa homenagem ao Dr. José Rabaça Gaspar pelo trabalho discreto, objectivo e valioso para o estudo do Cante Alentejano. Desde a primeira hora na criação da Associação dos "Amigos de Borba"
e do Blogue "Amigos de Borba"
Foi um paladino esforçado, de inexcedível bondade, partilha de saberes e entrega na recolha e estudo das tradições poéticas, musicais, linguisticas, de usos e costumes e características do Alentejo.
Adriano Bastos
"Cante Alentejano-Defesa, Preservação e sua Divulgação"
Ùltima Entrevista com Dr. José Rabaça Gaspar
https://youtu.be/wAUAdy7ARss
Segunda-feira, 19 de Julho de 2021
O Livro da Semana
Os Comeres dos Ganhões
de
Aníbal Falcato Alves
"No tempo da fome, que foi o tempo do fascismo no Alentejo, a açorda era o alimento quase exclusivo dos trabalhadores alentejanos durante os meses de Inverno. No Verão, a açorda era substituída pelo gaspacho.
Claro que as açoradas comidas pelos trabalhadores não tinham os requintes do bacalhau, da pescada ou de qualquer outro acompanhamento. Mesmo o azeite não era empregado na devida quantidade.
À açorda assim comida, sem qualquer acompanhamento, chamava-se “açorda pelada”. Às outras, aquelas bem temperadas, só os senhores tinham acesso. Havia agrários que comiam o bacalhau nas suas açordas e, num gesto magnânimo, mandavam guardar as barbatanas para serem cozidas na água da açorda da malta. Devido a esta benemerência, de vez em quando, os trabalhadores lá a comiam com um gostinho a bacalhau."
Domingo, 18 de Julho de 2021
Concerto de Domingo à tarde
Armando Barrios
Harry Connick Jr. - (They Long to Be) Close to You
https://youtu.be/Sprpzd1BCHw
Sexta-feira, 16 de Julho de 2021
Tempo de Reflexão
Photography of Ching Yang Tung
«Após chegar à idade adulta, deparei na história com numerosos vencedores
nos quais apenas pude ver um rosto hediondo. Porque nele apenas li o ódio e a
solidão. Porque eles nada são quando não são os vencedores. E para o serem
basta-lhes matar ou escravizar. Existe, porém, outra espécie de seres
humanos que nos ajuda a respirar, que apenas define a sua existência em função
da liberdade e da felicidade de todos. Estes, até na derrota encontram motivos
para viver e para amar, e ainda que vencidos jamais permanecerão sozinhos.»
Conferência em Casal de Catalunya, 1951 (in Conférences et Discours, 1937-1958)
Albert Camus
Quarta-feira, 14 de Julho de 2021
Visite o Alentejo
In FB Alentejo
Alqueva, junto à Amieira
Foto: Ricardo Raposo in Roteiro do Alqueva
A caminho de Ervidel
Foto:Luís Reininho
in Roteiro do Alqueva
Monte Abandonado
Beja
Foto: Carlos Macedo in Roteiro do Alqueva
Monsaraz
Foto: Paulo Penicheiro in Roteiro do Alqueva
Albufeira de Alqueva,
Aldeia da Estrela
© José Branco Carvalho
in Roteiro do Alqueva
Terça-feira, 13 de Julho de 2021
"ESTREMOZ TEM E MOSTRA O SEU PATRIMÓNIO
Sabias que no MUSEU BERARDO ESTREMOZ
temos pequenos "tesourinhos", tais como:
Azulejo
Autor: Desconhecido
Origem: Manises
Período: Século XV
Técnica: Pintado
Tamanho: 13,5 x 14 x 1,8 cm
A cerâmica de pavimentos de Manises, esteticamente, é, principalmente, herdeira da arte gótica.
De qualquer modo, alguns azulejos tentaram incluir, pontualmente, alguma estética mudéjar.
Não é o caso deste exemplar que mostramos, que se insere na subcategoria dos azulejos didáticos,
segundo Alfonso Pleguezuelo da Universidade de Sevilha. Estes azulejos serviam para lembrar
de algoimportante, mas não específico, que o habitante da casa convinha ter sempre em conta.
Neste caso, parece-nos que a peça mostra um livro de contas, com a inscrição em valenciano
por cima “baralla nova”. Isto significa “nova disputa” ou “nova briga”, provavelmente por causa
do não pagamento de dívidas ou algo similar.A técnica de Manises é toda de pintura azul
sobre branco, quase sempre com caracteres góticos quando há algo para se transmitir pela
escrita. Por isso,parece ser impermeável ao gosto dominante da época, o mudéjar, com
raras exceções.
Texto: Luís Pereira"
in Municipio de Estremoz
"Está concluída a obra de requalificação do Palácio de D. Manuel que passa agora a contemplar o Centro Interpretativo da Cidade de Évora.
A reabertura deste monumento nacional está agendada para o próximo dia 29 de junho, Dia da Cidade e feriado municipal.
....
A obra, que decorreu durante cerca de dois anos, e representa um investimento de perto de 1 milhão e 300 mil euros, contempla uma zona de exposição permanente localizada na sala do r/c, uma sala de exposições temporárias e uma outra de conferências (no 1.º andar) que permitirão complementar e enriquecer toda a programação do Palácio.
.......
O Palácio de D. Manuel ou, mais corretamente, a Galeria das Damas, é a única construção que subsiste atualmente do antigo complexo do Paço Real de S. Francisco, tendo sido alvo de diversas intervenções de remodelação e conservação, sendo a última de meados do séc. XX."
in Tribuna Alentejo
"A Câmara Municipal de Beja lançou uma nova campanha que pretende levar os participantes a percorrer as várias histórias que a cidade tem para contar, durante todo o verão, até setembro.
De acordo com o portal New in Town, a iniciativa “À Volta de Beja” pode ser feita através de cinco roteiros, já disponíveis no site da autarquia: “À Volta do Barro e da Cal”, “À Volta do Guadiana”, “À Volta do Pão”, “À Volta da Biodiversidade do Montado” e “À Volta da Grande Planície”.
in Tribuna Alentejo
Guerra Civil de Espanha – A Fronteira: Memórias
Barrancos
"Programa dedicado a temas marcantes da história e da sociedade do século XX. A Guerra Civil de Espanha é o paradigma das várias fraturas políticas e sociais que dominaram a primeira metade do século XX. Nela confrontaram-se duas visões do mundo e mobilizaram-se os vários combatentes e apoiantes internacionais por ideologias. A vitória franquista e a repressão dos republicanos marcou o futuro da Espanha e a sua democracia. Testemunhos de habitantes de Barrancos sobre os refugiados da guerra na raia portuguesa."
Click em
e veja o Documentário
Segunda-feira, 12 de Julho de 2021
Na Mochila em férias
Fotografia de Adriano Bastos
Sinopse
"A missão deste livro é ajudá-lo a encontrar o seu ikigai ou aquilo que dá sentido à sua vida! Numa conversa sobre o propósito da vida, Héctor e Francesc decidiram rumar à aldeia com maior índice de longevidade do mundo: Ogimi, em Okinawa, Japão.
Ao conviverem com as pessoas mais velhas do planeta, conheceram os segredos mais bem guardados para se ter uma vida longa, saudável e feliz, que se podem resumir num conceito: o ikigai. Conheça a dieta especial e o treino físico e mental que esta “aldeia dos centenários” segue. Beber chá, satisfazer o estômago em apenas 80%, conviver e estar permanentemente
ocupado são algumas das sugestões que encontrará neste livro. " in PortoEditora.pt
Leia, reflita, pratique e ganhe anos de vida!
Domingo, 11 de Julho de 2021
Concerto de Domingo à tarde
Jack Savoretti & BBC Concert Orchestra
Greatest Mistake (Proms in Hyde Park 2019)
https://youtu.be/sZTO31xLtr0
Sábado, 10 de Julho de 2021
Borba e os seus Fotógrafos
Vídeos de Homenagem ao Sr.Filipe José Galhanas
pelos seus trabalhos fotográficos
Borba - "Dedicação"
https://youtu.be/yuknsUFNXlM
Entrevista a Filipe José Galhanas
https://youtu.be/hUalee-8Irc
Sexta-feira, 9 de Julho de 2021
Receitas de Culinária do Alentejo
Gaspacho
foto in amoresabores.blog.sapo.pt
Ingredientes:
2 Tomates
1 Pimento verde
1 Pimento vermelho
2 Dentes de alho
4 Colheres (de sopa) de azeite
½ Pepino
1 Colher (de sopa) de vinagre
Pão duro alentejano
Água fria, orégãos e sal q.b.
Preparação:
Numa tigela coloca-se água bem fria e, dentes de alho com sal esmagados no gral.
De seguida deita-se o tomate, o pepino e os pimentos cortados aos bocados.
Cortam-se bocados pequenos de pão e junta-se à tigela do preparado. Por fim
tempera-se com azeite, vinagre e sal a gosto.
Acompanha-se com carapaus fritos e azeitonas.
Quarta-feira, 7 de Julho de 2021
"Alentejo Terra de Artistas"
António Inverno 1944 - 2016
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"Um defensor incondicional da liberdade, cria e dinamiza projectos culturais por onde passa.
Partilha o que sabe com a naturalidade com que respira.Fundou instituições
como o Centro de Comunicação Visual A.R.C.O. e o Centro Cultural de Almada.
Nasce como serígrafo para salvar a Seara Nova e hoje é um homem de destaque internacional
na serigrafia, pintura e gravura. Trata por tu os grandes da arte e da política.
Foi professor na ESE de Beja." in Arte Portuguesa
"O pintor só considera a obra concluída quando abre mão dela e perde
completamente o seu contacto; caso contrário, nunca cessa de lhe vincar
mais um contorno, de lhe meter aqui mais luz ou de lhe sombrear ali uma expressão."
António Inverno
António Inverno - Artista Plastico
https://youtu.be/7obgiB8MFXc
Nasceu em 1944, Monsaraz. Partiu para Lisboa em 1956 e dois anos depois matriculou-se
na Escola António Arroio. Em 1964 concluiu o curso de gravador litógrafo, onde
teve como professores, entre outros, Roberto de Araújo, Manuel Lima, Estrela Faria e Abreu Lima.
Photo in 1064064
Trabalhou no atelier de Jorge Barradas, na fábrica da Víuva Lamego. Em 1968
regressou a Lisboa, tendo trabalhado com Rogério Ribeiro e Mário Rafael. No mesmo ano
colaborou na decoração de interiores do edifício da actual sede da Calouste Gulbenkian,
em Lisboa. Foi colaborador da revista Seara Nova, promovendo edições em serigrafia
de artistas portugueses contemporâneos. Iniciou a sua actividade como serígrafo
em 1972 e colaborou nesta área com Júlio Pomar, Marcelino Vespeira,
António Charrua, Espiga Pinto, Eduardo Nery, Maria Keil,
Francisco Relógio, Jorge Vieira, entre outros.
Photo in /
Foi sócio fundador da AR.CO e do Centro Cultural de Almada. Em 1974 e 1975 participou nas
campanhas de dinamização cultural, assim como na elaboração de cartazes e organização de
espectáculos teatrais e musicais. Em 1993 abriu o Centro de Serigrafia António Inverno
que mantém até hoje com uma actividade regular.
Fonte:https://www.cps.pt/Default/pt/Artistas/Artista?id=289
Segunda-feira, 5 de Julho de 2021
Borba Inspiradora
Borba vista por Zé Russo-anos 50/80
A água
Começando pela água, um dos bens mais essenciais para toda a população, era
adquirida em poços e diversas fontes, sendo a principal fornecedora a nossa linda e
majestosa fonte das bicas, onde corria água boa para consumo, dia e noite sem parar
por gravidade, vinda de um nascente ali perto, do quintal da senhora Catarina Cortes,
sendo fresca no verão e mais morna no inverno. «Segundo a lenda, talvez fossem ali os
lagos que há alguns séculos atrás, encontraram o tal barbo, que deu origem ao nome
da vila de Borba». Quem sabe?
. Não havia desperdício, fosse por que motivo fosse! Desta bela fonte corria a
preciosa água, que saciava os homens e até os animais no chafariz grande das bestas, e
no pequeno das ovelhas e porcos. Enchia o lago nas traseiras da fonte, e até adoçava
na vieira, os tremoços do senhor António Diogo, que os vendia à criançada junto ao
coreto, sobrando ainda para regar as hortas por gravidade, naquelas zonas mais
baixas.
Era transportada em cântaros de barro, com esforço, na mão, ao quadril ou à
cabeça, para as nossas casas e guardada em lugares frescos, nos respectivos poiais dos
cântaros, com bastante higiene, sendo os cântaros tapados com um testo, também de
barro, era bebida em coxos de cortiça, copos de alumínio ou esmalte.
Muitos namoros ali se arranjaram junto da fonte das bicas, onde lindas
raparigas enchiam os cântaros muitas vezes ao dia, até sem necessitarem da água,
apenas para verem os rapazes que por ali as espreitavam.
De salientar a sua construção muito linda, e o seu gradeamento bem estudado
para que os animais não fossem lá beber água, gradeamento onde eu esfolei uma
canela ao saltar por cima. «Coisas da juventude».
Havia na terra uma personagem muito querida por todos, chamado «Calma», além de
recados também acarretava água num carrinho de mão, com dois buracos onde os
cântaros se mantinham direitos, estava sempre pronto para quem o solicitasse, a
troco de umas moedas. Claro está!
Fotografias de Adriano Bastos
Domingo, 4 de Julho de 2021
Concerto de Domingo à tarde
Ana Moura & Patxi Andión *Para Além da Saudade
https://youtu.be/nyWFv5McKto
Sábado, 3 de Julho de 2021
As ondas da rádio
https://youtu.be/HydvceA1PAI
Sexta-feira, 2 de Julho de 2021
Borba-Mezinhas da Avó
"A alegria evita mil males e prolonga a vida."
William Shakespeare
9 BENEFÍCIOS DAS CENOURAS
Esqueça os suplementos de vitamina A. Com este super alimento cor de laranja você pode
obter vitamina A e uma série de outros poderosos benefícios para a saúde, incluindo
pele bonita, prevenção do cancro e anti-envelhecimento.
Saiba como
obter o máximo de benefícios com este incrível vegetal!
Cenouras são saudáveis e deliciosas!
Melhora a visão
Esqueça os suplementos da vitamina A velha citação que diz que as cenouras são “boas para os olhos” é uma das poucas que está correcta. As cenouras são ricas em beta-caroteno, que é convertido em vitamina A no fígado. Vitamina A é transformada em rodopsina na retina, um pigmento necessário para visão nocturna.
Também está provado que o beta-caroteno protege contra a degeneração ocular e contra as cataratas. Um estudo descobriu que pessoas que comem cenoura têm 40% menor risco de degeneração ocular do que aquelas que consumiram pouco.
Prevenção do cancro
Estudos têm demonstrado que a cenoura reduz o risco do cancro do pulmão, da mama e do cólon. Pesquisadores descobriram que contem falcarinol e falcarindiol que tem propriedades anti-cancro.
O falcarinol é um pesticida natural, produzido pela cenoura que protege as suas raízes de doenças fúngicas. As cenouras são uma das fontes mais comuns deste composto. Um estudo mostrou que os ratos que comiam cenouras apresentavam 1/3 de menos risco de cancro.
Anti-Aging
O alto nível de beta-caroteno actua como um antioxidante contra danos celulares, ajudando a retardar o envelhecimento das células.
Pele saudável e brilhante
Vitamina A e os antioxidantes protegem a pele dos danos do sol. Deficiências de vitamina A causam secura de pele, cabelo e unhas. A vitamina A previne a formação precoce de rugas, acne, pele seca, pigmentação, manchas e tom de pele irregular.
Um poderoso anti-séptico
São conhecidas por prevenir a infecção. Podem ser usadas cortadas, ralada, cozida, crua ou amassada.
Previne doenças cardíacas
Estudos mostram que dietas ricas em carotenóides estão associadas a um menor risco de doenças cardíacas. A cenoura tem betacaroteno e também alfa-caroteno e luteína.
O consumo regular de cenouras também reduz os níveis de colesterol, porque as fibras solúveis ligam-se com os ácidos biliares.
Limpar o corpo
A vitamina A auxilia o fígado na liberação das toxinas do corpo. Reduz a gordura no fígado e na bílis. As fibras presentes nas cenouras ajudam a limpar o cólon e acelerar o movimento dos resíduos.
Dentes e gengivas saudáveis
A cenoura limpa os dentes e a boca. Raspa a placa bacteriana e retira os alimentos e partículas como uma escova ou pasta de dentes. As cenouras estimulam as gengivas e provocam muita saliva que, sendo alcalina, equilibra as bactérias da boca. Os minerais das cenouras evitam danos nos dentes.
Evita o acidente vascular cerebral
Após todos os benefícios descritos acima não é nenhuma surpresa que, num estudo da Universidade de Harvard, se tenha verificado que as pessoas que comem mais de seis cenouras por semana são menos propensas a sofrer um derrame do que aquelas que comem apenas uma cenoura por mês ou menos.
Adaptado de 10 Benefits of Carrots: The Crunchy Powerfood de Diana Herrington
Quinta-feira, 1 de Julho de 2021
Tempo de Leitura
Quando vieres
Encontrarás tudo como quando partiste.
A mãe bordará a um canto da sala...
Apenas os cabelos mais brancos
E o olhar mais cansado....
O pai fumará o cigarro depois do jantar
E lerá o jornal.
Quando vieres
Só não encontrarás aquela menina de saias curtas
E cabelos entrançados
Que deixaste um dia.
Mas os meus filhos brincarão nos teus joelhos
Como se te tivessem sempre conhecido.
Quando vieres
Nenhum de nós dirá nada
Mas a mãe largará o bordado
O pai largará o jornal
As crianças os brinquedos
E abriremos para ti os nossos corações,
Pois quando tu vieres
Não és só tu que vens
É todo um mundo novo que despontará lá fora
Quando vieres.
Maria Eugénia Cunhal
in "Silêncio de Vidro", Maria Eugénia Cunhal, Lisboa, 1962
"Olha-me bem nos olhos...
E diz-me que acreditas
Que até a morte vir
Eu hei-de amar as coisas que tu amas
E nelas sempre te encontrar a ti."
Maria Eugénia Cunhal
"Que nada nos limite, que nada nos defina, que nada nos sujeite.
Que a liberdade seja nossa própria substância, já que viver é ser livre."
Simone de Beauvoir
Quarta-feira, 30 de Junho de 2021
Livro da Semana
Emigrantes
de um dos maiores vultos da nossa Literatura
Ferreira de Castro
Escritor português, grande precursor do Neorrealismo em Portugal,
nasceu em Oliveira de Azeméis a 24 de Maio de 1898 e faleceu a 29 de Junho de 1974
"A força maior da criação literária que Ferreira de Castro vinha desvendar era, afinal,
a de uma nova forma de humanismo, representada na ficção romanesca."
Carla Brito
"...Ferreira de Castro assistiria ao culminar do reconhecimento da sua obra com uma vibrante
celebração do seu cinquentenário de vida literária, em Portugal e no Brasil, e com, após a publicação
de O Instinto Supremo, em 1968,
a apresentação pela União Brasileira de Escritores
da candidatura conjunta de Ferreira de Castro e de Jorge Amado ao
Prémio Nobel de Literatura."
Carla Brito
«Em todas as aldeias próximas, em todas as freguesias das redondezas, havia o mesmo anseio de emigrar, de ir em busca de riqueza a continentes longínquos. Era um sonho denso, uma ambição profunda que cavava nas almas, desde a infância à velhice. O oiro do Brasil fazia parte da tradição e tinha o prestígio duma lenda entre os espíritos rudes e simples. Viam-no reflorir nas igrejas, nos palacetes, nas escolas, nas pontes e nas estradas novas que os homens enriquecidos na outra margem do Atlântico mandavam executar.»
«(...) Todas as gerações nasciam já com aquela aspiração, que se fazia incómoda quando não se realizava. Acocorava-se no canto da alma, como um talismã, usável em momentos de desafio à sorte, ou como um bordão, para os instantes de soluções desesperadas.»
in Wook
«Emigrantes é o relato veemente de uma viagem existencial de ida e volta, que desagua no coração das trevas, que um sol negro ilumina, e onde o sonho mirra e a vida seca.»
Eugénio Lisboa
«A sua obra fecha um ciclo que a Peregrinação do Fernão Mendes Pinto abrira. E inicia outro que os nossos filhos verão cumprir-se. Ao otimismo expansivo do Mendes Pinto, os Emigrantes opuseram a reflexão pungente que a abordagem do real hoje suscita. À ascensão, a depressão. Aos damascos opulentos, a lã ancestral dos tosquiadores de Viriato.»
Mário Sacramento
«Criador revolucionário na história das nossas letras trouxe-lhe o pulsar vivo de um povo, trouxe-lhe emigrantes vivos, camponeses vivos, políticos vivos, «tabaréus» vivos, lágrimas vivas, gargalhadas vivas, e até, pela primeira vez, operários vivos de uma classe viva.
José Carlos Vasconcelos
«(...) [Emigrantes] Um dos romances fundamentais de Ferreira de Castro e dos primeiros anos do século XX na literatura portuguesa. Pela sua actualidade, pela sua reflexão sobre o drama da emigração, deve ser lido hoje, resgatando assim um escritor de linguagem riquíssima, adjectivante, rigorosa e de consideração crítica pela geografia humana, que tem sido injustamente esquecido.» Raquel Ribeiro, Público, ípsilon 24-08-13
domingo, 27 de Junho de 2021
Concerto de Domingo à tarde
Armando Barrios
La Paloma " Le Belle Epoque " Gruppo Claudio Bonelli
https://youtu.be/h2nLLlAeu6o
Sábado, 26 de Junho de 2021
Visite o Alentejo
Aldeia da Mesquita, Mértola
https://youtu.be/kZWla8tK-DE
"A Mesquita situa-se nas Terras do Baixo Guadiana, Parque Natural do Vale do Guadiana, a sudeste do concelho de Mértola, única aldeia na zona das três fronteiras (Alcoutim/Mértola; Alentejo/Algarve;Portugal/Espanha).
Datam dos séculos VIII-IX os primeiros indícios evidentes da sacralização na Mesquita. O povoado e a pequena Ermida dedicada a Nª. Sra. das Neves, a última herdeira de um processo secular de construções e reconstruções de templos, são de longa duração histórica e cultural. A aldeia da Mesquita, onde, segundo palavras poética, “os ventos da modernidade ainda sopram ligeiros”, é lugar de pequenos lavradores, pastores e mercadores e tem a sua história intimamente ligada à sua localização estratégica nas proximidades da confluência da ribeira do Vascão com o rio Guadiana. A sua localização estratégica face ao rio Guadiana, estrada natural onde circularam gentes e mercadorias de diferentes origens, num trânsito que é milenar, atribuiu a esta aldeia um importante papel na região, uma vez que é na Mesquita que a navegabilidade do “grande rio do sul” encontrava o seu primeiro obstáculo, obrigando ao transbordo de tudo o que se carregava nos porões dos barcos de maior calado. Com uma área de aproximadamente de 1000 hectares, as terras da Mesquita caracterizam-se pelos imponentes vales encaixados do rio Guadiana e seus afluentes, marginados por escarpas e fantásticos matagais mediterrânicos. À paisagem agreste do Verão sucedem-se os prados verdes no Invernos que vão dando lugar a uma explosão de cores com a aproximação da Primavera. Com o encerramento das Minas de São Domingos a aldeia começou a sofrer com a desertificação, restando, nos dias de hoje, menos de 20 residentes. Para contrariar uma morte anunciada, e contribuir para a sua recuperação, nasceu a “Mesquita – turismo de aldeia”.
Luís Correia
Sexta-feira, 25 de Junho de 2021
Celeiro da Cultura
Por que será?
Photo in http://www.terrepromise.fr/
"Se abrisse a boca e desse opinião ia causar tristeza, aborrecer gente, ia ter de ouvir
os especialistas que tudo sabem e explicam. Por isso me fico pela pergunta:
- Qual será a razão do desinteresse da literatura pelos problemas da sociedade
portuguesa? De até agora não termos tido alguém como Zola, ou mesmo só metade dele?
Portugal merecia."
José Rentes de Carvalho
Fotografia de Adriano Bastos
'Reading usually precedes writing. And the impulse to write is almost always fired by reading.
Reading, the love of reading, is what makes you dream of becoming a writer.'
Susan Sontag
Pintura de Vieira Baptista
Fotografia de Adriano Bastos
“Escrevendo ou lendo nos unimos para além do tempo e do espaço, e os limitados braços
se põem a abraçar o mundo; a riqueza de outros nos enriquece a nós. Leia."
Agostinho Silva.
Quarta-feira, 23 de Junho de 2021
O livro da semana
O inverno em Lisboa
"Saudámo-nos sem entusiasmo: fora sempre assim. A nossa amizade tinha sido descontínua e nocturna, fundada mais na semelhança de preferências alcoólicas – a cerveja, o vinho branco, a genebra inglesa, o bourbon – do que em qualquer espécie de impudor confessional, no que nunca ou quase nunca incorremos. Bebedores inveterados, ambos desconfiávamos dos exageros do entusiasmo e da amizade que a bebida e a noite trazem consigo: só uma vez, quase de madrugada, sob a influência de quatro imprudentes dry martinis, Biraldo me falara do seu amor por uma rapariga que eu conhecia muito superficialmente – Lucrécia – e de uma viagem que fizera com ela e de que acabava de regressar. Ambos bebemos demasiado naquela noite. No dia seguinte, quando me levantei, verifiquei que não tinha ressaca, mas que estava ainda grosso, e que esquecera tudo o que o Biraldo me contara. Lembrava-me unicamente da cidade onde devia ter terminado aquela viagem tão rapidamente iniciada e concluída: Lisboa."
Terça-feira, 22 de Junho de 2021
Visite Borba
Fotografias de Adriano Bastos
Segunda-feira, 21de Junho de 2021
"Respigando...Borba"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
"As respigadoras" de Jean-François Millet
Em Borba com o Prof. José Hermano Saraiva
A Alma e a Gente - Ressurreição das Aldeias (Borba)
03 Fev 2008
Prof. José Hermano Saraiva
O concelho de Borba não é um concelho grande, tem 142 quilómetros quadrados, a
população não é muita, tem 8500 habitantes, mas trata-se de um dos concelhos mais
ricos do Alto Alentejo. As duas grandes riquezas da região são o Vinho e o Mármore.
Só que agora surge uma terceira riqueza, o Turismo, com a ressurreição duma aldeia
típica alentejana (S. Gregório) agora transformada em aldeia turística
(um projecto exemplar).
https://youtu.be/3TRJ3MwEbOk
Domingo, 20 de Junho de 2021
Concerto de Domingo à tarde
Eduardo Úrculo Fernández
Músicos, 1960
Yo-Yo Ma
Fiddle Medley ft. Stuart Duncan, Edgar Meyer, Chris Thile
https://youtu.be/RLUyg173n_M
Sábado, 19 de Junho de 2021
"Respigando...Borba"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
"As respigadoras" de Jean-François Millet
Castelo de Borba
"Cronologia
1217 - 1223 - Conquista de Borba, no reinado de D. Afonso II (Anselmo, 1907); 1258 - carta de foral de Estremoz, com Borba incluída no seu termo; 1302 - registo epigráfico da fundação e elevação de Borba a município; 1512, 1 de Junho - foral novo concedido por D. Manuel I; 1645 - batalha entre soldados espanhóis e portugueses junto à ribeira da Alcaraviça, no termo de Borba; 1662, 13 de Maio - invasão da vila de Borba pelos soldados comandados por D. João da Áustria e ataque ao castelo, exigindo a rendição do alcaide Rodrigo da Cunha Ferreira; 1711 - passagem das tropas espanholas do general Ceo, no contexto da Guerra da Sucessão (Anselmo, 1907); séc.18 - ainda estava embebida no torreão O. a epígrafe honorífica; uma das torres foi reconvertida em prisão, sendo os presos assistidos por capela própria, que funcionava no actual Passo do Alto da Praça; 1808, 15 de Junho - estabelecimento de uma Junta de Defesa por parte do sargento-mor António Lobo Infante de Lacerda e do general espanhol Frederico Moretti, no contexto das exigências do general Junot aquando da fuga da família real para o Brasil; 1809 -1811 - permanência em Borba de uma brigada inglesa de general Beresford; 1829 - formação em Borba da terceira companhia de um Batalhão de Voluntários Realistas defensores da causa de D. Miguel; 1956 - a torre do relógio encontrava-se em risco de ruína; 1992, 01 Junho - o imóvel foi afecto ao Instituto Português do Património Arquitectónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 2003" In Sipa
Fotografia de Adriano Bastos
Quinta-feira, 17 de Junho de 2021
Momento Musical
Marianne von Werefkin, 1906-07
"Ob-La-Di, Ob-La-Da"
STREET SAX PERFORMANCE (with HAPPY DOG)
Autumn leaves
Manuela Mameli's Jazz.Samba.Project /Français version / Sweden 2011
https://youtu.be/O9llb1wPobU
Terça-feira, 15 de Junho de 2021
Encontro com a escrita de
José Rentes de Carvalho
O guardião
Culpa tenho eu, bem sei, deste desalento que me empurra para a solidão e entristece, o desejo de evitar o semelhante, o repisar de momentos que afinal não foram como pareciam, de amabilidades e sorrisos que, ao recordá-los, surgem com expressão diferente, o afastamento revelando a máscara, pondo a descoberto a grima, o azedume, a falsidade, a cobardia.
No dia-a-dia correspondemos mal à imagem que mostramos ou à que do semelhante desejamos ver. Contudo, não haveria aí empeno, tanto nos habituamos ao teatro que a vida é, e em cujo palco somos razoavelmente capazes de representar o papel que ela exige, que de nós esperam, ou a que nos obrigam.
Do que não curamos, pelo menos eu não curo, é da incapacidade de nos protegermos de nós próprios, de escaparmos àquele que no íntimo, guardião permanente, nos impede de esquecer e de enfeitar.
Domingo, 13 de Junho de 2021
Concerto de Domingo à tarde
Guy Pène du Bois
Woman Playing Accordion
Maria Betânia: O que seria de mim sem a fé em Antonio?
https://youtu.be/xqeaOp1--kw
Sábado, 12 de Junho de 2021
Tardes culturais de sábado
André Lhote - Le Bal (The Ball), 1922. Oil on canvas, 63.5 x 52.5 cm.
Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madrid, Spain
Do fundo do baú do Amora - Você não me ensinou a te esquecer
Caetano Veloso
https://youtu.be/H4OG4TMwA0I
"Sabes, Sancho… todas essas tempestades que acontecem connosco são sinais
de que em breve o tempo se acalmará; porque não é possível que o bem e
o mal durem para sempre, e segue-se que, havendo o mal durado muito tempo,
o bem deve estar por perto."
Miguel de Cervantes in 𝘋𝘰𝘮 𝘘𝘶𝘪𝘹𝘰𝘵𝘦 𝘥𝘦 𝘭𝘢 𝘔𝘢𝘯𝘤𝘩𝘢
"O aperfeiçoamento da Humanidade depende do aperfeiçoamento de cada um dos indivíduos que a formam. Enquanto as partes não forem boas, o todo não pode ser bom. Os homens, na sua maioria, são ainda maus e é, por isso, que a sociedade enferma de tantos males. Não foi a sociedade que fez os homens; foram os homens que fizeram a sociedade. Quando os homens se tornarem bons, a sociedade tornar-se-á boa, sejam quais forem as bases políticas e económicas em que ela assente. Dizia um bispo francês que preferia um bom muçulmano a um mau cristão. Assim deve ser. As instituições aparecem com as virtudes ou com os defeitos dos homens que as representam."
Teixeira de Pascoaes, in A Saudade e o Saudosismo
"Gosto de pessoas lavadas por dentro. Detesto pequenas perversidades.
A bondade é uma irradiação da beleza. Gosto de pessoas belas."
Natália Correia
Sexta-feira, 11 de Junho de 2021
Visite o Alentejo
Marvão
"A Mui Nobre e Sempre Leal Vila de Marvão
localiza-se em Portugal, no distrito de Portalegre,
região Alentejo. O título de Mui Nobre e Sempre
Leal foi concedido à Vila de Marvão pela
Rainha D. Maria II.
Desde, pelo menos, o período romano, que os rochedos de Marvão são utilizados como refúgio ou como ponto estratégico militar. No século X foi referida pelo historiador cordovês hispano-muçulmano Issa ibne Amade Razi como Amaia de ibne Maruane e Fortaleza de Amaia, fortaleza essa que em 884 serviu de refúgio ao fundador de Marvão, o rebelde muladi ibne Maruane Aliliqui, "O Galego" (morto em 889), líder de um movimento sufi no Alandalus, que pegou em armas contra os emires de Córdova e criou uma espécie de reino independente sediado em Badajoz até à instauração do califado de Córdova em 931. A localidade foi conquistada aos muçulmanos por D. Afonso Henriques durante as campanhas de 1160/1166, tendo sido novamente tomada pelos mouros na contra-ofensiva de Iacube Almançor (r. 1184–1199), em 1190. Em 1226, D. Sancho II dá foral à população e manda ampliar o castelo. Em 1299, D. Dinis disputa e apodera-se do castelo, que foi incluído no plano das suas reedificações militares e passou a ter uma grande importância estratégica nas guerras com os castelhanos. Situada na Serra de São Mamede, a serra mais alta a Sul do rio Tejo com 1025 metros de altitude, é a ultima serra da cordilheira dos Montes de Toledo. Aqui se situa o Parque Natural da Serra de São Mamede, onde se podem ver abutres e águias. Os veados, os javalis e as ginetas vivem por entre os castanheiros e sobreiros, enquanto os rios atraem as lontras. A reserva abriga também uma das maiores colónias de morcegos da Europa."
Luis Correia
Vila de Marvão, Portalegre
https://youtu.be/cVgx2dJIUUU
Quinta-feira, 10 de Junho de 2021
Alentejo GASTRONOMIA
Receitas Culinárias Alentejo
Conheça as Receitas Culinárias do nosso
Alentejo, as quais constituem património secular que urge preservar
Migas de Batata
photo in https://mercadoalimentar.com/2014/02/10/1186/
Ingredientes:
Para 4 pessoas
1 kg de batatas ;
250 g de toucinho entremeado ;
300 g de chouriço de carne ;
1 dente de alho ;
sal
Confecção:
Num tacho de barro fritam-se, em lume brando, o toucinho ás fatias e o chouriço
ás rodelas de modo a derreter o máximo de gordura. Retiram-se e, na mesma gordura, frita-se um dente de alho.
Adiciona-se um pouco de água. Entretanto, têm-se já as batatas cozidas e passadas por um passador.
Junta-se o puré ao pingo que está no tacho e mexe-se com a colher de pau dando-lhe a forma
de uma bola. Sacodem-se as migas, deitam-se na travessa e servem-se com o toucinho e o chouriço fritos.
Variante: Se se juntar calda de tomate, estas migas ficam melhores e mais bonitas.
O tomate junta-se ao pingo (Évora)
fonte: Editorial Verbo
in ROTEIRO GASTRONÓMICO DE PORTUGAL
Terça-feira, 8 de Junho de 2021
Na Mochila em férias
Alberto de Lacerda
"O meu olhar descia como um íman
Ao centro mais ardente do teu corpo"
Alberto de Lacerda em
REGRESSO
Não vim à procura de nada
Nem de saudades que não tenho
Nem de carga do tempo perdido
Nem de conflitos sobrenaturais
Do tempo e do espaço
Amei desde criança
Certas coisas que não choro
Fui a pureza deslumbrada que não volta jamais
O vidro sem ranhura que o sol atravessa
A pureza
Que me deixou feridas imortais
Vim para ver
Para ver de novo
Para contemplar sem perguntas
Não vim à procura de nada
Não me perguntem por nada
Um rio não se interroga
O vento não se arrepende.
Domingo, 6 de Junho de 2021
Concerto de Domingo à tarde
Sinne Eeg - The Windmills Of Your Mind
https://youtu.be/67gHlsWiKp0
Sexta-feira, 4 de Junho de 2021
Poesia
Fotografias de Adriano Bastos
«São eles que anunciam o verão.
Não sei doutra glória, doutro
paraíso: à sua entrada os jacarandás
estão em flor, um de cada lado.
E um sorriso, tranquila morada,
à minha espera.
O espaço a toda a roda
multiplica os seus espelhos, abre
varandas para o mar.
É como nos sonhos mais pueris:
posso voar quase rente
às nuvens altas – irmão dos pássaros –,
perder-me no ar.»
Eugénio de Andrade
Quinta-feira, 3 de Junho de 2021
Receitas culinárias do Alentejo
Cozido de Grão com Vagens
"Ingredientes para 4 a 5 Pax:
250 g de grão
500 g de vagens
250 g de batatas
1 fatia de abóbora
300 g de carne de borrego para cozer
100 g de toucinho
1 linguiça
1 farinheira
200 g de pão caseiro duro
q.b. de hortelã
q.b. de sal
Preparação:
Durante 12 horas deixa-se o grão de molho.
Depois coze-se o grão e à parte a carne de borrego, o toucinho, o chouriço e a farinheira.
Retiram-se as carnes da água depois de estarem cozidas e, em seu lugar, colocam-se as vagens, batatas, abóbora (arranjadas e cortadas) e o grão.
Deixa-se cozer.
Servem-se os cozidos num tabuleiro e, a acompanhar, o pão fatiado regado com o caldo dos cozidos e aromatizado com hortelã."
in Alentejanamente Comendo
Terça-feira, 1 de Junho de 2021
Dia Mundial da Criança
"Se as crianças aprendessem poemas de cor em pequenas, se fosse uma parte integrante
do ensino e até, se elas tivessem de dizer um poema de cor para serem admitidas a qualquer universidade,
as pessoas passavam a falar melhor. Porque falar é próprio de todas as pessoas, não é só do médico, do
engenheiro e onde se aprende a falar realmente é na poesia."
Sophia de Mello Breyner Andresen
Fotografia de Adriano Bastos
Brinca enquanto souberes! Tudo o que é bom e belo Se desaprende… A vida compra e vende A perdição, Alheado e feliz, Brinca no mundo da imaginação, Que nenhum outro mundo contradiz! Brinca instintivamente Como um bicho! Fura os olhos do tempo, E à volta do seu pasmo alvar De cabra-cega tonta, A saltar e a correr, Desafronta O adulto que hás de ser! Miguel Torga
Obra de Pablo Picasso (Nasceu em 1881)
do período-Early Years (1890-com 9 anos de idade)
"As crianças são os únicos seres divinos que a nossa pobre humanidade conhece.
Os outros anjos, os das asas, nunca aparecem. Os santos, depois de santos ficam
na Bem-Aventurança a preguiçar, ninguém mais os enxerga. E, para concebermos uma ideia das
coisas do Céu, só temos realmente as criancinhas."
Eça de Queirós
"A criança é criativa porque é crescimento e se cria a si própria. É como um rei, porque impõe ao mundo
as suas ideias,os seus sentimentos e as suas fantasias. Ignora o mundo do acaso, pré-elaborado,
e constrói o seu próprio mundo de ideais. Tem uma sexualidade própria. Os adultos cometem um pecado bárbaro ao
destruir a criatividade da criança pelo roubo do seu mundo, sufocando-a com um saber artificial e morto, e orientando-a no
sentido de finalidades quelhe são estranhas. A criança é sem finalidade, cria brincando e crescendo suavemente;
se não for perturbada pela violência, não aceita nada que não possa verdadeiramente assimilar;
todo o objecto em que toca vive, a criança é cosmos, mundo, vê as últimas coisas, o absoluto, ainda que
não saiba dar-lhes expressão: mas mata-se a criança ensinando-a a ater-se a finalidades e
agrilhoando-a a uma rotina vulgar a que, hipocritamente, se chama realidade.
"ROBERT DE MUSIL
Brinquedo Português
Trabalho elaborado na perspectiva da Defesa, Preservação, Divulgação
e contributo para a junção de vontades para a implementação do
Museu do Brinquedo Português.
Adriano Bastos
Pintura a Óleo sobre a madeira, dos projectos "Eu Gostaria de Saber pintar"
de Álvaro Cunhal - Pintura 4
Ode à Criança
https://youtu.be/MTcAf0fUCaA
Sexta-feira, 28 de Maio de 2021
Borba Inspiradora
Barnabé Cordeiro
"A existência de uma ditadura que durou quase meio século, que privou o país das liberdades fundamentais, condenou-nos à pobreza e ao subdesenvolvimento económico-social e humano. A economia deste País estava ao serviço de algumas famílias poderosas, que se “apoderavam” de grande parte da riqueza produzida, mas insensíveis às questões sociais."
"O agravamento das desigualdades de nível, e qualidade de vida, entre o campo e as cidades, eram nessa época mais marcantes, devido à falta de condições e protecção, principalmente nos trabalhadores rurais"
"As mulheres sempre foram
mais sacrificadas, porque
não só tinham o trabalho de
casa a seu cargo, como
também o trabalho do
campo e tratar dos filhos,
quantas vezes os tinham
que levar consigo para
o trabalho, sujeitos ao frio,
ao calor e à chuva,
improvisando abrigos ..."
"Eram os feitores que contratavam os ranchos de homens e mulheres para trabalharem nas herdades, era muitas vezes nas praças onde se juntavam os desempregados, que estes eram contratados para estes trabalhos sazonais."
Fotografias de Adriano Bastos
pode ler o resto da Crónica em:
faça duplo-click
Quarta-feira, 26 de Maio de 2021
Receitas de Culinária do Alentejo
Caldo de cação
"4 postas de cação
1 molho de coentros frescos
1 folha de louro
Colorau q.b.
1 cabeça de alhos
1 chávena de café de vinagre
Farinha q.b.
1,5 dl de azeite
Pimenta q.b.
Pão alentejano
Deixe o cação a marinar durante uma hora, em vinagre branco, azeite, uma cabeça de alhos picados, um ramo de coentros também picados, uma folha de louro e uma pitada de colorau.
Leve ao lume, uma panela com azeite. Coloque as postas de cação na panela e tempere com sal e pimenta. Adicione a marinada, sem a folha de louro. Deixe cozer durante 20 minutos. Retire o cação e junte ao caldo da panela,uma colher e meia, de sopa, de farinha. Vá misturando suavemente. Deixe em lume brando durante 3 minutos para engrossar. Volte a colocar o cação, com o lume desligado.
Numa travessa, coloque fatias de pão alentejano e as postas de cação por cima. Regue com o caldo,d e modo a ficar ensopado e sirva."
Receitas de Maria do Rosário Pires
Terça-feira, 25 de Maio de 2021
Celeiro da Cultura
Photo in Rentes_de_Carvalho.jpg
Ao fim do dia
"Chega sempre o momento em que nos perguntamos qual é o propósito de certas amizades, de certas conversas, o que é que nos leva a tomar este ou aquele ponto de vista, a fingir que participamos, quando no fundo é escasso o que importa e o que pessoalmente para nós conta.
É certo que a vida em sociedade exige o ritual, pede o teatro, ninguém pode andar com a alma à mostra, ou abri-la com a mesma inocência com que às vezes se exibe o corpo. Mas quanta saliva gasta, quanto tempo perdido, tanta energia desbaratada sem que se adivinhe o que rende ou que moinhos a aproveitam
Não é que ao fim do dia me ponha a contabilizar a utilidade do trato social, apenas me toma um sentimento que balança entre a irritação e o desalento, de ver que também eu faço o que não quero, afirmo o que estou longe de pensar, gasto-me em salamaleques que só a contragosto, ou por necessidade do enredo, atribuiria a um personagem de romance.
Esse teatro derreia, leva a fazer má cara ou, pior ainda, a afixar o sorriso da hipocrisia."
Felicidade às gotas
"Afirmam os modestos e os medrosos que a felicidade é boa quando chega aos poucos ou em pequenas doses, provavelmente à maneira das gotas do soro fisiológico que lentamente penetram na veia do enfermo.
Outros há que a desejam repentina, um furacão, querem sentir-se arrebatados, como parece que acontece aos poetas românticos quando, depois de muita solidão e êxtase, subitamente enfrentam o objecto do seu amor.
A maioria, por certo também neste caso se comporta na forma habitual, deseja-se medianamente feliz, nada de altos e baixos, jackpots e misérias.
De facto, pouco adiantam as lucubrações, de nada valem os votos que fazemos, tão-pouco nos chega a felicidade em grande ou pequena medida. É um estado de alma.
Arrisco-me a dizer que ela só existe quando a chamamos, e ainda é preciso reconhecê-la, condão que a muitos falta."
José Rentes de Carvalho
Segunda-feira, 24 de Maio de 2021
"Respigando...Alentejo"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
Fotografia de Filipe José Galhanas
Postal antigo Igreja de S. Bartolomeu
Vista aérea da Cidade (C.M.Borba)
Aldeia Turistica S.Bregório - Rio Moinhos - Borba
Monumento em mármore no Jardim Público de Borba
Sábado, 22 de Maio de 2021
Júlio Artur da Silva Pomar
(Lisboa, 10 de janeiro de 1926 - Lisboa, 22 de Maio de 2018)
Photo in https://fr.wikipedia.org/wiki/J%C3%BAlio_Pomar
"Como toda a gente, sou um bicho carregado de memória. Mas não tenho memória prática – não sei um único número de telefone, perco-me nas ruas, esqueço os detalhes das conversas ou das casas. Mesmo nos retratos que faço de cor: as coisas entram, são caldeadas e o que fica é mais um sentido, uma alusão a, do que uma soma de pormenores. W quando faço passar o modelo, o trabalho mais excitante começa no momento em que sinto a necessidade de apagar, ir desfazer a imagem registada no papel, para deixar agir um poder-elaborante, não directamente consciente."
Júlio Pomar em Conversa com Helena Vaz Silva
erPhoto in st.com/explore/julio-pomar-942728248097/
https://br.
Júlio Artur da Silva Pomar[1] (Lisboa, 10 de janeiro de 1926 - Lisboa, 22 de Maio de 2018) foi um artista plástico/pintor português. Pertenceu à 3ª geração de pintores modernistas portugueses[2], sendo autor de uma obra multifacetada, centrada na pintura, desenho, cerâmica e gravura, com importantes desenvolvimentos nos domínios da tridimensão (escultura; assemblage) ou da escrita.
Os primeiros anos da sua carreira estão ligados à resistência contra o regime do Estado Novo e à afirmação do movimento neorrealista em Portugal, marcando a especificidade deste no contexto europeu. Teve uma ação artística e cívica intensa ao longo das décadas de 1940 e 1950 e é consensualmente considerado o mais destacado dos cultores do neorrealismo nacional.[2][3]
Começa a distanciar-se do ativismo político e do idioma figurativo inicial na segunda metade da década de 1950 e, em 1963, radica-se em Paris. Sem nunca abandonar o pendor figurativo, liberta-se do compromisso neorrealista, enveredando pela "exploração de práticas pictóricas diversas que o centrarão na pintura enquanto tal, interrogando as suas formas, composições e processos, pintando das mais variadas maneiras na exploração ou na recusa das possibilidades que o seu tempo lhe abriu".[4]
Ao longo das últimas quatro décadas tem abordado uma grande variedade de universos temáticos, da reflexão autorreferencial ao erotismo, do retrato às alusões literárias e matéria mitológica. E do ponto de vista formal encontramos idêntica riqueza de meios e soluções. "A obra de Júlio Pomar constrói sucessivas cadeias de relações formais e semânticas entre os diferentes materiais, processos e técnicas".[4]
Grandes exposições realizadas nas últimas décadas (Fundação Calouste Gulbenkian; Museu de Arte Contemporânea de Serralves; Sintra Museu de Arte Moderna – Coleção Berardo; museus de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília; etc.) consagraram a sua obra, que se destaca como uma das mais significativas expressões da criação artística portuguesa contemporânea.[5]
Faleceu no dia 22 de Maio de 2018, no Hospital da Luz, em Lisboa.
[1]in Wikipédia
O almoço do trolha, 1946-50, óleo sobre tela, 120 cm x 150 cm
Quarta-feira, 19 de Maio de 2021
Assassinada a 19 de Maio de 1954
Catarina Efigénia Sabino Eufémia (Baleizão,
Beja, 13 de Fevereiro de 1928 — Monte do Olival, Baleizão, Beja, 19 de Maio de 1954)
foi uma ceifeira portuguesa que, na sequência de uma greve de assalariadas rurais, foi
assassinada a tiros, pelo tenente Carrajola da Guarda Nacional Republicana. (Wikipédia)
Catarina Eufémia
dedicado a Catarina Eufémia, com música de José Afonso
Ihttps://youtu.be/8G4c8szfb8M
CATARINA EUFÉMIA
Sophia de Mello Breyner Anderson
O primeiro tema da reflexão grega é a justiça
E eu penso nesse instante em que ficaste exposta
Estavas grávida porém não recuaste
Porque a tua lição é esta: fazer frente
Pois não deste homem por ti
E não ficaste em casa a cozinhar intrigas
Segundo o antiquíssimo método obíquo das mulheres
Nem usaste de manobra ou de calúnia
E não serviste apenas para chorar os mortos
Tinha chegado o tempo
Em que era preciso que alguém não recuasse
E a terra bebeu um sangue duas vezes puro
Porque eras a mulher e não somente a fêmea
Eras a inocência frontal que não recua
Antígona poisou a sua mão sobre o teu ombro no instante em que morreste
E a busca da justiça continua
Segunda-feira, 17 de Maio de 2021
Receitas de Culinária do Alentejo
Alcácer do Sal
Feijão Verde à Alentejana
Fotografia in receitas-do-mundo.umforum.net
Ingredientes:
Para 4 pessoas
750 g de feijão verde ;
1 cebola média ;
2 colheres de sopa de azeite ;
1 colher de sopa de banha ou de margarina ;
1 kg de tomate maduro ;
1 dente de alho ;
1 folha de louro ;
1 molho de salsa ;
4 batatas médias ;
1 cenoura ;
sal e pimenta ;
200 g de pão caseiro duro
Confecção:
Pica-se a cebola e o alho e estala-se com o azeite e a banha. Junta-se o louro e a salsa atada.
Deixa-se refogar sem alourar e adiciona-se o tomate sem pele e sem grainhas e esmagado com
as mãos. Rega-se com uma pinga de água e, depois de cozer um pouco, junta-se a cenoura ás
rodelas. Deixa-se cozer e apurar. Entretanto, corta-se o feijão em diagonal e as batatas em
cubos. Juntam-se ao preparado anterior e adiciona-se um pouco mais de água. A água
vai-se juntando sempre que fornecessária. O cozinhado deve ficar com bastante molho.
Tempera-se com sal e pimenta. Corta-se o pão em fatias finas para uma terrina ou
tigela de meia cozinha e deita-se por cima o guisado. Podem servir-se ao mesmo tempo
rodelas de chouriço de carne, cru.Serve-se como entrada em vez de sopa.
No tempo da segurelha, junta-se um pezinho ao mesmo tempo que o feijão.
in Roteiro Gastronómico de Portugal (Fonte Editorial Verbo)
Sábado, 15 de Maio de 2021
Sugestão de Passeio
Aldeia de Pomarão, Mértola - 20210505
https://youtu.be/3MyJVHvR5mo
Pomarão é uma pequena aldeia alentejana situada no concelho de Mértola, freguesia de Santana de Cambas, tendo muito pouca população (863 habitantes em 2001). Faz fronteira com Espanha e fica situada na encosta, na margem esquerda do rio Guadiana, junto à confluência do rio Chança. Entre 1859 e 1860, a empresa proprietária da mina de São Domingos construiu no Pomarão uma povoação, armazéns, depósitos de mineral, terminal ferroviário e dois cais de embarque, onde atracavam os navios mineraleiros à vela e a vapor que subiam o Guadiana desde a foz. Dali partiam os navios carregados com o minério (pirites) que vinha por via férrea desde a mina de S. Domingos, encerrada no início dos anos 70 do século XX, para a CUF, no Barreiro, e para Inglaterra (por Vila Real de Santo António). O minério chegava ao porto do Pomarão transportado por uma das primeira linhas de caminho-de-ferro construídas em Portugal (1858), apenas dois anos após a inauguração do troço Lisboa-Carregado. O movimento do porto era elevado. Em 1864 apresentaram-se no Pomarão 563 navios para embarque de minério.[carece de fontes] De referir que era considerado porto comercial, pois fica situado no limite de navegabilidade do Guadiana, com acesso a embarcações até cerca de 4 metros de calado.
Luís Correia
Quinta-feira, 13 de Maio de 2021
Visite o Alentejo
Serpa, Alentejo - 20210504
https://youtu.be/cEX_yzwguWQ
Castelo de Beja - 20210504
https://youtu.be/-ElzobTjtwA
Quarta-feira, 12 de Maio de 2021
Efemérides
(20.07.1938-12.5.2018)
Para mim, o CANTE - o CANTO ALENTEJANO -
o CAnto da TErra
é a VOZ DO VENTRE DA TERRA MÃE." J.R.Gaspar
Dr. José Rabaça Gaspar
"A obra de José Rabaça Gaspar constitui um valioso contributo para o estudo, conservação, defesa e divulgação do Cante Alentejano, no tocante à autenticidade das suas raízes e conhecimento de todos os que através dos seus trabalhos possibilitaram a sua candidatura a Património Imaterial da Humanidade, resultando de trabalho incessante de pesquisa e aprofundado estudo ao longo de décadas .
O Blogue "Amigos de Borba" presta sua justa homenagem ao Dr. José Rabaça Gaspar pelo trabalho discreto, objectivo e valioso para o estudo do Cante Alentejano. Desde a primeira hora na criação da Associação dos "Amigos de Borba"
e do Blogue "Amigos de Borba"
Foi um paladino esforçado, de inexcedível bondade, partilha de saberes e entrega na recolha e estudo das tradições poéticas, musicais, linguisticas, de usos e costumes e características do Alentejo.
Adriano Bastos
"Cante Alentejano-Defesa, Preservação e sua Divulgação"
Ùltima Entrevista com Dr. José Rabaça Gaspar
https://youtu.be/wAUAdy7ARss
"José RABAÇA GASPAR - usando 1001 deNÓMIOS diversos...
Professor de Língua e Literatura Portuguesa, já dispensado do Ensino Oficial.
Nasceu na Serra da Estrela, Manteigas (1938), tirou o Curso Superior de Filosofia e Teologia, na Guarda, e exerceu a sua actividade, desde 1961 em várias localidades da Serra - Loriga, Gouveia, Covilhã e Ferro, passando depois pela Academia Militar, em Lisboa, antes de cumprir o Serviço Militar em Moçambique - Metanguala, Maúa e Nampula, (4 anos) tendo passado algum tempo em Angola - Luanda e Benguela.
Frequentou depois, em Paris, um Curso intensivo de Animação Cultural, para os Povos em Desenvolvimento e Alfabetização, com Paulo Freire, e esteve, 4 anos, nos Serviços de Apoio aos Emigrantes Portugueses na Alemanha onde frequentou Cursos de Alemão e leccionou Português.
De regresso a Portugal, em 1975, esteve primeiro a trabalhar nas Cooperativas Agrícolas como trabalhador agrícola, na Alfabetização e Animação Cultural tendo ingressado no ensino Oficial em 1976.
Leccionou em Rio Maior, Setúbal, Caldas da Rainha e cerca de 20 anos em Beja, Alentejo, procurando levar os alunos a aprender o melhor da Língua e da Literatura Portuguesa, a partir das suas raízes culturais. A Poesia Popular, as Canções, o Contos, as Lendas, os Provérbios e os usos e costumes, bem como amaneira característica de FALAR (saudações, nomes, alcunhas, expressões regionais...) serviam, normalmente, de base para aprender toda a gramática e "riqueza" da Língua e da Literatura.
Com mais de 20.000 páginas de Recolhas e Textos dispersos por mais de 200 obras alguma das quais podem ser consultadas em http://www.joraga.net - um ESPAÇO na NET - aminhaTEIAnaREDE... desde 09.2002."
Ao eterno amigo Dr José Rabaça Gaspar
*
O caro amigo Dr José Rabaça Gaspar
Que muito enriqueceu nossa cultura
Nunca esboçava uma frase insegura
Todas palavras, sabia muito bem tratar
*
Numa comissão de serviço obrigatória
Para Moçambique, no Vera Cruz viajámos
Separamos-mos quando a Nacala chegamos
Ele fará sempre parte da minha história
*
Formado em Filosofia e Teologia
Habilitações que o levaram a Capelão
Função que junto das tropas tão bem exercia
*
Cinco décadas separaram nossa ligação
Dois mil e dezoito este homem falecia
Que descanse em paz, escrevo-o com gratidão
*
Autor; Manuel Alves Lapão
Escritor Natural de Rio de Moínhos-Borba
Quarta-feira, 5 de Maio de 2021
Livro da Semana
de
Sophia de Mello Breyner Andresen
"A Menina do Mar"
Photo in maxresdefault.jpg
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.
Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Sophia de Mello Breyner Andresen
A Menina do Mar
- É um perfume maravilhoso. No mar não há nenhum perfume assim. Mas estou tonta e um bocadinho triste. As coisas da terra são esquisitas. São diferentes das coisas do mar. No mar há monstros e perigos, mas as coisas bonitas são alegres. Na terra há tristeza dentro das coisas bonitas.
- Isso é por causa da saudade – disse o rapaz.
- Mas o que é a saudade? – perguntou a Menina do Mar.
- A saudade é a tristeza que fica em nós quando as coisas de que gostamos se vão embora.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Capa e ilustrações de Fernanda Fragateiro
Porto Editora, Lisboa, Novembro de 2015
Quinta-feira, 29 de Abril de 2021
"Alentejo Terra de Artistas"
A pintura é neta da natureza...
Rembrandt
Estrela Faria
Évora
Estrela da Liberdade Alves Faria, foi uma pintora portuguesa
(Évora, 9 de Outubro de 1910 - Lisboa, 1976). Discípula de Veloso Salgado
(1864-1945) na Escola de Belas-Artes de Lisboa, foi bolseira pelo Instituto de
Alta Cultura, em França, Itália e Holanda. Fixou residência em São Paulo, Brasil,
entre 1953 e 1958. Leccionou na Escola de Artes Decorativas António Arroio e,
posteriormente, na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, até à data da sua morte
s/Título
Quarta-feira, 28 de Abril de 2021
BORBA
Visite Borba
Fotografias de Adriano Bastos
Terça-feira, 20 de Abril de 2021
Borba-Mezinhas da Avó
"A alegria evita mil males e prolonga a vida."
William Shakespeare
Benefícios no consumo de FIGOS
Propriedades do Tomilho
Benefícios no consumo do Agrião
Benefícios no consumo do Manjericão
Domingo, 18 de Abril de 2021
Concerto de Domingo à tarde
"Este pequeno filme "stop motion" é a homenagem publica que neste momento me é possivel prestar ao Bernardo Sassetti. Fotografei e filmei os últimos concertos do seu trio. Ele viu, ainda na máquina de fotografar, uma boa parte das imagens recolhidas. Este é o sítio onde sei que as posso tentar eternizar, difundir, fazer chegar gratuitamente a todos os que gostavam dele como artista e como pessoa. Ele iria gostar desta minha/nossa partilha (o contrabaixista, Carlos Barretto e o baterista Alexandre Frazão, viram estes resultados e aprovaram). Estão aqui reunidas cerca de 1000 fotografias de 5 dos últimos concertos desta formação. Em Serralves, na Festa do Avante, em Portalegre, em Beja e no Funchal (onde o baterista Marcos Cavaleiro teve de substituir o Alexandre Frazão). Seleccionei este tema, por considerar que representa muito bem a simplicidade e sensibilidade do Bernardo Sassetti... O vídeo contém um minuto de silêncio. O último. Tema: O Homem Que Dizia Adeus, 4º tema do álbum Motion (Clean Feed/Trem Azul 2010).
Bernardo Sassetti - piano
Carlos Barretto - contrabaixo
Alexandre Frazão - bateria
Fotos e vídeo por Sónia Gomes da Silva Lisboa 12.05.2012"
Bernardo Sassetti Trio (últimos concertos) - O Homem Que Dizia Adeus
https://youtu.be/X3gWSTVCq4g
Quinta-feira, 15 de Abril de 2021
Alentejo-Cante Alentejano
Pedro Mestre - Campaniça do Despique "Zuca Zuca"
https://youtu.be/aSY95wzDt2A
Se o meu bem soubesse - Pedro Mestre /álbum Mercado dos Amores
https://youtu.be/EVy_Vs47FNY
Quarta-feira, 14 de Abril de 2021
Ao encontro com a nossa gastronomia
Borba
Quando os caminhos são longos e tardam a percorrer, o viajante sente segundo a sabedoria popular "o estômago a dar horas". Chegado a Borba demora o seu olhar sobre o Paço de São Bartolomeu, obra que o deslumbra e avança pela Rua Terreiro das Servas, estacionando a dois passos da Rua António de Melo e Castro.
Se o Paço já o tinha impressionado , é defronte ao Convento das Servas e da Capela do Nosso Senhor dos Aflitos que se interroga sobre a presença de tantos monumentos, sobretudo de arquitectura religiosa, que mostram o bom gosto, a riqueza e o nível cultural de então nesta vila, agora cidade.
Estamos finalmente no Restaurante Canhoto, esperando por uma boa refeição de cozinha tradicional alentejana, tal como foi aconselhado por amigos que já demandaram estas paragens. Sentado na sala de mesas espaçosas, onde animadamente se conversa, o seu olhar dirige-se para o tecto alto de traves de madeira sobre paredes brancas e onde a luminosidade cria um ambiente muito acolhedor.
Chegam à mesa gulosas azeitonas, queijo fresco de Rio de Moínhos, o saboroso pão alentejano e onde não falta o famoso vinho tinto da Adega Cooperativa de Borba.
Da cozinha desprendem-se aromas que abrem o apetite. O serviço é de qualidade primando o atendimento pela atenção e acompanhamento do cliente.
No cardápio surge a oferta de oito pratos, qual deles o mais aliciante, o que torna difícil a escolha.
O estomago, esse reclama mas concerteza vai deliciar-se com um opíparo almoço de (pèzinhos de coentrada). Os demais pratos repartem-se pela cachola servida em tacho de barro, pelas costeletas de borrego panadas e gansinho assado no forno.
Com batatas fritas chega à mesa os pèzinhos de centrada envoltos em alhos e coentros que fazem a delícia do viajante.
Para o estomago o almoço foi excelente. O convívio e a conversa amena constituíram alimento para o espirito. Não fora o imenso trabalho da cozinheira com a entrada de mais clientes, o viajante passaria pela cozinha para dois dedos de conversa sobre a arte e a sabedoria ancestral de combinar as plantas aromáticas com os pèzinhos de porco, que não dispensam um bom azeite, abundante nesta terra produtiva e rica deste ouro dos olivais.
Parte o viajante com a ideia de aqui regressar.
Lá fora no imenso largo sentem-se já os primeiros sinais da primavera.
Adriano Bastos
Abri de 2018
Sábado, 10 de Abril de 2021
Alentejo-GASTRONOMIA
Receitas Culinárias Alentejo
Conheça as Receitas Culinárias do nosso
Alentejo, as quais constituem património secular que urge preservar e outras mais
receitas do nosso Alentejo pode ver em !
https://sites.google.com/site/amigosterrasborba/1-alentejo-
1/4-gastronomia/rereceitas-de-culinaria-do-alentejo-1
Açorda de Marisco
Fotografia in CMSines/FB
Concelho: Sines
"Sabores da costa e da planície
A cozinha típica do concelho tem como base o peixe e o marisco. Pratos como a açorda de marisco e a feijoada de búzios são exemplos também da influência do interior alentejano, resultando numa combinação irresistível entre os sabores da costa e da planície.
No reino dos pratos quentes, é imprescindível provar as migas com peixe frito, o arroz de caramujos, de lapas, de mexilhão ou de marisco, a açorda de lapas e o feijão com marisco. Nos pratos frios, as saladas de choco, de búzio ou de ovas."
in Sines.pt
"Ingredientes:
(para 4 pessoas)
500 g de camarão
500 g de berbigão
500 g de amêijoas
500 g de pão
3 dentes de alho
4 colheres de sopa de azeite
1 ramo de coentros (pequeno)
3 ovos
sal
pimenta
piripiri
Preparação:
Cozem-se os camarões em pouco água e côa-se esta. Abrem-se as amêijoas e os berbigões em recipientes separados e coam-se as respectivas águas. Junta-se a água dos três mariscos e leva-se ao lume a concentrar. Rega-se o pão com esta água. Alouram-se os dentes de alho com o azeite e introduz-se o raminho de coentros. Deixa-se fritar durante 1 minuto e junta-se o pão. Mexe-se com uma colher de pau de modo a obter-se uma açorda homogénea mas muito mole. Retiram-se os coentros e tempera-se com sal, pimenta e piripiri. Introduzem-se os mariscos na açorda, dá-se uma volta e retira-se do lume. Juntam-se imediatamente os ovos, mexe-se e serve-se sem demora."
in seralentejano.blogspot.pt
Sexta-feira, 9 de Abril de 2021
Sugestão de Passeio
Portel
Portel é uma vila portuguesa, no Distrito de Évora, região Alentejo.
Portel parece ter sido habitada por Romanos e porventura Fenícios, exploradores de minas de metais, e os seus vestígios ainda são visíveis no sítio dos Algares. Foi habitado por árabes e mouros que deixaram como vestígios da sua presença as muralhas de taipa que já se encontram em ruínas. Durante os períodos de guerra contra Mouros e Castelhanos os habitantes procuravam proteção dentro das muralhas do castelo vindo mesmo aí a fixar residência. Com D. João I o medo bélico terminou e a vila precipitou-se a construir as suas habitações no sentido sul- norte em direção ao castelo. Das habitações que se encontravam dentro do castelo pouco ou nada há a não ser ruínas e o relato da existência de três igrejas : de S. João, de S. Vicente e de S. Maria. Portel é ainda um marco na passagem de quem quer visitar a Albufeira do Alqueva.
https://youtu.be/pSYIHFxOjCU
Em redor desde grande lago podemos visitar 7 Castelos/fortificaçóes antigas: Castelo de Portel, Castelo de Moura, Castelo de Mourão, Castelo de Monsaraz, Castelo do Alandroal, Castelo de Terena e Fortificaçáo da Juromenha.
Luis Correia
Quarta-feira, 7 de Abril de 2021
BORBA INSPIRADORA
BORBA É PROIBIDO DESTRUIR OS NINHOS. MULTA 100§00
Fotografias de Adriano Bastos
DO ESCRITOR JOSÉ SARAMAGO,PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA
EM 1998, TRANSCREVEMOS UM PEQUENO EXTRACTO DO SEU
LIVRO"VIAGEM A PORTUGAL".
NESTE BREVE TEXTO, DO CONSAGRADO ESCRITOR PORTUGUÊS,
HÁ UMA REFERÊNCIA À VILA DE BORBA.
"O viajante, decididamente, está a gostar de Borba. Será do sol,desta luz ainda matinal, será da
brancura das casas (quem foi que disse que o branco não é cor, mas sim a ausência dela?), será de
tudo isto e do mais que é o traçado das ruas, a gente que nelas anda, já não seria preciso mais
para um sincero afecto, quando de súbito, vê o viajante, sob um beiral, a mais extraordinária
declaração de amor, um letreiro que assim rezava: É PROIBIDO DESTRUIR OS NINHOS. MULTA
100§00.
Convenha-se que merece todos os louvores uma vila onde publicamente se declara que o rigor da
lei cairá sobre as más cabeças que deitem abaixo as moradas dos pássaros. Das andorinhas, para
ser mais rigoroso. Posto o letreiro por baixo de um beiral, onde precisamente usam as andorinhas
construir os ninhos, entende-se que a protecção só a eles cobre. A outra passarada, ribaldeira e
menos dada a confianças humanas, faz os seus ninhos nas árvores, por fora da vila, e sujeita-se
aos azares da guerra. Mas é excelente que uma tribo do povo alado tenha a lei por si. Indo assim
aos poucos, acabarão as leis por defender as aves todas e os homens todos, excepto, claro está,
ou então não mereceriam o nome de leis, os nocivos de um lado e de outro. Provavelmente por
efeito do calor, o viajante não está nos seus dias de maior clareza, mas espera que o entendam."
Sábado. 3 de Abril de 2021
Alentejo-GASTRONOMIA
Receitas Culinárias Alentejo
Ensopado de borrego à pastora
https://mulher2020-storage.netdna-ssl.com/wp-content/uploads
/2016/10/Ensopado-%C3%A0-pastora-de-borrego.jpg
1 kg de borrego (escolher a parte das costelas e/ou da mão). 5 dentes de alho Duas folhas de louro Azeite a gosto Sal q b Hortelã Pão alentejano, com um ou dois dias. Parte-se o borrego em pedaços pequenos. Põe-se ao lume com água e um pouco de sal. Com uma escumadeira, vai-se retirando a espuma que se vai formando. A seguir, juntam-se os alhos cortados aos bocados, as folhas de louro e o azeite. Quando estiver cozinhado, adiciona-se um pequeno raminho de hortelã. Serve-se nos pratos, sobre as fatias de pão, finamente cortadas. Pode acompanhar-se com salada de alface.
Receitas de
Maria Rosario Pires
Sexta-feira, 2 de Abril de 2021
Borba-Mezinhas da Avó
"A alegria evita mil males e prolonga a vida."
William Shakespeare
Beneficios no consumo de FAVAS
"Favas, como edamame, são de cor verde legumes que vêm em sua própria pod. Você pode comprá-los em conserva, frescos ou secos. A leguminosa rica em nutrientes, favas são ricos em fibras e proteína na dieta, muito baixa em gordura, livre de gordura saturada e excelente fonte alimentar de muitos nutrientes essenciais para a saúde humana, tais como vitaminas e minerais. Favas, quando consumidos como parte de uma dieta saudável, podem oferecer benefícios cardiovasculares e ajuda no controle do peso.
Rico em nutrientes
De acordo com Frutas e Vegetais da Matéria, favas são um alimento denso em nutrientes, ou seja, eles fornecem muitos nutrientes essenciais para o bom funcionamento corporal sem ser rico em calorias. Estes grãos são uma boa fonte de alimento da vitamina B1 ou tiamina, ferro, cobre, fósforo, potássio e magnésio, reunidos 10-19 por cento do valor diário recomendado, ou DV, para cada copo de 1/4 por. Vitamina B1 é importante para uma função do sistema nervoso e do metabolismo energético; ferro é um componente essencial de uma proteína responsável pelo transporte de oxigénio no sangue, e o cobre, em conjunto com ferro, ajuda a formar as células vermelhas do sangue. Cobre também desempenha um papel em manter os seus vasos sanguíneos, sistema imunológico e ossos saudáveis. De fósforo e de magnésio são importantes para manter os ossos fortes, e magnésio, juntamente com o potássio, ajuda a regular a pressão sanguínea.
Favas também são uma fonte excelente comida de folato, e manganês, fornecendo mais de 20 por cento do DV para estes nutrientes por 1/4 xícara. Folato suporta
sistema imunológico função de saúde, cardiovascular e ajuda a formar os glóbulos vermelhos. O manganês é necessária para o metabolismo dos hidratos de carbono, proteínas e de colesterol.
Promover a saúde do coração
Para além de ser uma fonte excelente de nutrientes que sustentam a saúde cardiovascular, favas são ricos em fibras dietéticas, proporcionando 9 g por 1/4 de copo. Leguminosas, tais como feijões são uma fonte de ambos os tipos de fibra alimentar, solúvel e insolúvel, mas são particularmente ricos em fibra solúvel. De acordo com MayoClinic.com, consumindo solúveis, alimentos ricos em fibras pode ajudar a melhorar o seu nível de açúcar no sangue e os níveis de colesterol. A fibra solúvel é particularmente eficaz na redução dos níveis de lipoproteína de baixa densidade (LDL), comumente referido como mau colesterol.
Controle de Peso ajuda
Favas também são ricos em proteína, oferecendo 10 g por porção 1/4-cup. De acordo com um estudo publicado em 2010 no European Journal of Clinical Nutrition, indivíduos com sobrepeso ou obesos que seguiram uma dieta controlada, de alta proteína, dieta rica em fibras perderam mais peso do que aqueles em um padrão de calorias controladas, rica em carboidratos, baixo teor de gordura da dieta. Entre os participantes, 89 mulheres com sobrepeso ou obesas com idade entre 18 e 65 anos, que seguiram a dieta durante 10 semanas. Os participantes do-alta proteína, dieta rica em fibras não só perdeu mais peso corporal e gordura total, mas também gostava de baixar o colesterol total e os níveis de colesterol LDL. Com sua proteína combinada e teor de fibras, feijão fava pode ajudar na perda de peso."
Fonte:http://textozon.com/beneficios/artigo-3474.html
Quinta-feira, 1 de Abril de 2021
Borba- Património Cultural
Forno de Cal
Entrevista ao Sr. António Festas
20 de Fevereiro de 2013
"Considero como perdido todo o dia em que não conheço uma
nova pessoa." de Johnson, Samuel
"A cal foi um produto muito utilizado até às primeiras décadas do Século xx na Construção Civil.
A base para a cal é o carbonato de cálcio proveniente das rochas calcárias, com diferentes proporções de vários materiais, responsável pelas características dos diferentes tipos de cal.
O ciclo da transformação da cal consiste em calcinar o carbonato de sódio, entre 800 a 1000ºc transformando-se em óxido de cálcio – cal-viva e libertando-se dióxido de carbono.
Foi aqui, neste concelho de Borba que durante muitos anos muita gente se dedicou ao fabrico de cal, empregando muita gente à volta desta actividade.
Existiam aqui em toda esta zona muitos fornos de cal, isto deve-se em meu entender ao facto de haver por aqui em muita abundância a matéria-prima necessária para esta actividade, ou seja a pedra e o mato que servia de combustível para cozer a cal. Esta actividade foi desaparecendo à medida que o sector do mármore aqui se foi desen-volvendo, pagando melhores salários aos trabalhadores. Por outro lado, acresce a isto, o facto de se vir a consumir cada vez mais o cimento substituindo a cal, que era uti-lizada na construção civil.
Mas para falar sobre esta actividade, fui falar com o homem que há mais tempo se dedica a esta profissão."
Barnabé Cordeiro
Sr.António Festas
"Comecei a trabalhar ainda com o meu Avô, depois com o meu Pai, e depois continuei até hoje e quase sempre aqui neste forno do Bairro Branco onde ainda estou. Quando era miúdo quando saía aqui da escola, vinha logo ajudar a trabalhar no forno com o meu Pai e os meus irmãos. Depois quando era mais velho fui aprender a tosquiar ovelhas, porque nem sempre se podia cozer cal devido ao inverno, e assim sempre se ganhava mais alguns tostões na época das tosquias das ovelhas."
"A pedra para a cal Branca utilizada nas caianças e para os estuques íamos busca-la ás pedreiras do mármore, podia ser branca ou azul, mas tinha que ser escolhida porque nem toda a pedra era boa para cal. Da Serra D Ossa também se ia buscar muita lenha para os fornos, haviam por aqui alguns faniqueiros que transportavam a lenha com as suas carroças e demoravam quase um dia a chegar ao forno, era longe e os caminhos muitos difíceis."
"Também ainda fiz algumas ceifas, porque o negócio da cal era fraco e tínhamos que deitar mãos a outros trabalhos quando apareciam, mas a maior parte do tempo era no forno, onde sempre trabalhei por minha conta."
"Eu acho que já não há ninguém que se queira dedicar a esta profissão, os mais antigos já cá não estão e os mais novos querem outras profissões.
"A cal também já não se gasta como antigamente, a cal que vai sendo mais pro-curada é cal Branca para caiar e também para os estuques . Os estucadores dizem que esta cal aqui da nossa zona é a melhor para o estuque, dizem que tem mais goma. Antigamente também se gastava muita cal branca na caiação ,no tratamento das vinhas juntamente com o sulfato. Para caiar utilizam mais as tintas, mas a cal é melhor que as tintas e até é mais saudável nas paredes das nossas casas."
Quarta-feira, 31 de Março de 2021
Celeiro da Cultura
A rua
"Passamos e não vemos, que tudo é pressa, frenesim, medos e desespero. A rua é triste. Tantos olhos, outros tantos cegos. Quem atenta no senhor idoso vestido de luto, na mulher trombuda, no rapaz com livros debaixo do braço, na garota que telefona olhando a vitrina, nos dois a conversar encostados à porta, na fila para o autocarro, nos que saem do café e hesitam para que lado ir? Quem atenta neles?
Também eu passo, olho e não vejo, esquecido dos outros, mal lembrado de quem sou, perguntando-me que faço aqui, que razão me trouxe e se é vida uma inutilidade assim, a pressa que leva a nenhures, a indiferença que nos isola."
José Rentes de Carvalho
Segunda-feira, 29 de Março de 2021
Feiras, Festas e Romarias
Feira de Antiguidades e Velharias em Estremoz,
a maior do Alentejo uma tradição secular
Fotos de Luis Batalha
Quarta-feira, 24 de Março de 2021
Momento musical
"o suporte da música pode ser a relação
entre um homem e uma mulher, a pauta
dos seus gestos tocando-se, ou dos seus
olhares encontrando-se, ou das suas
vogais adivinhando-se abertas e recíprocas,
ou dos seus obscuros sinais de entendimento,
crescendo como trepadeiras entre eles.
o suporte da música pode ser uma apetência
dos seus ouvidos e do olfacto, de tudo o que se
ramifica entre os timbres, os perfumes,
mas é também um ritmo interior, uma parcela
do cosmos, e eles sabem-no, perpassando
por uns frágeis momentos, concentrado
num ponto minúsculo, intensamente luminoso,
que a música, desvendando-se, desdobra,
entre conhecimento e cúmplice harmonia."
Vasco Graça Moura, in "Antologia dos Sessenta Anos"
Fotografia in bisnaguinhasevenboys.wordpress.com
Júlio Pereira - "Vira Velho"
https://youtu.be/-hljhUGyUIE
Kepa Junkera "Bok-Espok"
https://youtu.be/tHcLXVJXFjg
Segunda-feira, 22 de Março de 2021
Alentejo-GASTRONOMIA
Receitas Culinárias Alentejo
Bolo barranquenho
"Bolo barranquenho2 ovos grandes 250 gr de açúcar
1,25 dl azeite 1,5 dl de leite 300 gr de farinha 1 colher (chá) de fermento Raspas de uma laranja Batem-se as claras em castelo e as gemas com o açúcar. Adiciona-se ás gemas batidas, o leite, o azeite, a farinha e o fermento. Por fim juntam-se a este preparado, as claras , sem bater. Vai ao forno, em forma untada com manteiga e polvilhada com farinha."
Receitas de Maria Rosário Pires
Photo in https://receitasnarede.com/content/img//316x316/pao-lo-natal.jpg
Sexta-feira, 12 de Março de 2021
O Livro da semana
de
José Rentes de Carvalho
"De ascendência transmontana, nasceu em 1930 em Vila Nova de Gaia, onde viveu até 1945. Frequentou no Porto o liceu Alexandre Herculano, e mais tarde os liceus de Viana do Castelo e Vila Real. Fez o serviço militar em Lisboa, onde simultaneamente frequentou os cursos de Românicas e Direito. Obrigado por razões políticas a abandonar Portugal, viveu no Rio de Janeiro, em São Paulo, Nova Iorque e Paris. Em 1956 passou a viver em Amesterdão, na Holanda, para onde foi como assessor do adido comercial da embaixada do Brasil. Licenciou-se na Universidade de Amesterdão com uma tese sobre O Povo na Obra de Raul Brandão. Nessa universidade foi docente de Literatura Portuguesa de 1964 a 1988. Desde então dedica-se principalmente à continuação da sua obra literária. A sua bibliografia inclui um vasto número de colaborações em revistas, publicações culturais e jornais portugueses, brasileiros, belgas e holandeses.
Descoberto tardiamente em Portugal, José Rentes de Carvalho retrata o nosso país com a intensidade de quem o conhece como ninguém e com a acutilância de quem o observa à distância."
in http://www.cm-matosinhos.pt/pages/242?news_id=2939
Quinta-feira, 11 de Março de 2021
Tempo de Reflexão
"ELOGIO DA PESQUISA SÉRIA.
A preservação da memória do passado é uma arma poderosa e insubstituível da Democracia do presente. Registo a propósito, a partir das minhas leituras matinais, esta assertivíssima constatação: «As ameaças à memória, a destruição acelerada dos sinais físicos da História (considera-se apenas o património monumental e mesmo assim mal), a pseudomodernidade que reduz tudo o que “existe” ao que está acessível a um motor de busca, são uma praga dos nossos dias. Não é um resultado de qualquer evolução tecnológica inevitável, é um processo social e cultural que vai a par com a ascensão da nova ignorância, o predomínio da superficialidade, a crise da atenção, a adolescente obsessão do “já” e a substituição da conversação pela emissão de uma forma de apitos que dizem “estou aqui”...». Palavras oportunas do historiador José Pacheco Pereira no artigo «Para que é preciso guardar esse papel ? Está tudo na Internet. Não. Não está e não é a mesma coisa», saído no Público de hoje (20-I). Sim, a recolecção dos testemunhos, desde as migalhas factuais às fotografias e postais emarelecidos, aos recortes de jornal, às notas diarísticas ou aos fragmentos micro-artísticos, tudo é fonte imperiosa de uma História a sério, que não se compagina com a praga dessa santa ignorância que tende a estabelecer-se sob pretexto da inevitabilidade do progresso tecnológico."
Vitor Serrão
Quarta-feira, 10 de Março de 2021
Celeiro da Cultura
Transumância
"Falamos de nós próprios e vivemos nos outros, para os outros, eles a condicionar-nos os actos, o pensamento, o modo, as intenções, impondo usos, aguardando gestos.
Digo-me livre, e minto, fingindo que não vejo as grilhetas que me ferem, os laços de seda que apertam como fios de aço. Vou por onde outros querem que vá, deles a escolha, meu o cansaço da jornada, o desatino de ignorar a meta, se é que de facto, como eles juram, se encontra uma ao fim de tantas léguas.
A minha suspeita é de que não há meta, nem propósito, só caminho, e o que julgamos vida talvez seja apenas a transumância de um colossal rebanho, a busca fútil de um destino imaginado."
José Rentes de Carvalho
Terça-feira, 9 de Março de 2021
Borba Inspiradora
Memórias de Francisco Pardal
"Deste nosso pregoeiro, contava-se que só bebia copos de três tostões. No seu aspecto de pobre de Job, veio a falecer de repente num inverno de frio rigoroso, mas com nove tostões no bolso, ao que se dizia, com ar de graça que, ainda chegava para três copos de três. Todas as povoações têm as suas figuras públicas que, ficam referenciadas na história dos povos.
São assim estas personagens que, dão vida e servem de exemplo às sociedades, compostas pelos mais diversos critérios, mas que devem ser aceites e acolhidas como figuras que existem para servir e merecem, que ao serem recordadas, nos fazem sentir o que representam para os nossos dias, a saudade das pessoas daqueles tempos.Merecem a nossa estima..."
......... (Leia o resto da crónica em 05-Borba -Inspiradora)
(Fotografia de José Galhanas)
Segunda-feira, 8 de Março de 2021
DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Photography in Giulia Baragliu
DIA INTERNACIONAL DA MULHER 8 de Março MULHER A mulher não é só casa mulher-loiça, mulher-cama ela é também mulher-asa, mulher-força, mulher-chama E é preciso dizer dessa antiga condição a mulher soube trazer a cabeça e o coração Trouxe a fábrica ao seu lar e ordenado à cozinha e impôs a trabalhar a razão que sempre tinha Trabalho não só de parto mas também de construção para um filho crescer farto para um filho crescer são A posse vai-se acabar no tempo da liberdade o que importa é saber estar juntos em pé de igualdade Desde que as coisas se tornem naquilo que a gente quer é igual dizer meu homem ou dizer minha mulher ARY DOS SANTOS
Quadro a oléo de Carlos Bacalhau-artista plástico natural de Borba
MULHER DO ALENTEJO (décimas)
1
Cedo aprendes a sofrer...
Trabalhando sol a sol
És acusada de mole
Mas não é fácil viver
Sob um calor de arder
Sempre pronta para gracejo
A disfarçar o desejo
De ser feliz e cantar
Levando o dia a ceifar
A Mulher do Alentejo
2
Debruçada sobre o chão
A mondar ou a sachar
Cedo aprendes a lavrar
A ceifar até mais não
Sem sentires a exaustão
O trigo é tua paixão
Pois dele há-de nascer pão
Com teu dolente cantar
Cantas para disfarçar
Leva mais longe a razão
3
Companheira alentejana
Lutadora incansável
Cara e sorriso amável
Queremos a tua gana
E tua lei espartana
Hás-de cumprir teu desejo
De honrar o Alentejo
Ainda um tempo a sofrer
Uma lágrima a correr
Nas canseiras em sobejo
4
Em todo o lado eu te vejo
A azeitona apanhar
Que bom azeite vai dar
E ouço o teu solfejo
Oh mulher do Alentejo
Vencerá tua razão
Tu que lutas com paixão
Como Catarina és mãe
Tens a coragem de quem
Constrói direitos e pão
.
NB: - Décimas, com mote
«A Mulher do Alentejo / leva mais longe a razão / nas canseiras em sobejo / constrói direitos e pão.»
de JORGE MARQUES
Quinta-feira, 4 de Março de 2021
O Livro da Semana
"António dos olhos tristes"
de
Eduardo Olímpio
https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fvoarforadaasa.blogspot.com%2F2018%2F04%2
Fos-meus-filhos-eduardo-olimpio.html&psig=AOvVaw3XQ8CjlXVIEk-iu0J5sOHx&ust=161488683841
1000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwo
TCMiL0brwlO8CFQAAAAAdAAAAABAJ
Photo in voar fora da asa - blogger
https://img.wook.pt/images/antonio-dos-olhos-tristes-eduardo-olimpio/MXw1ODU5Nnw4ODY2M3wxMzgzNTIzMjAwMDAw/250x
Photo in Wook
"Quando Mestre Manuel Regedor acabou de ler esta parte do folhetim que há um ror de tempo vinha aparecendo no jornal, os homens ficaram com um brilho tão forte nos olhos que pareciam capazes de alevantar dez arrobas de peso com as mãos.
António dos olhos Triste pediu a Mestre Manuel: - Dê-me esse pedaço de jornal, Mestre Manuel Regedor. Dê-me que eu agradeço-lhe muito. Mestre Manuel começou a cortar a parte do rodapé que trazia o folhetim e foi dizendo a António dos Olhos Tristes:
- Mas pra que diacho queres tu o jornal se não sabes ler nem escrever, não me dizes?
António dos Olhos Tristes agarrou no pedaço de folhetim e quase que a falar só para ele foi dizendo enquanto o enrolava na algibeira: - Isto que aqui está é tão certo que eu só de olhar prós riscos que aqui estão sou capaz de o tornar a dizer, letra por letra, sem me enganar: quando os homens escrevem e dizem as coisas tal e qual como elas são a gente só tem de olhar ou escutar pra ser capaz de os entender. E começou, enquanto se alevantava do banco: - Pensa que o mundo está cheio de homens que lutam para que um rio de lodo não se atravesse entre a vida e o sonho.
Depois saiu."
Quarta-feira, 3 de Março de 2021
Borba-Mezinhas da Avó
"A alegria evita mil males e prolonga a vida."
William Shakespeare
Fotografia de coZinha cOm alMa - Blogspot
Saiba como o consumo regular de espargos
pode trazer benefícios à sua saúde
Vegetal é rico em ácido fólico, aliado na prevenção e cura do câncer
Foto: Stock Photos, Divulgação
Pouco calórico e rico em fibras, ele é um ótimo acompanhamento nas refeições de quem
quer controlar o peso.
O espargo é uma planta muito utilizada na culinária mundial e é considerada uma flor da família dos
lírios. Segundo o nutrólogo Maximo Asinelli, ele é rico em vitamina A, B, C, cálcio, ferro, sais
minerais e potássio.
— O espargo é considerado uma das melhores fontes de ácido fólico, conhecido por ajudar a
prevenir câncer, doenças do coração, do fígado e até da espinha — explica.
O Instituto Nacional do Câncer aponta que o ácido fólico presente nesse vegetal age diretamente
no DNA e na síntese de substâncias essenciais ao organismo e a sua deficiência tem sido
relacionada ao aparecimento de câncer.
— Esta vitamina é importante desde a prevenção até o tratamento da doença, já que inibe o
desenvolvimento do tumor. O ácido fólico é sintetizado por bactérias do intestino e ficam
estocadas no corpo humano — esclarece.
Além disso, o espargo é um ótimo acompanhamento para pratos principais e é indicado para
quem está de dieta e quer controlar a ingestão de gorduras.
— O espargo também possui baixa quantidade de calorias e não tem colesterol, nem gorduras
— revela, salientando que a planta é uma fonte abundante de fibras, com cerca de 3,6 gramas
do nutriente por xícara do vegetal.
De acordo com Alexander Bonetti, da San Marco Alimentos, apesar de ter melhores resultados
ao ser plantado em terrenos arenosos, o aspargo é cultivado em diferentes vários países e
possui diferentes variedades.
— O espargo inglês não possui o talo muito grosso, já o italiano possui a cor violeta e os
cultivados na Holanda, Alemanha e Bélgica são brancos, pois se desenvolvem em locais
escuros e não possuem clorofila — explica, ressaltando que, independente da variedade
que se opta por consumir, tem-se acesso aos mesmo nutrientes.
Bonetti diz ainda que, além de trazer benefícios para o organismo, o espargo dá um
sabor especial às refeições. A planta pode ser consumida como ingrediente de pratos
incrementados, ser servido frio com vinagrete, cozido com manteiga e ainda consumido
em forma de conserva.
in https://www.google.pt/?gws_rd=ssl#q=beneficios+no+consumo+de+espargos
Terça-feira, 2 de Março de 2021
"Respigando...Alentejo"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
Tabernas do Alentejo
Fotografia de Filipe José Galhanas
"São lugares ancestrais de conhecimento e cultura. Rituais sociais, onde o vinho desinibe e fomenta longas conversas entre as mais variadas culturas. Ali, entre aqueles odores agridoces, entre um copo e outro, fez-se o menino homem. Ali, enxuga-se a alma e esquecem-se por momentos os dissabores da vida.
Fotografia de Adriano Bastos
As tabernas são lugares sagrados, também elas compostas por mandamentos, onde o sangue de Cristo é tomado por todos religiosamente. Onde os sermões são dados pela sabedoria dos anos, de passados atribulados e duros, no uso, quase sempre, das palavras certas para o momento.
Fala-se do Ti António que morreu do coração, do Ti João que morreu de cancro, mas, ali, não se ouve falar que alguém tenha morrido por causas do vinho, pois o vinho é um elixir, um antídoto para todos os males. Diz-se que até mata o bicho.
É um espaço onde não existe stress. Entre uma rodela de linguiça e uma lasca de presunto também o colesterol é esquecido.
Fotografia de Adriano Bastos
Por fim, quando as pernas não obedecem e o andar torna-se desequilibrado, culpa-se sempre o último copo. Mas existe sempre um amigo pronto a levar-nos a casa. As tabernas são escolas de vida, de saberes populares, onde o cante marca o compasso."
José Bravo Rosa
Quinta-feira, 11 de Fevereiro de 2021
Alentejo-Cante Alentejano
Cante Alentejano
"ACERCA DO ENCANTO DA MÚSICA POPULAR ALENTEJANA E DA BELEZA
DA SUA POESIA. DILEMAS SOBRE A ORIGEM DO CANTO ALENTEJANO"
"Concluindo este assunto sobre as origens do canto popular alentejano, problema que continua à espera de uma resposta convincente, não ajuda nada, segundo me parece, fixarmo-nos sobre opiniões que porventura se desejem tornar como definitivas e sem discussão, como por exemplo é o caso de se pretender, como ponto assente, estar na sua origem o canto gregoriano. É que, e aqui é que o problema se complica, antes do cantochão cá ter chegado já cá estava o canto popular onde muito provavelmente o povo foi influenciado pelo modo de cantar que de África passou o estreito e se acomodou neste interior alheio às influências que ao longo da história sofreu toda a costa algarvia. Não estou de acordo, por exemplo, com a opinião do Padre Marvão, grande admirador do canto do Baixo Alentejo, quando para ele, o que conta na génese do cantar do nosso povo é o canto gregoriano. Mas com ele concordo com a sua curiosa asserção, nesse trabalho que eu consultei, que flagrantemente contradiz a sua hipótese: "A nossa música alentejana não foi ensinada por ninguém, é espontânea; nasce do coração e da intuição dos alentejanos, com uma aptidão excepcional para o canto que tem as dimensões dos sagrados momentos da vida..."Henriques Pinheiro:8/11/1997
Fotografia de Filipe José Galhanas
Sexta-feira, 5 de Fevereiro de 2020
"Alentejo Terra de Artistas"
A pintura é neta da natureza...
Rembrandt
Rogério Ribeiro
Estremoz
Ilustração (1956) de Rogério Ribeiro para o livro “Histórias do Zaire “
de Alexandre Cabral editado pela Orion.
"A INFÂNCIA ALENTEJANA
Diz-nos a sua filha e biógrafa Ana Isabel Ribeiro (2):
"Rogério Ribeiro nasce em Estremoz, em 1930, na antiga Rua das Freiras. Filho de Rosil da Silva Ribeiro e de Celeste dos Anjos Chouriço Ribeiro.
O seu pai, funcionário público, foi o 16° filho de Narciso Ribeiro que, com 12 anos, chega a Estremoz vindo de Cardigos (distrito de Castelo Branco) e que, começando a trabalhar como marçano, chegou a Presidente da Câmara. Promoveu, na vila, a construção do lavadouro público, de esgotos, abriu uma avenida para a estação de camínhos-de-ferro e, de acordo com a memória de alguns, durante as vagas de fome no Alentejo, inventou trabalho para os camponeses que, diariamente, enchiam as brancas escadarias de mármore do município. A sua avó paterna, Amália Ribeiro, era oriunda de uma família de Borba. Dotada de um imenso pragmatismo, encarando com enorme lucidez os sobressaltos e alguns enganos da vida, orientou 13 dos 16 filhos que teve, já que três faleceram ainda menores.
A sua mãe casou aos 18 anos, vinha de uma família de nove irmãos, onde todos trabalhavam.
O pai, João de Deus Chouriço, vendia lotaria, sendo também contínuo e guarda da Sociedade
Recreativa "Os Artistas", onde se reuniam os agrários e a burguesia da vila. Magra e altiva,
senhora da sua condição, a sua avó materna, Teresa de Jesus Chouriço, ocupava-se dos filhos,
fazia a limpeza da Sociedade e preparava as ceias para os Jogadores que aí permaneciam noite fora.
Rogério Ribeiro, vive a sua primeira infância por terras do Alentejo "sem memórias maiores do
que amplas cozinhas, quartos caiados, ruas de terra batida ladeadas por casas rentes ao chão,
brincadeiras de rua (sem recordar o rosto ou o nome dos companheiros), fins de tarde tenros
mastigando conversas de adultos". Cerca de uma década depois já se encontra em Lisboa,
cidade onde passa a residir.
TAPEÇARIA
A Rainha Surpreendida pelo Mensageiro
Cartão para Tapeçaria de Portalegre (119x200 cm). Briga
Tapeçaria, "Amanhecer" (Rogério Ribeiro, 1997).
Óleo
O Cão Voador (1990)
Rogério Ribeiro.
Óleo sobre Tela (27x36 cm).
Colecção particular.
Família (1951).
Óleo sobre cartão.
Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.
Rogério Ribeiro.
Óleo sobre tela (99x99 cm).
Colecção particular.
SERIGRAFIAS
Um Quadro Azul (1993-1994).
Serigrafia.
Só quando a terra for nossa, meu amor, teremos Pátria.
Serigrafia.
Figuras (1986).
Ao Fim de Alguns Dias Voltaram a Chamá-la
A Bicicleta Deslizou Suavemente como se Nenhum Peso Levasse
Trabalhadores! Operários e Camponeses
Estendia a Mão Larga e Espessa aos Recém-Vindos
Olhou ainda o Ceú e Fez-se de Novo à Chuva
Serigrafia de Rogério Ribeiro que serviu como ilustração
para o romance de Manuel Tiago "Até Amanhã, Camaradas".
O Vento Soprou Mais Forte
O Voador
Coroação Da Primavera
DESENHOS
Abandono (1992).
Desenho sobre papel (49 x 63 cm).
Colecção particular.
Azulejos
"Azulejos para Santiago".
Painel para o Arquivo Histórico Municipal de Usuqui
Pormenor do revestimento azulejar do átrio Norte
da estação de metro dos Anjos - Lisboa (1982).
Intervenção plástica de Rogério Ribeiro.
Fotografia dex Roberto Santandreu.
Pormenor do revestimento azulejar da estação de metro da Avenida - Lisboa.
Intervenção plástica de Rogério Ribeiro.
Fotografia de J. J. Amarante.
Blimunda, painel de azulejos a partir de pintura de ROGÉRIO RIBEIRO (1930-2008).
Está na fachada da casa lisboeta de Pilar e José Saramago.
Quinta-feira, 4 de Fevereiro de 2020
Encontro com os nossos escritores
«Um livro é como um jardim que se carrega no bolso.»
Provérbio Árabe
Fernando Namora
"No seu romance Domingo à tarde (Prémio José Lins do Rego) Fernando Namora conta em uma
história densa; o tratamento que dá às personagens deixa transparecer uma sensibilidade
incomum; as abordagens que faz sobre a miséria humana, miséria essa que o cerca no seu
dia-a-dia no hospital, no qual exerce sua profissão de médico. E Domingo à tarde o escritor
demonstra saber lidar com os sentimentos mais íntimos das personagens que povoam o hospital,
ambiente impregnado de dor, de angústia, de esperança e de desesperança. Namora demonstra ter um profundo conhecimento da alma humana, e faz com que o leitor se torne cúmplice das suas
personagens. Nesse romance (Domingo à tarde) o escritor desperta no leitor um forte sentimento
de compaixão e solidariedade pelos seus infortúnios, sentimentos esses que se mesclam com um
traço de culpa, como se quem o lê também seja responsável por todo o caos social que passa a
permear a sua narrativa. " in Pedro Luso de Carvalho Blog Panorama
Concerto de Domingo à tarde
Se fores um dia a Serpa
https://youtu.be/i2XZi2dw8Ec
trigo roxo velhas muralhas
https://youtu.be/VUcXy30xOEw
Serpa do Alentejo
https://youtu.be/eZKZCnBMi9U
Sábado, 16 de Janeiro de 2021
Pintura Portuguesa
10 de Janeiro de 1926
Photo in https://en.wikipedia.org/wiki/J%C3%BAlio_Pomar
Júlio Pomar
"Júlio Artur da Silva Pomar[1] (Lisboa, 10 de janeiro de 1926) é um artista plástico/pintor português. Pertence à 3ª geração de pintores modernistas portugueses[2], sendo autor de uma obra multifacetada, centrada na pintura, desenho, cerâmica e gravura, com importantes desenvolvimentos nos domínios da tridimensão (escultura; assemblage) ou da escrita."
in Wikipédia
Photo in http://expresso.sapo.pt/
"Antes disso, vivia - e isto foi importante para mim - num quarto andar da Rua das Janelas Verdes, com o Tejo defronte - o Tejo como era na altura. O Tejo com movimento, com navios de carga, com fragatas, tudo. Passei do Tejo com movimento para as Avenidas Novas, que era uma coisa chata. Isso de ver o Tejo fez-me muita falta e talvez esteja na origem da minha mania de fazer bonecos. Essa falta de um espectáculo permanente talvez me tenha levado, por hipótese, a desenhar."
Júlio Pomar
O almoço do trolha, 1946-50, óleo sobre tela, 120 cm x 150 cm (in Wikipédia)
Photo in in http://wwwpoetanarquista.blogspot.com
Photo in https://www.wikiart.org/
"Como toda a gente, sou um bicho carregado de memória. Mas não tenho memória prática – não sei um único número de telefone, perco-me nas ruas, esqueço os detalhes das conversas ou das casas. Mesmo nos retratos que faço de cor: as coisas entram, são caldeadas e o que fica é mais um sentido, uma alusão a, do que uma soma de pormenores. W quando faço passar o modelo, o trabalho mais excitante começa no momento em que sinto a necessidade de apagar, ir desfazer a imagem registada no papel, para deixar agir um poder-elaborante, não directamente consciente."
Júlio Pomar em conversa com Helena Vaz Silva
Quarta-feira, 13 de Janeiro de 2021
O livro da semana
Wenceslau de Moraes
"O culto do chá"
Photo in 41JwbMwDylL.jpg
"Para a alegria dos olhos, a simples preparaçäo do chá imprime um relevo delicioso á graciosidade innata na "musumé" (*) na attitude que lhe é mais habitual, de joelhos sobre a esteira, junto do seu brazeiro. A mimica é impressiva, unica; privilegio d'aquella figurinha meiga e ondulante e d'aquella buliçosa mäo, de finissimos contornos, da japoneza, que é, em summa, a Eva mais gentilmente pueril, mais captivantemente chimerica, mais feminina emfim, de todas as Evas d'este mundo. Parece certo que jamais o japonez, que ignora o beijo, haja poisado a bocca n'aquella mäo que exhibe esplendores de graça para servir-lhe o chá; o forasteiro, em intimidade serena, pode ensaiar o galanteio se phantasia o tenta; e entäo verá talvez, que a mäosita da "musumé", reconhecida ao afago, se conchega de encontro aos labios, se demora, como uma rola docil gulosa de carinhos."
.
— Wenceslau de Moraes, “O culto do chá", Kobe, Typographia do "Kobe Herald",
Quarta-feira, 6 Janeiro de 2021
"Respigando...Alentejo"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
Fotografia de Filipe José Galhanas
Évora
Extraído de "As Pedras e o Tempo"
de
Fernando Lopes, 1961. Seu primeiro filme.
https://youtu.be/WQPyr-L8Xn8
Segunda-feira, 28 de Dezembro de 2020
Entrevistas
Entrevista com ARMANDO SILVA (Antiquário) de Borba
em
1 de Novembro de 2013
No sentido de contribuir para a divulgação, promoção e preservação da identidade cultural, o Grupo de Amigos de Borba achou por bem começar por ouvir naturais deste concelho para nos falarem da sua Terra Natal e das suas riquezas e potencialidades.
Assim e dando sequência a esta iniciativa decidimos falar com Armando Manuel da Silva, natural de Borba onde nasceu há 67 anos e que decidiu criar condições para se manter na terra que o viu nascer, manter as suas raízes e com quem vamos falar a seguir.
J.A. Gostaríamos que nos falasse dos seus antecedentes das fases das sua vida mais recente e o que perspetiva para o futuro?
A.S. Nasci na freguesia da Orada, estudei em Borba, comecei por trabalhar aos 19 anos numa empresa Mármores do Condado, por sinal uma grande empresa, onde me mantive até ao seu encerramento. Aos 29 anos e por escolha dos munícipes de Borba fui eleito o primeiro Presidente da Junta da Matriz, no pós 25 de Abril onde me mantive durante dois mandatos. Mais tarde fui também eleito Vereador da Câmara de Borba entre 1990 e 1996 com o pelouro das Obras. Quando saí, por paixão e por necessidade de empregar minha mulher comecei a dedicar-me ao ramo das Antiguidades.
J.A. Há quanto tempo se dedica a esta atividade?
A.S. Desde 1996 a tempo inteiro com a esposa começando a visitar principalmente montes alentejanos e adquirindo peças antigas especialmente de decoração.
J.A. No período que se verificou mais crescimento e que deu realmente a Borba o nome de "Terra de Antiguidades", quantas casas chegaram a funcionar aqui neste Concelho?
A.S. Atingiram o número de 14 em pleno funcionamento na Rua de S. Bartolomeu. Hoje, e devido à crise que se instalou no país só restam 3, há cerca de 8/9 anos e com dificuldades.
J.A. Porque se dedicou a esta atividade? Foi por razões de ordem económica, ocupação de tempos livres, lazer ou por paixão e defesa das nossas tradições?
A.S. Foi mesmo por paixão e obviamente por necessidade de colocar a minha mulher que estava sem emprego como atrás refiro. Foi também com o objetivo de dar nome a Borba concretamente trazer cá turistas e ser um local de visitas.
J.A. Quais os principais clientes? São naturais de Borba, do resto do país ou estrangeiros e pessoas com poder económico, por apetência ou por paixão?
A.S. No início eram nacionais com poder económico, da classe média, média/alta, chegando a haver muita afluência de estrangeiros, até porque na altura ainda não havia a A6(Auto-Estrada) e toda a gente tinha que passar por dentro do Concelho o que deu grande nome a Borba. Com o aparecimento da crise naturalmente este negócio foi-se esmoronando e hoje está mesmo numa fase critica.
J.A. Quais são no seu entender as prioridades a ser assumidas para defesa da imagem do Concelho e que por inerência proporcione maior desenvolvimento e reconhecimento nacional?
A.S. Penso que a melhor divulgação e promoção desta Cidade deveria ser através da colocação de Outdoors em todas as entradas do Concelho com destaque da Gastronomia, o bom Azeite, os bons Enchidos, tipo caseiro.Festa da Vinha e do Vinho, Ameixa Rainha Cláudia, Feira do Queijo, Feira das Ervas e de uma das maiores riquezas que é o Mármore através do CEVALOR- Centro de Estudos e Valorização Tecnologica de Rochas Ornamentais.
Borba, 1 de Novembro de 2013
Segunda-feira, 23 de Novembro de 2020
Receitas Culinárias Alentejo
Em Alentejo-GASTRONOMIA
Açorda de Alho
foto de sweetaboufood blogspot.com
Ingredientes:
1 dente de alho
Poejos
2 colheres de azeite
sal q.b.
água
1 ovo
Preparação:
Numa tigela coloca-se o alho, o sal, os poejos (depois de esmagados) e, de seguida deita-se a água a ferver (onde já se cozeu um ovo para cada pessoa), para finalizar parte-se o pão às fatias e coloca-se dentro da água, onde já se encontram todos os ingredientes.
Segunda-feira, 16 de Novembro de 2020
O Livro da Semana
Irene Lisboa
"As novelas autobiográficas Começa uma vida e Voltar atrás para quê? contam os episódios
fundadores da infância e da adolescência, nos quais radica este universo. À distância do tempo
e da memória, eles narram a história de uma rapariguinha crescendo entre mistérios que
rodeiam a sua origem, envolvendo-a na matriz disfórica de afetos desajustados: separada da
mãe cerca dos três anos, vive com o pai e uma madrinha na quinta desta, estigmatizada por
uma bastardia que o crescimento vem agudizar, não só pelas suas sequelas no imaginário
da protagonista, mas pelas consequências práticas sobre a sua vida, vendo-se desprovida
de bens materiais e sobretudo simbólicos (nunca reconhecida pelo pai e espoliada dos seus
direitos por ação de gente ambiciosa e sem escrúpulos). Sendo uma história pessoal, um "caso",
ela é também exemplar de um certo tempo português do começo do século XX, caracterizado
pela decadência dos terratenentes e da burguesia promovida pelo dinheiro à custa do sacrifício
dos mais fracos. Estas narrativas, de técnica fragmentária como todos os livros intimistas da
autora, são exemplares do modo de representar uma consciência dilacerada que, mesmo por
ser absolutamente moderno, é um dos fatores da estranheza e do fascínio que Irene Lisboa
vem causando em quem a lê."
Paula Morão
"Ai, mas a vida fugia-lhe. Com que dor, sim, com que dor a via fugir-lhe.
A vida não é nada. É uma coisa que passa, apenas. Uma pescadinha de rabo na boca… o seu princípio e o seu fim juntam-se, procuram-se. O rabo está ou volta aos dentes da cabeça, mete-se na boca da infância.
Inocentes, afinal, o princípio e o fim da vida. Sem poderes. Mas tão ligados… Até parece que o fim se alimenta do princípio, que a infância se lhe sobrepõe, o ilumina, o traz sujeito. O resto da vida, oh! o resto da vida some-se, sumiu-se."
Quinta-feira, 5 de Novembro de 2020
Recordar
João Rita
Recordamos este nosso Amigo, cujo contributo para a Cultura Borbense ficará para
sempre marcado pela autenticidade do seu canto, seu longo amor ao fado e à sua divulgação, bem
como pelo partilhar a felicidade cantando o que lhe provinha da alma, do seu profundo sentir.
Fado
https://youtu.be/lVglzC38sbo
João Rita fado, Filho e Neto
https://youtu.be/wt3ruGjxcxo
Criada em 21 de Agosto de 2012, a Associação dos Amigos de Borba
Associação de Borbenses Defensores do Património Ambiental e Cultural
Adira através do email
Para comentários e colaboração utilizar:
O Alentejano
"Homenagem aos Mestres Cantores do Alentejo"
Pintura de Espiga Pinto, sobre madeira, datada de 1965. 130x40cm
Col. Centro de Arte Moderna da
"Se há marca que enobrece o semelhante, é essa intangibilidade que o Alentejano conserva e que deve em grande parte ao enquadramento. O meio defendeu-o duma promiscuidade que o atingiria no cerne. Manteve-o Vertical e Sozinho, para que pudesse ver com nitidez o tamanho da sua sombra no chão. Modelou-o de forma a que nenhuma força por mais hostil, fosse capaz de lhe roubar a coragem, de lhe perverter o instinto, de lhe enfraquecer a razão... (...) É preciso ter uma grande dignidade humana, uma certeza em si muito profunda, para usar uma casaca de pele de ovelha com o garbo dum embaixador. Foi a terra Alentejana que fez o homem Alentejano, e eu quero-lhe por isso. Porque o não degradou proibindo-o de falar com alguém de chapéu na mão."
Miguel Torga In "Portugal" 1950
Fotografia de Adriano Bastos
O Alentejo lembra-me sempre
Um imenso relógio de sol
Onde o homem faz de ponteiro do tempo
Miguel Torga
Visitas desde 14/11/2012
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