03 Borba, Património da Vila Branca

BORBA Património da Vila Branca, João Miguel Simões,

Edições Colibri / Câmara Municipal de Borba, Outubro de 2007

NOTA DE CONTRA CAPA

A vila de Borba surge no campo da Historia da Arte quase totalmente inédita.

Poucas foram as publicações que se debruçaram sobre o património cultural desta vila alentejana. Contudo, a riqueza artística que se observa nas suas ruas, nas suas igrejas e nos seus monumentos deixa antever um passado extremamente rico. De facto, a partir do século XVII, Borba abandonou a produção de cereal e dedicou-se à produção de vinho para exportação. Os seus habitantes tiveram desta forma acesso a uma riqueza monetária que originou a construção e a decoração de inúmeras igrejas, Capelas e monumentos dentro da vila. Este surto construtivo e artístico levou a que surgisse uma comunidade de artistas que viviam exclusivamente das encomendas que a elite da própria vila solicitava. Através de uma pesquisa exaustiva e rigorosa nos ricos arquivos da vila, o autor redescobriu as inúmeras campanhas artísticas que enriqueceram os monumentos de Borba e identificou as dezenas de artistas, maioritariamente borbenses, que ao longo de gerações trabalharam nas diversas artes.

Edições CoIibri | Outubro de 2007

AUTOR

João Miguel Simões nasceu em Lisboa, em 1976. É licenciado em História, variante História de Arte, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e Mestre em Arte, Património e Restauro pela mesma instituição, tendo defendido em 2003 a dissertação Arte e Sociedade na Lisboa de D. Pedro II, Ambientes de Trabalho e Mecânica do Mecenato (no prelo). Trabalhou entre 2000 e 2003 como Historiador de Arte para a Câmara Municipal de Borba. Actualmente, trabalha na área da História da Arte e do Património Cultural edificado para diversas instituições e investigadores, portugueses e estrangeiros. É autor dos livros: Odivelas, o Senhor Roubado (2000), A Fonte das Bicas (2003), O Convento das Trinas do Mocambo (2004), A Igreja de Nossa Senhora da Assunção dc Mexilhoeira Grande (2005), História da Santa Casa da Misericórdia de Borba (2006), Borba, património da vila Branca (2007) e A História da Mexilhoeira Grande (2007).

Numa primeira fase, vamos destacar, nesta imensa e rica OBRA sobre BORBA

AS MÃOS E ENGENHO QUE ERGUERAM AS PEDRAS

baseados na mensagem final da introdução:

«Através de uma pesquisa exaustiva e rigorosa nos ricos arquivos da vila, o autor redescobriu as inúmeras campanhas artísticas que enriqueceram os monumentos de Borba e identificou as dezenas de artistas, maioritariamente borbenses, que ao longo de gerações trabalharam nas diversas artes.»

EIS AQUI em baixo OS NOMES e resumo de quase de duas centenas de ARTISTAS

(Provavelmente muitas pessoas de Borba encontraram nesta obra e poderão agora encontrar aqui alguns antepassados seus...)

DICIONÁRIO DE ARTISTAS BORBENSES, OU QUE TENHAM TRABALHADO EM BORBA, PARA A HISTÓRIA DA ARTE BARROCA ALENTEJANA

(Nomes por ordem alfabética - esta lista pode tb. ser apresentada por profissões ou arquivos consultados)

Alvanel - s. m. - Pedreiro de obra grossa.= ALVANÉU

BORBA - PROFISSÕES século XVIII referidos nesta obra

(para os que desejarem fazer uma comparação com a actualidade...?

Se juntarmos os de profissão - ALVANEL - com - PEDREIRO - verificamos um domínio absoluto 88...)

Dois gráficos para ilustrar melhor

16 profissões diferentes, em 176 ARTISTAS - quase todos relacionados com obras...

Claro que falta um estudo sobre os que se dedicavam à AGRICULTURA e sustentavam todo este mundo de artes e ofícios...

AQUI UM RELEVO ESPECIAL a um PINTOR especial

JOSÉ DE SOUSA DE CARVALHO

PINTOR BORBENSE

DOS FINAIS DO SÉCULO XVIII

(1740? – 1795 08 02) (Ver obra pp. 233 – 240)

«Uma das mais interessantes figuras da segunda metade do século XVIII borbense é o grande pintor José de Sousa de Carvalho, que deixou por toda a Vila, em igrejas e palácios, inúmeros exemplares da sua obra. Trata-se do primeiro pintor de cavalete borbense que viveu toda a sua vida da arte que executou, demonstrando, assim, que Borba se tornou num centro urbano, rico e abastado o suficiente para manter activa uma oficina de pintura.»

«…Terá nascido em Borba, por volta de 1740… Nada sabemos da sua vida antes do ano de 1765. …

«Em 1765… está plenamente no activo…» Deixou inúmeras obras… «Por este tão grande número de obras de arte executadas é referenciado pela Câmara Municipal, em Junho de 1792, como sendo dos mais ricos homens de Borba, a quem se poderia deixar dinheiro público pela conhecida honestidade. Morreu no dia 2 de Agosto de 1795, com idade não muito avançada, com cerca de 55 anos.»

(Algumas obras inseridas na obra pp. 239 e 240)

Cena de galanteio, da autoria de José de Sousa de Carvalho, Palácio dos Melo

Damas tocando e cantando, José de Sousa de Carvalho, Palácio dos Melo

Os tocadores de sanfona, José de Sousa de Carvalho, Palácio dos Melo

Cena de género, José de Sousa de Carvalho, Palácio dos Melo

Homem misterioso, José de Sousa de Carvalho, Palácio dos Melo

A senhora e a criada, José de Sousa de Carvalho, Palácio dos Melo

Dada a envergadura e qualidade desta obra,

voltaremos para outros estudos e desenvolvimentos...