12- Dezembro de 2020 C

Fotografia de Adriano Bastos

O Alentejano

"Homenagem aos Mestres Cantores do Alentejo"

Pintura de Espiga Pinto, sobre madeira, datada de 1965. 130x40cm

Col. Centro de Arte Moderna da

Fundação Calouste Gulbenkian

O Alentejo lembra-me sempre

Um imenso relógio de sol

Onde o homem faz de ponteiro do tempo

Miguel Torga

Feliz Quadra Natalícia

Natividade Arte Portuguesa

#JosefadeÓbidos, 1650-60

Col. Particular

Sagrada Família do Presépio da Madre Deus (1700-1730,

Museu Nacional do Azulejo - atribuído e em colaboração

provável com Dionísio Ferreira

Natividade Arte Portuguesa

#JosefadeÓbidos, 1650-60

Col. Particular

Natività con San Lorenzo e San Francesco d’Assisi

Autore: Caravaggio Anno: 1600

Filippo Lippi - "La Natività con San Giorgio e

San Vincenzo Ferrer" -

Museo Civico di Prato

Raffaello Sanzio

(Urbino, 28 marzo 1483 – Roma, 6 aprile 1520)

Madonna di Loreto, o Madonna del velo, 1511 circa

Olio su tavola, cm. 120×90

Musée Condé di Chantilly, Francia

Domingo, 20 de Dezembro de 2020

Concerto de Domingo

John Eliot Gardiner – Bach: BWV 248 Pt. 1: 1.

Jauchzet, frohlocket, auf, preiset die Tage (excerpt)

https://youtu.be/QZIQDzUeeYI

Em Alentejo-GASTRONOMIA

Receitas Culinárias Alentejo

Sericaia

Ingredientes:

5 Dl de leite

1 Casca de limão

1 Pau de canela

60 G de farinha

½ Colher (de café) de sal

6 Ovos

200 G de açúcar

1 Colher (de sopa) de canela em pó

Manteiga q.b.

Preparação:

Ferva o leite com a casca de limão e o pau de canela

e deixe arrefecer. Em seguida, dissolva a farinha

com o sal nesse leite, depois de completamente frio.

Bata as gemas com o açúcar até obter um

creme fofo e esbranquiçado e adicione ao leite.

Deve ficar tudo homogéneo e sem grumos.

Ponha este preparado a cozer em lume médio,

mexendo sempre até se ver o fundo do tacho.

Retire do calor e deixe arrefecer. Depois, bata

as claras em castelo bem firme e junte cuidadosamente

ao preparado anterior (como se faz para o soufflé).

Unte com manteiga um prato de barro, louça ou

estanho, que suporte temperaturas elevadas.

Com uma colher grande deite o doce no prato

em colheradas desencontradas, isto é, fazendo

escama. Polvilhe a superfície com a canela

passada por um passador e leve a Sericaia a

cozer em forno bem quente, cerca de

220º C, até abrir fendas. Sirva frio.

Conheça as Receitas Culinárias do nosso

Alentejo, as quais constituem património secular que urge preservar e outras mais

receitas do nosso Alentejo pode ver em:

https://sites.google.com/site/amigosterrasborba/1-alentejo-1/4-gastronomia/rereceitas-de-culinaria-do-alentejo-1

Sábado, 19 de Dezembro de 2020

"Respigando...Alentejo"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Os nossos melhores AGRADECIMENTOS ao contributo de Filipe Rosado

e à perspectiva de um imenso espólio de documentos a estudar e divulgar...

Fotografia de Adriano Bastos

Estremoz

Sexta-feira, 18 de Dezembro de 2020

Alentejo-GASTRONOMIA

Receitas Culinárias Alentejo

AZEVIAS

Ingredientes:

  • Para a massa:

  • 500 g de farinha ;

  • 3 a 4 colheres de gordura (mistura de banha e de manteiga ou margarina) ;

  • 1 cálice de aguardente ;

  • sal

  • Para o recheio de grão:

  • 1 kg de grão ;

  • 750 g de açúcar ;

  • 2 limões ;

  • 1 colher de sobremesa de canela em pó ;

  • 3 gemas

Confecção:

Coze-se o grão com uma pitada de sal, pela-se e passa-se por uma peneira fina.

Leva-se o açúcar ao lume com 2 dl de água e deixa-se ferver durante 1 ou 2 minutos. Junta-se o puré de grão, a canela e a raspa da casca dos limões. Deixa-se ferver o preparado, mexendo até se ver o fundo do tacho. Retira-se juntam-se as gemas e leva-se o preparado novamente ao lume para coser as gemas. Deixa-se ficar assim de um dia para o outro.

Peneira-se a farinha para uma tigela e faz-se uma cova no meio onde se deitam as gorduras quentes. Mistura-se. Junta-se a aguardente e depois vai-se amassando juntando pinguinhos de água morna temperada com sal. Sova-se bem a massa e deixa-se repousar em ambiente temperado.

Estende-se a massa com o rolo, muito fina, e recheia-se com um pouco do doce preparado. Cortam-se as azevias em meia lua (como os rissóis), ou em triângulo ou em rectângulo (como os pasteis de carne) e fritam-se em azeite ou óleo bem quentes. Polvilham-se com açúcar ou açúcar e canela.

Variantes:

Azevias de Batata.

Substitui-se o grão por igual porção de batata cozida e reduzida a puré. Pode utilizar-se batata comum, mas a batata doce é a mais vulgarmente utilizada.

Azevias de amêndoa

Fazem-se como as azevias de grão, nas seguintes proporções:

    • 750 g de puré de grão preparado como se disse ;

    • 750 g de açúcar ;

    • 250 g de amêndoas peladas e raladas ;

    • raspa da casca de 2 limões ;

    • 1 colher de chá de canela e 7 gemas

Em qualquer das receitas transcritas a raspa da casca de limão pode ser substituída por igual porção de raspa de casca de laranja.

fonte: Editorial Verbo in Roteiro Gastronómico de Portugal

Quinta-feira, 17 de Dezembro de 2020

Visite Alentejo

1669935_680295245417161_5009123038602544315_o.jpg

Vista Aérea do Mosteiro de Santa Maria de Flor da Rosa (Crato)

Fonte: © A Terceira Dimensão

10675630_680294242083928_2372086444542892607_n.jpg

Simplesmente.. Alentejo!

Foto: © Luís Reininho Photography

10616062_680277225418963_7563795096008661347_n.jpg

Ermida de Nossa Senhora da Visitação.. (Montemor-o-Novo)

Foto: © Nuno Photography

10845958_680276638752355_4344939699406266231_n.jpg

Barragem do Enxoé (Concelho de Serpa)

Foto: © Bruno Palma Fotografia

10365773_680275122085840_1238803870163595920_n.jpg

Olival em Terras Alentejanas (Castelo de Vide)

Fonte: © Quinta das Lavandas

60653_680328088747210_5636588766852165583_n.jpg

Castelo de Monsaraz..

Foto: © Carlos Quintas Photography

Terça-feira, 15 de Dezembro de 2020

O "Cante ao Menino"

Cante ao menino-Vila Verde de Ficalho recolha M Giacometti

O "Cante ao Menino" - Cuba (Baixo Alentejo)

"O "Cante ao Menino", na Igreja Matriz de Cuba, foi organizado pelo Grupo Coral e Etnográfico " Cubenses Amigos do Cante", coordenado por Augusto Duarte, e teve a participação do grupo coral misto "Os Rurais", de Figueira de Cavaleiros (Baixo Alentejo) e do Grupo Coral "Os Arraianos" de Vila Verde de Ficalho. O evento foi criado nos finais de 1980 e depende do trabalho voluntário de homens e mulheres que dignificam o Cante com a voz e a vontade em preservar uma prática das famílias de trabalhadores rurais na noite de Natal, que conquistou o espaço público e a Igreja Matriz. Excerto das gravações realizadas no dia 19 de Dezembro de 2015, no âmbito do projecto pós-doc "A cultura expressiva na fronteira luso-espanhola: continuidade histórica e processos de transformação socioculturais, agentes e repertórios na construção de identidades", INET-md, FCSH-UNL, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). https://culturaexpressiva.wordpress.c.."

In Dulce Simões

Cantigas Tradicionais de Natividade

Barrancos (Baixo Alentejo)

https://youtu.be/cIq7YkTC3ng

Sábado, 12 de Dezembro de 2020

Em Alentejo-Pintura

"Alentejo Terra de Artistas"

Mestre Manuel Lima

Niza, Alentejo

Retrato a óleo do figurinista Pinto de Campos (1908-1975)

29433142_1654928777958975_5428840581994381312_o.jpg

27173773_1604424023009451_5795266759183748946_o.jpg

Sexta-feira, 11 de Dezembro de 2020

Encontro com os nossos Escritores

José Rentes de Carvalho

Derrapagens da alma

Com a idade vai acontecendo menos, mas continua a ser ratoeira em que caio com ingenuidade de criança: pedem-me conselho, perguntam-me o que penso disto e daquilo, juntam um agradável sorriso, e eu cego para o perigo da mola, só vejo o pedaço de queijo, quando dou por mim é tarde, está o coração perto da boca a debitar a resposta.

Sinceridade que ao interlocutor nada interessa, nem é seu desejo ver apontadas as falhas, as deficiências, a soberba que o faz descarrilar.

Desculpe quem isto por acaso lê. Não deixe que o meu azedume faça contágio, nem me imagine com fúrias e a bater o pé, arrenegado com o semelhante. Nada disso. Ainda há instantes, o sol a nascer, quedei-me à janela a olhar o monte fronteiro, recordando os meus sonhos de criança, a alegria que me dava imaginar os mundos que de certeza havia para lá do cume.

Tudo são horas, derrapagens da alma, variações de humor

"Paixão "É um amor estranho, irreal, um amor de muitas incógnitas, de extremos que de facto se tocam, seduções que nenhum deles experimentara. É muito, é quase tudo, o que devia afastá-los, mas a força que os atrai desconhece as leis da natureza e da sociedade, leva-os a procurar-se, a desejar-se com a febre da loucura, esquecendo leis e limites, ambos certos de que só a dádiva total vale o risco; que no verdadeiro amor, na paixão, não pode haver direitos nem deveres, concessões, favores ou diferenças. Que a paixão, a verdadeira, a única que vale a pena sentir, é o reino da igualdade."

Fotografia de Adriano Bastos

Alex Venezia (American,1993) Haunting 2018

47391750_2174306799292818_

3376650176549617664_o.jpg

Quinta-feira, 10 de Dezembro de 2020

Visite Alentejo

Vila Viçosa

Património Religioso

Igreja Matriz de Vila Viçosa

Igreja da Misericórdia

Igreja de N. Sra. da Lapa

Igreja de Nossa Senhora da Graça

Quarta-feira, 9 de Dezembro de 2020

Tempo de leitura

De todos os instrumentos do homem, o mais impressionante é, sem dúvida, o livro. Os outros

são extensões de seu corpo. O microscópio, o telescópio, são extensões de sua visão; o

telefone é a extensão da voz; então, temos o arado e a espada, as extensões do braço. Mas

o livro é outra coisa: o livro é uma extensão da memória e da imaginação.

Jorge Luis Borges

O Egoísmo Pessoal Tapa Todos os Horizontes

O mal e o remédio estão em nós. A mesma espécie humana que agora nos indigna, indignou-se antes e indignar-se-á amanhã. Agora vivemos um tempo em que o egoísmo pessoal tapa todos os horizontes. Perdeu-se o sentido da solidariedade, o sentido cívico, que não deve confundir-se nunca com a caridade. É um tempo escuro, mas chegará, certamente, outra geração mais autêntica. Talvez o homem não tenha remédio, não tenhamos progredido muito em bondade em milhares e milhares de anos sobre a Terra. Talvez estejamos a percorrer um longo e interminável caminho que nos leva ao ser humano. Talvez, não sei onde nem quando, cheguemos a ser aquilo que temos de ser. Quando metade do mundo morre de fome e a outra metade não faz nada... alguma coisa não funciona. Talvez um dia!

José Saramago, in 'La Verdade (1994)'

Terça-feira, 8 de Dezembro de 2020

Dia da Mãe

Gustav Klimt

Raffaello Sanzio

Madonna, 1505

560748_10150944305745053_1330288662_n.jpg

MÃE

Mãe - que adormeceste este viver dorido,

E me vele esta noite de tal frio,

E com as mãos piedosas até o fio

Do meu pobre existir,meio partido....

Que me leve consigo,adormecido,

Ao passar pelo sitio mais sombrio...

Me banhe e lave a alma lá no rio

Da clara luz do seu olhar querido...

Eu dava o meu orgulho de homem - dava

Minha estéril ciência,sem receio,

E em débil criancinha me tornava,

Descuidada,feliz,dócil também,

Se eu pudesse dormir sobre o teu seio,

Se tu fosses querida,a minha mãe!

Antero de Quental

In Sonetos

Picasso

Poema à Mãe

No mais fundo de ti,

eu sei que traí, mãe

Tudo porque já não sou

o retrato adormecido

no fundo dos teus olhos.

Tudo porque tu ignoras

que há leitos onde o frio não se demora

e noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo

são duras, mãe,

e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas

que apertava junto ao coração

no retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,

talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;

esqueceste que as minhas pernas cresceram,

que todo o meu corpo cresceu,

e até o meu coração

ficou enorme, mãe!

Olha — queres ouvir-me? —

às vezes ainda sou o menino

que adormeceu nos teus olhos;

ainda aperto contra o coração

rosas tão brancas

como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:

Era uma vez uma princesa

no meio de um laranjal...

Mas — tu sabes — a noite é enorme,

e todo o meu corpo cresceu.

Eu saí da moldura,

dei às aves os meus olhos a beber,

Não me esqueci de nada, mãe.

Guardo a tua voz dentro de mim.

E deixo-te as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.

Eugénio de Andrade

in "Os Amantes Sem Dinheiro"

Aniversário Mãe

Que visita tão pura me fizeste

Neste dia!

Era a tua memória que sorria

Sobre o meu berço.

Nu e pequeno como me

deixaste,

Ia chorar de medo e de

abandono.

Então vieste, e outra vez

cantaste,

Até que veio o sono.

Miguel Torga

In Diário IV

8 de Dezembro

Feriado nacional e dia santo de guarda, a data de 8 de Dezembro constitui-se como um dia de festa religiosa, associada durante muitos anos à celebração do Dia da Mãe.

A 25 de Março de 1646, o rei D. João IV organizou uma cerimónia solene, em Vila Viçosa, para agradecer a Nossa Senhora a Restauração da Independência de Portugal. Foi até à igreja de Nossa Senhora da Conceição, declarando-a padroeira e rainha de Portugal.

São do seguinte teor as palavras da provisão régia datada, precisamente, de 25 de Março do ano acima referido:

"Estando ora juntos em cortes com os três estados do Reino lhes fiz propor a obrigação que tínhamos de renovar e continuar esta promessa (de D. Afonso Henriques) e venerar com muito particular afecto e solenidade a festa de Sua Imaculada Conceição. E nelas, com parecer de todos, assentámos de tomar por padroeira de Nossos Reinos e senhorios a Santíssima Virgem Nossa Senhora da Conceição… e lhe ofereço de novo… à Sua Santa Casa da Conceição sita em Vila Viçosa, por ser a primeira que houve em Espanha desta invocação, cinquenta escudos de oiro, em cada um ano em sinal de Tributo e Vassalagem…"

Desde esse dia em diante, mais nenhum rei português colocou coroa na cabeça, privilégio que estaria disponível apenas para a Imaculada Conceição.

Nossa Senhora da Conceição tem sido através dos séculos, a honra e a glória da Nação e do Povo Português." in Orlanda Matias

Segunda-Feira, 7 de Dezembro de 2020

Poetas de Borba

Manuel Alves Lapão

Borba e suas gentes

Mote

Borba terra da igualdade

Sua gente é de primeira

Progredindo sem a cegueira

Ontem vila, hoje cidade

I

As suas bonitas histórias

Muito as vêm divulgando

Suas gentes vão recordando

As arquivadas nas memórias

Felizes momentos de glórias

Deste bom povo sem maldade

Um concelho de unidade

Com nómada ou sedentário

Por todos é bem solidário

Borba terra da igualdade

II

No Alentejo sediada

Évora é o seu distrito

Ela terá que dar um grito

Se não gritar é condenada

Reivindicação esperada

Em zona muito ordeira

Com o mármore da pedreira

Fazem lindas peças de arte

Vendido por toda a parte

Sua gente é de primeira

III

Histórica fonte das bicas

É monumento nacional

Como esta não há igual

É “forrada” por artes ricas

Atrai ações fotográficas

Pla sua atração obreira

Com Imagem bem sobranceira

Lago de boa capacidade

Dava água á comunidade

Progredindo sem a cegueira

IV

O lago teve reconstrução

Nesta se encontrou um Barbo

Em ação que muito gabo

Barbo, “padrinho” da povoação

Borba “tá” no nosso coração

Pla sua hospitalidade

A vila tem a humildade

Respeitando os seus valores

Com trabalho dos seus tutores

Ontem vila, hoje cidade

Autor: Manuel Lapão

Domingo, 6 de Dezembro de 2020

Concerto de Domingo

Outono

Neil Young - Harvest Moon

https://youtu.be/n2MtEsrcTTs

Chanson d'automne

https://youtu.be/XYY9UuXZoaw

Balada de otoño, Joan Manuel Serrat

https://youtu.be/5v66eaBzJmA

Sábado, 5 de Dezembro de 2020

Em Alentejo-Pintura

"Alentejo Terra de Artistas"

Manuel Ribeiro de Pavia

Pavia

"Pintor e Ilustrador Português.Manuel Ribeiro de Pavia

1907- 1957

"Todo o verdadeiro artista é um transformador de energias, e como tal a obra de arte nunca poderá ser um acto gratuito. A sua melhor, a mais espinhosa tarefa é reintegrar o homem na dignidade humana. Em arte só o real é verdadeiro-aquilo que se pode verificar pelo comportamento emotivo do homem. Daí sucede, por vezes, que numa arte distanciada do público os primeiros contactos sejam sempre dolorosos e decepcionantes.

"O Alentejo, região mais martirizada durante o meio século da ditadura salazarista, foi o protagonista dos seus trabalhos, principalmente desenhos e aguarelas. A beleza das suas ceifeiras e mondadeiras não impedia a violência com que denunciava a injustiça social. Participou em quase todas as Exposições Gerais de Artes Plásticas.

"Manuel de Pavia

morreu no dia em que completava 50 anos. O poeta Eugénio de Andrade, um dos seus amigos, no seu livro OsImagem2 Afluentes do Silêncio, diz sobre Ribeiro de Pavia: Esta morte, assim sem mais nem menos, que um amigo me comunica, entala-se-me na garganta. Morreu o Manuel Ribeiro de Pavia. Levou-o uma pneumonia que o foi encontrar depauperado por uma vida quase de miséria.

"Manuel Ribeiro de Pavia particularmente famoso pelas ilustrações concebidas para obras de escritores neo-realistas, amigos, foi talvez o mais brilhante artista plástico do movimento. Porém, quem não se submetesse aos ditames do regime tinha dificuldade em sobreviver.

Necessàriamente que o homem comum, entregue aos azares dos seus recursos individuais, não pode ter uma visão excepcional do mundo. Todo o artista deve (e tem) de ser um criador activo, isto é, um colaborador actuante e interessado no conjunto das funções sociais. O que pretende expressar deverá ir além da sua vida afectiva ou intelectual e comparticipar da aventura quotidiana, numa familiaridade constante com os restantes individuos. Uma obra de arte resulta sempre bela e universal, na medida em que foi possível ao artista comunicar ao mundo exterior qualquer parcela da sua profunda emoção das realidades humanas."

Manuel Ribeiro de Pavia

Na segunda, realizada em 1947, algumas das suas obras expostas foram apreendidas pela polícia política. O regime salazarista não dava tréguas aos seus opositores. Para se lutar contra a ditadura ou se era rico ou se morria de fome. Manuel Ribeiro de Pavia era antifascista e pobre. " In Sóarte

Passava fome! Tinha uma única camisa! Não pagava o quarto há imenso tempo! E nós a falarmos-lhe de poesia…» Assim é: passava realmente fome. Todos nós o sabíamos. E ele a falar-nos de pintura, de poesia, da dignificação da vida. É justamente nisto que residia a sua grandeza. Não falava da sua fome – de que, feitas bem as contas, veio a morrer. A fome não consta de nenhum epitáfio…"in Wikipédia

Manuel foi um dos valores sufocados pela hidra salazarista. A existência de homens honrados como Ribeiro de Pavia, homens para quem o ser vem primeiro do que o ter, eram, no entanto, sinais de esperança num futuro diferente." in Sóarte

"Manuel Ribeiro de Pavia nascido em Pavia (Mora), em 19 de Março de 1907,

foi talvez o expoente máximo da ilustração neo-realista portuguesa."

Helena Pato

Sexta-Feira, 4 de Dezembro de 2020

Encontro com a escrita de

José Rentes de Carvalho

Cartas de Amor

(Clique)

"Neste tempo de sms, likes, emoticons, haverá ainda quem, com pena e papel, se sente a

escrever cartas de amor? Creio que o simples imaginar da cena causa hilaridade, para não

falarmos do perigo que acarreta expor em frases que ficam – scripta manent – emoções e

sentimentos que, exaltados por natureza, contêm o risco clássico do feitiço que se volta

contra o feiticeiro. Numa ou noutra altura, em estado febril, provavelmente quase todos nós,

maiores de cinquenta anos, cometemos o erro de caligrafar em papel acessos de paixão, o

mesmo é dizer que nesta e naquela gaveta, ou entre páginas de sonetos, se escondem umas

quantas bombas de relógio. Não das que explodem em estilhaços e causam mortes, mas das

que, como as do gás de mostarda, discretamente espalham o seu veneno. Imaginem-na, a

esquecida namorada, irreconhecível, tão diferente da jovem que foi, e agora, num gesto de

teatro, espalha sobre a mesa do café umas quantas folhas, em que não só reconhecemos a

nossa letra, mas, bem pior, nos levam a recordar em detalhe quanto nos esforçámos,

buscando-as no dicionário, por encontrar palavras que, como um vidro de aumento,

engrossassem a paixão."

Quinta-feira, 3 de Dezembro de 2020

12308226_10153793528178923_8640023066758694991_n.jpg

«Muitas são as localidades, vilas, cidades ou aldeias, que através dos tempos conseguem

manter uma especialização industrial ou artística, que é como que o fácies característico e

inconfundível que as torna conhecidas. Alcáçovas também possui a sua indústria própria,

especial, única, os chocalhos, através dos quais o seu nome se tem tornado conhecido…»

A produção de chocalhos constitui a principal indústria da povoação de Alcáçovas que os

fabrica desde o século XVIII, e cujo segredo se mantém na posse de algumas famílias

que o vêm transmitindo de geração em geração, levando-o consigo quando emigram. Deste

modo, é possível encontrar aqueles objectos de artesanato em Serpa, Estremoz e Portalegre.

Hoje, o fabrico destes objectos continua a processar-se exactamente do mesmo modo,

e as oficinas mantém o mesmo aspecto de há 200 anos. Mas, o seu número tem vindo

a diminuir drasticamente. Ainda há 40 anos havia dezasseis oficinas, das quais actualmente

apenas três funcionam."

In Meloteca.com

"O Alentejo conquistou o segundo selo da UNESCO!!

O Fabrico de Chocalhos conquistou o título de Património Cultural Imaterial com Necessidade de Salvaguarda Urgente!

Esta manifestação cultural tem no território alentejano a maior expressão a nível nacional, uma vez que abrange três municípios, ou seja Estremoz, Reguengos de Monsaraz e Viana do Alentejo, mais concretamente a freguesia de Alcáçovas.

A Arte Chocalheira, uma arte iniciada há mais de dois mil anos no Alentejo e agora Património Imaterial da Humanidade, ganha um novo espaço e visibilidade mundial, como símbolo identificador do Alentejo e identitário dos alentejanos!"

In Turismo do Alentejo

"Fabrico dos chocalhos é Património Imaterial da Humanidade há cinco anos

01 dez, 2020 - 12:48 • Rosário Silva

"Para celebrar este aniversário, o município de Viana do Alentejo preparou várias iniciativas a realizar ao longo do mês de dezembro, para “valorizar e promover a arte chocalheira e os seus mestres”.

O fabrico de chocalhos celebra o 5º aniversário como Património Cultural Imaterial com Necessidade de Salvaguarda Urgente pela UNESCO.Foto: Chocalhos Pardalinho

O fabrico de chocalhos celebra, nesta terça-feira, 1 de dezembro, o 5º aniversário como Património Cultural Imaterial com Necessidade de Salvaguarda Urgente pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Para celebrar mais um aniversário, o município de Viana do Alentejo, no distrito de Évora, promove um conjunto de ações para a valorização deste património.

Assim, ao longo do mês que agora começa, vão decorrer algumas iniciativas com o objetivo “de valorizar e promover a arte chocalheira e os seus mestres, tendo em vista a transmissão de uma herança cultural e de uma tradição enraizada na freguesia de Alcáçovas”, refere uma nota do município alentejano, enviada à Renascença......

No dia 17 é lançado no facebook do município, o documentário “GPS – Arte Chocalheira de Alcáçovas”, da autoria do jornalista Luís Godinho, produzido por Luís de Matos e com imagem de Rui Fernandes, dedicado a esta manifestação cultural.

Para celebrar mais um aniversário, o município de Viana do Alentejo promove um conjunto de ações para a valorização deste património. Foto: Chocalhos Pardalinho

No âmbito destas comemorações, atendendo à importância desta manifestação cultural, está patente ao público, no Paço dos Henriques, em Alcáçovas, uma exposição permanente dedicada ao fabrico de chocalhos, constituindo-se a mostra como “um veículo de divulgação, conservação e valorização do Fabrico de Chocalhos e dos mestres chocalheiros”.....

O município do distrito de Évora sublinha “a importância do fabrico de chocalhos”, salientando que “não se esgota nestas iniciativas, elevando, aquém e além-fronteiras, o nome não só da freguesia de Alcáçovas, mas de um concelho empenhado em preservar as marcas da sua identidade”.

Coordenada pelo antropólogo Paulo Lima, a candidatura contou, recorde-se, com a colaboração de uma equipa da qual faziam parte, entre outros, a historiadora Ana Pagará, o fotografo Augusto Brázio e o realizador David Mira, tendo sido liderada pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo em colaboração com a Câmara Municipal de Viana do Alentejo e a Junta de Freguesia de Alcáçovas."

IN RR.SAPO.PT

Quarta-feira, 2 de Dezembro de 2020

Receitas Culinárias Alentejo

Em Alentejo-GASTRONOMIA

"Alentejo - Bolos do Fundo do Alguidar com torresmos"

‎Photo in ALENTEJANANDO

"Ingredientes:

500 g de açúcar de preferência amarelo

3 ovos

1 colher de chá de fermento em pó

raspa da casca de 1 ou 2 limões (conforme o tamanho)

125 g de torresmos picados na picadora

1 cálice de aguardente

1 kg de massa de pão

açúcar e canela para polvilhar

banha

Confecção:

Numa tigela batem-se os ovos com o açúcar, o fermento, a raspa da casca dos limões,

a aguardente e os torresmos . No fundo de um alguidar (daqui o nome deste bolo) encontra-se a massa de pão, à qual se junta o preparado anterior. Mistura-se tudo muito bem com as mãos e faz-se os bolos conforme tamanho desejado. Vão ao forno num tabuleiro untado com banha. Polvilham-se abundantemente com açúcar e canela e leva-se a cozer em forno bem quente.

O açúcar misturado com a canela, depois de cozido, forma um caramelo vidrado que transmite um sabor muito especial e característico a este bolo."

"Os torresmos são os resíduos (febras) que ficam quando se derretem as gorduras de porco para se obter a banha.Vendem-se no talho."

in https://desenvolturasedesacatos.blogspot.pt/

Terça-feira, 1 de Dezembro de 2020

de Borba

e

Outros Concelhos do Alentejo

Recital de Poesia e Harpa

Beja

Quarta-feira, 9/12 às 20 Horas UTC

Entrada gratuita, limitada aos lugares existentes, carece de inscrição através do

telefone 284094763 ou e-mail centro.unesco.beja@cm-beja.pt

Segunda-feira, 30 de Novembro de 2020

O Livro da Semana

Retalhos da vida de um médico

de

Fernando Namora

"O homem deu um passo para a saída e pegou no chapéu. Interpelei-o ainda:

- Então o senhor não toma banho em sua casa?

- Tomei, sim senhor, antes das sortes e antes do meu casamento. A gente não vai chapinhar na água toda a vez que se lembre. Está um homem sujeito a apanhar um catarral ou um resfriamento.

- Qual resfriamento! Deixe-se disso e espere aí pelo criado.

Ele, embora reticente, acabou por conceder.

Dois dias depois coube-me a vez de prestar serviço na enfermaria dos homens. Numa das camas, o doente tinha a roupa arrepiada para a cabeça, como se tivesse frio. Peguei no dossier e perguntei ao enfermeiro:

- Quem é este homem?

As mãos do doente afastaram os lençóis com brusquidão. E, de olhos injectados, vermelhos de febre e rancor, disse numa voz rouquejada, mal se percebendo as palavras:

- Sou eu, senhor doutor! Tenho um catarral e é por sua culpa. Eu bem lhe disse que não se brinca com a água!

O homem teve realmente uma pneumonia."

Visite Borba

Fonte Lágrimas

Igreja de Santo António

Igreja S.Bartolomeu

Paço junto Sovibor

Monumento à Água

Convento Servas

Igreja Senhor Aflitos - anexo ao Convento Servas

Igreja Senhora da Orada

Fonte das Servas

Fotografias de Joaquim Avó

Quinta-feira, 26 de Novembro de 2020

Poetas Populares Borba

António Júlio Prates (Xota)

João Ficalho,

Manuel João Geadas (O Coimbra)

Manuel Joaquim Serrachino (Nelo do Fado)

POETAS POPULARES DE BORBA

Borba: Apresentado livro “Poetas da Nossa Terra”

2012 02 28

Ver em:

http://www.cm-borba.pt/pt/conteudos/noticias/Livro+Poetas+da+nossa+Terra+apresentado+em+Borba.htm

O Centro de Cultura e Desporto da Freguesia Matriz e a Junta de Freguesia Matriz apresentaram,

este Domingo, no Palacete dos Melos em Borba, o livro “Poetas da Nossa Terra”, que

contou com a participação de doze poetas e foi apoiado pelo Município de Borba.

A edição conta com o prefácio de João Tavares, e os poemas de:

01 António Júlio Prates (Xota),

Sobre este POETA ver

http://altodapraca.blogspot.pt/2006/02/antnio-prates-apresenta-sesta-grande.html

02 António Passinhas,

03 Clemente Serol (O Sousa),

04 Eurico Faia,

05 Francisco Rijo,

06 João Ficalho,

[Sobre este POETA pode ver:

em Vítor Marceneiro - o Fadista Alentejano de Borba

http://lisboanoguiness.blogs.sapo.pt/227376.html

07 José Miranda (Zé Ninguém),

08 José Francisco Paulino,

09 Manuel João Geadas (O Coimbra),

sobre este POETA ver:

http://www.joraga.net/cantodasdecimas/pags/page_001.htm

10 Manuel Joaquim Serrachino (Nelo do Fado),

11 Maria da Conceição Compõete

12 Sebastião José Perdigão,

e breves biografias de cada um dos poetas.

O Centro de Cultura e Desporto da Freguesia Matriz foi criado em 1998 e tem desenvolvido a

sua actividade na divulgação e preservação dos jogos tradicionais e a poesia popular

alentejana, editando e apoiando diversos poetas do concelho a lançar as suas obras

em livro. Esta é mais uma edição que o Centro lança, ainda que de forma artesanal,

mas cuidada e carinhosa, perpetuando os trabalhos dos participantes.

Quarta-feira, 25 de Novembro de 2020

Michel Giacometti

Blogue "Amigosterrasborba" evoca a passagem dos 30 anos

sobre a morte do etnólogo francês Michel Giacometti

ocorrida em 24 de Novembro de 1990 em Faro

Adelino Gomes, que fez a última reportagem sobre o seu trabalho, Giacometti dizia que a

“primeira qualidade que um etnomusicólogo precisa de ter é o

amor ao trabalho e o amor sincero ao povo”.

"Michel Giacometti (n. Ajaccio, 1929 - Faro, 24/11/1990), etnomusicólogo, licenciou-se na área da etnografia na Sorbonne. Na Noruega já tinha tido contacto com os problemas desta disciplina, aproveita esse conhecimento para no seu regresso à Córsega, proceder à compilação de um infindável número de cantos, contos e lendas tradicionais pertencentes à literatura oral. Por motivos de saúde (Portugal devido ao clima fora-lhe aconselhado para o recuperar de uma tuberculose), vem para Portugal, no final dos anos 50, onde fica deslumbrado pelo nosso património etnográfico e musical, desenvolve uma impressionante obra de recolha, tendo sido pioneiro na gravação em centenas de fitas magnéticas e milhares de fitas de contos, lendas, adágios, música popular e tradicional, que esteve na origem dos diversos dissabores com a PIDE, que suspeitava da sua finalidade. Simultaneamente, realiza diversos programas radiofónicos para estações europeias a fim de divulgar a música tradicional portuguesa.

Funda os Arquivos Sonoros Portugueses; em 1960 e 1981 (com Fernando Lopes-Graça) edita a "Antologia da Música Regional Portuguesa" e "Cancioneiro Popular Português", respectivamente; entre 1970-1973, dirige "Povo que canta", série televisiva de Alfredo Tropa, além de impulsionar uma vasta e notável discografia.

Em 1990, quando morreu, preparava uma antologia de cantares alentejanos, uma cronologia crítica dos estudos musicais portugueses, e projectava um dicionário de música popular, entre outros trabalhos da Cultura Popular em Portugal.

Nota: Tive o privilégio de o conhecer pessoalmente, realço a sua cultura, o amor para com os desprotegidos e a sua enorme generosidade manifestada em várias vertentes, como, por exemplo, ter-me posto à disposição o seu espólio da sua Casa em Cascais; não aceitei, mas o gesto ficou registado em mim para sempre.

Também tive oportunidade de me inteirar da sua PAIXÃO pelo ALENTEJO, por isso não podia deixar de lhe fazer no Grupo PAIXÃO ALENTEJANA, a minha homenagem, aproveitando a iniciativa de Luis Ambitare, a quem agradeço.

Destaco que, por sua vontade, MICHEL GIACOMETTI quis ser sepultado em FERREIRA DO ALENTEJO - PEROGUARDA - onde se encontra guardado o seu espólio.

Que prova de AMOR pode haver maior do que a escolha da terra Alentejana para repouso eterno?!"

Rami Morais

ALENTEJO, ALENTEJO. Lembrando Giacometti

https://youtu.be-JJwES3_DkI

Terça-feira, 24 de Novembro de 2020

O Livro da Semana

"Angústia para o jantar"

de

Luís de Sttau Monteiro

"- Meu pai dizia-me que da janela da repartição onde trabalhava se via o mar...

- Que fazia teu pai?

- Que fazia meu pai? Não fazia nada, era oficial da marinha. Entrava na repartição às 10 e saía às 6...

Lá o que ele fazia não sei... Preenchia papelada ou sonhava com navios... sei lá... talvez olhasse para o mar através da janela... Quando chegava a casa lia o jornal, fazia as palavras cruzadas e ia para a cama. Era oficial da marinha, digo-te eu..."

Segunda-feira, 23 de Novembro de 2020

Receitas Culinárias Alentejo

Em Alentejo-GASTRONOMIA

Açorda de Alho

foto de sweetaboufood blogspot.com

Ingredientes:

1 dente de alho

Poejos

2 colheres de azeite

sal q.b.

água

1 ovo

Preparação:

Numa tigela coloca-se o alho, o sal, os poejos (depois de esmagados) e, de seguida deita-se a água a ferver (onde já se cozeu um ovo para cada pessoa), para finalizar parte-se o pão às fatias e coloca-se dentro da água, onde já se encontram todos os ingredientes.

Domingo, 22 de Novembro de 2020

Concerto de Domingo

Astor Piazzolla - Invierno Porteño

https://youtu.be/Vhv3yP7dKSY

Sábado, 21 de Novembro de 2020

Ao encontro com os nossos escritores

José Rentes de Carvalho

In Portugal Post image.jpg

Amizades da vida inteira

"Questão de sorte, genética, carácter ou acaso, há quem conheça amizades da vida inteira, daquelas que se tornam exemplares e por onde nunca perpassam arrelias, desconfianças ou traições. São essas amizades excepção, pois também por sorte, genética, carácter ou acaso, a maioria de nós vive à mercê das circunstâncias e de um dia-a-dia que pouco espaço deixa para sentimentos elevados, contentando-se com aparências ou, no melhor, refinando o fingimento.

Amizades de vida inteira nunca tive, e as poucas que mantenho obrigam-me por vezes a cansativas cabriolas dos sentimentos e do vocabulário, porque hoje em dia e como nunca antes, pouco é preciso para ferir susceptilidades e perturbar sentimentos, ou que nos acusem de traições, de facadas, de pormos em perigo a felicidade alheia, a paz do mundo, de atentarmos contra os direitos das minorias, de sermos indiferentes à igualdade de tudo e todos, mesmo à daqueles que exigem ser desiguais.

De modo que exprimir opinões que não alinhem com as dos que politica e socialmente se consideram ‘correctos’ é, por enquanto, mais de meio caminho andado para o insulto, a denúncia, o ostracismo, talvez para o calabouço num futuro que se anuncia próximo. E assim a cautela manda fechar a boca e fingir de sonso, não entrar em discussões sobre temas chamados ‘sensíveis’, fazer de surdo quando os ‘bons’ se assanham contra o que tão facilmente rotulam de fascismo e populismo, os tremores que lhes causam a escravatura, o aquecimento global, os motores a gasolina, o açúcar, a carne no talho e sabe Deus quantos outros males. Mas ainda nos cabe uma culpa maior – a nós, não a eles, que são puros nas acções, nos intuitos, e conhecem a verdade – a de não sabermos receber de braços abertos e com vivas os estranhos que sem bater à porta nos entram pela casa adentro, anunciando que estão no seu direito, e se não acreditamos no que dizem é ir perguntar à ONU.

Pudesse eu, de boa vontade regressaria ao tempo em que dos ideais aos filmes no cinema havia muito que era a preto e branco, o mau da fita tinha uma só cara, a única escolha era ser a favor ou contra. Infelizmente, essa simplicidade antiga desapareceu, há que estar em permanência atento às reviravoltas, pois as regras e os conceitos mudam do dia para a noite, a ortodoxia de ontem é anátema amanhã, não ajuda nem dá alívio saber que seis séculos atrás o Poeta avisava que em pouco se pode confiar, porque ‘todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades."

Sexta-feira, 20 de Novembro de 2020

Momento de Poesia

AMEI A MULHER AMEI A TERRA AMEI O MAR

Amei a mulher amei a terra amei o mar

amei muitas coisas que hoje me é difícil enumerar

De muitas delas de resto falei

Rui Belo

VAI-TE, POESIA!

Vai-te, Poesia!

Deixa-me ver a vida

exacta e intolerável

neste planeta feito de carne humana a chorar

onde um anjo me arrasta todas as noites para casa pelos cabelos

com bandeiras de lume nos olhos,

para fabricar sonhos

carregados de dinamite de lágrimas.

Vai-te, Poesia!

Não quero cantar.

Quero gritar!

José Gomes Ferreira

REALIDADE

Em ti o meu olhar fez-se alvorada,

E a minha voz fez-se gorgeio de ninho,

E a minha rubra boca apaixonada

Teve a frescura do linho

Florbela Espanca

ESTA MANHÃ ENCONTREI O TEU NOME

Esta manhã encontrei o teu nome nos meus sonhos

e o teu perfume a transpirar na minha pele. E o corpo

doeu-me onde antes os teus dedos foram aves

de verão e a tua boca deixou um rasto de canções.

No abrigo da noite, soubeste ser o vento na minha

camisola; e eu despi-a para ti, a dar-te um coração

que era o resto da vida - como um peixe respira

na rede mais exausta. Nem mesmo à despedida

foram os gestos contundentes: tudo o que vem de ti

é um poema. Contudo, ao acordar, a solidão sulcara

um vale nos cobertores e o meu corpo era de novo

um trilho abandonado na paisagem. Sentei-me na cama

e repeti devagar o teu nome, o nome dos meus sonhos,

mas as sílabas caíam no fim das palavras, a dor esgota

as forças, são frios os batentes nas portas da manhã.

Maria do Rosário Pedreira

Terça-feira, 17 de Novembro de 2020

“O último cenário é encerrar.” A Casa do Alentejo luta pela sobrevivência

É mais um vítima colateral da covid-19. A histórica colectividade de Lisboa está a lutar pela sobrevivência, numa altura em que as quebras de facturação ascendem aos 84%. Sem mais tempo de moratória aos empréstimos e apoios a fundo perdido, a Casa do Alentejo teme não conseguir aguentar-se em 2021.

Olhando para as receitas da Casa do Alentejo nos primeiros dois meses de 2020, tudo faria crer que este seria um grande ano para esta colectividade quase centenária. Mas quando, no início de Março, os cancelamentos das reservas no restaurante alentejano — em muitos casos de agências de viagens que trariam grupos de turistas à cidade — começaram a chegar, logo se anteciparam meses difíceis. Depois da primeira vaga, o negócio não retomou. Por isso, a segunda está a ser devastadora. A Casa do Alentejo é mais uma vítima colateral da covid-19 e está a lutar para sobreviver em 2021.

“A duração desta pandemia ultrapassou todas as expectativas que tínhamos em Março, Abril”, diz João Proença, presidente da associação. Hoje, as salas do Palácio Alverca, na Rua das Portas de Santo Antão, estão despidas de gente. É ali, naquele velho palácio maneirista do século XVII, a sede desta associação desde 1932, altura em que o ainda Grémio Alentejano, fundado em 1923, para ali se mudou.

Ainda no início do século XX, os interiores do velho palácio foram transformados num dos primeiros casinos de Lisboa. Ganharam uma decoração faustosa e revivalista, numas salas neo-árabe, noutras neogóticas, pela mão dos mais conceituados artistas da época, como o pintor e ceramista Jorge Colaço. “O pátio árabe não tem nada a ver com o Alentejo. Tem a ver com o facto de quererem transmitir a ideia de exotismo e erotismo, as mil e uma noites”, repara Manuel Verdugo, vice-presidente da Casa do Alentejo. A associação acabaria por comprar o Palácio Alverca no início dos anos 80. Três décadas mais tarde, em 2011, chegou a classificação como Monumento de Interesse Público.

Por aquelas salas, adaptadas à restauração, mas também a espaço de exposição, de apresentações de livros e de tertúlias, passavam por dia cerca de 300 pessoas. “A casa tinha, de facto, uma procura muito grande”, diz o vice-presidente da associação.

Com o estado de emergência decretado em meados de Março, no início da situação pandémica no país, o restaurante, o bar e a actividade cultural da associação encerraram. A Casa do Alentejo depende da receita gerada pelo restaurante e pelo bar para “garantir a subsistência” e continuar a realizar as suas actividades culturais de dinamização do Alentejo — o seu principal propósito. Além disso, as verbas arrecadadas servem também para restaurar mobiliário, madeiras e ornamentos, pintar tectos, que ali estão desde o tempo em que o palácio acolheu um dos primeiros casinos de Lisboa, notam os dirigentes da Casa do Alentejo.

Em Maio, com o desconfinamento, reabriram na esperança de uma retoma da actividade. Mas esta ficou muito aquém dos meses pré-pandemia e a situação agravou-se a partir de Agosto, com o novo aumento dos casos de infecção.

Por ali, os turistas davam muito à casa, sobretudo pelos almoços e jantares combinados com as agências de viagens. “Às vezes fazíamos receitas na ordem dos três, quatro mil euros por dia. Hoje, não chegamos a fazer receitas de 800 euros”, nota Manuel Verdugo. Entre Março e Outubro, a quebra acumulada média foi de 84%, com um média mensal de receitas a rondar os 27 mil euros.

Os prejuízos estão a ascender a 18, 20 mil euros por mês, quando as despesas mensais se mantêm em cerca de 50 mil euros. Hoje, estão a servir, entre almoços e jantares, uma dezena de refeições. E nem a altura do Natal, época forte para a Casa do Alentejo com jantares de grupos e de empresas, ajudará a aliviar os encargos financeiros, notam os dirigentes da associação. “Vai chegar uma altura em que vamos ter de fazer opções: ou pagamos aos trabalhadores, aos fornecedores ou pagamos os impostos. Está cada vez mais complicado. Não há receitas. Não há milagres”, diz Manuel Verdugo.

Manter os postos de trabalho

​Neste momento, a Casa do Alentejo tem 32 empregados, mas foram já 44. Esses 12 foram dispensados na sequência da situação pandémica. O objectivo agora é “tentar preservar os postos de trabalho”, diz João Proença.

Nos primeiros meses, a associação recorreu ao layoff. “Quando reabrimos tivemos uma grande pressão por parte dos trabalhadores porque nos atrasámos no pagamento, enquanto esperávamos receber algum dinheiro do layoff. Depois em Junho entramos no apoio à retoma, o que nos vai obrigar a ter de pagar até Dezembro quase os 100% dos salários, tenhamos ou não tenhamos receita”, diz o presidente."

In Jornal o Público artigo de Cristiana Faria Moreira

(Fotografias da Internet)

Segunda-feira, 16 de Novembro de 2020

O Livro da Semana

Irene Lisboa

MILfoto6.gif

370 × 200

Voltar Atrás Para Quê?

"As novelas autobiográficas Começa uma vida e Voltar atrás para quê? contam os episódios

fundadores da infância e da adolescência, nos quais radica este universo. À distância do tempo

e da memória, eles narram a história de uma rapariguinha crescendo entre mistérios que

rodeiam a sua origem, envolvendo-a na matriz disfórica de afetos desajustados: separada da

mãe cerca dos três anos, vive com o pai e uma madrinha na quinta desta, estigmatizada por

uma bastardia que o crescimento vem agudizar, não só pelas suas sequelas no imaginário

da protagonista, mas pelas consequências práticas sobre a sua vida, vendo-se desprovida

de bens materiais e sobretudo simbólicos (nunca reconhecida pelo pai e espoliada dos seus

direitos por ação de gente ambiciosa e sem escrúpulos). Sendo uma história pessoal, um "caso",

ela é também exemplar de um certo tempo português do começo do século XX, caracterizado

pela decadência dos terratenentes e da burguesia promovida pelo dinheiro à custa do sacrifício

dos mais fracos. Estas narrativas, de técnica fragmentária como todos os livros intimistas da

autora, são exemplares do modo de representar uma consciência dilacerada que, mesmo por

ser absolutamente moderno, é um dos fatores da estranheza e do fascínio que Irene Lisboa

vem causando em quem a lê."

Paula Morão

"Ai, mas a vida fugia-lhe. Com que dor, sim, com que dor a via fugir-lhe.

A vida não é nada. É uma coisa que passa, apenas. Uma pescadinha de rabo na boca… o seu princípio e o seu fim juntam-se, procuram-se. O rabo está ou volta aos dentes da cabeça, mete-se na boca da infância.

Inocentes, afinal, o princípio e o fim da vida. Sem poderes. Mas tão ligados… Até parece que o fim se alimenta do princípio, que a infância se lhe sobrepõe, o ilumina, o traz sujeito. O resto da vida, oh! o resto da vida some-se, sumiu-se."

Domingo, 15 de Novembro de 2020

Concerto de Domingo

Fernando Lopes-Graça

(Obra coral a cappella)* - "A Senhora d'Aires" (Alentejo)

https://youtu.be/Gy-WLdsguQk

Acordai - F. Lopes Graça

https://youtu.be/TedX_kY0yVo

Sábado, 14 de Novembro de 2020

Em Alentejo-Pintura

"Alentejo Terra de Artistas"

Borba

Henrique José de Oliveira Ruivo

"Companheiro de geração de Álvaro Lapa e Joaquim Bravo, a carreira dividiu-se entre a

escultura, a pintura e as artes gráficas" in Jornal o Público

(Borba, 2 de Abril de 1935 - 26 de Fevereiro de 2020 ) é um professor e artista plástico português.

Pintor, ilustrador, cenógrafo, Ruivo é autor de um trabalho, invulgar no contexto nacional,

"marcado por uma dominante vontade narrativa onde impera o humor, o confessionalismo irónico e o

comentário crítico ao meio artístico, social e político".

in wikipédia

Companheiro de geração de Álvaro Lapa e Joaquim Bravo, Henrique Ruivo viveu em Évora até 1952, ano em que ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Abandonou medicina quatro anos mais tarde, inscrevendo-se de seguida no curso de Escultura da Escola de Belas-Artes de Lisboa, que frequentaria até 1962, ano em que abandonou Portugal para se fixar em Roma. O regresso ocorreu doze anos mais tarde, depois do 25 de Abril de 1974. Já em Portugal, foi professor do ensino secundário. Além da prática da escultura e pintura, tem realizado atividade gráfica para livros e revistas colaborando com diversas editoras (Bertrand; Iniciativas Editoriais; Prelo; Seara Nova; etc.). Trabalhou ainda para teatro e cinema, podendo destacar-se as cenografias que realizou para o Festival de Teatro de Pescara (1968) e a colaboração artística no filme ORG, de Fernando Birri (apresentado na Mostra Internazionale del Cinema 79 – Biennale di Venezia " in Arte Portuguesa

"Henrique Ruivo O uivo do homem 1985"

por Fonte. Licenciado sob Conteúdo restrito, via Wikipédia -

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Henrique_Ruivo_

O_uivo_do_homem_1985.jpg#/media/File:Henrique_Ruivo_O_uivo_do_homem_1985.jpg

in Casa da Achada

in bosquesonhador.wordpress.com

Deserto com vozes, Urbano Tavares Rodrigues, Seara Nova, 1976

ilustração: Henrique Ruivo

O 25 de Abril e o Problema da Independência Nacional”, António Borges Coelho,

capa de Henrique Ruivo,

Seara Nova, 1975, 63 págs.

Contos e Novelas. Livraria Bertrand, 1971. Capa de Henrique Ruivo

Sexta-feira, 13 de Novembro de 2020

Celeiro da Cultura

Fotografia de Adriano Bastos

Quando vieres,

encontrarás tudo como quando partiste.

A mãe bordará a um canto da sala,

apenas os cabelos mais brancos,

e o olhar mais cansado.

O pai fumará o cigarro depois do jantar e lerá o jornal.

Quando vieres,

só não encontrarás aquela menina de saias curtas

e cabelos entrançados que deixaste um dia.

Mas os meus filhos brincarão nos teus joelhos

como se te tivessem sempre conhecido.

Nenhum de nós dirá nada,

mas a mãe largará o bordado,

o pai largará o jornal,

as crianças os brinquedos

e abriremos para ti os nossos corações.

Pois quando vieres,

não és só tu que vens.

É todo um mundo novo que despontará lá fora.

Quando vieres.

de Maria Eugénia Cunhal, in "Silêncio de Vidro"

"Cada novo amigo que ganhamos no decorrer da vida aperfeiçoa-nos e enriquece-nos, não tanto pelo que nos dá, mas pelo que nos revela de nós mesmos. "

Miguel de Unamuno

CONFIDENCIAL

Não me perguntes,

Porque nada sei...

Da vida,

Nem do amor,

Nem de Deus,

Nem da morte.

Vivo,

Amo,

Acredito sem crer,

E morro, antecipadamente

Ressuscitando.

O resto são palavras

Que decorei

De tanto as ouvir.

E a palavra

É o orgulho do silêncio envergonhado.

Num tempo de ponteiros, agendado,

Sem nada perguntar,

Vê, sem tempo, o que vês

Acontecer.

E na minha mudez

Aprende a adivinhar

O que de mim não possas entender.

Diário VXI

Miguel Torga

"É fazendo que se aprende a fazer aquilo que

se deve aprender a fazer."

Aristóteles

"A poesia não está nos versos, por vezes ela está no coração. E é tamanha. A ponto de não

caber nas palavras."

Jorge Amado

Quinta-feira, 12 de Novembro de 2020

Em Alentejo-GASTRONOMIA

Receitas Culinárias Alentejo

Pão de Ló Alentejano

"Pão de Ló Alentejano

Ingredientes:

12 ovos

450 gr de açúcar

250 gr de farinha com fermento

Margarina para untar a forma

Preparação:

Ligue o forno a 150º e unte a forma de buraco com manteiga e polvilhada de farinha.

Separe as gemas das claras e bata as gemas com o açúcar durante pelo menos 15

minutos.Bata as claras em castelo bem firme e aos poucos junte as gemas

alternadas com a farinha envolvendo delicadamente.

Verta na forma e leve ao forno, suba a temperatura para 180º e deixe por mais ou

menos 40 min.Retire do forno e deixe arrefecer um pouco antes de desenformar."

in Amareleja Terra DoSol Amareleja

Sugestão de Passeio

Mora, Açude do Gameiro

de Luís Correia

https://youtu.be/b3r8Q5MdSjM

Foi no Açude do Gameiro, no Rio Raia, que se criou o Parque Ecológico do Gameiro. É um parque que funciona como ponto de interesse do Concelho, uma vez que tem uma oferta diversificada de atrações e infraestruturas disponíveis. São exemplo o Parque de Campismo, Parque de Merendas, Praia Fluvial, Fluviário de Mora e o Parque Arborismo na sua zona envolvente destinado à práctica de actividades radicais, o Passadiço em Madeira ao longo de 1,5km da Ribeira Raia e o Centro de Interpretação Ambiental. O Parque Ecológico do Gameiro situa-se na freguesia de Cabeção, Concelho de Mora. Quem visita o Parque Ecológico do Gameiro, terá a oportunidade de ficar a conhecer os seguintes locais: Barragem do Gameiro Jardim Público de Mora Miradouro de Brotas Praia Fluvial do Gameiro Barragem do Furadouro Parque Ecológico do Gameiro Igreja de S. Salvador do Mundo Torrinha do Castelo Antigos Paços do Concelho (Pavia) Torre das Águias Ermida de Santo António Moinhos de Água Casa Museu Manuel Ribeiro de Paiva Museu José Agostinho Calado e Sousa Igreja Matriz de Paiva Cromeleque do Monte das Fontainhas Velhas Anta de Paiva, transformada em Capela de S. Dinis Brotas Igreja de Nossa Senhora das Brotas

Terça-feira, 10 de Novembro de 2020

O Livro da Semana

Sinais de Fogo

de

Jorge de Sena

Fotografia de Eduardo Gageiro

Jorge-de-Sena,medium.2x.1427929249.jpg

Quanto de ti, amor, me possuiu no abraço

em que de penetrar-te me senti perdido

no ter-te para sempre-

Quanto de ter-te me possui em tudo

o que eu deseje ou veja não pensando em ti

no abraço a que me entrego-

Quanto de entrega é como um rosto aberto,

sem olhos e sem boca, só expressão dorida

de quem é como a morte-

Quanto de morte recebi de ti,

na pura perda de possuir-te em vão

de amor nos traiu-

Quanta traição existe em possuir-te a gente

sem conhecer que o corpo não conhece

mais que o sentir-se noutro-

Quanto sentir-te e me sentires não foi

senão o encontro eterno que nenhuma imagem

jamais separará-

Quanto de separados viveremos noutros

esse momento que nos mata para

quem não nos seja e só-

Quanto de solidão é este estar-se em tudo

como na ausência indestrutível que

nos faz ser um no outro-

Quanto de ser-se ou se não ser o outro

é para sempre a única certeza

que nos confina em vida-

Quanto de vida consumimos pura

no horror e na miséria de, possuindo, sermos

a terra que outros pisam-

Oh meu amor, de ti, por ti, e para ti,

recebo gratamente como se recebe

não a morte ou a vida, mas a descoberta

de nada haver onde um de nós não esteja.

Domingo, 8 de Novembro de 2020

Concerto de Domingo

A nossa Música...outras sonoridades

"Nao quero que vás á monda"(tradicional Alentejo)* - Ronda dos Quatro Caminhos

*Orquestra Sinfónica de Cordoba

Coros-Rancho de Cantares de Aldeia Nova de S.Bento

solo-Duarte Macias

alto-Joao Carrilho

https://youtu.be/zYHrUtiG7yU

Sábado, 7 de Novembro de 2020

de Borba

e

Outros Concelhos do Alentejo

BORBA

Cuba

“CANTE” E “VINHO” SÃO TEMA DE EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA MUNICIPAL

\\Patente na Sala de Exposições Temporárias até dia 30 de novembro

“Retratos do Cante e do Vinho” é o mote da mostra de fotografia que a Biblioteca Municipal de Cuba propõe para o mês de novembro. Composta por uma seleção de imagens da autoria dos fotógrafos cubenses José Maria Chaveiro e João Costa, a exposição centra-se em dois dos mais importantes “patrimónios” locais – o Cante e o Vinho – focando a relação quase intrínseca que estes apresentam." in FB CMC

Beja

A exposição, que assinala a elevação do Fado e do Cante, a Património Cultural e Imaterial da Humanidade pela UNESCO, estará patente ao público, entre 7 de novembro de 2020 e 15 de janeiro de 2021, visitável no novo horário deste equipamento cultural.

"Beja – Terra Sonora", é uma Exposição coletiva de Ricardo Zambujo, Susana Teixeira, Miguel Valente, Ana Espinho e José Espinho, que aceitaram o desafio do Município e retrataram em fotografia aqueles que são os “embaixadores” locais do Fado e do Cante, os nossos grupos corais, fadistas e músicos.

Este projeto envolveu 19 Grupos Corais e 20 artistas, entre fadistas, cantadores e músicos.

A Exposição de fotografia “Beja – Terra Sonora” inicia e integra uma vasta programação cultural que o Município dedica ao Fado e ao Cante, onde estes patrimónios se encontram também com o Flamenco, Património Cultural e Imaterial da Humanidade pela UNESCO desde 2013, os poetas de Amália Rodrigues e a música clássica:

- Tertúlia Musicalidades com Padre Cartageno e Rão Kyao, 8 de novembro, no Centro UNESCO, pelas 15h00

- Os Poetas de Amália Rodrigues, 13 de novembro, na Biblioteca municipal, pelas 18h30

- Camané e Mário Laginha, 13 de novembro, no Pax Júlia, pelas 20h00

- Cantadores de Beringel e Marco Rodrigues, 27 de novembro, no Pax Júlia, pelas 20h00

- Raízes - Fado e Flamenco, 28 de novembro, no Pax Júlia, pelas 20h00

Carlos Guilherme e Teresa Tapada, 17 de dezembro, no Pax Julia, pelas 20h00

MUNICÍPIO DE VIDIGUEIRA INAUGURA CENTRO INTERPRETATIVO DO VINHO DE TALHA

“Vinho de Talha…sabor com tradição, passado de geração em geração, com saber e paixão”

O Centro Interpretativo do Vinho de Talha (CIVT) vai abrir as portas ao público no próximo dia 11 de novembro, Dia de São Martinho, como espaço de interpretação, de difusão científica e tecnológica e de divulgação do património imaterial relacionado com o saber-fazer daquele produto ancestral.

Este novo equipamento municipal, situado na freguesia de Vila de Frades, concelho de Vidigueira, pretende transmitir aos visitantes as memórias, as vivências e as experiências relacionadas com o vinho de talha e com as gentes que ciclicamente fizeram chegar esta tradição aos dias de hoje.

A criação do CIVT surgiu da necessidade de preservar este saber-fazer ancestral que, desde a ocupação do território pelos romanos, certificado pelos achados arqueológicos das ruínas romanas de São Cucufate, e até à atualidade, se manteve vivo, norteado pela simplicidade de recursos técnicos utilizados, mas cujo saber e sabor distingue e caracteriza o néctar único produzido artesanalmente em recipientes de barro, as talhas.

Ao longo de quase dois milénios, estas gentes conseguiram, inconscientemente, manter uma tradição que pauta os seus dias e vivências. Branco, tinto ou “palhete”, o vinho de talha atesta um passado vivo, está presente à mesa, nos petiscos, ligado ao cante e ao convívio entre amigos, trabalhadores e família, perpetuando uma identidade que continua enraizada.

O discurso expositivo do CIVT integra as seguintes áreas: o Território, a História Milenar (São Cucufate), a Cultura da Vinha, o Processo do Vinho na Adega e a Taberna. Através delas foi criada uma narrativa, com índole cronológico e sequencial, que permite percorrer todo o ciclo, do campo ao vinho, dos romanos à atualidade.

Para aceder a esta narrativa é utilizada tecnologia de realidade aumentada, a qual cria um layer digital invisível de conteúdos acessíveis por intermédio de tablets dispostos ao longo do percurso. Uma voz-off, acompanhada das animações que surgem sobre as ilustrações, conta a história e fornece informação ao visitante. Já na adega, junto à taberna, onde o olhar vislumbra a vinha no exterior, uma grande mesa central convida ao convívio através de um filme dedicado à temática. Comparativamente às qualidades de um vinho, o centro despertará sentidos, sendo o visitante convidado a descobrir cheiros e aromas, os sons da vinha, as paisagens do concelho de Vidigueira, os provérbios e o cante que, em conjunto, formam a alma do vinho de talha."in FB- CMV

Horário

Terça a sexta-feira

10h-12h30m

14h-17h30m

Fim de semana e feriados

10h-13h

14h30-17h30

Encerra à segunda-feira e nos seguintes feriados: 1 de janeiro, domingo de Páscoa, 1 de maio, 25 de abril, feriado municipal, 25 de dezembro

Sexta-feira, 6 de Novembro de 2020

Sugestão de Passeio

Évora- Catedral de Évora-Portugal

A Sé de Évora é a maior catedral medieval de Portugal.

A Basílica Sé de Nossa Senhora da Assunção, mais conhecida por Catedral de Évora,

ou simplesmente Sé de Évora.

https://youtu.be/ktDHQZ-mxVw

Quinta-feira, 5 de Novembro de 2020

Recordar

João Rita

Recordamos este nosso Amigo, cujo contributo para a Cultura Borbense ficará para

sempre marcado pela autenticidade do seu canto, seu longo amor ao fado e à sua divulgação, bem

como pelo partilhar a felicidade cantando o que lhe provinha da alma, do seu profundo sentir.

Fado

https://youtu.be/lVglzC38sbo

João Rita fado, Filho e Neto

https://youtu.be/wt3ruGjxcxo

Quarta-feira, 4 de Novembro de 2020

Tempo de Reflexão

Photography in PAR10233_Comp.jpg

"Ao verdadeiro amor corresponde o silêncio: a perfeita vibração diante de uma flor ou

de um pôr-do-sol ou de uma libélula sobre as águas de um ribeiro ou, o que mais

vale, diante de uma mulher."

Agostinho da Silva in, Sete Cartas a um Jovem Filósofo, Textos e Ensaios Filosóficos I, p.240

“Os grandes momentos da vida vêm por si mesmos. Não faz sentido esperá-los.”

Thronton Wilder

"A mais bela coisa que podemos vivenciar é o mistério.

Ele é fonte de qualquer arte verdadeira e qualquer ciência.

Aquele que desconhece esta emoção, aquele que não para mais para

pensar enão se fascina, está como morto: seus olhos estão fechados."

Albert Einstein


"O silêncio e o trabalho abrigam o pensamento, e fortificam o espírito."

S. João da Cruz

Terça-feira, 3 de Novembro de 2020

Livro da Semana

Bica Escaldada

de

Alice Vieira

"Entro numa livraria como quem entra num santuário, onde o direito de asilo nos é sempre garantido. Nas cidades que não conheço. É sempre o primeiro lugar que procuro e nunca resisto a entrar quando ela se atravessa no meu caminho. As livrarias fazem parte da minha família. São amigas de infância. É nelas que marco encontros com amigos, é passando a mão pelas capas dos seus livros que desfaço neuras e procuro energias. Claro que há as minhas livrarias de eleição, aquelas a que, por qualquer motivo, me habituei como ao café da manhã ou o jornal comprado no quiosque de sempre: durante anos e anos a Quadrante foi a minha segunda casa, uma espécie de baby-sitter para os meus filhos pequenos, que lá deixava rodeados de livros e vigiados pelaNini, uma cadela com quem partilhavam festas e lambidelas nos chupa-chupas – até que um dia a Quadrante fechou e, até hoje, nada lá conseguiu vingar. Já foi casa de pronto-a-vestir, já foi loja de móveis, já foi galeria de arte, neste momento alberga a redacção de uma revista de saúde a quem, evidentemente, desejo muita sorte e que consiga vencer a maldição. E há ainda as livrarias mágicas, aquelas sem as quais os lugares, para mim, perdiam muito da sua razão de ser: ir ao Porto sem ter tempo para entrar na Lello, não vale a pena; ir a Londres sem horas disponíveis para a Waterstone, é um desperdício.

E depois há aquelas velhíssimas lojas, que são livrarias, mas também vendem revistas de bordados e croché, calendários e postais ilustrados, e muitos livros de edição de autor que acumulam pó porque já ali estão há que anos, com um cheiro a papel que se esfarela nos dedos e nos traz à lembrança os livros de histórias lidos na infância, com meninos «órfãos» que se perdiam nas florestas."

Segunda-feira, 2 de Novembro de 2020

Em Alentejo-GASTRONOMIA

Receitas Culinárias Alentejo

PASTEIS DE MASSA TENRA

PASTEIS DE MASSA TENRA.

"Foram muitos os pedidos da receita dos meus pasteis de massa tenra que ontem aqui mostrei.

Ei-la:

MASSA para uma dúzia de pasteis.

2 chávenas de chá de farinha sem fermento;

1 dl de água moderadamente aquecida e com a quantidade de sal, a gosto, já dissolvido;

2 colheres de sopa de azeite;

1 colher de sopa de margarina derretida;

1 colher de sopa de banha de porco derretida.

Num alguidar comece por misturar, à mão, a farinha com as gorduras.

Vá juntando a água, aos poucos, até a massa ficar elástica com a consistência desejada. Pode não necessitar de usar toda a água.

Faça uma “bola” com a massa, envolva-a num pano humedecido e conserve-a a repousar durante cerca de uma hora em ambiente morno.

Depois é só fazer os pasteis, fritá-los em óleo e pô-los a escorrer sobre papel absorvente

RECHEIOS - sobras de carnes (vaca, porco, frango…), ao sabor da imaginação de cada um e das possibilidades do momento.

Uma possibilidade:

Guise demoradamente 125 g carne de vaca com alho, cebola e piripiri (facultativo).

Pique a carne no “1-2-3”. Misture o picado com o molho, o suficiente a fim de lhe dar a consistência desejada para moldar os pasteis.

Se se desejar, aromatize com salsa muito finamente picada.

Se necessário, leve ao lume com uns “borrifos de farinha.

Outra possibilidade

Coza bem 2 coxas de frango (a carne do peito é muito seca) em água temperada de sal, e desfie-as.

Num tacho com azeite, aloure 2 ou 3 dentes de alho picados, meia cebola igualmente picada, uma folha de louro e piripiri (facultativo).

Junte um pacotinho de polpa de tomate, tempere de sal e deixe apurar bem. Vigie para que não seque demasiado. Se necessário, “borrife” com água.

Junte por fim, a carne muitíssimo bem desfiada, deixe tomar gosto e, ao mesmo tempo, ir secando o suficiente para que tenha a consistência própria para rechear e moldar os pasteis."

António Galopim de Carvalho

Domingo, 1 de Novembro de 2020

Concerto de Domingo

Luís de Freitas Branco - "Suite Alentejana No. 2"

https://youtu.be/7PZp0TmWc9U

Sábado, 31 de Outubro de 2020

Borba

Monumentos

Fotografias de Adriano Bastos

https://sites.google.com/site/amigosterrasborba/1-borba/imagens/mo

Sexta-feira, 30 de Outubro de 2020

Momentos de Poesia

Manuel da Fonseca

Debaixo do lenço azul com sua barra amarela

os lindos olhos que tem!

Mas o rosto macerado

de andar na ceifa e na monda

desde manhã ao sol-posto,

Mas o jeito

das mãos torcendo o xaile nos dedos

é de mágoa e abandono...

Ai Maria Campaniça,

levanta os olhos do chão

que quero ver nascer o sol!

Alentejo

Manuel Alegre (1936 )

Folheia-se o caderno e eis o sul

E o sul é a palavra. E a palavra

Desdobra-se

No espaço com suas letras de

Solstício e de solfejo

Além de ti

Além do Tejo

Verás o rio e talvez o azul

Não o de Mallarmé: soma de branco e de vazio

Mas aquela grande linha onde o abstracto

Começa lentamente a ser o

Sul

Outro é o tempo

Outra a medida

Tão grande a página

Tão curta a escrita

Entre o achigã e a perdiz

Entre chaparro e choupo

Tanto país

E tão pouco

Solidão é companheira

E de senhor são seus modos

Rei do céu de todos

E de chão nenhum

À sombra de uma azinheira

Há sempre sombra para mais um

Na brancura da cal o traço azul

Alentejo é a última utopia

Todas as aves partem para o sul

Todas as aves: como a poesia

Manuel Alegre

Quinta-feira, 29 de Outubro de 2020

de Borba

e

Outros Concelhos do Alentejo

Estremoz

Photography in Capture-4.jpg

O Museu Berardo em Estremoz apresenta aquela que é considerada a "maior e mais importante" coleção privada de azulejos de Portugal.

Castro Verde

"BENEDICTA TU": EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA PATENTE

NA IGREJA DOS REMÉDIOS ATÉ 3 DE NOVEMBRO

Abriu ao público no passado domingo, dia 25 de outubro, na Igreja dos Remédios,

em Castro Verde, a exposição temporária "Benedicta Tu" (Bendita sois Vós).

Promovida pela Paróquia de Castro Verde, com o apoio das outras paróquias

do concelho, instituições e particulares, a mostra é dedicada ao culto e devoção a

Nossa Senhora do Rosário no concelho.

Quarta-feira, 28 de Outubro de 2020

Livro da Semana

"Gente da Terceira Classe"

de

José Rodrigues Miguéis

José Rodrigues Miguéis morreu passam esta terça-feira 40 anos.

Um dos grandes da nossa literatura.

"… E o Silvestre, pobre amigo, lá vai, metódico e pausado, com o seu perfil imperial romano, sonhando com o futuro-que-passou, sem perceber que só tem porvir quem tem presente, e ele nunca o teve: porque o futuro do homem está no que ele hoje semeia ou cria, no que dele cresce e frutifica, e não no que se acumula, repousa e fossiliza."

"A serenidade é a maior virtude da inteligência."

José Rodrigues Miguéis

249.jpg

Photography In Portal da Literatura

Recordamos um dos grandes da nossa literatura

na entrevista dada em 1957 a Igrejas Caeiro

in "A Vida Breve" Antena -2

Click em;

https://www.rtp.pt/play/p1299/e501520/a-ronda-da-noite

Segunda-feira, 26 de Outubro de 2020

Em Alentejo-GASTRONOMIA

Receitas Culinárias Alentejo

Popias

POPIAS ALENTEJANAS

500g de farinha

150g de açúcar

65g banha

1dl de azeite

65g de margarina

5 colheres de chá de canela

Vinho branco q.b mais ou menos 1dl

Junte todos os ingredientes vá amassando e juntando o vinho branco morno até formar uma massa que possa fazer rolinhos. Molde em argolas e leve ao forno médio num tabuleiro untado com manteiga até dourarem

Nota:pode forrar o tabuleiro com papel vegetal

Domingo, 25 de Outubro de 2020

Concerto de Domingo

Grupo Musical Trigo Roxo

Trigo Roxo - Se Fores Um Dia A Serpa

https://youtu.be/QxZO6ht_dtU

Trigo Roxo, Cante Alentejano

https://youtu.be/xsmCAJKRbaY

Trigo roxo na ronda das tabernas sete sois Castro Verde

https://youtu.be/sf6U2ERq7t0

Quinta-feira, 22 de Outubro de 2020

Borba

Monumentos

"Os Passos Processionais do Senhor em Borba foram construídos por volta de 1755, sendo

um conjunto de quatro capelas de inspiração barroca, o arquitecto responsável terá sido

José Francisco de Abreu. Estamos perante monumentos que se destacam por serem

os maiores do país."

Terça-feira, 20 de Outubro de 2020

Livro da Semana

Astronomia

de

Mário Cláudio

Astronomia - Mário Cláudio

"Este é o romance da vida de um dos mais consagrados escritores portugueses.

Dividido em três partes – Nebulosa, Galáxia, Cosmos –, este é o romance da vida do Mário Cláudio, um livro sobre três fases da vida de um homem, que não por acaso é o próprio escritor.

Começamos com o «velho» que recorda a infância (a vida de um menino filho único e superprotegido, dos seus temores e fantasmas) e terminaremos com um «menino», que é muitas vezes aquilo que os velhos voltam a ser. Pelo meio, a zona mais densa, que conta a parte fulcral da vida de um homem, de jovem a maduro, desde a sua passagem pela guerra colonial, a universidade, a função pública, a escrita e o reconhecimento, até à descrição de factos polémicos e pessoais, que têm que ver sobretudo com o amor, a sexualidade e a forma como a cultura, com o passar do tempo, se tornou pouco mais do que um espectáculo (haverá muita gente – garanto – que se reconhecerá nestas páginas)."in Leyaonline

Segunda-feira, 19 de Outubro de 2020

Em Borba- 06-Entrevistas

pode ler

Entrevista com artista Carlos Bacalhau

Comecei cedo a trabalhar na Câmara Municipal de Borba, onde desenvolvi diversas actividades, das quais destaco a fundação da Oficina da Criança, nos anos de 1982/83;

"Desde miúdo sempre me dediquei à arte, designadamente na pintura em tela e mais tarde em cerâmica, xisto, mármore;"

Os materiais que são utilizados

na construção do Presépio são

variados, tais como: papel,

plástico, madeira, resina, cola,

jornais, enfim tudo o que possa ser reciclado;

"J.A. Chegou a frequentar alguma escola de arte?

C.B. Não nunca tive essa possibilidade. Tudo o que fiz foi por inspiração própria, como Autodidata e até talvez influenciado pelo que fui lendo;"

\

Entrevista

com o borbense João Clérigo

"Começo por dizer que tive e vivi uma infância feliz, fruto da

inconsciência própria da idade. Não tinha a ideia que havia futuro.

O futuro para mim, como para a maioria da rapaziada era o agora.

Ir tomar banho aos tanques das hortas, armar aos pássaros,

comer amoras nos silvados, jogar à bola na rua, ao peão, ao

couca, ao hoquei em patins (sem patins nem "steak"), mas um

qualquer pau, alugar bicicletas ao quarto e à meia hora no

"Pão Mole", jogar aos matraquilhos, etc, etc...."

"Só por volta dos dezasseis anos percebi que a infância e a

juventude tinham um fim, tendo então despertado para a

necessidade que tinha de estudar e por essa via adquirir

a minha independência.

Essa consciência levou-me, aos 18 anos(idade mínima

exigida no ensino noturno) a inscrever-me no Colégio do

Sr.Mota, em Estremoz. Foram 3 anos de muito trabalho,

dedicação e esforço, mas consegui completar o 5º. ano do

Liceu que mais tarde me haviam de abrir as portas do futuro."

Domingo, 18 de Outubro de 2020

Concerto de Domingo

Edvard Grieg - Piano Concerto II. Adagio | Arthur Rubinstein (2/3)

https://youtu.be/J2yWx6EMJjI

Sábado, 17 de Outubro de 2020

Visite Borba

Fotografias de Adriano Bastos

Sexta-feira, 16 de Outubro de 2020

Livro da Semana

Cadernos do subterrâneo

de

Fiódor Dostoievski

"(...) Nas recordações de qualquer homem há certas coisas que ele não revela a toda a gente, apenas aos amigos. Há outras que nem aos amigos ele revelará,

apenas a si mesmo e só secretamente. E, finalmente, há outras que o homem até a si mesmo tem medo de revelar, e qualquer homem decente acumula bastantes recordações dessas. Ou seja, quanto mais decente for, tantas mais recordações dessas tem.

Pelo menos, eu, pessoalmente, só há pouco ousei recordar certas aventuras do meu passado, a que até então me esquivara com uma espécie de inquietação.

Ora, neste momento, quando não só estou a recordá-las mas ainda por cima me atrevo a anotá-las, queria experimentar:é possível, ou não, ser-se absolutamente sincero pelo menos consigo mesmo e não ter medo de toda a verdade? (...)"

Fiódor Dostoiévski, Cadernos do Subterrâneo

Quinta-feira, 15 de Outubro de 2020

Os nossos Escritores

15 de Outubro

Maria Agustina Ferreira Teixeira Bessa-Luís

nasceu a 15 de Outubro de 1922, em Vila Meã, Amarante

"É bem certo que o melhor governante é aquele que sabe acertar o passo

pelo menor dos cidadãos."

Agustina Bessa-Luís

"Escrever uma página inspirada não acontece todos os dias. Às vezes movemos o pensamento pelos atribulados caminhos do doméstico, que corrompem a subtileza e a graça; outras vezes pomos na cabeça o nosso gorro sábio, e resulta uma enfadonha tabuada de sentimentos"

Agustina Bessa-Luís

Photo in WOOK.PT

GetResource

Segunda-feira, 12 de Outubro de 2020

"Respigando...Borba"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

BORBA vista em 1927

em

GUIA DE PORTUGAL - Biblioteca Nacional de Lisboa

de

RAUL PROENÇA

"Borba está numa das zonas de refrigério e num dos pequenos oásis do Alentejo desolado

e tórrido, podendo ser também citada como uma das terras mais pitorescas do país.

A proximidade das célebres pedreiras de Montes Claros (p. 115) deu-lhe, mais ainda que a Estremoz, um alvo esplendor de mármores, que só encontra rival em certas cidadezinhas da Toscana. Não há, por assim dizer, cunhal de parede, moldura de porta ou de janela, degrau ou poial de escada, letreiro de rua e ate lareira da mais humilde casa que não seja de mármore.

O mármore esplende nas soleiras, nos alisares, nas chaminés e nas ermidas. Isto contribui, com o caiado das paredes, a limpeza dos pavimentos, o arrumo dos interiores, todos os pormenores da meticulosidade e do arranjo domésticos, para dar a impressão de asseio e de conforto que a vila suscita. É, pois, uma consolação percorrer Borba, deparando a cada passo recantos pitorescos, galerias de arcos, pátios, ferros de sacada, chaminés recortadas como minaretes, turbantes, espigueiros, barretes de clérigo, agulheiros, dados, capitéis românicos ‑ algumas rentes ao beiral, como em tantas outras terras do Alentejo. Só Loulé, no Algarve, põe êste luxo nas suas chaminés.

Nas varandas- escreve o Sr. Vergílio Correia ‑

as pinhas de ferro e os peitoris acogulham-se, recortam-se, arqueiam-se segundo as regras dum género de trabalho que se encontra disseminado entre o Tejo e o Guadiana, desde Elvas a Portalegre e de Avis até Évora e Montemor-o-Novo.

Trabalho do séc. XVIII, cheio de leveza e de recortes, muito diverso da sóbria firmeza de ferraria do séc. VVII."

Fotografias de Adriano Bastos

Domingo, 11 de Outubro de 2020

Concerto de Domingo

Ricardo Ribeiro - Fadinho Alentejano

https://youtu.be/Ns5zdIfoeJI

Celina da Piedade - Pêra Verde

https://youtu.be/9fnVyqTMXfQ

Sexta-feira, 9 de Outubro de 2020

Celeiro da Cultura

CECÍLIA MEIRELES

Motivo

Eu canto porque o instante existe

e a minha vida está completa.

Não sou alegre nem sou triste:

sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,

não sinto gozo nem tormento.

Atravesso noites e dias

no vento.

Se desmorono ou se edifico,

se permaneço ou me desfaço,

— não sei, não sei. Não sei se fico

ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.

Tem sangue eterno a asa ritmada.

E um dia sei que estarei mudo:

— mais nada.

Photo in InfoEscola

Quinta-feira, 8 de Outubro de 2020

Tempo de reflexão

in https://www.timeshighereducation.com/features/culture/

the-pick-bertrand-russell-the-first-media-academic/418684.article

"A estupidez coloca-se na primeira fila para ser vista; a inteligência coloca-se na

rectaguarda para ver."

Bertrand Russell

in https://es.wikipedia.org/wiki/Alejandro_Dumas

"O mais feliz dos felizes é aquele que faz os outros felizes."

Alexandre Dumas

in http://fabriziofalconi.blogspot.com/2012/06/

carl-gustav-jung-folgoranti-citazioni.html

"Onde o amor impera, não há desejo de poder; e onde o poder predomina,

há falta de amor. Um é a sombra do outro."

Carl Jung

in http://www.jotdown.es/2012/12/las-situaciones-vi-sobre-el-deber-de-la-desobediencia-civil-de-henry-david-thoreau/

"O amor não só deve ser uma chama,

mas uma luz."

Thoreau

in http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2016/05/

arqueologos-afirmam-ter-encontrado-tumba-do-filosofo-grego-aristoteles.html

"O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete."

Aristóteles

Quarta-feira, 7 de Outubro de 2020

Livro da Semana

Aldeia Nova

de

Manuel da Fonseca

Photo in 0002.jpg

"Rui enchia o peito de ar, lavava-se no sol. Mas já ia correndo rua abaixo. Uma grande vontade de correr. Onde estaria o Tóino e os outros? Ah! diria a avó que não queria voltar mais àquela casa! E diria também ao Estroina. Talvez lhe dessem razão… Deixassem-no andar, assim à sua vontade. Deixassem-no correr. Correr era bom. O bibe abria-se para os lados como asas. Deitava a cabeça para trás; o chão fugia-lhe debaixo dos pés. Nem via as casas, só o céu por cima dele. Entontecia, sentia-se livre como um pássaro. Se a mãe estivesse, não sereia nada daquilo a sua vida, não. A mãe deixava-o ser livre como um pássaro. Diria tudo isso ao avô: «Avô, desde que a mãezinha partiu, sinto-me preso como um pássaro numa gaiola!» Mas o avô não compreenderia as suas palavras. Nem a avó, nem o Estróina, ninguém!... O melhor era ir correndo, correndo sempre, correndo até tombar de cansado."

Terça-feira, 6 de Outubro de 2020

Em Alentejo-GASTRONOMIA

Receitas Culinárias Alentejo

Como consumir o Cação

Por Adriana

Ingredientes

1 kg de cação em postas

3 dentes de alho socados em 1 xícara (chá) de suco de limão e sal a gosto

1 xícara (chá) de óleo de soja

1 xícara (chá) de coentro

1 xícara (chá) cebolinha picada

1 cebola grande, cortada em rodelas

2 tomates também cortado em rodelas

2 pimentões, 1 verde e outro vermelho

1 xícara (chá) de leite de coco

½ xícara (chá) de azeite de oliva

½ xícara (chá) de óleo de dendê

Modo de preparo

Primeiro, despeje o óleo numa panela em fogo baixo.

O alho com suco de limão e sal vai servir para dar o primeiro tempero ao peixe,

por isso, molhe as postas com a mistura.

Coloque na panela com óleo, já pré aquecido, e vire o peixe aos poucos para não

grudar no fundo da panela, bem devagar para não desmanchar.

Adicione os outros temperos, a cebolinha, o coentro, a cebola, o pimentão e o tomate.

Tampe e aguarde cerca de 5 minutos ou até ferver.

Acrescente o azeite de oliva e o óleo de dendê (esse é o detalhe que vai dar um gosto

mais apurado à moqueca).

Por último, ponha o leite de coco e deixe ferver por mais 5 minutos ou até cozinhar

os temperos.

Rendimento: 2 porções

Tempo de preparo: 45 minutos

Dificuldade: Fácil

Fonte: Comida e Receitas - http://www.comidaereceitas.com.br/peixes/moqueca-de-cacao.html#ixzz3k3ao4BVP

Segunda-feira, 5 de Outubro de 2020

Ao Encontro com a Prosa de

Ana Cássio Rebelo

Fotografia in 19228388_R7kBC.jpegurl

Ana Cássia Rebelo é "uma grande escritora, uma radiação nova na literatura portuguesa".

José Rentes de Carvalho

2015/10/06

Duas gemas

Passou a costureira brasileira a caminho da igreja. Parada no semáforo do cruzamento, os sapatos novos a morderem-me os pés, fiquei a vê-la passar. Sexualidade é diferente de genitalidade. Protágoras era sofista. A maiêutica é uma etapa fundamental do método socrático. Ler no tempo certo, não agora que finalmente envelheço e sou bastante tola. Tenho quarenta e três anos. Se vivesse nas margens do Limpopo, onde não se conhece o parto sem dor, seria já avó. Como bolachas de arroz tufado e, se me cruzo com um homem elegante, respiro superficialmente, como um peixe à tona de água, para disfarçar a flacidez abdominal. Às vezes, endoideço e desejo ser amada. Outras vezes, acho que o amor é um sentimento vulgar, que apenas humilha: vive-se melhor sem amor. “Abraça-me com toda a força que tiveres”, pedia ao Reinaldo e ele cumpria o meu desejo. Estrangulava-me. As minhas faces explodiam, violáceas, sentia o peito esmagado, escutava os ossos estalar. “Continua, não pares!”, ordenava. À beira do precipício, prestes a desfalecer, sossegava quando pressentia o vazio definitivo. À noite, enquanto faço o jantar, encontro tesouros extraordinários: ovos com duas gemas, um caracol na alface, gorgulho na lata do arroz, manchas de bolor nos cogumelos. Fico a olhar as gemas sem saber muito bem o que fazer, paralisada por pensamentos absurdos. Tenho uma casa, um carro para passear ao fim-de-semana, um ordenado que paga as contas. Os meus filhos são bonitos e inteligentes. O gato é meiguinho, cheira a pó e sabe escutar. Levo-o para a cama e - exactamente por esta ordem – leio-lhe um poema, uma carta e um conto. Que mais posso querer? Não é bom? Não é tão bom? Não é esta a vida que a lucidez aconselha? Tenho tudo o que sempre desejei e mais ainda. Tenho à minha frente, num aborrecimento que comove, um ovo com duas gemas.

Raiz africana

Enquanto o escuto, enquanto o observo, a perna sempre a tremer, pergunto-me muitas vezes “Mas é este o homem que amo?”. Com desapego, fala-me das namoradas que teve depois de mim: uma que tinha uma podenga que largava pêlo, outra que vivia no Brasil, outra que gostava de fado, outra ainda que se alimentava só de rebentos e lavava os dentes com uma raiz africana. Fala-me dessas mulheres sem maldade, incapaz de perceber que, quando o faz, me faz sofrer. Entre o sofrimento e alguma desilusão, sei agora que o João me faz mal. Ao revelar-se destrói o homem que amo.

Domingo, 4 de Outubro de 2020

Concerto de Domingo

Carnival of The Animals Complete Full Version

Le Carnaval des Animaux Complet Camille Saint-Saëns

https://youtu.be/1L993HNAa8M

O Dia Mundial do Animal

celebra-se anualmente a 4 de outubro

Origem da data

"A data foi escolhida em 1931 durante uma convenção de ecologistas em Florença.

A escolha teve em conta o facto do dia 4 de outubro ser o dia

de São Francisco de Assis, o santo padroeiro dos animais."

in dia-mundial-do-animal

"A compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de carácter,

e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não

pode ser um bom homem."

Arthur Schopenhauer, Filósofo Alemão

Sábado, 3 de Outubro de 2020

Tempos de Reflexão

JOSÉ ORTEGA Y GASSET

JOSÉ ORTEGA Y GASSET (Madrid, 9.5.1883 — 18.10.1955), filósofo, ensaísta,

jornalista e activista político espanhol.

"É imoral pretender que uma coisa desejada se realize

magicamente, simplesmente porque a desejamos. Só é

moral o desejo acompanhado da severa vontade de prover

os meios da sua execução.

.

Se ensinares, ensina ao mesmo tempo a duvidar daquilo

que estás a ensinar.

.

Em épocas de grande agitação o dever do intelectual é

manter-se calado, pois nessas ocasiões é preciso mentir

e o intelectual não tem esse direito.

.

É na medida em que dedicamos a vida a algo que a faremos plenamente.

Muitos homens, como as crianças, querem uma coisa,

mas não as suas consequências.

Liderar não é tanto uma questão de mão pesada mas mais de assento firme.

.

Pouco se pode esperar de alguém que só se esforça quando

tem a certeza de vir a ser recompensado."

.

Fonte:

http://www.citador.pt/frases/citacoes/a/jose-ortega-y-gasset

Fotografia in jose-ortega-y-gasset-l.jpg-Pensador

Quinta-feira, 1 de Outubro de 2020

"Café Borba-Concerto"

Momento Musical

Rubrica semanal de Boa música

Giulia Falcone - SOS d'un terrien en détresse - Daniel Balavoine

https://youtu.be/fyMkoB29INQ

Chick Corea playing with Woody Allen's band

at

Carlyle New York. Nov 28 2016

https://youtu.be/FQNA9JY4C0I

Terça-feira, 29 de Setembro de 2020

"Respigando...Borba"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Os nossos melhores AGRADECIMENTOS ao contributo de Filipe Rosado

e à perspectiva de um imenso espólio de documentos a estudar e divulgar...

Fotografia de Adriano Bastos

Segunda-feira, 28 de Setembro de 2020

Livro da Semana

Antologia do Conto Alentejano

"A presente Antologia nasce do desafio que julgámos conveniente fazer a amigos naturais do Alentejo ou que mantenham com este território uma cumplicidade emocional, familiar, profissional ou, simplesmente, de paixão, pela sua diversidade cultural, paisagística e/ou de admiração e respeito, pelos seus naturais e pela sua resiliência face às adversidades históricas conhecidas. No sobressalto dos nossos dias, devido à inesperada pandemia que se abateu sobre o mundo e nos remeteu ao medo e à incerteza do presente e do futuro, escrever um conto pode ser um bom paliativo ou uma forma de esconjuro ou de catarse dos nossos receios. Para alguns, pouco habituados à escrita, e, para outros, autores conhecidos e reconhecidos em áreas de letras, pode ser um novo caminho de desenvolvimento da sua imaginação e criatividade literárias.

Trata-se, também, com este desafio, de uma tentativa de reunir um conjunto de pessoas que, em quase 30 anos de edição, mantiveram connosco uma relação à volta dos livros, das revistas, das apresentações de obras diversas ou de outras iniciativas, em torno da promoção e divulgação da edição e da sua leitura. Pessoas estas que contribuíram decisivamente para manter o projecto da Colibri como uma editora intrinsecamente ligada ao Alentejo, sempre disponível para analisar e procurar viabilizar obras consideradas de qualidade literária ou de defesa e divulgação do rico património, material e imaterial, da região. [FERNANDO MÃO DE FERRO (do Prefácio)]"

In Edições Colibri-FB

Domingo, 27 de Setembro de 2020

Concerto de Domingo

Carlos Mendes - "Ruas de Lisboa"

do disco LP "Canções de Ex-Cravo e Malviver" (1978)

https://youtu.be/DqMVXplwso8

Sábado, 26 de Setembro de 2020

Viagem pela nossa Gastronomia

Receitas de Culinária do Alentejo

Cozido de Grão com vagens

Ingredientes:

250 g de grão;

500 g de vagens (feijão verde);

250 g de batatas;

1 fatia de abóbora menina;

300 g de carne de borrego para cozer;

100 g de toucinho;

1 chouriço de carne (linguiça);

1 farinheira;

200 g de pão caseiro (duro);

sal;

hortelã.

Preparação:

"Põe-se o grão de molho em água e sal durante 12 horas. Passado esse tempo, coze-se. Numa panela com água suficiente põe-se a carne de borrego, o toucinho, o chouriço, a farinheira, e leva-se ao lume a cozer. Depois de as carnes estarem cozidas, retiram-se da água. Arranjam-se e lavam-se as vagens, as batatas e a abóbora cortada aos bocados.

Deitam-se na água em que se cozeram as carnes aos bocadinhos. Dispõem-se no centro de uma travessa o grão, as vagens, as batatas e a abóbora. Á volta colocam-se as carnes cortadas. Cortam-se fatias de pão duro e dispõem-se numa terrina. Espalham-se por cima alguns ramilhos de hortelã. Deita-se o caldo a ferver sobre as fatias de pão. Acompanha-se com as carnes, o grão, as vagens, as batatas e a abóbora."

in Ser Alentejano.blogspot

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2020

"Respigando...Borba"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

"As respigadoras" de Jean-François Millet

Em Borba com o Prof. José Hermano Saraiva

A Alma e a Gente - Ressurreição das Aldeias (Borba)

03 Fev 2008

Prof. José Hermano Saraiva

O concelho de Borba não é um concelho grande, tem 142 quilómetros quadrados, a

população não é muita, tem 8500 habitantes, mas trata-se de um dos concelhos mais

ricos doAlto Alentejo. As duas grandes riquezas da região são o Vinho e o

Mármore. Só que agora surge uma terceira riqueza, o Turismo, com a ressurreição

duma aldeia típica alentejana (S. Gregório) agora transformada em aldeia turística

(um projecto exemplar).

A Alma e a Gente - Ressurreição das Aldeias (Borba) - 03 Fev 2008

https://youtu.be/3TRJ3MwEbOk

Alentejo- Aldeia de São Gregório- Borba

https://youtu.be/SUGhVNm9J3g

Segunda-feira, 21 de Setembro de 2020

Em Borba-Mezinhas da Avó

"A alegria evita mil males e prolonga a vida."

William Shakespeare

Saiba como o consumo regular de espargos

pode trazer benefícios à sua saúde

Vegetal é rico em ácido fólico, aliado na prevenção e cura do câncer

Foto: Stock Photos, Divulgação

Pouco calórico e rico em fibras, ele é um ótimo acompanhamento nas refeições de quem

quer controlar o peso

O espargo é uma planta muito utilizada na culinária mundial e é considerada uma

flor da família dos lírios. Segundo o nutrólogo Maximo Asinelli, ele é rico em vitamina

A, B, C, cálcio, ferro, sais minerais e potássio.

— O espargo é considerado uma das melhores fontes de ácido fólico, conhecido

por ajudar a prevenir câncer, doenças do coração, do fígado e até da espinha — explica.

O Instituto Nacional do Câncer aponta que o ácido fólico presente nesse vegetal

age diretamente no DNA e na síntese de substâncias essenciais ao organismo e a

sua deficiência tem sido relacionada ao aparecimento de câncer.

— Esta vitamina é importante desde a prevenção até o tratamento da doença, já

que inibe o desenvolvimento do tumor. O ácido fólico é sintetizado por bactérias do

intestino e ficam estocadas no corpo humano — esclarece.

Além disso, o espargo é um ótimo acompanhamento para pratos principais e é

indicado para quem está de dieta e quer controlar a ingestão de gorduras.

— O espargo também possui baixa quantidade de calorias e não tem colesterol,

nem gorduras — revela, salientando que a planta é uma fonte abundante de fibras,

com cerca de 3,6 gramas do nutriente por xícara do vegetal.

De acordo com Alexander Bonetti, da San Marco Alimentos, apesar de ter

melhores resultados ao ser plantado em terrenos arenosos, o aspargo é cultivado

em diferentes vários países e possui diferentes variedades.

— O espargo inglês não possui o talo muito grosso, já o italiano possui a

cor violeta e os cultivados na Holanda, Alemanha e Bélgica são brancos, pois se

desenvolvem em locais escuros e não possuem clorofila — explica, ressaltando que,

independente da variedade que se opta por consumir, tem-se acesso aos mesmo

nutrientes.

Bonetti diz ainda que, além de trazer benefícios para o organismo, o espargo dá

um sabor especial às refeições. A planta pode ser consumida como ingrediente de

pratos incrementados, ser servido frio com vinagrete, cozido com manteiga e ainda

consumido em forma de conserva.

in https://www.google.pt/?gws_rd=ssl#q=beneficios+no+consumo+de+espargos

Quarta-feira, 16 de Setembro de 2020

"Respigando...Alentejo"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Fotografia de Filipe Jose Galhanas

"Dedicação"

https://youtu.be/yuknsUFNXlM

Terça-feira, 15 de Setembro de 2020

Celeiro da Cultura

Herberto Hélder de Oliveira

Photo in www.publico.pt911511

Herberto Hélder de Oliveira foi um poeta português,

considerado o "maior poeta português da segunda

metade do século XX".

Escrita

"Escreve-se um poema devido à suspeita de que enquanto o

escrevemos algo vai acontecer, uma coisa formidável,

algo que nos transformará, que transformará tudo."

in Jornal Público, 4 Dezembro 1990

Poema de Herberto Hélder

Um poema cresce inseguramente

na confusão da carne,

sobe ainda sem palavras, só ferocidade e gosto,

talvez como sangue

ou sombra de sangue pelos canais do ser.

Fora existe o mundo. Fora, a esplêndida violência

ou os bagos de uva de onde nascem

as raízes minúsculas do sol.

Fora, os corpos genuínos e inalteráveis

do nosso amor,

os rios, a grande paz exterior das coisas,

as folhas dormindo o silêncio,

as sementes à beira do vento,

- a hora teatral da posse.

E o poema cresce tomando tudo em seu regaço.

E já nenhum poder destrói o poema.

Insustentável, único,

invade as órbitas, a face amorfa das paredes,

a miséria dos minutos,

a força sustida das coisas,

a redonda e livre harmonia do mundo.

- Em baixo o instrumento perplexo ignora

a espinha do mistério.

- E o poema faz-se contra o tempo e a carne.

Herberto Hélder

Segunda-feira, 14 de Setembro de 2020

Borba

ARTESANATO

Mestre Catarino

"...Desde miúdo e para me entreter sempre fiz peças em artesanato em madeira,

cortiça e papel, principalmente depois de reformado..."

"...Fiz e ainda faço tarros, cochos, cornas para azeitonas, cadeiras, mochos em tamanho

normal e em miniaturas bem como de alfaias agrícolas. Fiz ainda uma réplica da Igreja da

Senhora da Orada que vai ser oferecida à junta de freguesia da Orada..."

Tendo como objectivo principal contribuir para a preservação, promoção e divulgação da nossa identidade cultural, este grupo de Borbenses e amigos de Borba, na sequência de diversas entrevistas que vimos publicando no nosso Blogue, decidimos desta vez falar com um Borbense que sempre continuou ligado às suas raízes que nos vai contar a história da sua vida que,como verão se reveste de forte empenho e persistência na luta por uma vida melhor, tanto para si como para quem o rodeia.

Falamos então com:

João Vitorino Bispo Catarino

J.A. Conte-nos então o inicio da sua juventude

J.C. Como filho de gente pobre comecei a guardar gado aos 7 anos, o que fiz até aos 15 anos

J.A. Como se depreende seria um pouco monótona esta actividade como preenchia o tempo?

J.C. Neste período também aprendi a ordenhar ovelhas, fazer queijos e ser pastor, como ajuda, até aos meus 15 anos.

J.A. A que mais se dedicou após esta idade?

J.C. Quando completei os 15 anos passei de ajuda a moral, responsável pelo rebanho, como ganadeiro,até aos 18 anos

J.A. Quando atingiu essa idade, nessa altura a maioridade, que mais fez?

J.C. Deixei a vida de ganadeiro fui trabalhar para o campo, lavrar com bois, parelhas de mulas, aprendi a ceifar e gadanhar até aos 20 anos.

J.A. Os ordenados certamente seriam baixos!!

J.C. Sim éramos muito mal pagos e então decidi deixar o trabalho do campo e fui trabalhar para as pedreiras, até aos 26 anos, quando me casei

J.A. Já casado e certamente com mais responsabilidades procurou melhores condições de trabalho?

J.C. Voltei a ser ganadeiro por mais 6 anos que tive de deixar pois o meu filho mais velho teve que ir para a escola e eu para lhe dar apoio fui dar serventia nas obras de construção civil. Acontece que o meu mestre que viu que tinha vocação para esta actividade mandou-me fazer uma parede e que por ter gostado do meu trabalho ao fim de 17 meses considerou-me mestre e passados 3 anos construí a casa onde ainda hoje habito, claro que muito mais melhorada

J.A. Passou portanto a dedicar-se à construção civil?

J.C. Até ao "25 de Abril" além desta função dediquei-me também ao trabalho do campo, queijaria, ceifa, gadanha, colheita de grão e até mesmo como servente

J.A. Que mudanças trouxe o "25 de Abril" à sua vida?

J.C. Fui eleito delegado sindical pelo sindicato agrícola junto das cooperativas e de trabalhadores por conta de outrem, especialmente das cooperativas onde me mantive até 1986.

J.A. Que mais fez após este ano?

J.C. Neste ano fui admitido na Câmara Municipal de Borba como operador de fogo, não nos quadros da Câmara, apenas a contrato. Com a minha experiência dediquei-me à rede de esgotos, ao alcatroamento e orientar grupos de homens até ao ano de 2002

J.A. Despertou-nos a atenção sempre que o víamos com stands em feiras e festas com peças de artesanato. Como surgiu essa paixão?

J.C. Desde miúdo e para me entreter sempre fiz peças em artesanato em madeira, cortiça e papel, principalmente depois de reformado.

J.A. Como homem dos 7 ofícios a que mais se dedicou?

J.C. Como atrás refiro com a experiência adquirida fui muito solicitado para tratar de árvores, hortas, limpar oliveiras, poda de vinhas e com o que sabia ensinar também aos mais novos.

Ainda e a pedido da Câmara Municipal de Borba foi pioneiro da primeira "Feira de Ervas" que se fez na freguesia da Orada, iniciativa que trouxe muita gente a Borba e que se tornou quase como uma referência.

J.A. Quais as peças que mais gosta de fazer como artesão?

J.C. Fiz e ainda faço tarros, cochos, cornas para azeitonas, cadeiras, mochos em tamanho normal e em miniaturas bem como de alfaias agrícolas. Fiz ainda uma réplica da Igreja da Senhora da Orada que vai ser oferecida à junta de freguesia da Orada.

J.A. De âmbito social a que mais se dedicou?

J.C. Fiz parte da Assembleia Municipal de Borba como membro da junta de freguesia, fiz parte dos órgãos sociais da cooperativa de consumo, sócio dos bombeiro voluntários, sócio da liga de amigos de Estremoz, sócio da casa de cultura da Orada, formou o Rancho Folclórico "Cravos e Rosas da Orada" que deixou por motivos profissionais e que deixou ao José Martins que lhe deu continuidade.

Apesar da vida não me ter sorrido sempre mantive um espírito alegre, rodeado de muitos amigos sempre cheio de esperança que tudo isto havia de mudar para melhor.

Fotografias de Adriano Bastos

Alentejo- Artesanato de Borba

https://youtu.be/WLDM8PXpBuI

Quarta-feira, 9 de Setembro de 2020

Livro da Semana

Páscoa Feliz

de

José Rodrigues Miguéis

"O seu aparecimento em Lisboa foi saudado efusivamente pelos amigos que o tinham visto partir com desgosto das tertúlias dos cafés. José Gomes Ferreira anotou o facto como um acontecimento jubiloso, nesta passagem do seu livro A Memória das Palavras – ou o Gosto de Falar de Mim: «Pouco mais ou menos por essa ocasião aconteceu o reencontro, para mim desvanecedor, com a personalidade poderosa de José Rodrigues Miguéis, que exercia, então, como nas gerações subsequentes, um fascínio dominador, sobre tudo e todos, exultante dum conjunto de virtudes raras num escritor que, a par da inventiva psicológica, da luminosidade do pensamento, da influência mágica da palavra, moldável a qualquer capricho de expressão pedagógica, política ou polémica, amava contar histórias- histórias com um toque de sensualidade de lucidez doentia que o acanhado meio e o puritanismo de olhos baixos do idioma reprimia a custo. No momento em que voltámos a abraçar-nos (desde a adolescência que a nossa vida tem sido um abraço de reencontro pegado!), José Rodrigues Miguéis preparava a edição da Páscoa Feliz…» "

Mário Neves

Terça-feira, 8 de Setembro de 2020

Momento musical

António Pinho Vargas

"Vilas morenas" do disco "As folhas novas mudam de cor" (LP 1987)

https://youtu.be/m49z5N_Vr88

Domingo, 6 de Setembro de 2020

Concerto de Domingo à tarde

The Mamas & the Papas - California Dreamin'

https://youtu.be/qhZULM69DIw

Sábado, 5 de Setembro 2020

Arte na Fotografia

Eduardo Gageiro

Eduardo Gageiro | O fotógrafo do 25 de Abril

https://youtu.be/VN52RQw-VHY

Sexta-feira, 4 de Setembro 2020

Em Borba- Mezinhas da Avó

"A alegria evita mil males e prolonga a vida."

William Shakespeare

Benefícios no consumo de Atum

A primeira vantagem do atum é o seu valor. Ele é um alimento mais acessível a população, tanto em relação ao preço quanto a disponibilidade no mercado. O que o torna de fácil consumo diário.

Além desta vantagem, existem todos os benefícios nutricionais. Tais como:

Coração

Estudos encontraram uma associação inversa entre a ingestão de atum e mortalidade coronária em mulheres,

Outro estudo demonstrou a redução do risco de morte súbita em homens que consumiam atum diariamente, quando comparados a os que não possuíam este hábito.

E qual seria a razão deste resultado?

Ômega 3:

Por ser rico em na gordura “boa”, principalmente o ômega 3, o Atum:

- Diminui os riscos de doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral (derrame),

- Reduz a pressão arterial,

- Possui ação antiinflamatória,

- Diminui as taxas de triglicérides e colesterol total no sangue.

Cérebro:

O ômega 3 também melhora as funções cerebrais de pessoas na idade adulta e reduz o risco de doenças mentais e doenças degenerativas na terceira idade.

Proteínas:

Além dos benéficos citados acima, o atum também é rico em proteínas. Uma lata de 140 gramas de atum pode fornecer um terço da dose diária recomendada porção de proteína e 40% da dose diária recomendada de vitamina B12.

Osteoporose

Finalmente o atum é rico em vitaminas antioxidantes, como a Vitamina A, E e principalmente a D. Sendo uma boa alternativa para pessoas com desmineralização óssea. Melhorando a captação de cálcio pelos ossos.

Imunidade:

em vitamina D

Forma de consumo:

Para ter todos esses benefícios o indicado é o consumo de no mínimo 3 vezes por semana. Fique atento, o atum ralado geralmente é obtido a partir das partes desprezadas dos peixes, portanto prefira o atum fresco. Se não puder comprar, opte pelo atum em pedaços.

Fonte:

http://www.dicasagora.com/atum-e-seus-beneficios-a-saude/

Quinta-feira, 3 de Setembro de 2020

O Livro da Semana

O Medo

500x

Al Berto

"cada dia que passa escrevo menos, e o pouco que escrevo exige todo o tempo disponível, requer paixão e partilha.

está frio de quebrar ossos.

às vezes queria ser pastor, homem transumante, ir e regressar com o sol e as chuvas, ir e regressar eternamente com o ciclo das estações.

hoje fiz trinta e seis anos. acabaram-se algumas coisas na minha vida, sinto isto, apesar de ainda não perceber claramente o quê. estou certo que a juventude não recomeça nunca, nem terá início hoje. habituo-me à grande desolação dos dias

diz o horóscopo que os capricórnios têm uma velhice feliz. a velhice, dizia Céline, é um sobejo da vida.

escasseia o tempo na tentativa de vislumbrar algum sossego.

escrever, passar a vida a escrever, para quê?"

Quarta-feira, 2 de Setembro de 2020

Celeiro da Cultura

Ao fim do dia

"Chega sempre o momento em que nos perguntamos qual é o propósito de certas amizades, de certas conversas, o que é que nos leva a tomar este ou aquele ponto de vista, a fingir que participamos, quando no fundo é escasso o que importa e o que pessoalmente para nós conta.

É certo que a vida em sociedade exige o ritual, pede o teatro, ninguém pode andar com a alma à mostra, ou abri-la com a mesma inocência com que às vezes se exibe o corpo. Mas quanta saliva gasta, quanto tempo perdido, tanta energia desbaratada sem que se adivinhe o que rende ou que moinhos a aproveitam

Não é que ao fim do dia me ponha a contabilizar a utilidade do trato social, apenas me toma um sentimento que balança entre a irritação e o desalento, de ver que também eu faço o que não quero, afirmo o que estou longe de pensar, gasto-me em salamaleques que só a contragosto, ou por necessidade do enredo, atribuiria a um personagem de romance.

Esse teatro derreia, leva a fazer má cara ou, pior ainda, a afixar o sorriso da hipocrisia."

Felicidade às gotas

"Afirmam os modestos e os medrosos que a felicidade é boa quando chega aos poucos ou em pequenas doses, provavelmente à maneira das gotas do soro fisiológico que lentamente penetram na veia do enfermo.

Outros há que a desejam repentina, um furacão, querem sentir-se arrebatados, como parece que acontece aos poetas românticos quando, depois de muita solidão e êxtase, subitamente enfrentam o objecto do seu amor.

A maioria, por certo também neste caso se comporta na forma habitual, deseja-se medianamente feliz, nada de altos e baixos, jackpots e misérias.

De facto, pouco adiantam as lucubrações, de nada valem os votos que fazemos, tão-pouco nos chega a felicidade em grande ou pequena medida. É um estado de alma.

Arrisco-me a dizer que ela só existe quando a chamamos, e ainda é preciso reconhecê-la, condão que a muitos falta."

José Rentes de Carvalho

Segunda-feira, 31 de Agosto de 2020

Concerto de Domingo

Ricardo Ribeiro - Fadinho Alentejano

https://youtu.be/Ns5zdIfoeJI

Ricardo Ribeiro - Mondadeiras

https://youtu.be/evmFy9F1ikk

Sábado, 29 de Agosto de 2020

Na Mochila para férias...

CERROMAIOR

de

Manuel da Fonseca

Edições Editorial

Caminho,SA

2011

À sua Santiago, Manuel da Fonseca apenas retirou a proximidade do mar.

Assim, Cerromaior retrata-nos uma cidade cercada pelo campo e a realidade alentejana dos anos trinta e quarenta.

São focadas todas as classes sociais: a família de latifundiários que dominam toda a cidade (os primos de Adriano, a figura central do romance); o herói Adriano, filho da burguesia local mas com problemas financeiros; o proletariado rural, objecto da exploração económica; o Doninha, figura típica de Cerromaior dominada pela loucura; a Guarda Nacional Republicana, aliada dos poderosos.

A trama de Cerromaior gira em torno de Adriano, dividido entre as suas origens e a consciência que toma da verdade da sua terra, e que acaba por tomar a defesa dos mais desprotegidos.

Literariamente, este romance descreve um círculo, sendo a cena inicial em que encontramos Adriano na prisão local o termo da trama.

Este romance foi adaptado ao cinema por Luís Filipe Rocha em 1980.Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Cerromaior é o nome do primeiro romance de Manuel da Fonseca, publicado em 1943.

Cerromaior é o nome da (pequena) cidade onde decorre a acção do romance. Se bem que sendo uma cidade imaginária são notórias as semelhanças com a terra natal de Manuel da Fonseca, Santiago do Cacém. Aliás, o facto é referido pelo próprio logo no prefácio da obra «Cercado de cerros, que vão de roda em anfiteatro com o lugar do palco largamente aberto sobre a planície e o mar, o cerro de Santiago é de todos o mais alto. Daí o título: Cerromaior. Vila que me propus tratar...»

Sexta-feira, 28 de Agosto de 2020

Alentejo-Natureza

"As cinco zonas do mundo onde se vive mais tempo"

"O explorador da "National Geographic" Dan Buettner identificou cinco zonas do mundo onde

as pessoas chegam aos 100 anos. Conheça a receita da longevidade.

O ponto de partida do projeto foi a ilha de Sardenha, em Itália. Na localidade reuniram-se

médicos, antropólogos, demógrafos e especialistas em epidemiologia, que estudaram o modo

de vida dos habitantes. E assim foi aberto caminho para uma investigação mundial.

Ao longo de vários anos, a pesquisa foi expandida e foram identificados cinco locais com comportamentos específicos que têm influência direta na saúde.

Ao programa foi dado o nome de "Blue Zones" ("Zonas Azuis"). Nesta categoria estão integradas

as ilhas de Okinawa, no Japão; a cidade de Loma Linda, na Califórnia (EUA); a península de

Nicoya, na Costa Rica; a ilha Icária, na Grécia; a ilha de Sardenha, em Itália.

Nas cinco regiões, a taxa de incidência de cancro e de doenças cardíacas são mais baixas,

em comparação com o resto do mundo. Apesar de o código genético ser um elemento essencial,

os investigadores reuniram nove comportamentos que influenciam a longevidade e que são

comuns a todas as zonas.

1. Contacto com a natureza

Os habitantes das cinco zonas estão em constante contacto com o meio ambiente. Usam as

montanhas para fazer grandes caminhadas. Não vão a ginásios, nem fazem maratonas.

Exploram e desfrutam da natureza. Também têm por hábito plantar jardins e quintais, de onde

colhem os alimentos para as refeições.

2. Objetivo de vida

Em Okinawa chamam-lhe "ikigai" e em Nicoya falam em "plano de vida". Encontrar um propósito

para acordar todos os dias. Em Loma Linda há um grande incentivo ao voluntariado, por exemplo.

Os habitantes concentram-se em ajudar os outros e ganham uma ocupação. Isto ajuda a

combater depressões e outras perturbações.

3. Pausar

Fazer uma pausa no dia. Em Okynawa tiram alguns minutos para lembrar os antepassados,

em Loma Linda

rezam, em Icária aproveitam para fazer uma sesta depois do almoço e na Sardenha existe uma

"happy hour" para o convívio.

4. A regra dos 80%

Não comer em quantidades exageradas, manter um peso equilibrado. Em Loma Linda há uma

grande preocupação em manter um índice de massa corporal saudável. Por norma, param de

comer quando o estômago está cerca de 80% cheio. A refeição mais pesada é feita de manhã e

à noite come-se pouco.

5. Vegetais

Feijões, soja, lentilhas e favas são a base das dietas praticadas nestes cinco locais. Por exemplo,

em Icária existe a dieta mediterrânica, rica em massas, arroz, frutas, vegetais e grãos integrais.

Muitos habitantes destas zonas são vegetarianos.

6. Vinho

Beber álcool de forma moderada e regular. Durante a refeição ou no convívio com os amigos

costumam beber m ou dois copos de vinho.

7. Espiritualidade

Os habitantes das zonas estão integrados em comunidades religiosas. A devoção é um ponto

forte das "Zonas Azuis" e tem influência direta nos hábitos e comportamentos.

8. Família sempre por perto

Os mais velhos ficam sempre perto da família. As pessoas são acompanhadas e têm sempre

alguém perto para ajudar e cuidar. A tendência é comprometer-se com alguém através do

casamento e ter filhos. Investem muito tempo na nova geração com a esperança que esses

cuidados um dia lhes sejam retribuídos.

9. Redes de amigos

Estar inserido num círculo de pessoas da comunidade. A noção de companheirismo está muito

presente. Os habitantes de Okinawa criam "moais", grupos de cinco amigos que se comprometem

para a vida."

in Jornal de Notícias

Quarta-feira, 26 de Agosto de 2020

Receitas de Culinária do Alentejo

Sopas de beldroegas

"Estas sim... sopas de beldroegas!!

Ingredientes

1 molho grande de beldroegas

1 cebola grande picada

2 folhas louro

1 cabeça de alhos

qb azeite

qb sal

qb pimenta

(opcional) 1 queijo de cabra curado ( ou fresco)

batatas (4 a 6 rodelas por pessoa)

qb água

8 ovos (2 por pessoa)

pão alentejano duro "de véspera", 4 fatias por pessoa

Passo a passo

Pique a cebola e leve a refogar numa caçarola juntamente com o azeite (quantidade suficiente que cubra a cebola), os dentes de alho esmagados com casca, o louro, o sal e a pimenta (opcional).

Acrescente as beldroegas arranjadas e lavadas (apenas as folhas) e refogue mais um pouco. Junte um pouco de água, as batatas cortadas às rodelas grossas e deixar cozer.

Foto do passo 1 da receita de Sopa de beldroegas

Quando as batatas estiverem cozidas, verifique se o caldo é suficiente para a sopa, se achar necessário junte mais um pouco de água, coloque então os ovos e deixe escalfar.

Depois dos ovos estarem escalfados, a sopa está pronta a servir.

Empratamento:

corte o pão em fatias finas e disponha 4 no fundo de cada prato. Retire da caçarola algumas batatas e beldroegas e coloque nos pratos, por cima do pão, depois faça o mesmo com os ovos, dois por prato e por fim 2 a 3 conchas de caldo.

Nota: o queijo de cabra, pode ser utilizado de duas formas, cortado em fatias finas e colocar por cima das fatias de pão, ou pode simplesmente ír comendo umas fatias, a acompanhar a sopa. Por fim.... então saboreie Alentejo….. "

In Alentejanando de António Sousa

Terça-feira, 25 de Agosto de 2020

O gosto pela leitura

Ao Encontro dos nossos Escritores

"O trem arquejava, rompendo o vasto vento da planura desolada. E a cada apito era um alvoroço. Medina?... Não! Algum sumido apeadeiro, onde o trem se atardava, esfalfado, resfolegando, enquanto dormentes figuras encarapuçadas, embrulhadas em mantas, rondavam sob o telheiro do barracão, que as lanternas baças tornavam mais soturno. Jacinto esmurrava o joelho: - Mas porque pára este infame comboio? Não há tráfico, não há gente! Oh esta Espanha!... – a sineta badalava, moribunda. De novo fendíamos a noite e a borrasca."

Eça de Queirós em A Cidade e as Serras

Photo in http://adpa-arouca.blogspot.com

"O tempo do livro é o do candeeiro de petróleo, o das meias de algodão feitas em casa à agulha, o das papas de linhaça e do óleo de fígado de bacalhau. O das ceroulas compridas com atilhos. É o tempo dos botins e das cuias, dos palitos para palitar os dentes depois da sobremesa. O tempo das perucas, das lamparinas e dos penicos."

Vergílio Ferreira em Para Sempre

Photo in http://www.wook.pt

Segunda-feira, 24 de Agosto de 2020

O Livro da Semana

A Implosão

nuno-judice.jpg

Nuno Júdice

"Já reparaste que ninguém ouve os pobres? Estão à porta do metropolitano, a estender o chapéu, a vender inutilidades, ou sentados no passeio, junto a grandes lojas, e só balbuciam qualquer coisa quando por eles passamos, coisas que não nos chegam aos ouvidos, palavras, frases que só eles sabem o querem dizer. E cada vez haverá mais pobres, até serem uma multidão, sentados nas praças, debaixo de tectos de paragens de autocarro, e as suas vozes continuarão inaudíveis. É o dinheiro que dá voz aos homens, por isso, se lhes tirarem o dinheiro, ficarão sem voz. É isto que pensam os que governam, é isto que estão a fazer, devagarinho, como quem não quer a coisa, como se nos estivessem a fazer um favor, e tivéssemos de lhes ficar agradecidos por nos cortarem a língua. E qualquer dia virão dizer, como o Ditador dizia, que a mendicidade é um cicio, e são muito capazes de cobrar imposto sobre as esmolas, basta criar um programa informático para a s calcular em função da área em que o mendigo actua."

Domingo, 23 de Agosto de 2020

Concerto de Domingo

Sérgio Godinho - O Novo Normal

https://youtu.be/z91KL6-Y3wQ

O NOVO NORMAL NO NOVO NORMAL HÁ CIDADES INTEIRAS POR ONDE RASGARAM INVISÍVEIS POEIRAS MALIGNAS BENIGNAS NINGUÉM SABE SE SABE NEM QUE ACASO OU QUE DESTINO NOS CABE O NOVO NORMAL É TERRENO MINADO DE ACASOS NO NOVO NORMAL CAEM CORPOS À SORTE EM VALAS COMUNS NUM SILÊNCIO DE MORTE CORTADO SOMENTE POR SOLUÇOS DISTANTES LONGE VÃO OS TEMPOS DE SER COMO DANTES NO NOVO NORMAL NUNCA NADA VAI SER NUNCA IGUAL DADAS AS CIRCUNSTÂNCIAS MANTENHA AS DISTÂNCIAS RESPEITE OS ESPAÇOS CONTROLE ESSAS ÂNSIAS DE BEIJOS E ABRAÇOS REFREIE AS AUDÁCIAS E AS INOBSERVÂNCIAS ESCOLHA BEM AS AUDÁCIAS REFREIE ESSAS ÂNSIAS DE BEIJOS E ABRAÇOS DADAS AS CIRCUNSTÂNCIAS RESPEITE OS ESPAÇOS NO NOVO NORMAL NUNCA SÃO CONTAS FEITAS ACORDASTE INFORMADO E IGNORANTE TE DEITAS E AMANHÃ PELA MANHÃ SERÁ QUE ALGO MUDOU (TUDO) NÃO PASSOU DE UM PESADELO FUGAZ UMA HISTÓRIA DO MEDO LARGADA AO OUVIDO EM SEGREDO NO NOVO NORMAL HÁ GRANDES FILAS DE FOME NOMES TÃO DESGASTADOS ATÉ DEIXAR DE TER NOME ATÉ QUE O MEDO NÃO TENHA RACIONAIS FUNDAMENTOS E SEJA SÓ UM BURACO NEGRO NO CÉU UM HORIZONTE DE EVENTOS MEMORIAL DO QUE SE VIVEU DADAS AS CIRCUNSTÂNCIAS MANTENHA AS DISTÂNCIAS RESPEITE OS ESPAÇOS CONTROLE ESSAS ÂNSIAS DE BEIJOS E ABRAÇOS REFREIE AS AUDÁCIAS E AS INOBSERVÂNCIAS ESCOLHA BEM AS AUDÁCIAS REFREIE ESSAS ÂNSIAS DE BEIJOS E ABRAÇOS DADAS AS CIRCUNSTÂNCIAS RESPEITE OS ESPAÇOS

Quarta-feira, 19 de Agosto de 2020

Alentejo

Património Cultural

"Quem entenda a minha música nunca mais será infeliz."

Ludwig Van Beethoven

Alentejo-Estremoz

João de Sousa Carvalho (1745-1798): Stellae in caelis obscurantur

https://youtu.be/DmGmIolzaKI

Sousa Carvalho Perseo (1779) - Ouverture

https://youtu.be/JyMMeVmvRdE

João de Sousa Carvalho - Toccata in G minor

https://youtu.be/HhNSGbC2EbQ

"João de Sousa Carvalho (Estremoz, 22 de fevereiro de 1745 - Alentejo, c.1798) foi um compositor e músico português

João de Sousa Carvalho, filho de Paulo de Carvalho e de Ana Maria Angélica, entrou com 8 anos, a 23 de Outubro de 1743, para o Colégio dos Santos Reis Magos em Vila Viçosa. Mandado a Nápoles pela Coroa, ingressou com Jerónimo Francisco de Lima (1741-1822) no Conservatório di Sant'Onofrio a Capuana, em Nápoles, a 15 de Janeiro de 1761. A sua primeira ópera, La Nitteti, sobre libreto de Pietro Metastasio, representou-se em Roma no Teatro Delle Dame no Carnaval de 1766. Também a oratória Isacco figura del Redentore, que data da mesma época, deve ter sido cantada em Itália. Regressou a Portugal presumivelmente em 1767, dado que assinou o Livro das Entradas da Irmandade de Santa Cecília a 22 de Novembro do mesmo ano. Foi nomeado professor de contraponto pelo menos em 1769 e, mais tarde, talvez em 1773, Primeiro Mestre de Capela do Seminário da Patriarcal. Em 1778, João de Sousa Carvalho sucedeu a David Perez (1711-1778) como professor dos Infantes e compositor da Real Câmara, com vencimento mensal de 40$000 réis e direito a usar carruagem, passando a controlar todo o aparelho de produção músicoteatral da Corte. Desde esse ano até 1789, com exceção de 1786 e 1788, cantaram-se novas obras suas (com inúmeras repetições) no Palácio da Ajuda, Palácio de Queluz e Palácio da Ribeira, sendo 10 serenatas - género afim de ópera, mas sem componente cénica - e duas óperas (Testoride argonauta, dramma in 2 atti, 1780, e Nettuno ed Egle, favola pastorale, 1785). Morreu no Alentejo em 1798."

in Wikipédia

Terça-feira, 18 de Agosto de 2020

"Respigando...Alentejo"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Elvas

CORETO NO PARQUE DA PIEDADE - Elvas

"Coreto é uma estrutura edificada ao ar livre, em praças e jardins, para abrigar bandas musicais em concertos, festas e romarias. Em Portugal, é encontrado praticamente em todas as povoações no seu centro ou junto a igrejas ou capelas. Também é usado para apresentações políticas e culturais."

Coreto,+Piedade+1.jpg

"O Coreto do Parque da Piedade foi inaugurado em 1957 pela Confraria do Senhor Jesus. Piedade, desconhecendo-se tanto a sua data de construção como o seu primeiro proprietário. Actualmente é propriedade da Câmara Municipal.

Apresenta uma planta única no distrito decágono e está a 1,60 do solo, assentando em pavimento de argamassa de cimento e mosaicos.

De construção em alvenaria, cimalha e cunhais em mármore e colunas de ferro fundido, apresenta a cobertura em chapa ondulada com ferro e um rendilhado que se destaca em todo este conjunto.

Não tem acesso próprio e, quanto à iluminação, está funcional e mantém-se todo ele em bom estado de conservação. Os bancos que o circulam, as árvores que o rodeiam e a aproximação de um lago são um convite ao lazer.

Actualmente é utilizado nas festas de São Mateus, em Setembro."in Rui Breda/FB

Rui Breda

Domingo, 16 de Agosto de 2020

Concerto de Domingo

George Gershwin - Rhapsody in Blue

https://youtu.be/eFHdRkeEnpM

Sábado, 15 de Agosto de 2020

Visite Borba

Fotografias de Adriano Bastos

Sexta-feira, 14 de Agosto de 2020

"Respigando...Alentejo"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Fotografia de Filipe Jose Galhanas

CORETO DE CASTELO DE VIDE

"Coreto é uma estrutura edificada ao ar livre, em praças e jardins, para abrigar

bandas musicais em concertos, festas e romarias. Em Portugal, é encontrado

praticamente em todas as povoações no seu centro ou junto a igrejas ou capelas.

Também é usado para apresentações políticas e culturais."

"O Coreto foi construído no ano de 1905 e está localizado no Parque João José da Luz

e possui dupla escadaria com gradeamento que se prolonga pelo perímetro do

recinto elevada. A cobertura do Coreto, é em planta octogonal suspensa por oito

colunas metálicas, em que as pontas convergem para o centro mais elevado.

No interior, o Coreto tem suspenso na parte central um candeeiro para iluminação

pública.Os materiais utilizados na construção do Coreto foram o granito, ferro e

chapa metálica em verde escuro e com alvenaria pintada a branco. De registar

que, com regularidade, o Coreto de Castelo de Vide, é palco de Concertos de

Bandas Filarmónicas e Grupos de Música Ligeira e Etnográficos."

Artigo de Rui Breda

Quinta-feira, 13 de Agosto de 2020

Borba-Outros Horizontes- Emigrantes e

Imigrantes de Borba

"O mesmo tempo, o tempo de sempre

De um ponto de vista social, a emigração portuguesa constitui a manifestação de uma forma de escravatura que subsiste ainda hoje. De um ponto de vista ético, a emigração portuguesa significa a negação constante do direito mais elementar da pessoa: o direito à vida no próprio país. De um ponto de vista político, a emigração portuguesa supõe a renúncia à revolta".

in Portugal, a flor e a foice - Novembro de 1975 - inédito em Português.

De José Rentes de carvalho extraído do seu Blogue Tempo Contado 28 de Janeiro de 2013

1967 - Luis Cilia - tema do filme "O salto" em assobio

https://youtu.be/7L4d5hMuhaI

Segunda-feira, 10 de agosto de 2020

O Livro da Semana

Aldeia Nova

de

Manuel da Fonseca

"Rui enchia o peito de ar, lavava-se no sol. Mas já ia correndo rua abaixo. Uma grande vontade de correr. Onde estaria o Tóino e os outros? Ah! diria a avó que não queria voltar mais àquela casa! E diria também ao Estroina. Talvez lhe dessem razão… Deixassem-no andar, assim à sua vontade. Deixassem-no correr. Correr era bom. O bibe abria-se para os lados como asas. Deitava a cabeça para trás; o chão fugia-lhe debaixo dos pés. Nem via as casas, só o céu por cima dele. Entontecia, sentia-se livre como um pássaro. Se a mãe estivesse, não sereia nada daquilo a sua vida, não. A mãe deixava-o ser livre como um pássaro. Diria tudo isso ao avô: «Avô, desde que a mãezinha partiu, sinto-me preso como um pássaro numa gaiola!» Mas o avô não compreenderia as suas palavras. Nem a avó, nem o Estróina, ninguém!... O melhor era ir correndo, correndo sempre, correndo até tombar de cansado."

Domingo, 9 de Agosto de 2020

Concerto de Domingo à tarde

Hugh Laurie - Saint James Infirmary (Let Them Talk,

A Celebration of New Orleans Blues)

https://youtu.be/AzEBH6DZJVk

Sábado, 8 de Agosto de 2020

Borba e os seus escritores

ASPECTOS E CANÇÕES DA APANHA DA AZEITONA EM BORBA

de Fernando Castelo Branco

Publicações Lisboa 1958

Separata da Revista (Ocidente) - Vol.55LV - Liosboa 1958

Museu de Etnografia e História

JUNTA DISTRITAL DO PORTO

D. Fernando Luis de Sousa Coutinho Castelo-Branco e Menezes, 3º Marquês de Borba

Nascido: 10 de Jul de 1835

Falecido: 9 de Fev de 1928 (com a idade de 92)

D. Fernando Castelo Branco (Pombeiro)

Segundo todas as fontes, eram donatários de Belas nessa altura, os condes de Pombeiro, mais tarde marqueses de Borba. Foi da, sugestão de Fernando Castelo Branco (Pombeiro) e Eduardo Quintela de Mendonça (Farrobo) que o Sporting em 1906 adoptou do seu escudo para o emblema do clube o leão rompante de prata armado em preto sobre campo verde.

Livro da Semana

Antologia do Conto Alentejano

"A presente Antologia nasce do desafio que julgámos conveniente fazer a amigos naturais do Alentejo ou que mantenham com este território uma cumplicidade emocional, familiar, profissional ou, simplesmente, de paixão, pela sua diversidade cultural, paisagística e/ou de admiração e respeito, pelos seus naturais e pela sua resiliência face às adversidades históricas conhecidas. No sobressalto dos nossos dias, devido à inesperada pandemia que se abateu sobre o mundo e nos remeteu ao medo e à incerteza do presente e do futuro, escrever um conto pode ser um bom paliativo ou uma forma de esconjuro ou de catarse dos nossos receios. Para alguns, pouco habituados à escrita, e, para outros, autores conhecidos e reconhecidos em áreas de letras, pode ser um novo caminho de desenvolvimento da sua imaginação e criatividade literárias.

Trata-se, também, com este desafio, de uma tentativa de reunir um conjunto de pessoas que, em quase 30 anos de edição, mantiveram connosco uma relação à volta dos livros, das revistas, das apresentações de obras diversas ou de outras iniciativas, em torno da promoção e divulgação da edição e da sua leitura. Pessoas estas que contribuíram decisivamente para manter o projecto da Colibri como uma editora intrinsecamente ligada ao Alentejo, sempre disponível para analisar e procurar viabilizar obras consideradas de qualidade literária ou de defesa e divulgação do rico património, material e imaterial, da região. [FERNANDO MÃO DE FERRO (do Prefácio)]"

In Edições Colibri-FB

Livro da Semana

Páscoa Feliz

de

José Rodrigues Miguéis

"O seu aparecimento em Lisboa foi saudado efusivamente pelos amigos que o tinham visto partir com desgosto das tertúlias dos cafés. José Gomes Ferreira anotou o facto como um acontecimento jubiloso, nesta passagem do seu livro A Memória das Palavras – ou o Gosto de Falar de Mim: «Pouco mais ou menos por essa ocasião aconteceu o reencontro, para mim desvanecedor, com a personalidade poderosa de José Rodrigues Miguéis, que exercia, então, como nas gerações subsequentes, um fascínio dominador, sobre tudo e todos, exultante dum conjunto de virtudes raras num escritor que, a par da inventiva psicológica, da luminosidade do pensamento, da influência mágica da palavra, moldável a qualquer capricho de expressão pedagógica, política ou polémica, amava contar histórias- histórias com um toque de sensualidade de lucidez doentia que o acanhado meio e o puritanismo de olhos baixos do idioma reprimia a custo. No momento em que voltámos a abraçar-nos (desde a adolescência que a nossa vida tem sido um abraço de reencontro pegado!), José Rodrigues Miguéis preparava a edição da Páscoa Feliz…» "

Mário Neves

Terça-feira, 25 de Agosto de 2020

O gosto pela leitura

Ao Encontro dos nossos Escritores

"O trem arquejava, rompendo o vasto vento da planura desolada. E a cada apito era um alvoroço. Medina?... Não! Algum sumido apeadeiro, onde o trem se atardava, esfalfado, resfolegando, enquanto dormentes figuras encarapuçadas, embrulhadas em mantas, rondavam sob o telheiro do barracão, que as lanternas baças tornavam mais soturno. Jacinto esmurrava o joelho: - Mas porque pára este infame comboio? Não há tráfico, não há gente! Oh esta Espanha!... – a sineta badalava, moribunda. De novo fendíamos a noite e a borrasca."

Eça de Queirós em A Cidade e as Serras

Photo in http://adpa-arouca.blogspot.com

"O tempo do livro é o do candeeiro de petróleo, o das meias de algodão feitas em casa à agulha, o das papas de linhaça e do óleo de fígado de bacalhau. O das ceroulas compridas com atilhos. É o tempo dos botins e das cuias, dos palitos para palitar os dentes depois da sobremesa. O tempo das perucas, das lamparinas e dos penicos."

Vergílio Ferreira em Para Sempre

Photo in http://www.wook.pt

Segunda-feira, 24 de Agosto de 2020

O Livro da Semana

A Implosão

nuno-judice.jpg

Nuno Júdice

"Já reparaste que ninguém ouve os pobres? Estão à porta do metropolitano, a estender o chapéu, a vender inutilidades, ou sentados no passeio, junto a grandes lojas, e só balbuciam qualquer coisa quando por eles passamos, coisas que não nos chegam aos ouvidos, palavras, frases que só eles sabem o querem dizer. E cada vez haverá mais pobres, até serem uma multidão, sentados nas praças, debaixo de tectos de paragens de autocarro, e as suas vozes continuarão inaudíveis. É o dinheiro que dá voz aos homens, por isso, se lhes tirarem o dinheiro, ficarão sem voz. É isto que pensam os que governam, é isto que estão a fazer, devagarinho, como quem não quer a coisa, como se nos estivessem a fazer um favor, e tivéssemos de lhes ficar agradecidos por nos cortarem a língua. E qualquer dia virão dizer, como o Ditador dizia, que a mendicidade é um cicio, e são muito capazes de cobrar imposto sobre as esmolas, basta criar um programa informático para a s calcular em função da área em que o mendigo actua."

Domingo, 23 de Agosto de 2020

Concerto de Domingo

Sérgio Godinho - O Novo Normal

https://youtu.be/z91KL6-Y3wQ

O NOVO NORMAL NO NOVO NORMAL HÁ CIDADES INTEIRAS POR ONDE RASGARAM INVISÍVEIS POEIRAS MALIGNAS BENIGNAS NINGUÉM SABE SE SABE NEM QUE ACASO OU QUE DESTINO NOS CABE O NOVO NORMAL É TERRENO MINADO DE ACASOS NO NOVO NORMAL CAEM CORPOS À SORTE EM VALAS COMUNS NUM SILÊNCIO DE MORTE CORTADO SOMENTE POR SOLUÇOS DISTANTES LONGE VÃO OS TEMPOS DE SER COMO DANTES NO NOVO NORMAL NUNCA NADA VAI SER NUNCA IGUAL DADAS AS CIRCUNSTÂNCIAS MANTENHA AS DISTÂNCIAS RESPEITE OS ESPAÇOS CONTROLE ESSAS ÂNSIAS DE BEIJOS E ABRAÇOS REFREIE AS AUDÁCIAS E AS INOBSERVÂNCIAS ESCOLHA BEM AS AUDÁCIAS REFREIE ESSAS ÂNSIAS DE BEIJOS E ABRAÇOS DADAS AS CIRCUNSTÂNCIAS RESPEITE OS ESPAÇOS NO NOVO NORMAL NUNCA SÃO CONTAS FEITAS ACORDASTE INFORMADO E IGNORANTE TE DEITAS E AMANHÃ PELA MANHÃ SERÁ QUE ALGO MUDOU (TUDO) NÃO PASSOU DE UM PESADELO FUGAZ UMA HISTÓRIA DO MEDO LARGADA AO OUVIDO EM SEGREDO NO NOVO NORMAL HÁ GRANDES FILAS DE FOME NOMES TÃO DESGASTADOS ATÉ DEIXAR DE TER NOME ATÉ QUE O MEDO NÃO TENHA RACIONAIS FUNDAMENTOS E SEJA SÓ UM BURACO NEGRO NO CÉU UM HORIZONTE DE EVENTOS MEMORIAL DO QUE SE VIVEU DADAS AS CIRCUNSTÂNCIAS MANTENHA AS DISTÂNCIAS RESPEITE OS ESPAÇOS CONTROLE ESSAS ÂNSIAS DE BEIJOS E ABRAÇOS REFREIE AS AUDÁCIAS E AS INOBSERVÂNCIAS ESCOLHA BEM AS AUDÁCIAS REFREIE ESSAS ÂNSIAS DE BEIJOS E ABRAÇOS DADAS AS CIRCUNSTÂNCIAS RESPEITE OS ESPAÇOS

Quarta-feira, 19 de Agosto de 2020

Alentejo

Património Cultural

"Quem entenda a minha música nunca mais será infeliz."

Ludwig Van Beethoven

Alentejo-Estremoz

João de Sousa Carvalho (1745-1798): Stellae in caelis obscurantur

https://youtu.be/DmGmIolzaKI

Sousa Carvalho Perseo (1779) - Ouverture

https://youtu.be/JyMMeVmvRdE

João de Sousa Carvalho - Toccata in G minor

Carvalho, filho de Paulo de Carvalho e de Ana Maria Angélica, entrou com 8 anos, a 23 de Outubro de 1743, para o Colégio dos Santos Reis Magos em Vila Viçosa. Mandado a Nápoles pela Coroa, ingressou com Jerónimo Francisco de Lima (1741-1822) no Conservatório di Sant'Onofrio a Capuana, em Nápoles, a 15 de Janeiro de 1761. A sua primeira ópera, La Nitteti, sobre libreto de Pietro Metastasio, representou-se em Roma no Teatro Delle Dame no Carnaval de 1766. Também a oratória Isacco figura del Redentore, que data da mesma época, deve ter sido cantada em Itália. Regressou a Portugal presumivelmente em 1767, dado que assinou o Livro das Entradas da Irmandade de Santa Cecília a 22 de Novembro do mesmo ano. Foi nomeado professor de contraponto pelo menos em 1769 e, mais tarde, talvez em 1773, Primeiro Mestre de Capela do Seminário da Patriarcal. Em 1778, João de Sousa Carvalho sucedeu a David Perez (1711-1778) como professor dos Infantes e compositor da Real Câmara, com vencimento mensal de 40$000 réis e direito a usar carruagem, passando a controlar todo o aparelho de produção músicoteatral da Corte. Desde esse ano até 1789, com exceção de 1786 e 1788, cantaram-se novas obras suas (com inúmeras repetições) no Palácio da Ajuda, Palácio de Queluz e Palácio da Ribeira, sendo 10 serenatas - género afim de ópera, mas sem componente cénica - e duas óperas (Testoride argonauta, dramma in 2 atti, 1780, e Nettuno ed Egle, favola pastorale, 1785). Morreu no Alentejo em 1798."

in Wikipédia

Terça-feira, 18 de Agosto de 2020

"Respigando...Alentejo"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Elvas

CORETO NO PARQUE DA PIEDADE - Elvas

"Coreto é uma estrutura edificada ao ar livre, em praças e jardins, para abrigar bandas musicais em concertos, festas e romarias. Em Portugal, é encontrado praticamente em todas as povoações no seu centro ou junto a igrejas ou capelas. Também é usado para apresentações políticas e culturais."

Coreto,+Piedade+1.jpg

"O Coreto do Parque da Piedade foi inaugurado em 1957 pela Confraria do Senhor Jesus. Piedade, desconhecendo-se tanto a sua data de construção como o seu primeiro proprietário. Actualmente é propriedade da Câmara Municipal.

Apresenta uma planta única no distrito decágono e está a 1,60 do solo, assentando em pavimento de argamassa de cimento e mosaicos.

De construção em alvenaria, cimalha e cunhais em mármore e colunas de ferro fundido, apresenta a cobertura em chapa ondulada com ferro e um rendilhado que se destaca em todo este conjunto.

Não tem acesso próprio e, quanto à iluminação, está funcional e mantém-se todo ele em bom estado de conservação. Os bancos que o circulam, as árvores que o rodeiam e a aproximação de um lago são um convite ao lazer.

Actualmente é utilizado nas festas de São Mateus, em Setembro."in Rui Breda/FB

Rui Breda

Domingo, 16 de Agosto de 2020

Concerto de Domingo

George Gershwin - Rhapsody in Blue

https://youtu.be/eFHdRkeEnpM

O Livro da Semana

Aldeia Nova

de

Manuel da Fonseca

"Rui enchia o peito de ar, lavava-se no sol. Mas já ia correndo rua abaixo. Uma grande vontade de correr. Onde estaria o Tóino e os outros? Ah! diria a avó que não queria voltar mais àquela casa! E diria também ao Estroina. Talvez lhe dessem razão… Deixassem-no andar, assim à sua vontade. Deixassem-no correr. Correr era bom. O bibe abria-se para os lados como asas. Deitava a cabeça para trás; o chão fugia-lhe debaixo dos pés. Nem via as casas, só o céu por cima dele. Entontecia, sentia-se livre como um pássaro. Se a mãe estivesse, não sereia nada daquilo a sua vida, não. A mãe deixava-o ser livre como um pássaro. Diria tudo isso ao avô: «Avô, desde que a mãezinha partiu, sinto-me preso como um pássaro numa gaiola!» Mas o avô não compreenderia as suas palavras. Nem a avó, nem o Estróina, ninguém!... O melhor era ir correndo, correndo sempre, correndo até tombar de cansado."

Borba-Património Cultural

Forno de Cal

"Considero como perdido todo o dia em que não conheço uma nova pessoa."

Johnson, Samuel

Sr.António Festas

Sr.António Festas

"Também ainda fiz algumas ceifas, porque o negócio da cal era fraco e tínhamos que deitar

mãos a outros trabalhos quando apareciam, mas a maior parte do tempo era no forno,

onde sempre trabalhei por minha conta."

"Comecei a trabalhar ainda com o meu Avô, depois com o meu Pai, e depois continuei até hoje e quase sempre aqui neste forno do Bairro Branco onde ainda estou. Quando era miúdo quando saía aqui da escola, vinha logo ajudar a trabalhar no forno com o meu Pai e os meus irmãos. Depois quando era mais velho fui aprender a tosquiar ovelhas, porque nem sempre se podia cozer cal devido ao inverno, e assim sempre se ganhava mais alguns tostões na época das tosquias das ovelhas."

"A pedra para a cal Branca utilizada nas caianças e para os estuques íamos busca-la ás pedreiras do mármore, podia ser branca ou azul, mas tinha que ser escolhida porque nem toda a pedra era boa para cal. Da Serra D' Ossa também se ia buscar muita lenha para os fornos, haviam por aqui alguns faniqueiros que transportavam a lenha com as suas carroças e demoravam quase um dia a chegar ao forno, era longe e os caminhos muitos difíceis."

"Eu acho que já não há ninguém que se queira dedicar a esta profissão, os mais antigos já cá não estão e os mais novos querem outras profissões."

"A cal também já não se gasta como antigamente, a cal que vai sendo mais procurada é cal Branca

para caiar e também para os estuques .Os estucadores dizem que esta cal aqui da nossa zona

é a melhor para o estuque, dizem que tem mais goma. Antigamente também se gastava muita

cal branca na caiação, no tratamento das vinhas juntamente com o sulfato. Para caiar utilizam

mais as tintas, mas a cal é melhor que as tintas e até é mais saudável nas paredes das nossas

casas."

Quarta-feira, 29 de Julho de 2020

Ao encontro com os nossos Escritores

José Rentes de Carvalho

Por que será?

Photo in http://www.terrepromise.fr/

"Se abrisse a boca e desse opinião ia causar tristeza, aborrecer gente, ia ter de ouvir

os especialistas que tudo sabem e explicam. Por isso me fico pela pergunta:

- Qual será a razão do desinteresse da literatura pelos problemas da sociedade

portuguesa? De até agora não termos tido alguém como Zola, ou mesmo só metade dele?

Portugal merecia."

Sexta-feira, 24 de Julho de 2020

O livro da semana

"Paços Confusos"

de

José Rodrigues Miguéis

"- Zé Gomes: os sonhos de juventude realizam-se sempre. Se não

aos trinta, aos quarenta anos… Ou aos cinquenta… Ou aos sessenta…

Mas realizam-se sempre…

A questão está em querê-lo bem do fundo dos ossos!"

José Rodrigues Miguéis em conversa com José Gomes Ferreira

"Paços Confusos

José Rodrigues Miguéis

Capa: José Luís Tinoco

Editorial Estampa, Lisboa, Setembro de 1982

Saiu dali aliviado e contente com uma descoberta que lhe vinha alargar o âmbito

da pesquisa, senão confundi-la mais. Pouco a pouco iria aprendendo que não se

pode falar da loucura, da angústia, da embriaguez, da doença ou da morte,

durante as crises que elas determinam; e que a criação, como acto de vontade, é

sempre uma rememoração ou transposição.

«E no entanto» - diria ele muitos anos depois, ao discutir com ela estes

problemas - «se a idade e as circunstâncias mo permitissem, creio que

recomeçaria a vida com os mesmos erros, lutas, ilusões e tormentos.

São eles, afinal, que a tornam fecunda e nos

reconciliam com a nossa fraqueza!»

(Citação do conto O «Breakdown»)"

Terça-feira, 21 de Julho de 2020

Alentejo, os nossos escritores

Estremoz

Hernâni Matos. Fotografia de Armando Alves

Novo livro de Hernâni Matos

FRANCO-ATIRADOR, TEXTOS DE CIDADANIA DUM ALENTEJANO DE ESTREMOZ

Capa de Armando Alves

"FRANCO-ATIRADOR, TEXTOS DE CIDADANIA DE UM ALENTEJANO DE ESTREMOZ é o título do livro da autoria do escritor estremocense Hernâni Matos, a ser lançado pela Colibri, no próximo dia 2 de Setembro (sábado), pelas 16 horas, na Igreja dos Congregados, em Estremoz, no decurso das Festas à Exaltação da Santa Cruz.

O livro com 476 páginas, tem prefácio de Francisca de Matos, posfácio de Júlio Rebelo, capa de Armando Alves e é ilustrado com 132 imagens, maioritariamente de Estremoz do passado.

O autor, enquanto escritor, jornalista e blogger, utiliza a escrita como instrumento ao serviço do exercício do direito de cidadania. Os seus textos constituem reflexões sobre problemas individuais e sociais, visando potenciar uma tomada de consciência por parte daqueles com quem interactua, numa perspectiva de gerar dinâmicas de intervenção e transformação social que tenham como referência os direitos humanos. Tal prática levou-o a adoptar no jornalismo o epíteto de Franco-atirador, que esteve na origem do título da presente obra. Esta constitui uma compilação seleccionada de textos do período 1998-2017. São escritos que foram publicados na imprensa local e no blogue “Do Tempo da Outra Senhora”, bem como em catálogos de exposições, assim como textos utilizados na apresentação de livros e como comunicações em sessões de índole diversa, para as quais foi convidado. Cada texto está perfeitamente identificado não só em termos de temporalidade, como no que respeita a local de publicação ou divulgação. Por uma questão de metodologia foram sistematizados e ordenados em seis grandes capítulos que o autor designou sucessivamente por: Da Identidade, Das Palavras, Da Sociedade, Do Património, Da Cultura, Da Memória.

No lançamento do livro, a apresentação deste e do autor estarão a cargo de Fernando Mão de Ferro, Armando Alves, Francisca de Matos e Júlio Rebelo."

in Blogue Do Tempo da Outra Senhora

Photo in http://retratosdeportugal.blogspot.com

Photo in http://quadrogiz.blogspot.com

Criada em 21 de Agosto de 2012, a Associação dos Amigos de Borba

Associação de Borbenses Defensores do Património Ambiental e Cultural

Adira através do email

Para comentários e colaboração utilizar:

Photo in Marco+do+Correio+III.jpg

amigosborba2012@gmail.com

Visitas desde 14/11/2012

O Alentejano

"Homenagem aos Mestres Cantores do Alentejo"

Pintura de Espiga Pinto, sobre madeira, datada de 1965. 130x40cm

Col. Centro de Arte Moderna da

Fundação Calouste Gulbenkian

"Se há marca que enobrece o semelhante, é essa intangibilidade que o Alentejano conserva e que deve em grande parte ao enquadramento. O meio defendeu-o duma promiscuidade que o atingiria no cerne. Manteve-o Vertical e Sozinho, para que pudesse ver com nitidez o tamanho da sua sombra no chão. Modelou-o de forma a que nenhuma força por mais hostil, fosse capaz de lhe roubar a coragem, de lhe perverter o instinto, de lhe enfraquecer a razão... (...) É preciso ter uma grande dignidade humana, uma certeza em si muito profunda, para usar uma casaca de pele de ovelha com o garbo dum embaixador. Foi a terra Alentejana que fez o homem Alentejano, e eu quero-lhe por isso. Porque o não degradou proibindo-o de falar com alguém de chapéu na mão."

Miguel Torga In "Portugal" 1950

Fotografia de Adriano Bastos

O Alentejo lembra-me sempre

Um imenso relógio de sol

Onde o homem faz de ponteiro do tempo

Miguel Torga

Visitas desde 14/11/2012