05- Maio 2020

Fotografia de Adriano Bastos

O Alentejano

"Homenagem aos Mestres Cantores do Alentejo"

Pintura de Espiga Pinto, sobre madeira, datada de 1965. 130x40cm

Col. Centro de Arte Moderna da

Fundação Calouste Gulbenkian

O Alentejo lembra-me sempre

Um imenso relógio de sol

Onde o homem faz de ponteiro do tempo

Miguel Torga

Quarta-feira, 3 de Junho de 2020

Visite Borba

Alentejo- Aldeia de São Gregório- Borba

https://youtu.be/SUGhVNm9J3g

Segunda, 1 de junho de 2020

Dia mundial da Criança

"Se as crianças aprendessem poemas de cor em pequenas, se fosse uma parte integrante do ensino e até, se elas tivessem de dizer um poema de cor para serem admitidas a qualquer universidade, as pessoas passavam a falar melhor. Porque falar é próprio de todas as pessoas, não é só do médico, do engenheiro e onde se aprende a falar realmente é na poesia."

Sophia de Mello Breyner Andresen

Obra de Pablo Picasso (Nasceu em 1881)

do período-Early Years (1890-com 9 anos de idade)

"As crianças são os únicos seres divinos que a nossa pobre humanidade conhece. Os outros anjos, os das asas, nunca aparecem. Os santos, depois de santos ficam na Bem-Aventurança a preguiçar, ninguém mais os enxerga. E, para concebermos uma ideia das coisas do Céu, só temos realmente as criancinhas."

Eça de Queirós

Pintura a Óleo sobre a madeira, dos projectos "Eu Gostaria de Saber pintar"

de Álvaro Cunhal - Pintura 4

Brinca enquanto souberes! Tudo o que é bom e belo Se desaprende… A vida compra e vende A perdição, Alheado e feliz, Brinca no mundo da imaginação, Que nenhum outro mundo contradiz! Brinca instintivamente Como um bicho! Fura os olhos do tempo, E à volta do seu pasmo alvar De cabra-cega tonta, A saltar e a correr, Desafronta O adulto que hás de ser!Miguel Torga

O livro da semana

Wenceslau de Moraes

"O culto do chá"

"Para a alegria dos olhos, a simples preparaçäo do chá imprime um relevo delicioso á graciosidade innata na "musumé" (*) na attitude que lhe é mais habitual, de joelhos sobre a esteira, junto do seu brazeiro. A mimica é impressiva, unica; privilegio d'aquella figurinha meiga e ondulante e d'aquella buliçosa mäo, de finissimos contornos, da japoneza, que é, em summa, a Eva mais gentilmente pueril, mais captivantemente chimerica, mais feminina emfim, de todas as Evas d'este mundo. Parece certo que jamais o japonez, que ignora o beijo, haja poisado a bocca n'aquella mäo que exhibe esplendores de graça para servir-lhe o chá; o forasteiro, em intimidade serena, pode ensaiar o galanteio se phantasia o tenta; e entäo verá talvez, que a mäosita da "musumé", reconhecida ao afago, se conchega de encontro aos labios, se demora, como uma rola docil gulosa de carinhos."

.

— Wenceslau de Moraes, “O culto do chá", Kobe, Typographia do "Kobe Herald",

Domingo, 31 de Maio de 2020

Concerto de Domingo à tarde

BARBARA ....L' aigle noir ( 1970 )

https://youtu.be/d9cEY13bUTo

Sábado, 30 de Maio de 2020

Cante Alentejano

"O Emigrante"

1º Prémio do Concurso de Cantares Alentejanos de Beja (1973)

"A 23 de Junho de 1973 o Grupo Coral da Casa do Povo de Barrancos venceu

o 1º Prémio do III Concurso de Cantares Alentejanos de Beja, promovido pela

Comissão Municipal de Turismo, com a moda “O Emigrante”, da autoria de Manuel

Torrado Marcelo “Chicuelo”, nascido em Barrancos a 1 de Julho de 1936. A moda foi

criada em 1972 e expressa a experiência e os sentimentos do autor que nesse ano iniciou

as campanhas de trabalho em França. Com formação musical e reconhecido como

um dos melhores Altos da sua geração, “Chicuelo” foi autor de inúmeras modas

que fizeram parte dos repertórios do Grupo Coral da Casa do Povo de Barrancos, e

do Grupo Coral “Os Arraianos de Barrancos que formou em 1984. A gravação

apresentada neste videoclip faz parte da cassete “Barrancos Canta” de 1997, e foi

ilustrada por imagens provenientes de várias fontes, com a colaboração de pessoas

às quais agradeço no final do vídeo. O trabalho de pesquisa e edição foi realizado

no âmbito do projecto de investigação “A cultura expressiva na fronteira

luso-espanhola”, INET-md, FCSH NOVA, financiado pela Fundação para

a Ciência e a Tecnologia (FCT)." Dulce Simões

https://youtu.be/Sc7o5D-rqnc

Sexta-feira, 29 de Maio de 2020

Receitas de Culinária do Alentejo

Alcácer do Sal

Feijão Verde à Alentejana

Fotografia in receitas-do-mundo.umforum.net

Ingredientes:

Para 4 pessoas

750 g de feijão verde ;

1 cebola média ;

2 colheres de sopa de azeite ;

1 colher de sopa de banha ou de margarina ;

1 kg de tomate maduro ;

1 dente de alho ;

1 folha de louro ;

1 molho de salsa ;

4 batatas médias ;

1 cenoura ;

sal e pimenta ;

200 g de pão caseiro duro

Confecção:

Pica-se a cebola e o alho e estala-se com o azeite e a banha. Junta-se o louro e a salsa atada.

Deixa-se refogar sem alourar e adiciona-se o tomate sem pele e sem grainhas e esmagado com

as mãos. Rega-se com uma pinga de água e, depois de cozer um pouco, junta-se a cenoura ás

rodelas. Deixa-se cozer e apurar. Entretanto, corta-se o feijão em diagonal e as batatas em

cubos. Juntam-se ao preparado anterior e adiciona-se um pouco mais de água. A água

vai-se juntando sempre que fornecessária. O cozinhado deve ficar com bastante molho.

Tempera-se com sal e pimenta. Corta-se o pão em fatias finas para uma terrina ou

tigela de meia cozinha e deita-se por cima o guisado. Podem servir-se ao mesmo tempo

rodelas de chouriço de carne, cru.Serve-se como entrada em vez de sopa.

No tempo da segurelha, junta-se um pezinho ao mesmo tempo que o feijão.

in Roteiro Gastronómico de Portugal (Fonte Editorial Verbo)

Quinta-feira, 28 de Maio de 2020

Tempo de reflexão

in https://www.timeshighereducation.com/features/culture/

the-pick-bertrand-russell-the-first-media-academic/418684.article

"A estupidez coloca-se na primeira fila para ser vista; a inteligência coloca-se na

rectaguarda para ver."

Bertrand Russell

in https://es.wikipedia.org/wiki/Alejandro_Dumas

"O mais feliz dos felizes é aquele que faz os outros felizes."

Alexandre Dumas

in http://fabriziofalconi.blogspot.com/2012/06/

carl-gustav-jung-folgoranti-citazioni.html

"Onde o amor impera, não há desejo de poder; e onde o poder predomina,

há falta de amor. Um é a sombra do outro."

Carl Jung

in http://www.jotdown.es/2012/12/las-situaciones-vi-

sobre-el-deber-de-la-desobediencia-civil-de-henry-david-thoreau/

"O amor não só deve ser uma chama,

mas uma luz."

Thoreau

in http://quotesgram.com/solitude-henry-david-thoreau-quotes/

in http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2016/05/

arqueologos-afirmam-ter-encontrado-tumba-do-filosofo-grego-aristoteles.html

"O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete."

Aristóteles

Quarta-feira, 27 de Maio de 2020

Fotografia

Recolha fotográfica

no Alentejo dos últimos ciganos nómadas

Pierre Gonnord

"(Cholet, França 1963), começou seu projeto pessoal sobre o rosto humano no final dos anos 90,construíndo ao longo dos anos um conjunto de retratos identificáveis. Pierre Gonnord (França 1963),vive e trabalha em Madrid desde 1988. Seu próprio projeto tornou-se um estilo de vida, uma viagem pelas estradas em busca de personagens pertencentes a grupos sociais com forte identidade cultural. Aborda, vive e trabalha com tribos, clãs, mas especialmente com indivíduos marginalizados da nossa paisagem urbana na era da globalização e, portanto, condenada a desaparecer. " O francês Pierre Gonnord(Cholet, 1963) tem se dedicado a retratar os nômadas que se deslocam para trabalhar entre Espanha e Portugal. "Com muita paciência e muita gasolina gasta", diz ele, que viajou milhares de quilômetros para fotografar"indivíduos longe das cidades."

Terça-feira, 26 de Maio de 2020

Livro da semana

Ruben Andresen Leitão

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Ruben Alfredo Andresen Leitão foi um escritor, romancista, ensaísta,

historiador, crítico literário, e autor de textos autobiográficos, português,

com o pseudónimo Ruben A.. Wikipédia

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SINOPSE

"Na margem esquerda do rio Lima, existe uma antiga torre de vigia, tão antiga quanto o

nascimento da nação lusitana (e a única torre triangular de toda a Península!). Nos dias

que correm, a Torre da Barbela é um velho monumento, memória do Portugal inventado

pelas patranhas de um fantasioso caseiro-guia. O que a centena de turistas enganados

não sabe é que, após o horário de visita, os antigos Barbelas, vindos de oito séculos

diferentes, ressuscitam e habitam os seus arredores. Publicado em 1964, A Torre da

Barbela é um espantoso retrato psicológico do país desde a sua fundação, que mereceu

a Ruben A. o prémio Ricardo Malheiros, atribuído pela Academia de Ciências de Lisboa,

em 1965." In Wook

Segunda-feira, 25 de Maio de 2020

Visite o Alentejo

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Fotografias de Manuel Carvalho

Domingo, 24 de Maio de 2020

Concerto de Domingo à tarde

Sétima Legião - Saudades

https://youtu.be/JTLviSnCew4

Letra e música: Sétima Legião

In: "Mar D'Outubro"

Das janelas da cidade

amei-te como ninguém

Foram tempos sem idade

mas quem teve, hoje não tem...

Saudades, triste fado

é tempo de te amar

Saudades, cantam o fado

é tempo de voltar

Das janelas ao teu lado

tão antigas, que eu amei,

vou cantar este meu fado

de viver o que sonhei

Saudades, triste fado

é tempo de te amar

Saudades, cantam fado

é tempo de voltar

Saudades, triste fado

é tempo de te amar

Saudades que serão fado

se o tempo nos faltar

Nota:

Rodrigo Leão - Baixo e Voz Ricardo Camacho - Teclas, Guitarra acústica e Slide guitar Paulo Abelho - Percussão Paulo Gabriel - Flauta e Gaita de Foles Gabriel Gomes - Acordeão Pedro Oliveira - Voz colaboração de Francis e Marco Santos - Coros

in setimalegiao-mar03.html

Sábado, 23 de Maio de 2020

Alentejo

Baldio da Serra de Serpa

"Até há um século atrás o mais vasto território comunal do país situava-se a Sul na raia de Serpa. O baldio da Serra de Serpa totalizava perto de 40.000 hectares delimitados a Norte pela Aldeia Nova de São Bento, a Sul pelo concelho de Mértola, a nascente pela Ribeira de Chança e Vila Verde de Ficalho e a poente pelo Rio Guadiana. A forma como este baldio desapareceu é um perfeito retrato de como o fim da gestão comunal de um território descrito em 1751 como “um matagal que havia sido anteriormente uma selva natural”, obedecendo à demanda da agricultura intensiva, resultou na desértica aridez dos solos.

O mel serve de narrativa inicial a esta história. Se as abelhas falassem, zumbiriam tal como hoje o drama dos incêndios de mão humana e a perda dos seus horizontes. A acidentada Serra de Serpa era um extenso matagal de azinheiras, sobreiros e vegetação arbustiva com predomínio da esteva, rosmaninho, alecrim, urze, lentisco, sargaço, medronheiro, etc. Aí durante seis séculos o uso comum da lenha e pastos conviveu com uma peculiar concessão privada do uso do baldio que, remontando à Idade Média, foi regulamentada no final do século XV no chamado Aranzel das Malhadas. As 26 malhadas concessionadas somavam perto de 10.000 colmeias, com o cuidado de abarcar em torno de cada malhada uma légua colmeeira para garantia dos pastos florais desse gado do ar.

A sobreposição desses direitos e usos comuns no baldio veio a acentuar-se nos séculos XVII e XVIII. A apicultura comportava uma relação com o pastoreio e a agricultura que colidia na prática incendiária das roças para conquista de terras. Esta é acentuada em 1690 com a instituição do Celeiro Comum de Serpa com o qual se dá início à perda das terras comunais. O arrendar do baldio em troca de um sexto do cereal das roças abriu caminho ao manifesto desprezo dos usos e recursos da serra. Desordenados cortes de madeira e queimadas que levam à infrutífera proibição régia das roças em 1726, para que a serra voltasse a ser terreno baldio, para que se não lavrasse lá e se restabelecesse o seu uso comum. Repetem os Juízes da serra – que haviam substituído a gestão medieval dos homens bons ou homens antigos – a importância de evitar-se cortes de mato e arvoredos das serras.

Em maio de 1775 o povo de Aldeia Nova de S. Bento dirige-se a Serpa, em grande clamor para “se acabar com a prática de alguém ter eitos na Serra de Serpa ou de possuir o usufruto de parte dela, pois deveria ficar totalmente para pastos comuns a utilizar por todos”. Quatro anos depois reclamam, com respeito pelos direitos das malhadas, que tão pouco lhes deveria ser impedido colocar as suas colmeias ao pé das moitas.

Somado ao não pagamento dos foros, chega a surgir em 1897 a proposta de uma Colónia Militar Agrícola e Disciplinar na Serra de Serpa. A questão no século XIX era a falta de trigo e o aumento demográfico. Dessa pressão resulta o aforamento do baldio em lotes. E rapidamente à Câmara de Serpa surgem disputas entre vizinhos e freguesias e a soberba de proprietários. Em 1904, uma firma de Lisboa pretende abarcar o aforamento da Serra de Serpa, que aprovado inicialmente veio a ser anulado judicialmente face à onda de protestos. Em 1906, inicia-se por fim a desamortização do maior baldio do país.

Uma iniciativa que rapidamente se revelou desastrosa para os povos e lucrativa para as grandes famílias que concentram a propriedade. Contra qualquer lógica sã e natural, cabe a um empreiteiro de obras públicas de Serpa impor uma grelha geométrica que resultará em 5516 lotes de 6 hectares, sendo às malhadas concedidos 18 hectares. Da ilusão mercantilizada e colonizadora resultou a destruição dos pastos comunais e afetada a riqueza secular das abelhas. Sorteadas as terras, seguiu-se a intensificação da cultura cerealífera. Resta na paisagem as ruínas dos montes. Sol de pouca dura em terras pobres. Esgotados os solos, as glebas foram vendidas e abandonadas aos grandes proprietários.

Caía por terra a ilusão da propaganda agrária que desmantelou o baldio, uma terra comum com lugar à concessão de malhadas respeitando a natureza do lugar. A diabolização modernista do Portugal inculto inscrito na política nacionalista da agricultura nunca quisera ouvir os ensinamentos do voo do gado do ar. Já não restam muitos matos por onde este andaria. Mas fica o convite feito, com início num conjunto de roteiros pedestres do concelho de Serpa, a descarregar no site municipal e de que destacamos o PR3 – Vila Verde de Ficalho (12,6 km), para reler de outro modo a paisagem do outrora baldio da Serra de Serpa."

Filipe Nunes

in baldio-da- serra-serpa

Sexta-feira, 22 de Maio de 2020

Igreja e Convento das Servas de Borba

"Segundo uma lenda já muito antiga, a Virgem Maria apareceu a uma filha de um oleiro e mostrou-lhe a localização de um tesouro no local onde hoje está o Convento das Servas.

Com o ouro achado construiu-se uma ermida, gerida por uma irmandade de mulheres denominada Servas de Nossa Senhora. Em 1598, o Padre Mestre Pedro Caldeira deixou todos os seus bens à Ordem de São Francisco para transformar a ermida num convento. A primeira pedra do Convento foi lançada em 1604, sob o padroado do Duque de Bragança, D. Teodósio II. Em 1644 concluiu-se a obra, sendo que no ano seguinte veio uma comunidade de freiras do Convento das Chagas de Vila Viçosa para ocupar o convento.

Trata-se de uma construção monumental com um dos maiores claustros do país. A entrada da igreja faz-se pelas duas portas laterais como acontece sempre nos conventos femininos. No interior preserva-se um importante núcleo de pintura mural dos séculos XVII e XVIII." in convento-das-servas.aspx

"Arquitectura religiosa, chã, barroca. Edifício característica do estilo chão regional, aplicado à arquitectura conventual das ordens de regra claustral.

A fachada da Capela do Senhor Jesus dos Aflitos, decorada com um jogo de xadrez em mármores brancos e negros, considerada uma das mais belas do Alentejo." in monumentos.gov.pt

SIPAImage.aspx

Quinta-feira, 21 de Maio de 2020

Dia da Espiga

"O DIA DA ASCENSÃO, QUINTA FEIRA DA ASCENSÃO OU DIA DA ESPIGA.

Um provérbio popular deste dia refere que: "Se chover na Quinta-feira da Ascensão, as pedrinhas darão pão" e será que ainda virão uns pinguitos?... parece que não.

Estes provérbios já não são o que eram!

Quarenta dias depois da Páscoa, acontece o Dia da Ascensão do Senhor, esse dia é, normalmente, também conhecido por Quinta-Feira da Espiga.

No DIA DA ASCENSÃO ou DIA DA ESPIGA, nos tempos de antanho e ainda hoje, em alguns e poucos lugares, neste dia as pessoas iam de manhã cedo ao campo para apanharem espigas de cereais, um raminho de oliveira e flores campestres - papoilas, malmequeres, margaridas e alecrim - depois era feito um ramo que devia ser guardado dentro de casa, pendurado na cozinha ou na sala, até ao Dia de Espiga do ano seguinte.

A cada elemento do ramo era atribuído um desejo - à espiga atribui-se o desejo de que nunca falte o pão durante todo o ano, ao ramo de oliveira o desejo de que haja paz e luz e às flores o desejo de que haja alegria.

A alguns elementos do ramo era atribuído um simbolismo - a papoila simbolizava o amor e vida, o malmequer simbolizava o ouro e a prata, e o alecrim simbolizava a saúde e a força.

Só mais uma coisinha… sabias que se guardar hoje um pão pequeno, até ao dia da espiga do ano que vem, esse pão não apodrece, endurece mas fica sem ponta de bolor e que naqueles tempos de antanho, passado um ano, toda a família comia um bocadinho e pedia que não faltasse o “pão nosso de cada dia”...?"

Texto de Albano Macedo

Quarta-feira, 20 de Maio de 2020

18 Maio - Dia Internacional dos Museus

MUSEU DO RELOGIO

SERPA

Fotografias de Vasconcelos Françoise

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Terça-feira, 19 de Maio de 2020

Assassinada a 19 de Maio de 1954

Catarina Efigénia Sabino Eufémia (Baleizão, Beja, 13 de Fevereiro de 1928— Monte

do Olival, Baleizão, Beja, 19 de Maio de 1954) foi uma ceifeira portuguesa que,

na sequência de uma greve de assalariadas rurais, foi assassinada a tiros, pelo

tenente Carrajola da Guarda Nacional Republicana.

(Wikipédia)

"19 de Maio de 1954: Catarina Eufémia é morta a tiro em Baleizão, numa manifestação de trabalhadores agrícolas por aumento do salário.

Quadro de Carlos Manuel Silveira Bacalhau-Borba

Ceifeira alentejana, Catarina Eufémia, filha de José Diogo e de Maria Eufémia, nasceu em 1928, na aldeia deBaleizão, concelho e distrito de Beja. Era uma assalariada rural pobre e analfabeta, como tantas outras mulheresdo seu Alentejo natal. Casou ainda nova, em 1946, tendo depois três filhos. A sua vida teria sido anónima eesquecida como a de tantos outros alentejanos da sua condição se não tivesse acabado em circunstânciastenebrosas, guindando-a a símbolo da resistência e contestação ao regime salazarista.

O Alentejo, naqueles tempos difíceis, era uma região de latifúndios e de emprego sazonal, onde as condições devida dos camponeses sem terras e assalariados eram extremamente difíceis. Esta situação sócio-económica elaboral penosa e dura agitou as massas camponesas da região a partir de meados dos anos 40, vindo-se aagudizar nas duas décadas seguintes, gerando-se um permanente clima de agitação social no campesinato. Eraminúmeros tumultos e mais frequentes ainda as greves rurais, que acabavam sempre com a intervenção da GNR eeram devidamente vigiadas pela PIDE, em busca então de infiltrados e agitadores comunistas.Numa dessasgreves de trabalhadores agrícolas, ocorrida a 19 de maio de 1954 na aldeia de Baleizão, um grupo de camponesesdirigiu-se à residência do patrão. Entre esses trabalhadores rurais, contava-se Catarina Eufémia, grávida e com umfilho de oito meses ao colo. Entre outras pretensões, reivindicava-se para as mulheres um aumento da jorna(salário de um dia de trabalho) de 16 para 23 escudos (o que representa na moeda atual - o Euro - um aumento de8 para 11 ou 12 cêntimos), na campanha da ceifa. No entanto, a GNR apareceu, como tantas outras vezes,acabando por intervir duramente. Para além dos tiros para o ar, de intimidação e para dispersar a concentração decamponeses, outros houve que tiveram um destino mais cruel e sangrento. De facto, o tenente Carrajola, da GNR,no caminho do grupo de assalariados para a casa do patrão, matara Catarina Eufémia com vários tiros, que caírapara o chão com o filho ao colo. Este assassinato a sangue-frio foi uma das mais brutais ações do regime deSalazar, causando uma revolta surda e contida entre as massas rurais alentejanas. Catarina tornou-se, depois dasua morte trágica, como um símbolo, principalmente entre o Partido Comunista Português, como um modelo demulher, mãe e militante. Muitas vezes se lhe jurou vingança, tal foi a raiva de dor que pulsou durante décadas noAlentejo por aquel morte estúpida e cruel, aparecendo também flores na campa de Catarina, no cemitério deQuintos, depositadas por desconhecidos. Os cantores de intervenção e os poetas opositores ao regime nãodeixaram também de cantar a pobre camponesa assassinada: José Afonso, Sophia de Mello Breyner ou JoséCarlos Ary dos Santos, entre outros. No imaginário popular e oposicionista, o assassinato de Catarina Eufémia eraa demonstração clara da crueldade e brutalidade dos métodos e formas de resposta por parte do regime àsdesigualdades e injustiças que apoiava e mantinha.

in Catarina Eufémia. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012.

Catarina Eufémia

dedicado a Catarina Eufémia, com música de José Afonso

https://youtu.be/KpK2szckVrI

"Cantar Alentejano"-Homenagem a Catarina Eufémia

https://youtu.be/NBUKpZZ-e6g

CATARINA EUFÉMIA

O primeiro tema da reflexão grega é a justiça

E eu penso nesse instante em que ficaste exposta

Estavas grávida porém não recuaste

Porque a tua lição é esta: fazer frente

Pois não deste homem por ti

E não ficaste em casa a cozinhar intrigas

Segundo o antiquíssimo método obíquo das mulheres

Nem usaste de manobra ou de calúnia

E não serviste apenas para chorar os mortos

Tinha chegado o tempo

Em que era preciso que alguém não recuasse

E a terra bebeu um sangue duas vezes puro

Porque eras a mulher e não somente a fêmea

Eras a inocência frontal que não recua

Antígona poisou a sua mão sobre o teu ombro no instante em que morreste

E a busca da justiça continua

Sophia de Mello Breyner Anderson

Segunda-feira, 18 de Maio de 2020

Visite o Alentejo

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Domingo, 17 de Maio de 2020

Concerto de Domingo à tarde

Smetana - Die Moldau (Karajan)

https://youtu.be/gTKsHwqaIr4

Sábado, 16 de Maio de 2020

Livro da semana

Almeida Faria

Montemor-Novo

“A Paixão”, porém, é talvez o romance do autor onde a procura de uma nova forma é mais profunda e mais rigorosamente controlada. Ali se nota, em particular: o movimento da escrita, isto é, um ritmo poético de grande rigor (Óscar Lopes viria a classificá-lo como «poema em ritmo livre»); e a autonomia da palavra que se transforma em objecto e corpo privilegiado do discurso narrativo. Deste modo, o processo diegético é essencialmente metafórico, razão por que o texto se constrói através duma prosa poética que põe em evidência não só as formas do conteúdo e, por isso mesmo, também o conteúdo e as modalidades para o apreender.

O espaço da narrativa não revela o outro espaço, isto é, o mundo onde se movem(algures, numa vila do Alentejo) as dez personagens no interior de uma família burguesa – pai, mãe, cinco filhos, duas criadas e um velho servo. Mas o narrador encontra modo de inserir outros indicadores quando afirma, por exemplo, que Samuel é «um jovem proletário que trabalha em Lisboa» e que o pai “outrora entrou para o curso de agronomia só porque, ao chegar a Lisboa tendo feito o liceu, foi atrás duma corista para o Porto e, quando regressou, apenas a escola de agronomia estava ainda aberta para matrículas» (p. 214)."

Manuel Simões

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"CRÍTICAS DE IMPRENSA

Todo o génio de Almeida Faria está na expressão rigorosa da fértil união entre o sagrado e o profano.

La Quinzaine Littéraire, França

Um livro de pura genialidade da juventude.

Eduardo Lourenço

Ao ler A Paixão de Almeida Faria no início dos anos 70, entrei em imediata comunhão com essa obra-prima, a ponto de colar ao Lavoura Arcaica, sem qualquer pudor, certas imagens e metáforas daquele poema em prosa.

Raduan Nassar

O seu segundo romance, A Paixão, possui as mesmas qualidades literalmente espantosas de Rumor Branco, sendo ao mesmo tempo mais despojado e mais apaixonado; desta vez a severidade é implacável, e a composição aposta numa disciplina exemplar.

Books Abroad, EUA

Na minha geração, lembro-me de sair A Paixão de Almeida Faria e eu com 19 anos a pensar: Nunca chegarei aos calcanhares deste homem.

António Lobo Antunes"

in wook.pt

Sexta-feira, 15 de Maio de 2020

Tempo de Reflexão

Raúl Brandão

"Nenhum de nós sabe o que existe e o que não existe. Vivemos de palavras. Vamos até à cova com palavras. Submetem-nos, subjugam-nos. Pesam toneladas, têm a espessura de montanhas. São as palavras que nos contêm, são as palavras que nos conduzem. Mas há momentos em que cada um redobra de proporções, há momentos em que a vida se me afigura iluminada por outra claridade. Há momentos em que cada um grita: - Eu não vivi! eu não vivi! eu não vivi! - Há momentos em que deparamos com outra figura maior, que nos mete medo. A vida é só isto?"Raúl Brandão, Húmus

António Ramos Rosa

«Cada árvore é um ser para ser em nós / Para ver uma árvore não basta vê-la / A árvore é uma lenta reverência / uma presença reminiscente / uma habitação perdida / e encontrada / À sombra de uma árvore / o tempo já não é o tempo / mas a magia de um instante que começa sem fim / a árvore apazigua-nos com a sua atmosfera de folhas / e de sombras interiores / nós habitamos a árvore com a nossa respiração / com a da árvore / com a árvore nós partilhamos o mundo com os deuses».

António Ramos Rosa

Aquilino Ribeiro

"Olhem sempre em frente, olhem o Sol, não tenham medo de errar, sendo originais, iconoclastas e anti, o mais anti que puderem, e verdadeiros, fugindo aos velhos caminhos trilhados de pé posto e a todas as conjuras dos velhos do Restelo.

Cultivem a inquietação como fonte de renovamento."

Aquilino Ribeiro

Quinta-feira, 14 de Maio de 2020

Alentejo

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Retirada da página da Freguesia de Gáfete

Fotografia

"Lewis Wickes Hine (26 de setembro de 1874 - 3 de novembro de 1940) foi um sociólogo

e fotógrafo americano . Hine usou sua câmera como uma ferramenta para a reforma social.

Suas fotografias foram fundamentais para mudar as leis sobre o trabalho infantil nos

Estados Unidos." in FB Luis Milhano

Lewis Hine : expo - Entrée libre

https://youtu.be/QOBc-lRrCOw

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Segunda-feira, 11 de Maio de 2020

Cante Alentejano

"Cante Alentejano" - Defesa, Preservação e sua Divulgação

https://youtu.be/wAUAdy7ARss

"De repente, vi-me naquela Praça do Município cheia de gente. Um grupo de quatro ou cinco entoou dalém uma moda... logo outro aqui mais ao pé... depois outros... outros... outros... Quando dei por mim, estava com a pele toda arrepiada e sentia a música subir das entranhas da Terra e inundar-me por completo. Eu pensava que tinha ouvido já cantar à Alentejana. Nunca tinha ouvido. Aquela Praça transformou-se por magia numa Catedral imensa da Natureza que só tinha como tecto o céu cheio de estrelas... Tinham-me dito que os Alentejanos não eram religiosos! Eu acreditava. Ali eles eram a Voz da Terra, cultores de uma Religião mais autêntica e verdadeira daquelas que eu conhecia. Quando todo o chão tremeu e eu com ele, percebi, ou pareceu-me perceber, porque é que o Cante, não era o Canto Alentejano que se ouvia na rádio, na tevê, ou num palco... Pareceu-me ver, sentir, que o CANTE, quando dois ou mais se juntam para entoar uma moda, os seus grupos, os seus coros, era algo de muito profundo e sério. Era algo que vinha de muito fundo. Das entranhas da Terra. Com os pés calcando o chão, ombro a ombro, mãos a abraçar o companheiro da frente, o canto lançado pelas gargantas através do ar armazenado na barriga, aquilo não era um canto humano. Era a Voz da Terra. Era o grito do Ventre da Terra!"

José Rabaça Gaspar

Fotografia de Adriano Bastos

Cante Alentejano

Homenagem aos Mestres Cantores do Alentejo,

têmpera sobre madeira, (1,30 x 40 cm), 1965.

Autor: José Manuel Espiga Pinto - CAM, Fundação Calouste Gulbenkian

"São sete ou oito grupos de perto e longe. Cantam os trabalhos e os dias, os amores e as

paisagens. Estão duas mil pessoas a ouvi-los pela noite fora, em silêncio, só...aplaudindo no fim

de cada canção, à entrada de cada grupo, mas neste caso quase nada, porque é sabido que mal se

podem bater palmas quando os homens começam a mover-se, lentamente, naquele movimento

pendular dos pés, que parecem ir pousar onde antes haviam estado, e no entanto avançam.

O tenor lança os primeiros versos, o contratenor levanta o tom, e logo o coro, maciço como o

bloco dos corpos que se aproximam, enche o espaço da noite e do coração. O viajante tem um

nó na garganta, a ele é que ninguém poderia pedir-lhe que cantasse. Mais facilmente fecharia

os punhos sobre os olhos para não o verem chorar."(José Saramago, "Viagem a Portugal")

Domingo, 10 de Maio de 2020

Concerto de Domingo à tarde

João e Maria - Chico Buarque e Nara Leão

https://youtu.be/5tQdqepsLOs

Sábado, 9 de Maio de 2020

Livro da semana

José Gomes Ferreira

Toda a gente me inveja

porque ando contigo nos braços…

Tu que pareces um perfume desenhado de mulher

vestida de pólen

e dois olhos que são dois instrumentos modernos

a auxiliarem a melodia do jazz…

Tu que rodopias, leve,

no desdobrar de seda

que paira neste vento de música

que só as pétalas entendem…

Tu que…

(Ah! tu que me pesas nos braços

como se trouxesses um esqueleto de lágrimas

e uma bola de metal no coração

ferrugenta do meu remorso.)

Quinta-feira, 7 de Maio de 2020

Alentejo-GASTRONOMIA

Receitas Culinárias Alentejo

Gaspacho alentejano

"Os dias mais quentes trazem a vontade de comer algo fresco. E nada melhor do que

um gaspacho alentejano!

Esta receita é simples, rápida e cheia de sabor:

- 1/2 colher (café) de orégãos

- 1/2 pepino

- 1 pimento verde

- 2 colheres (sopa) de azeite

- 2 colheres (sopa) de vinagre

- 2 dentes de alho

- 2 tomates

- 200g de pão duro

- 900ml de água

- sal e pimenta a gosto

Esmague os dentes de alho e o sal no almofariz, reduza um dos tomates a pure e misture

até formar uma pasta homogénea. Deite no fundo de uma terrina, regue o preparado com

azeite e vinagre e polvilhe os orégãos. Corte o outro tomate e o pepino em pequenos cubos

e o pimento em tiras finas. Deite todos os ingredientes na terrina, regue com o restante azeite

e a água. Corte o pão em fatias finas, coloque no caldo em pequenos pedaços e sirva. Bom

apetite!"

In "Casa do Alentejo" FB

Quarta-feira, 6 de Maio de 2020

Em Borba-Mezinhas da Avó

"A alegria evita mil males e prolonga a vida."

William Shakespeare

in Alentejanando

Benefícios no consumo de Pevides de Abóbora

"As sementes torradas tem um sabor suave e doce – similar ao das nozes – com uma textura mastigável, algumas aparecem recobertas por uma capa de cor amarela e branca. Mas, sobretudo são uma das mais nutritivas que existem

As abóboras são originárias da América do Norte e já era muito valorizada na antiguidade pelos nativos americanos devido a suas propriedades nutritivas e medicinais. Seus múltiplos benefícios derivam de um alto teor em nutrientes essenciais para o organismo: zinco, fósforo, cobre, potássio, ferro e magnésio.

Consumo

Normalmente, as sementes são retiradas e fervidas em água e sal, posteriormente vão ao forno para torrar. Uma vez torradas, podem ser consumidas diretamente ou em outro tipo de prato, como complemento, entretanto, seja qual for o modo que você escolher, continuarão sendo saborosas.

Uma opção é torra-las com sal e utilizar no preparo de saladas ou em sopas. Também é possível caramelizar e utilizar no preparo de barras de cereais caseiras.

Outras alternativas excelentes são pulverizar as sementes e adicioná-las a um combinado de frutas frescas e frutos secos, ou em biscoitos caseiros, adicionando a semente em pó à farinha de trigo que normalmente se utiliza para a preparação.

Também é possível encontrar o óleo da semente de abóbora em lojas especializadas."

Pode ler em: Duplo Click

https://sites.google.com/site/amigosterrasborba/1-borba/13-mezinhas-da-avo

Terça-feira, 5 de Maio de 2020

Alentejo

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Paisagens do Alentejo.. (Borba)

Foto: © Vítor Laranjeiro Photography

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Pelo Litoral Alentejano..

Fonte: © Alma Alentejana

Segunda-feira, 4 de Maio de 2020

Borba Inspiradora

Barnabé Cordeiro

Rio de Moínhos

" De recordar que as famílias que tinham muitos filhos, e dadas as dificuldades para os criarem, eram forçados logo muito novos a abandonar a escola e ir “servir” para as famílias mais ricas, poucos eram os que iam aprender um ofício. As raparigas, algumas migravam para as cidades a servir como domésticas, e outras ficavam a trabalhar no campo, os rapazes na grande maioria iam trabalhar para os lavradores praticamente a troco da alimentação: sempre era menos uma pessoa a alimentar em casa, só voltavam a casa dos pais aos fins-de-semana para mudar de roupa"

"O agravamento das desigualdades de nível, e qualidade de vida, entre o campo e as cidades, eram nessa época mais marcantes, devido à falta de condições e protecção, principalmente nos trabalhadores rurais."

"As mulheres sempre foram mais sacrificadas, porque não só tinham o trabalho de casa a seu cargo, como também o trabalho do campo e tratar dos filhos, quantas vezes os tinham que levar consigo para o trabalho, sujeitos ao frio, ao calor e à chuva, improvisando abrigos para os resguardar do rigor do tempo"

Fotografias de Adriano Bastos

Domingo, 3 de Maio de 2020

Dia da Mãe

El árbol de la vida; Klimt, 1909.

"Dia das Mães, também designado de Dia da Mãe, é uma data comemorativa

em que se homenageiaa mãe e a maternidade. Em Portugal é comemorado

no primeiro domingo do mês de Maio." in Wikipédia

Feliz Dia da Mãe!

"A Virgem do Rosário", Murillo (1650)

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Poema à Mãe

No mais fundo de ti,

eu sei que traí, mãe

Tudo porque já não sou

o retrato adormecido

no fundo dos teus olhos.

Tudo porque tu ignoras

que há leitos onde o frio não se demora

e noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo

são duras, mãe,

e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas

que apertava junto ao coração

no retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,

talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;

esqueceste que as minhas pernas cresceram,

que todo o meu corpo cresceu,

e até o meu coração

ficou enorme, mãe!

Olha — queres ouvir-me? —

às vezes ainda sou o menino

que adormeceu nos teus olhos;

ainda aperto contra o coração

rosas tão brancas

como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:

Era uma vez uma princesa

no meio de um laranjal...

Mas — tu sabes — a noite é enorme,

e todo o meu corpo cresceu.

Eu saí da moldura,

dei às aves os meus olhos a beber,

Não me esqueci de nada, mãe.

Guardo a tua voz dentro de mim.

E deixo-te as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.

Eugénio de Andrade

Stanislaw Wyspianski

Maternidade, 1905

O Museu Nacional em Cracóvia.

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"Os filhos são para as mães as âncoras da sua vida."

Sófocles

Fotografia de Frederico Claudino

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Mãe

Ouvi chamar-te pela primeira vez numa rua sem árvores

Mas onde eu sabia haver tílias florindo.

s desertos, reconhe

Com uma alma enorme Como só têm o mar e

oci-te numa espécie de paixão

-te com a razão e a luz. Como é que se faz, pergunto-m

e foi assim que pude partilha

re, para transformar todo o perfume de Junho num pequenino nome? Tão

sol espreitando de uma ferida, o pequeno dócil animal mai

pequena morada guarda as mais inesperadas coisas: um ramo de neve, o

s leve e mais limpo do que o ar. Ouvi-te pela primeira vez era já uma criança. Ou devo

ez mais rumor ou murmúrio, mais, quem sabe?, água que che

dizer ainda? Com as tílias, floriram também os minúsculos sons dessa quase palavra, tal

vga das nascentes do olhar. Existem nomes onde nada cabe, outros que guardam a ternura do mundo.

cada um dos meus dias. Eu sei que sou em grande parte

No teu nome brilha ainda a minha vida, esta espécie de resposta à pergunta incessante que me faz

a minha memória, a memória que a roseira tem da chuva ou a respiração do ar ou a cigarra do estio e que tudo, tudo, pode ter a dimensão afinal

ro no ventre de uma palavra; que não precisei nu

de coisa nenhuma, ou a dimensão que colocou Deus no coração de uma semente e o teu nome nas montanhas do universo. Eu sei que sempre coube inte

inca nem dos lábios, nem da fala, nem do mais intranquilo pensamento para saber do azul fundo do teu nome. Mas lembro-me que me ouvi chamar-te pela primeira vez numa rua sem árvores onde eu vi – só eu vi? – tílias florindo.

JOAQUIM PESSOA

Fotografia de Adriano Bastos

Concerto de Domingo à tarde

Orquestra i Cor del Gran Teatre del Liceu Idea creativa: Igor Cortadellas El "Nessun Dorma" de l’òpera ‘Turandot’ de Puccini ha marcat la història de superació

del Liceu,i ara encoratja la societat a iniciar plegats el camí del desconfinament

i la tornada a la normalitat sota

el lema #HoraDeVèncer.

El director creatiu Igor Cortadellas ha realitzat aquest vídeo que compta amb la

participació de l’Orquestra Simfònica i el Cor del Gran Teatre del Liceu, el tenor

canari Jorge de León i la direcció musical del mestre Josep Pons i Conxita Garcia.

Aquest missatge esperançador també vol fer arribar el seu suport a totes aquelles

persones i famílies que hagin patit de prop les conseqüències del coronavirus.

Hora de Vencer

https://youtu.be/GvqlXtqRFOI

Sábado, 2 de Maio de 2020

Cante Alentejano

Celina da Piedade e as Vozes do Cante

Celina da Piedade e as Vozes do Alentejo 2015 Celina da Piedade - Voz e acordeão Filipa Ribeiro - Voz e Percussão Tózé - Viola Campaniça (Viola do Alentejo) Alex Gaspar - Baixo acoustico Coro, Bernardo Espinho Luis Espinho Hugo Baletas Carlos Arruda Ruben Luz Lameira Luis F. Reis Luis Soares

https://youtu.be/DiSR-QECp10

"O meu chapéu"

Composição de João Monge para o Rancho de Cantadores

de Vila Nova de São Bento. Video de David Monge da Silva.

https://youtu.be/eWCoMBr88LE

Sexta-feira, 1 de Maio de 2020

1º de Maio

1º de Maio

"Em 1 de Maio de 1886, realizou-se uma manifestação de milhares de trabalhadores nas ruas de Chicago, convocada pela Federação dos Trabalhadores dos EUA, com o objectivo de reivindicar melhores condições de trabalho e a redução da jornada de trabalho para as 8 horas. Nesse mesmo dia teve início uma greve geral nos EUA e, três dias depois, houve recontros entre manifestantes e polícia, resultando a morte de alguns manifestantes. No dia seguinte nova manifestação é organizada com protestos pelos acontecimentos ocorridos nos dias anteriores, tendo terminado com o lançamento de uma bomba para o meio da polícia que começara a dispersar os manifestantes, matando sete agentes. Por sua vez, a polícia abriu fogo sobre a multidão, matando doze pessoas e ferindo dezenas. Tais acontecimentos passaram a ser conhecidos como a revolta de Haymarket. O episódio desencadeou uma perseguição a líderes do movimento operário. Depois de um processo marcadamente político, sete deles foram condenados à morte por enforcamento, um deles cometeu o suicídio antes do enforcamento e três deles receberam sentenças de prisão, revogadas mais tarde em 1893, quando o governador concluiu que (todos) os oito acusados eram inocentes.

A 20 de Junho de 1889 o congresso operário internacional, reúne em Paris e decidiu convocar anualmente uma manifestação com o objectivo de lutar pelos direitos dos trabalhadores e pelas 8 horas diárias. O dia 1 de Maio foi escolhido como homenagem às lutas sindicais e aos "Mártires de Chicago". No ano de 1890 os operários americanos conseguem conquistar finalmente a jornada de trabalho das 8 horas. Em 1 de Maio de 1891 numa manifestação levada a cabo no norte da França, a polícia dispersa a manifestação resultando na morte de dez manifestantes. Este novo drama vem reforçar este dia como um dia de luta dos trabalhadores."

in http://historiaschistoria.blogspot.pt/2015/04/dia-internacional-do-trabalhador.html

Pintura de Carlos Bacalhau

Fotografia de Adriano Bastos

Música e Trabalho: 1° de maio (Chico Buarque e Milton Nascimento)

https://youtu.be/R6M-eqsynhk

Quinta-feira, 30 de Abril de 2020

Alentejo

Vila Nova de Mil Fontes

Hoje a cidade está parada

E ele apressa a caminhada

Pra acordar a namorada logo ali

E vai sorrindo, vai aflito

Pra mostrar, cheio de si

Que hoje ele é senhor das suas mãos

E das ferramentas

Quando a sirene não apita

Ela acorda mais bonita

Sua pele é sua chita, seu fustão

E, bem ou mal, é seu veludo

É o tafetá que Deus lhe deu

E é bendito o fruto do suor

Do trabalho que é só seu

Hoje eles hão de consagrar

O dia inteiro pra se amar tanto

Ele, o artesão

Faz dentro dela a sua oficina

E ela, a tecelã

Vai fiar nas malhar do seu ventre

O homem de amanhã

Canção de Chico Buarque de Holanda e Milton Nascimento

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Fotografia in vnmilfontes.info

Beja

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Fotografia do Diário do Alentejo

Entre Aljustrel e Messejana

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Fotografia de Isabel Valente

Quarta-feira, 29 de Abril de 2020

Os nossos Escritores

Albernoa-Beja

Manuel Ribeiro

Manuel Ribeiro o autor mais lido em Portugal, nos anos 20 do século passado

" PÓ DOS LIVROS

PL 032

“A Planície Heróica”, de Manuel Ribeiro. 5ª. Edição. Capa de Manuel Dias. Desenho de Bernardo Marques. Guimarães & Cª. Editores. 1979.

Começa assim:

“O comboio do sul parou na pequena estação sozinha, perdida no descampado, entre infinitas searas verdes já espigadas. Padre Dionísio, moço e ágil, saltou da 3ª. Classe, poisou no chão a leve mala de viagem e olhou em roda, à espera que alguém se lhe dirigisse. Nenhum outro passageiro descera. Dois homens rústicos, tipos de guardadores de gado, de mantas e safões de pele de ovelha, ostentando militarmente cajados altos como armas em descanso, atentaram nele, curiosos, pasmados, mas sem quebrarem suas atitudes rígidas, indiferentes àquele estranho que chegava.

MANUEL RIBEIRO, nasceu a 13 de Dezembro de 1878, em Albernoa, Beja. Faleceu em 27 de Novembro de 1941 (62 anos) em Lisboa. Era funcionário ferroviário. Principais trabalhos: “A Catedral”, “O Deserto”, “A Ressurreição”, “A Colina Sagarda”, “A Revoada dos Anjos”, “Vínculos Eternos”, “Esplendor mais Alto”, "Novos Horizontes”, “Sarça Ardente”, "A Batalha nas Sombras”, entre outros."

In FB/José Francisco Pereira

1953 - CINEMA PORTUGUÊS - «Planície Heroica» - Cena do filme

"Planície Heróica (1953)

Produção Rodagem: Ago 1952

N/C

93 min

Drama

Realização: · Perdigão Queiroga

Argumento: · Manuel Ribeiro

(Por 1927) Dionísio, jovem padre do Minho, vai servir para Carregosa, uma aldeia do Alentejo, cuja igreja se encontra quase em ruínas.

Conceição, a filha do sacristão Carriço, apaixona-se por ele, estiolando de amores.

No seu misticismo rudimentar, Dionísio não compreende a suprema ligação daquele povo à terra, à mãe natureza, recusando firmemente a proposta desesperada de Carriço, para que abandone o sacerdócio e despose Conceição, à qual concede o último sacramento.

Mais tarde, Conceição recupera e casa com Joaquim Castilho, um lavrador rico, que há muito a adorava.

[Fonte: José de Matos-Cruz, O Cais do Olhar, 1999, p.101] (-)"

in Planície+Heróica cinept.ubi.pt

Terça-feira, 28 de Abril de 2020

Ao Encontro com os nossos Poetas

Photo Ching Yang Tung

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Em todas as esquinas da cidade

nas paredes dos bares

à porta dos edifícios públicos

nas janelas dos autocarros

mesmo naquele muro arruinado

por entre anúncios de aparelhos de rádio e detergentes

na vitrine da pequena loja onde não entra ninguém

no átrio da estação de caminhos de ferro

que foi o lar da nossa esperança de fuga

um cartaz denuncia o nosso amor

Em letras enormes do tamanho

do medo da solidão da angústia

um cartaz denuncia que um homem e uma mulher

se encontraram num bar de hotel

numa tarde de chuva

entre zunidos de conversa

e inventaram o amor com caracter de urgência

deixando cair dos ombros o fardo incómodo da monotonia quotidiana

Um homem e uma mulher que tinham olhos e coração e fome de ternura

e souberam entender-se sem palavras inúteis

Apenas o silêncio A descoberta A estranheza

de um sorriso natural e inesperado

Não saíram de mãos dadas para a humidade diurna

Despediram-se e cada um tomou um rumo diferente

embora subterraneamente unidos pela invenção conjunta

de um amor subitamente imperativo

Um homem e uma mulher um cartaz denuncia

colado em todas as esquinas da cidade

A rádio já falou A TV anuncia

iminente a captura A policia de costumes avisada

procura os dois amantes nos becos e nas avenidas

Onde houver uma flor rubra e essencial

é possível que se escondam tremendo a cada batida na porta fechada para o mundo

É preciso encontrá-los antes que seja tarde

Antes que o exemplo frutifique Antes

que a invenção do amor se processe em cadeia

Há pesadas sanções para os que auxiliarem os fugitivos

Chamem as tropas aquarteladas na província

Convoquem os reservistas os bombeiros os elementos da defesa passiva

Todos decrete-se a lei marcial com todas as consequências

O perigo justifica-o Um homem e uma mulher

conheceram-se amaram-se perderam-se no labirinto da cidade

É indispensável encontrá-los dominá-los convencê-los

antes que seja tarde

e a memória da infância nos jardins escondidos

acorde a tolerância no coração das pessoas

Fechem as escolas Sobretudo

protejam as crianças da contaminação

uma agência comunica que algures ao sul do rio

um menino pediu uma rosa vermelha

e chorou nervosamente porque lha recusaram

Segundo o director da sua escola é um pequeno triste

inexplicavelmente dado aos longos silêncios

e aos choros sem razão

Aplicado no entanto Respeitador da disciplina

Um caso típico de inadaptação congénita disseram os psicólogos

Ainda bem que se revelou a tempo Vai ser internado

e submetido a um tratamento especial de recuperação

Mas é possível que haja outros É absolutamente vital

que o diagnóstico se faça no período primário da doença

E também que se evite o contágio com o homem e a mulher

de que fala no cartaz colado em todas as esquinas da cidade

Está em jogo o destino da civilização que construímos

o destino das máquinas das bombas de hidrogénio das normas de discriminação racial

o futuro da estrutura industrial de que nos orgulhamos

a verdade incontroversa das declarações políticas…

É possível que cantem

mas defendam-se de entender a sua voz Alguém que os escutou

deixou cair as armas e mergulhou nas mãos o rosto banhado de lágrimas

E quando foi interrogado em Tribunal de Guerra

respondeu que a voz e as palavras o faziam felizl

he lembravam a infância Campos verdes floridos

Água simples correndo A brisa das montanhas

Foi condenado à morte é evidente É preciso evitar um mal maior

Mas caminhou cantando para o muro da execução

foi necessário amordaçá-lo e mesmo desprendia-se dele

um misterioso halo de uma felicidade incorrupta…

Procurem a mulher o homem que num bar

de hotel se encontraram numa tarde de chuva

Se tanto for preciso estabeleçam barricadas

senhas salvo-condutos horas de recolher

censura prévia à Imprensa tribunais de excepção

Para bem da cidade do país da cultura

é preciso encontrar o casal fugitivo

que inventou o amor com carácter de urgência

Os jornais da manhã publicam a notícia

de que os viram passar de mãos dadas sorrindo

numa rua serena debruada de acácias

Um velho sem família a testemunha diz

ter sentido de súbito uma estranha paz interior

uma voz desprendendo um cheiro a primavera

o doce bafo quente da adolescência longínqua

Daniel Filipe

Photo of Ching Yang Tung

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Tudo na vida está em esquecer o dia que passa.

Não importa que hoje seja qualquer coisa triste,

um cedro, areias, raízes,

ou asa de anjo

caída num paul.

O navio que passou além da barra

já não lembra a barra.

Tu o olhas nas estranhas águas que ele há-de sulcar

e nas estranhas gentes que o esperam em estranhos portos.

Hoje corre-te um rio dos olhos

e dos olhos arrancas limos e morcegos.

Ah, mas a tua vitória está em saber que não é hoje o fim

e que há certezas, firmes e belas,

que nem os olhos vesgos

podem negar.

Hoje é o dia de amanhã.

Fernando Namora, in “Mar de Sargaços”

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Photography of Ching Yang Tung

O verão passa e o estio se anuncia

que o outono se há-de ser e logo inverno

de que virá nascida a primavera.

Mais breve ou longo se renova o dia

sempre da noite em repetir-se, eterno.

Só o homem morre de não ser quem era.

Jorge de Sena, Exorcismos, 1972.

Segunda-feira, 27 de Abril de 2020

Alentejo

Manuel Ribeiro de Pavia

O Alentejano

"Se há marca que enobrece o semelhante, é essa intangibilidade que o Alentejano conserva e que deve em grande parte ao enquadramento. O meio defendeu-o duma promiscuidade que o atingiria no cerne. Manteve-o Vertical e Sozinho, para que pudesse ver com nitidez o tamanho da sua sombra no chão. Modelou-o de forma a que nenhuma força por mais hostil, fosse capaz de lhe roubar a coragem, de lhe perverter o instinto, de lhe enfraquecer a razão... (...) É preciso ter uma grande dignidade humana, uma certeza em si muito profunda, para usar uma casaca de pele de ovelha com o garbo dum embaixador. Foi a terra Alentejana que fez o homem Alentejano, e eu quero-lhe por isso. Porque o não degradou proibindo-o de falar com alguém de chapéu na mão."

Miguel Torga In "Portugal" 1950

Domingo, 26 de Abril de 2020

Concerto de Domingo à tarde

Marcha X - Banda Filarmónica do Centro Cultural de Borba

https://youtu.be/p0Dl2mbnlu0

Banda Filarmónica Severense

Sever do Vouga

https://youtu.be/mXWfv7AWeL8

Sábado, 25 de Abril de 2020

Borba

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"A Banda Filarmónica do Centro Cultural de Borba, símbolo ímpar

da cultura em Borba, comemorou o "25 de ABRIL", este ano, interpretando

a Grândola Vila Morena das janelas das habitações dos seus músicos.

Os músicos da Banda mais Jovem de Alentejo conseguiram assim, este ano excecional,

assinalar o Dia da Liberdade, mais uma vez, de forma sucessiva e ininterrupta desde

1982,ou seja desde a sua fundação.

Foi possível ouvir estes dois temas em praticamente em todos os Bairros da Cidade,

assim como em todas as aldeias, uma vez que há músicos da Banda de Borba em

todas as freguesias do concelho de Borba."

O Maestro,

José Francisco Andrade

Banda Filarmónica de Borba

Grândola Vila Morena (Comemorações 25 de Abril 2020)

Cipriano Dourado

Os Ganhões de Castro Verde, cantam "Grândola, Vila Morena"

Vieira da Silva

"O 25 de Abril livrou-nos da opressão do salazarismo (vejam na Enciclopédia o que significa esta palavra) e deu-nos a oportunidade de se instalar, entre nos, a desordem democrática. No tempo do Salazar ninguém sabia nada do que se passava porque ninguém podia falar. Agora, em democracia, ninguém sabe do que se passas, porque todos falam ao mesmo tempo.

Compreende-se o alvoroço que se apossará de um pobre trabalhador quando se vir apontado

pelo dedo de um revolucionário decidido que lhe afirma: “agora quem manda és tu! Quem

manda agora é o povo! O povo é quem mais ordena! Até numa cantiga, logo após a revolução, os “meninos à volta da fogueira”, proclamavam que “as estrelas são do povo.”

O que será o povo? – pergunto eu. Eu serei do povo?"

Rómulo de Carvalho em Memórias

Era uma vez um país

onde entre o mar e a guerra

vivia o mais infeliz

dos povos à beira terra

Era uma vez um país

de tal maneira explorado

pelos consórcios fabris

pelo mando acumulado

pelas ideias nazis

pelo dinheiro estragado

pelo dobrar da cerviz

pelo trabalho amarrado

que até hoje já se diz

que nos tempos do passado

se chamava esse paįs

Portugal suicidado

Foi então que Abril abriu

as portas da claridade

e a nossa gente invadiu

a sua própria cidade

disse a primeira palavra

na madrugada serena

um poeta que cantava

o povo é quem mais ordena

Foi essa força viril

de antes quebrar que torcer

que em 25 de Abril

fez Portugal Renascer

E em Lisboa capital

dos novos mestres de Aviz

O povo de Portugal

deu o poder a quem quis

Ary dos Santos " As portas que Abril abriu

Fotografia de Adriano Bastos

(...) E só tínhamos uma palavra desconhecida para o que os nossos olhos viam e o nosso coração sobressaltadamente experimentava: «liberdade». Murmurávamo-la para nós mesmos e gritávamo-la uns para os outros como quem revela um segredo longo tempo reprimido, descobrindo alvoraçadamente algo novo e espantoso: não tínhamos medo."

Manuel António Pina

Sexta-feira, 24 de Abril de 2020

Vieira da Silva

Como casa limpa

Como chão varrido

Como porta aberta

Sua habitação

Como puro início

Como tempo novo

Sem mancha nem vício

Como a voz do mar

Interior de um povo

Como página em branco

Onde o poema emerge

Como arquitectura

Do homem que ergue

"Acreditávamos – era isso. «Porque há-de haver um futuro melhor» (como escrevíamos

em dedicatórias nos livros oferecidos), porque era preciso conquistá-lo… e era possível."

Rodrigues da Silva

Portugal antes do 25 de Abril de 1974

Sophia de Mello Breyner Andresen

in "O Nome das Coisas" em Cem Poemas de Sophia

eu que só tenho o que fiz

dando tudo mas à toa:

Amigos no Alentejo

alguns que estão em Paris

muitos que são de Lisboa.

Aonde me não revejo

é que eu sofro o meu país. "

Por isso calo e sobejo

puxados a ódio e sal

que a par dos monstros marinhos

vão movendo Portugal

— mas um poeta só fala

por sofrimento total!

Calculo até os moinhos

pouco a pouco trituraram

os ossos que estão doendo

àqueles que não falaram.

Sei bem as mós que moendo

desta raiva deste grito

desta toada que vem

dos pulmões do infinito

que em todos vejo ninguém

revejo tudo e redigo:

Meu camarada e amigo.

É por dentro desta selva

de ternura pelos outros

saem das minhas entranhas

como um rebanho de potros.

Tudo vai roendo a erva

daninha que me entrelaça:

canção não pode ser serva

homem não pode ser caça

e a poesia tem de ser

como um cavalo que passa.

As canções que trago prenhas

meu camarada e amigo.

Meu irmão suando pão

sem casa mas com razão.

Revejo e redigo

meu camarada e amigo

https://youtu.be/1zhDk6GjoH8

- Meu Camarada e Amigo -

" Revejo tudo e redigo

- ARY DOS SANTOS - 1937 / 1984 - Lisboa

- Poeta da Revolução / Declamador da Vida -

Poema extraído do Livro - «Resumo» - 1972 - Editora não identificada -

Quarta-feira, 22 de Abril de 2020

22 de Abril

José Vianna da Motta

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"José Vianna da Motta GOC GOSE GCSE, ou Viana da Mota segundo a ortografia vigente, [São Tomé, São Tomé e Príncipe, 22 de Abril de 1868 Lisboa, 1 de junho de 1948 (80 anos)] foi um pianista, compositor, maestro e musicógrafo português." in Wikipédia

"No dia 22 de Abril de 1868 nasceu, em São Tomé e Príncipe, o pianista e compositor português José Vianna da Mota. Estudou no Conservatório Nacional, em Lisboa, sendo os estudos patrocinados pelo rei D. Fernando e a Condessa de Edla. Em 1882 parte para Berlim onde, custeado pelos reis mecenas, continua, durante três anos, os estudos de piano e composição. Em 1885 parte para Weimar onde é aluno de Franz Liszt, que, mais tarde, lhe oferece uma fotografia com a dedicatória: "A José Vianna da Mota, saudando os seus futuros sucessos." Dá concertos nos Estados Unidos, Paris, Inglaterra, Espanha, Itália, Dinamarca, Lisboa e Porto, Brasil e Argentina, numa série de recitais que são outros tantos triunfos.

Durante a Primeira Guerra Mundial foi director do Conservatório de Genebra. Em 1917 regressa a Portugal, onde foi director do Conservatório Nacional de Lisboa, de 1918 a 1938. Entre as suas composições mais conhecidas está a sinfonia "À Pátria" e as obras "Evocação dos Lusíadas", "Cenas da Montanha", entre outras. José Vianna da Mota faleceu em 1948, no dia 1 de Junho, em Lisboa, tendo vivido os últimos anos da sua vida na residência de sua filha Inês Vianna da Mota e do seu genro, o psiquiatra Barahona Fernandes." por António Filipe

Vianna da Motta

Três Scenas Portuguezas, Op.9 Nº 1- Cantiga d' Amor

https://youtu.be/Y2kEdz4o6tc

Vianna da Motta - Barcarola Nº 1, Op. 1

https://youtu.be/hqwXl3UKAzg

Terça-feira, 21 de Abril de 2020

Em Borba-Mezinhas da Avó

"A alegria evita mil males e prolonga a vida."

William Shakespeare

Benefícios no consumo de FIGOS

Propriedades do Tomilho

Benefícios no consumo do Agrião

Benefícios no consumo do Manjericão

https://sites.google.com/site/amigosterrasborba/1-borba/13-mezinhas-da-avo

Segunda-feira, 20 de Abril de 2020

BORBA INSPIRADORA

BORBA É PROIBIDO DESTRUIR OS NINHOS. MULTA 100§00

Fotografias de Adriano Bastos

DO ESCRITOR JOSÉ SARAMAGO,PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA

EM 1998, TRANSCREVEMOS UM PEQUENO EXTRACTO DO SEU

LIVRO"VIAGEM A PORTUGAL".

NESTE BREVE TEXTO, DO CONSAGRADO ESCRITOR PORTUGUÊS,

HÁ UMA REFERÊNCIA À VILA DE BORBA.

"O viajante, decididamente, está a gostar de Borba. Será do sol,desta luz ainda matinal, será da

brancura das casas (quem foi que disse que o branco não é cor, mas sim a ausência dela?), será de

tudo isto e do mais que é o traçado das ruas, a gente que nelas anda, já não seria preciso mais

para um sincero afecto, quando de súbito, vê o viajante, sob um beiral, a mais extraordinária

declaração de amor, um letreiro que assim rezava: É PROIBIDO DESTRUIR OS NINHOS. MULTA

100§00.

Convenha-se que merece todos os louvores uma vila onde publicamente se declara que o rigor da

lei cairá sobre as más cabeças que deitem abaixo as moradas dos pássaros. Das andorinhas, para

ser mais rigoroso. Posto o letreiro por baixo de um beiral, onde precisamente usam as andorinhas

construir os ninhos, entende-se que a protecção só a eles cobre. A outra passarada, ribaldeira e

menos dada a confianças humanas, faz os seus ninhos nas árvores, por fora da vila, e sujeita-se

aos azares da guerra. Mas é excelente que uma tribo do povo alado tenha a lei por si. Indo assim

aos poucos, acabarão as leis por defender as aves todas e os homens todos, excepto, claro está,

ou então não mereceriam o nome de leis, os nocivos de um lado e de outro. Provavelmente por

efeito do calor, o viajante não está nos seus dias de maior clareza, mas espera que o entendam."

Domingo, 19 de Abril de 2020

Concerto de Domingo à tarde

Sevilla de Isaac Albéniz. Antologia de la Danza Española

https://youtu.be/d1G8EKtJ2RM

Jordi Savall - Folías de España

https://youtu.be/5Frq7rjEGzs

Sábado, 18 de Abril de 2020

Em Borba-Mezinhas da Avó

"A alegria evita mil males e prolonga a vida."

William Shakespeare

Beneficios no consumo de FAVAS

"Favas, como edamame, são de cor verde legumes que vêm em sua própria pod. Você pode comprá-los em conserva, frescos ou secos. A leguminosa rica em nutrientes, favas são ricos em fibras e proteína na dieta, muito baixa em gordura, livre de gordura saturada e excelente fonte alimentar de muitos nutrientes essenciais para a saúde humana, tais como vitaminas e minerais. Favas, quando consumidos como parte de uma dieta saudável, podem oferecer benefícios cardiovasculares e ajuda no controle do peso.

Rico em nutrientes

De acordo com Frutas e Vegetais da Matéria, favas são um alimento denso em nutrientes, ou seja, eles fornecem muitos nutrientes essenciais para o bom funcionamento corporal sem ser rico em calorias. Estes grãos são uma boa fonte de alimento da vitamina B1 ou tiamina, ferro, cobre, fósforo, potássio e magnésio, reunidos 10-19 por cento do valor diário recomendado, ou DV, para cada copo de 1/4 por. Vitamina B1 é importante para uma função do sistema nervoso e do metabolismo energético; ferro é um componente essencial de uma proteína responsável pelo transporte de oxigénio no sangue, e o cobre, em conjunto com ferro, ajuda a formar as células vermelhas do sangue. Cobre também desempenha um papel em manter os seus vasos sanguíneos, sistema imunológico e ossos saudáveis. De fósforo e de magnésio são importantes para manter os ossos fortes, e magnésio, juntamente com o potássio, ajuda a regular a pressão sanguínea.

Favas também são uma fonte excelente comida de folato, e manganês, fornecendo mais de 20 por cento do DV para estes nutrientes por 1/4 xícara. Folato suporta sistema imunológico função de saúde, cardiovascular e ajuda a formar os glóbulos vermelhos. O manganês é necessária para o metabolismo dos hidratos de carbono, proteínas e de colesterol.

Promover a saúde do coração

Para além de ser uma fonte excelente de nutrientes que sustentam a saúde cardiovascular, favas são ricos em fibras dietéticas, proporcionando 9 g por 1/4 de copo. Leguminosas, tais como feijões são uma fonte de ambos os tipos de fibra alimentar, solúvel e insolúvel, mas são particularmente ricos em fibra solúvel. De acordo com MayoClinic.com, consumindo solúveis, alimentos ricos em fibras pode ajudar a melhorar o seu nível de açúcar no sangue e os níveis de colesterol. A fibra solúvel é particularmente eficaz na redução dos níveis de lipoproteína de baixa densidade (LDL), comumente referido como mau colesterol.

Controle de Peso ajuda

Favas também são ricos em proteína, oferecendo 10 g por porção 1/4-cup. De acordo com um estudo publicado em 2010 no European Journal of Clinical Nutrition, indivíduos com sobrepeso ou obesos que seguiram uma dieta controlada, de alta proteína, dieta rica em fibras perderam mais peso do que aqueles em um padrão de calorias controladas, rica em carboidratos, baixo teor de gordura da dieta. Entre os participantes, 89 mulheres com sobrepeso ou obesas com idade entre 18 e 65 anos, que seguiram a dieta durante 10 semanas. Os participantes do-alta proteína, dieta rica em fibras não só perdeu mais peso corporal e gordura total, mas também gostava de baixar o colesterol total e os níveis de colesterol LDL. Com sua proteína combinada e teor de fibras, feijão fava pode ajudar na perda de peso."

Fonte:http://textozon.com/beneficios/artigo-3474.html

Sexta-feira, 17 de Abril de 2020

"Alentejo Terra de Artistas"

A pintura é neta da natureza...

Rembrandt

Estrela Faria

Évora

"Estrela Faria junto de um seu trabalho, na Primeira Exposição de Arte Moderna no Secretariado Nacional de Informação. Na mostra, estiveram presentes dez artistas femininas, entre os quarenta expositores. (Cliché Serra Ribeiro). Suplemento do Jornal "O Século"- "Modas e Bordados" nº 1785, de 24 de Abril de 1946." in Arte Portuguesa

"Estrela da Liberdade Alves Faria Évora, 9 de Outubro de 1910 — Lisboa, 1976, foi uma pintora portuguesa; pertence à segunda geração de pintores modernistas portugueses.

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Torso

Frequentou a Escola de Belas-Artes de Lisboa, onde foi aluna de Veloso Salgado, e a Escola de Belas Artes, Paris (1938). Bolseira do Instituto de Alta Cultura para se aperfeiçoar nas técnicas da pintura a fresco e de cerâmica em França, Itália e Holanda (1948). Residiu em S. Paulo, Brasil, entre 1953 e 1958. Foi professora na Escola de Artes Decorativas António Arroio. [2]

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Barraca de tiro – Costa da Caparica

Expôs em diversos Salões da Sociedade Nacional de Belas Artes. Colaborou na decoração do Pavilhão Regional da Exposição do Mundo Português em 1940. Participou em multiplas exposições coletivas em Portugal e no estrangeiro, de onde podem destacar-se: XXV Bienal de Veneza (1950); II Bienal de S. Paulo, Brasil (1953); III Bienal de S. Paulo (1955), em que vence o Prémio de Pintura da Secção Portuguesa; quatro edições das Exposições de Arte Moderna do S.P.N./S.N.I. (vence o prémio Columbano em 1945); II Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian, 1961; etc. [3] [4] [5]

Expôs para a inauguração da Galeria Malhoa em Junho 1961 obras de época de Paris 1948-1956; Paisagem do sena, Cabeça de Rapariga, Nu e Jardim des plantes.

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FEMININ PORTRAIT

Entre as obras de pintura mural que realizou podem destacar-se: Museu de Arte Popular, Lisboa; Banco Nacional Ultramarino, Rio de Janeiro; Museu de Arte Popular, Lisboa; Cinema Alvalade, Lisboa [6] ; Escola Secundária Rainha Santa Isabel, Estremoz (antiga Escola Industrial e Comercial de Estremoz).

Está representada em coleções públicas e privadas, nomeadamente: Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Museu do Chiado, Lisboa; Museu da Cidade, Lisboa.

fonte

Estrela da Liberdade Alves Faria, foi uma pintora portuguesa

(Évora, 9 de Outubro de 1910 - Lisboa, 1976). Discípula de Veloso Salgado

(1864-1945) na Escola de Belas-Artes de Lisboa, foi bolseira pelo Instituto de

Alta Cultura, em França, Itália e Holanda. Fixou residência em São Paulo, Brasil,

entre 1953 e 1958. Leccionou na Escola de Artes Decorativas António Arroio e,

posteriormente, na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, até à data da sua morte

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1910 - 1976 Arte Portuguesa

Serra da Estrela; pintura, óleo sobre madeira

CAM, Fundação Calouste Gulbenkian

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Mural de Estrela Faria, cinema de Alvalade

Quinta-feira, 16 de Abril de 2020

Sugestão de Passeio

Portel

https://youtu.be/pSYIHFxOjCU

Portel é uma vila portuguesa, no Distrito de Évora, região Alentejo.

"Portel parece ter sido habitada por Romanos e porventura Fenícios, exploradores de minas de metais, e os seus vestígios ainda são visíveis no sítio dos Algares. Foi habitado por árabes e mouros que deixaram como vestígios da sua presença as muralhas de taipa que já se encontram em ruínas. Durante os períodos de guerra contra Mouros e Castelhanos os habitantes procuravam proteção dentro das muralhas do castelo vindo mesmo aí a fixar residência. Com D. João I o medo bélico terminou e a vila precipitou-se a construir as suas habitações no sentido sul- norte em direção ao castelo. Das habitações que se encontravam dentro do castelo pouco ou nada há a não ser ruínas e o relato da existência de três igrejas : de S. João, de S. Vicente e de S. Maria. Portel é ainda um marco na passagem de quem quer visitar a Albufeira do Alqueva. Em redor desde grande lago podemos visitar 7 Castelos/fortificaçóes antigas: Castelo de Portel, Castelo de Moura, Castelo de Mourão, Castelo de Monsaraz, Castelo do Alandroal, Castelo de Terena e Fortificaçáo da Juromenha."

Luis Correia

Quarta-feira, 15 de Abril de 2020

Música Tradicional alentejana

VIOLA CAMPANIÇA EM CASA: Já chegou a Primavera

https://youtu.be/q5NRVuygNhQ

Terça-feira, 14 de Abril de 2020

"Respigando...Alentejo"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Ruinas Romanas de Pisões, Penedo Gordo, Beja

Fotografias de Idalina Sezinando Cerro

Villa Romana de Pisões

"A Villa romana de Pisões é um sítio arqueológico no concelho de Beja, em Portugal.

Consiste numa grande casa senhorial do período romano, que foi ocupada desde o

Século I até ao domínio visigótico.[1] É uma das principais e melhor conservadas villas

romanas em todo o país, tendo sido classificada como Imóvel de Interesse Público.[2]

É especialmente conhecida devido à riqueza dos seus mosaicos, e pelas suas termas,

que estão entre as mais relevantes no país.[3] " In Wikipédia

Segunda-feira, 13 de Abril de 2020

Borba Inspiradora

Rio de Moínhos

Manuel Lapão

Quarentena

Mote

Estou em casa de quarentena

Do criminoso estou fugindo

Por ele me estar perseguindo

Tirem-me desta temível cena

I

O povo é quem mais ordena

Mês de Abril é credibilidade

Devolveste-nos a liberdade

Cantando a Vila Morena

Tens uma coragem plena

Usa a tua autoridade

Mata esse vírus sem pena

Ele é o mentor da pandemia

Pelas mortes que faz em razia

Estou em casa de quarentena

II

Este bicho, muito perturbando

Fechou-me em casa sem perdão

Mandou-me prá solidão

E o tempo me vai devorando

Isolado vou chorando

“Sem família” cá vou indo

Não consigo viver fingindo

Que o meu coração não chora

Lanço esta declaração agora

Do criminoso estou fugindo

III

As regras vêm surgindo

Com as quais eu concordo.

Em terra e, não a bordo

Quarentena vou gerindo.

Aos écrans venho fugindo

E minha escrita vai saindo

A cidadania, vou cumprindo

Divulgando a sabedoria

Fintando o vírus da pandemia

Por ele me estar perseguindo

IV

Aos combatentes da pandemia

Que na frente estão lutando

Os portugueses estão gravando

Vossos riscos pela acalmia

Melhor que vocês, ninguém fazia

Digo-o por convicção plena

Minha alma me ordena

Que vos diga o que nela vai

Por já não ter o meu pai

Tirem-me desta temível cena

Autor: Manuel Lapão

Domingo, 12 de Abril de 2020

Concerto de Domingo à tarde

Schubert,

Trio No. 2, Op. 100, Andante con moto |

Ambroise Aubrun, Maëlle Vilbert, Julien Hanck

https://youtu.be/nioKJNp8ADE

Alentejo - Património Cultural

José Rabaça Gaspar

«Nos livros um refúgio

Nas palavras aceitação

Nas frases sonhos

E nas letras emoção...»

in Biblioteca Municipal de Beja-José Saramago

Beja

Autor: José Rabaça Gaspar (coord.), Cremilde Brito, José Fialho e

Manuel de Sousa Aleixo

Estado: Público

Nº de páginas: 172 Tamanho: 210x297

Miolo: Preto e branco

Encadernação: Colado

Acabamento da capa: BrilloISBN Acabamento em capa mole: 978-84-9916-782-4

Inocêncio de Brito -1854 -1938- foi um notável Mestre na

Arte de versar em Décimas (António Aleixo e

Manuel de Castro consideravam-no “Mestre” nos

despiques da Feira de Castro Verde) "construindo"

com maestria, importantes temas com um profundo

fundamento como a Terra, a Família, a Morte, a

Guerra, a Mulher… Tem sido bastante ignorado e

plagiado, muito considerado pelas pessoas da sua terra

natal, S. Matias, Beja.

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Fotografias de Adriano Bastos

“Cada hombre es una humanidad, una historia universal.”

Jules Michelet

"Entristece-se o homem pela rudeza da vida e injustiça do seu semelhante. No caminho encontra Jesus que lhe diz:

-bom homem continua no teu trilho, a bondade, o fazer bem cria raizes e são sementes para os frutos que se irão colher. Não desistas e não abandones a estrada que escolheste. O homem tem vida curta e na que tiver, algo tem de fazer. Não te lastimes, ganha ânimo e coragem lutando contra as injustiças. Houve o cântico dos pássaros para te animares e teres alento na tua vida. Olha o quanto de belo existe na natureza . Aprecia o belo e criarás. Rejeita o ódio e aproxima-te do bem e nesse trilho encontras mais felicidade que partilharás. "

André Vide

J.S.BACH- Paixão segundo São Mateus-1728

https://youtu.be/D7iTe9CZLAY

"Na “Páscoa” os cristãos celebram a Ressurreição de Jesus Cristo depois da sua morte por crucificação, que ocorreu na “Sexta-Feira Santa” (sexta-feira antes do Domingo de Páscoa), data em que é evocado o julgamento, paixão, crucificação, morte e sepultura de Jesus, através de diversos cerimónias religiosas.

O período de quarenta dias que antecipam o Domingo de Páscoa é conhecido por “Quaresma”. Esta começa na quarta-feira de cinzas (quarta-feira a seguir à terça-feira de Carnaval) e termina na chamada “Quinta-Feira Santa”, data da celebração da última ceia de Jesus Cristo com os doze apóstolos. Após a Quaresma, inicia-se o chamado “Tríduo Pascal”, que finda no “Domingo de Páscoa”. Este é precedido por um domingo conhecido por “Ramos” e sucedido por um domingo conhecido por “Pascoela”.

Texto de Hernani Matos

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Tiziano

Cristo com a Cruz nas costas, por volta de 1565

Museu do Prado, Madrid

"Que amarga esta Sexta-feira Santa. Não é da solidão; nunca me sinto só. Quando estou sozinho sou todo meu, dizia Leonardo, e entendo-me comigo."

António Lobo Antunes

"Hoje, domingo de Páscoa, de manhã

Passou pela ilha uma tempestade de neve.

Entre as sebes verdejantes havia neve. O meu filhinho

Pra me mostrar um pequeno damasqueiro junto à casa

Veio arrancar-me a um verso em que apontava com o dedo

Para aqueles que estão a preparar uma guerra que talvez

Venha a destruir o Continente, esta ilha, o meu povo,

A minha família e a mim. Calados

Pusemos um saco

Sobre a árvore gelada"

Bertolt Brecht

Photography Ching Yang Tung

Sexta-feira, 10 de Abril de 2020

Tempo de leitura

Photography Ching Yang Tung

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Como é que eu,

ouvindo tão mal, distingo

o teu andar desde o princípio do corredor?

Como é que eu,

vendo tão pouco, sei

que és tu que chegas, conforme a luz?

Como é que eu,

de mãos tão ásperas, desenho

a tua cara mesmo tão longe dela?

Onde está

tudo o que sei de ti

sem nunca ter aprendido nada?

Serei ainda capaz

de descobrir a palavra

que larga o teu rasto na janela?

(Que seria de nós

se nos roubassem os pontos de interrogação?)

Mário Castrim, in "Os Dias do Amor"

Há noites que são feitas dos meus braços

E um silêncio comum às violetas.

E há sete luas que são sete traços

De sete noites que nunca foram feitas.

Há noites que levamos à cintura

Como um cinto de grandes borboletas.

E um risco a sangue na nossa carne escura

Duma espada à bainha dum cometa.

Há noites que nos deixam para trás

Enrolados no nosso desencanto

E cisnes brancos que só são iguais

À mais longínqua onda do seu canto.

Há noites que nos levam para onde

O fantasma de nós fica mais perto;

E é sempre a nossa voz que nos responde

E só o nosso nome estava certo.

Há noites que são lírios e são feras

E a nossa exatidão de rosa vil

Reconcilia no frio das esferas

Os astros que se olham de perfil.

Natália Correia

Fotografia de Adriano Bastos

É doloroso por vezes chegar a casa, encostar o corpo,

fechar as pálpebras e sentir que a cabeça é um quarto vazio,

um desamor só e ferido, queimadura que chega ao coração

Joaquim Pessoa

Lisboa é o rio. O resto são os olhos das casas voltados para ele. Ou para a memória de quem sabe que está lá. Não vejo o rio donde moro, eu. Não vivo portanto em Lisboa mas no que sobeja dela em bairro ou campo adjacente. Deve ter sido também por isso que a não aprendi a amar. Fantasio-me assim a morar donde visse o rio ao abrir as janelas pela manhã e houvesse barcos, cais de atracamento, talvez gritos de gaivotas e eu pudesse assim inserir-me nas grandes navegações e recuperar a minha memória marítima de português que perdi. E ser de novo eu com mais quinhentos anos a esclarecerem-me a identificação.

VERGÍLIO FERREIRA

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Photography Ching Yang Tung

Juventude

Sim, eu conheço, eu amo ainda

esse rumor abrindo, luz molhada,

rosa branca! Não, não é solidão,

nem frio, nem boca aprisionada.

Não é pedra nem espessura.

É juventude. Juventude ou claridade.

É um azul puríssimo, propagado,

isento de peso e crueldade.

Eugénio de Andrade, poemas

Quinta-feira, 9 de Abril de 2020

Pablo Picasso

26 de abril de 1937

Quadro Guernica de Pablo Picasso

"O Quadro Guernica de Pablo Picasso é uma das mais famosas pinturas do artista espanhol e uma das mais conhecidas do cubismo. Esta obra de arte revela os efeitos da guerra em uma população.

O artista espanhol se inspirou no bombardeamento da cidade Guernica no dia 26 de abril de 1937. Neste dia, aviões alemães da Legião Condor destruíram quase completamente a cidade espanhola. Guernica (ou Gernika em basco) é uma cidade da província da Biscaia, localizada na comunidade autônoma do País Basco.

Por este motivo, este quadro tem também um significado político e funciona como uma crítica à devastação causada pelas forças Nazistas aliadas com o ditador espanhol Franco. Outra possível interpretação indica que o quadro Guernica funciona como um símbolo de paz ou anti-guerra.

Depois de ter sido terminado (demorou aproximadamente um mês a ser terminada), o quadro fez uma digressão pelo mundo, tendo ficado globalmente reconhecido e atraindo a atenção do resto do mundo para a Guerra Civil Espanhola.

Com o início da Guerra Civil Espanhola (em 1936), o falecimento da sua mãe em 1939 e o princípio da Segunda Guerra Mundial, o artista teve uma fase mais escura. Algumas das suas obras criadas nessa altura revelam o seu estado de espírito mais atormentado, como por exemplo o quadro Guernica e a série de "Dona Maar".

Quando rompeu a Segunda Guerra Mundial, o artista resolveu emprestar a sua pintura ao Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA), onde esteve até 1981, ano em que regressou a Espanha.

Guernica é uma pintura a óleo sobre tela de grandes dimensões, com 7.76 metros de comprimento e 3.49 metros de altura. Atualmente, esta pintura está exposta em Madri, no Museu Reina Sofia.

Leia também: 13 obras essenciais para compreender o gênio de Pablo Picasso

Análise do quadro Guernica

O contexto histórico é essencial para interpretar esta pintura. Neste momento, a Espanha vivia um conflito entre as forças Republicanas e os Nacionalistas, liderados pelo General Francisco Franco. Os Nacionalistas contaram com o apoio do exército Nazista e autorizaram os alemães a bombardearem Guernica, como forma de testarem novas armas e táticas de guerra, que viriam a ser usadas mais tarde na Segunda Guerra Mundial.

Depois do ataque destruidor, Pablo Picasso - que estava morando em França na altura - estava trabalhando numa obra para apresentar numa Exibição em Paris a pedido do Governo Republicano Espanhol, mas decidiu abandonar a sua ideia original para criar uma obra relacionada com o ataque em Guernica.

Cores

O preto e branco foram as cores escolhidas pelo o autor, que servem para intensificar a sensação de drama causado pelo bombardeamento.

Composição

Esta é uma obra cubista, pois inclui figuras geometricamente decompostas, usando elementos surrealistas e técnicas que seriam associadas ao cubismo.

O cavalo e o touro são dois dos elementos mais destacados do quadro, sendo elementos muito populares na cultura espanhola. Uma possível interpretação é que este ataque representa um ataque à cultura espanhola, uma tentativa de destruir os ideais defendidos pelos cidadãos espanhóis.

Além disso, também é possível ver o horror causado em seres humanos, com um soldado morto no chão, uma mãe que chora a morte do filho morto nos seus braços (esquerda do quadro), uma mulher em desespero enquanto a sua casa é destruída em chamas (direita do quadro), uma mulher com a perna ferida que tenta fugir de todo o caos causado (no centro da pintura) e uma mulher com um lampião, que parece iluminar o resto dos elementos (no centro do quadro).

Alguns elementos parece que têm algo escrito dentro, como se fossem formados por folhas de jornal. Isso indica como o pintor foi informado sobre o ataque ocorrido em Guernica.

A espada quebrada representa a derrota do povo, que foi quebrado pelos seus opositores, enquanto os edifícios em chamas indicam a destruição não apenas em Guernica, mas a destruição causada pela Guerra Civil." in quadro-guernica-de-pablo-picass

Quarta-feira, 8 de Abril de 2020

Borba inspiradora

Fotografia de Filipe Galhanas

PASSADO COM HISTORIA

TI INÁCIO

Os fundadores do blogue Amigos de Borba, agradecem e têm muito gosto em publicar, esta bonita crónica, dedicada a um grande homem, Inácio António Ramos que já partiu, mas nunca o esquecemos.

A autoria é de Francisco Pardal, mais conhecido por (Chico Cabeleireiro), brindou-nos a nós e ao povo de Borba escrevendo de uma personagem, muito querida de todos nós, que nos deixa sempre saudades, obrigado Francisco: Zé Russo.

Nas festas das primícias da seara, eram feitas as ofertas dos primeiros frutos, com cortejo levado ao altar do Senhor Deus, reveladas diversas vezes no Antigo Testamento.

Muitos milhões de taças de vinho, foram consumidas, nas festas Salomónicas e de outros Reis e Profetas, de que nos fala a Bíblia.

É desses tempos de séculos e séculos que, que nos vem o grão de trigo e o fruto da videira, os quais, nos foram deixados por Jesus Cristo, para nosso Alimento na Fé.

Confinados ao ínfimo do espaço, que como terra de vinhos, Borba se encontra, onde os modos mais artesanais era realizado o seu fabrico, desde homens que de enxada ao ombro, por um trabalho à jorna, revolviam a terra, fazendo com que as videiras produzissem, mais abundantes cachos que, seriam pisados, para deles sair o tão apreciado e saboroso liquido, hoje classificado pelos estudiosos no assunto como agridoce, encorpado e de diversos sabores.

As vindimadoras, de ranchos que cantavam alegremente pelos campos, são hoje, em grande parte substituídas por máquinas, nas colheitas da uva, até às formas mais sofisticadas, ao recolher do seu sumo, a que depois chamamos vinho.

Serve esta breve reflexão, para o que a seguir se revela, como realidade do conhecimento, que nos fica do dia-a-dia da vida.

Era em Setembro, no dizer dos agricultores, mês em que São Miguel fecha as asas, tempo de vindimas e que assinala o fim do verão.

Havia na antiga rua do Biscaio, um cheiro que se tornava agradável e que vinha da taberna do Tio Inácio, onde pela janela aberta da adega, nos chegava o som das uvas em fermentação, exalando o cheiro a mostro.

O senhor Ramos na linguagem popular de Ti Inácio, figura bem conhecida de todos, e afamado pelo seu saber como escolher a uva que fazia bom vinho.

Pelo trato respeitoso e afável que apesar da diferença de idades, sempre mantivemos conversas francas e abertas.

Era à hora do serão, quando a porta da taberna se fechava, que ele e sua mulher a Ti Quica, recolhiam a casa.

Para que isso acontecesse, já antes tinham sido feitas as vindimas, que era quando o Tio Inácio, com as suas botas de borracha, tinha saltado para dentro do tino das uvas, fixado ao carro de varais, onde vinham as uvas e de forquilha nas mãos, ia lançando golpes atrás de golpes e as uvas, iam escorrendo pelo tabuleiro abaixo, até ao chão de mármore, que ele primava pela limpeza, até à adorna, onde se desfazia dos engaços e eram levadas para dentro das talhas, para fermentarem.

Cá fora na rua ouvia-se o ruído da fervura do mostro, éramos levados a dizer. Óh Tio Inácio já ferve, ao que ele respondia.

Ainda tem que levar muita volta, porque era preciso dar volta às talhas, como ele dizia, embora não saíssem do mesmo sítio, porque o que era mexido era o que estava lá dentro.

Ora aconteceu que certa vez, passando pela rua, cumprimentando-o, ele deu-me como resposta, um gesto, chamando-me com a mão, anda cá, anda cá.

A taberna aquela hora estava vazia, só nós dois, fui assim convidado a passar para o lado de dentro do balcão, o que era proibido a qualquer freguês e que ele impunha respeito, fui seguindo os seus passos, entrando na zona das talhas da adega, com o vinho por ele fabricado.

Uma das talhas tinha colocada uma torneira, em baixo ao fundo da barriga, com o registo um pouco aberto, por onde corria um fio gotejante de vinho, para dentro de um grande alguidar de barro vermelho, onde uma cabaça servia para encher os jarros de vinho, que iam para o balcão.

Subindo uns degraus de um pequeno escadote, e pegando num dos copos que servia para as provas, afastou alguns bagulhos e tirou de lá um copo com vinho por cima para eu provar, dizendo:« isto é só para nós»; dando a entender que poucos tinham a oportunidade de tal privilégio.

E eu bem ao contrario do que mandam as boas regras da enologia, de cheirar e provar, peguei no copo que ainda pingava no fundo e de um golpe suave bebi metade daquele precioso néctar, banhando nele a língua e procurando saborear o gosto, que aquele pico miudinho lhe transmitia, era puro sumo de uva, fermentado em talha de barro, pesgada com o produto próprio, acabei por fim a dar um estalo com a língua dizendo:«Oh Tio Inácio, isto parece champanhe!»,

Era isso mesmo que eu esperava ouvir.

Não sei se era vinho ou champanhe, o que era verdade, é que uma vez sabendo-se na vila que tinha vinho novo, era sinal de casa cheia e então, era ver aquela taberna cheia de homens, saídos das pedreiras, fustigados pelo árduo trabalho, alinharem-se ao balcão para beber, e erguendo os copos e inclinando o corpo para trás, saboreavam o precioso néctar, manifestando um piscar de olho, do sabor que lhes tinha ficado na boca, outros erguiam os copos virados para a luz, fazendo reflectir sobre o liquido, aquela cor linda que contem, sim, porque os olhos também comem (neste caso bebem).

Já todos querem falar ao mesmo tempo, provocando um zum zum, em que nada se percebe, vai mais um e mais um, até ficarem muito alegres e bem-dispostos.

O petisco, bem, o petisco era muitas vezes restos de pão, carne ou queijo, que vinham na lancheira, como sobras do almoço.

FRANCISCO PARDAL

(CHICO CABELEIREIRO)

Terça-feira, 7 de Abril de 2020

Alentejo

Paisagens do Alentejo.. (Borba)

Foto: © Vítor Laranjeiro Photography

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Paisagens do Alentejo.. (Arraiolos)

Foto: © Vítor Laranjeiro Photography

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Campos do Alentejo.. (Alcaçovas)

Foto: © Vítor Laranjeiro Photography

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Campos do Alentejo..

Fonte: © Alma Alentejana

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Segunda-feira, 6 de Abril de 2020

Livro da semana

Urbano Tavares Rodrigues

Fuga Imóvel.Trecho do conto Telepathos

«Daqui te falo, através do vento de Novembro ainda cheio de pássaros e que derruba alguns postes telegráficos e fica cheio de sangue ( do meu sangue congelado ) sobretudo quando se encontra com a neve na travessia dos Alpes. Porque, bem sabes, isto de escrever é como dar sangue, só vale a pena quando cortamos as veias, para depois as laquearmos, está claro, até um dia, até ...ao acto absoluto de auto-vampirismo que secretamente nos fascina.

Em mim há todas as contradições, e só assim se explica que te deseje com este excesso que a distância torna em ferida e ao mesmo tempo com todo o amor e ódio por todas as mulheres, amor feito desta intensa espera de te descobrir e redescobrir, mas também da angústia, receio do definitivo; de infinita ternura, mas também de pânico, ou de espanto da abertura para a morte que é a aniquilação no outro.»

Domingo, 5 de Abril de 2020

Concerto de Domingo à tarde

Bach

Erbarme dich, mein Gott (Matthäuspassion)

Galou (Roth)

https://youtu.be/BBeXF_lnj_M

Sábado, 4 de Abril de 2020

Celeiro da Cultura

ROGER VAN DER WEYDEN

O Descendimento (detalhe)

Anterior a 1443.

Museu do Prado, Madrid

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"A pintura é uma poesia que se vê e não se sente, e a poesia é uma pintura que se sente e não se vê."

Leonardo Da Vinci

Jean-Francois Millet - The Gleaners, 1857. Oil on canvas, 83.5 × 110 cm (32.9 × 43.3 in). Musée d'Orsay, Paris, France

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"O talento desenvolve-se no amor que pomos no que fazemos. Talvez até a essência da arte seja o amor pelo que se faz, o amor pelo próprio trabalho."

Máximo Gorki

“ O mundo muda quando dois se olham...e se reconhecem. Amar, é despir-se de nomes.” Octávio Paz

“Você diz que ama a chuva, mas você abre seu guarda-chuva quando chove. Você diz que ama o sol, mas você procura um ponto de sombra quando o sol brilha. Você diz que ama o vento, mas você fecha as janelas quando o vento sopra. É por isso que eu tenho medo. Você também diz que me ama.” William Shakespeare.

Homenagem aos Mestres Cantores do Alentejo,

têmpera sobre madeira, (1,30 x 40 cm), 1965.

Autor: José Manuel Espiga Pinto - CAM, Fundação Calouste Gulbenkian.

Calendário de Adriano Bastos

Photography Ching Yang Tung

Photography Ching Yang Tung

"São sete ou oito grupos de perto e longe. Cantam os trabalhos e os dias, os amores e as paisagens.

Estão duas mil pessoas a ouvi-los pela noite fora, em silêncio, só aplaudindo no fim de cada canção, à entrada de cada grupo, mas neste caso quase nada, porque é sabido que mal se podem bater palmas quando os homens começam a mover-se, lentamente, naquele movimento pendular dos pés, que parecem ir pousar onde antes haviam estado, e no entanto avançam.

O tenor lança os primeiros versos, o contratenor levanta o tom, e logo o coro, maciço como o bloco dos corpos que se aproximam, enche o espaço da noite e do coração. O viajante tem um nó na garganta, a ele é que ninguém poderia pedir-lhe que cantasse. Mais facilmente fecharia os punhos sobre os olhos para não o verem chorar." (José Saramago, "Viagem a Portugal")

José Manuel Espiga Pinto

Fotografia in Público .pt

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Fundação José Saramago

Sexta-feira, 3 de Abril de 2020

GASTRONOMIA

Receitas Culinárias Alentejo

Conheça as Receitas Culinárias do nosso

Alentejo, as quais constituem património secular que urge preservar

e outras mais receitas do nosso Alentejo.

Ensopado de Borrego

INGREDIENTES

1 kg de carne de borrego

1 cabeça pequena de alho

1 dl de azeite

2 folhas de louro Sal q.b.

PREPARAÇÃO

Parte-se a carne e leva-se esta a cozer em água tempera-da de sal.

Ao levantar fervura, vai-se retirando toda a espuma.

Seguidamente, juntam-se os alhos picados finamente, a fo-lha de louro e o azeite.

Deixa-se acabar de cozer e apurar.

SUGESTÃO

Serve-se sobre sopas de pão, aromatizadas com um rami-nho de hortelã.

Receita publicada em “Comeres de Serpa” (Câmara Municipal de Serpa e Escola

Superior de Educação de Beja, 1994).

O Borrego do Baixo Alentejo – IGP, que resulta do cruzamento das raças Campaniça

e Merino Branco com raças não autóctones, alimenta-se de leite materno e

pastagens espontâneas ou melhoradas. A carne, tenra e suculenta, é utilizada

na confeção de vários pratos, como a Perna de Borrego Assada no Forno de Lenha e o

Ensopado de Borrego.”

In RECEITAS E SABORES DOS TERRITÓRIOS RURAIS • 235

https://sites.google.com/site/amigosterrasborba/1-alentejo-1/4-gastronomia/rereceitas-de-culinaria-do-alentejo-1

Quinta-feira, 2 de Abril de 2020

"Respigando...Borba"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Photo of Ching Yang Tung

A FONTE DAS BICAS

José Miguel Simões

Edições Colibri e CEDA

Outubro 202

A Fonte das Bicas é, com todo o merecimento, o ex-Iibris de Borba.

Monumento Nacional desde 1910, foi edificada em 1781, pela Câmara Municipal, que assumiu a sua função de protectora e zeladora dos interesses do povo no abastecimento da água à vila, face aos interesses privados. Na sua forma podemos adivinhar a influência dos desenhos das fontes de Carlos Mardel, projectadas para Lisboa, décadas antes. Contudo, a Fonte das Bicas pretendeu ser um monumento a Borba, não só pelo uso dos mármores, elogiados na inscrição do espaldar, mas também pela reconstituição do lago onde, segundo a lenda, se achou o barbo que deu o nome à vila. Pela novidade que trouxe ao Alentejo, a Fonte das Bicas foi modelo para outras fontes monumentais que depois dela surgiram na região.

João Miguel Simões nasceu em Lisboa, em I976. Licenciou-se em História, variante de História da Arte, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo concluído uma tese de mestrado com o título Arte e Sociedade na Lisboa de D. Pedro II.

Retrato de José Leandro Carvalho

Tem vindo a especializar-se na área da História da Arte do Barroco e da lconologia, tendo publicado algumas obras em livro: O Monumento do Senhor Roubado - Odivelas (2000), O Convento das Trinas do Mocambo (2001 - no prelo).

Desempenhou entre 2000 e 2002 as funções de historiador no Gabinete Técnico Local da Câmara Municipal de Borba, onde, em co-autoria, escreveu o livro O Vinho e o Património, reflexos de uma cultura secular e a componente histórica e urbanística do Plano de Pormenor de Salvaguarda da Zona Antiga de Borba.

INSCRIÇÃO GRAVADA NA FONTE, por baixo do medalhão da RAINHA D. MARIA I

IMPERATIBUS FIDELIS SIMA REGINA NOSTRA MARIA NOMINE I: CUM ETDELISSIMO REGE NOSTRO PETRO III: OBTENTA REGIA FACULTATE: SUB AUSPICIO ET PATROCINIO ILLIMI AC EX MI VICE COMITIS DE LOU RINHAA HUJUS PROVTICI AE GUBERNATORIS VTGILA TISSIMI: SENATUS HUNC COPIOSUM FONTEM ET MA GNIFICUM OPUS CONS TRUERE FECERUNT: IN IL LO (ICTU OCULI) FUL GENT ET NITENT: REGUM MAGNITUDO ET BENEFI CENTIA: PROTECTORIS PO TESTAS ET AMOR: DECURI ONUM ACTIVITAS ET ZE LUS POPULIQUE UTTLITAS ET DECOR: ET IDEO ISTE IN GRATITUDINIS SUAE PER PETUUM MONUMENTUM

HANC MEMORIAM EXA

RARE EECIT. ANNO DOMI

NI MDCCLXXXI

Reinando a nossa Fidelíssima rainha Maria, primeira do nome com o nosso Fidelíssimo rei Pedro III, obtida auctorização régia e sob os auspícios e protecção do III.m° e Ex.m° Visconde da Lourinhã zelosíssimo governador d'esta província: a Câmara mandou construir esta copiosa fonte e magnífica obra, na qual brilha e refulgem (à primeira vista) a grandeza e beneficência real, o poder e o affecto do protector, a actividade e o zelo dos vereadores, e a utilidade e honra do povo.

Por isso este, em signal de perpétua gratidão, mandou exarar esta memória no anno do Senhor de 1781.

Seguindo a tradução que o padre António Joaquim Anselmo fez deste texto, na obra seguinte:

(P.e António Joaquim Anselmo - O Concelho de Borba, Elvas, Typographia e Stereoypia Progresso, 1907).

Moeda em ouro

D. Maria I 1789

(já posterior a este evento)

Quarta-feira, 1 de Abril de 2020

Ao encontro com a nossa gastronomia

Borba

Quando os caminhos são longos e tardam a percorrer, o viajante sente segundo a sabedoria popular "o estômago a dar horas". Chegado a Borba demora o seu olhar sobre o Paço de São Bartolomeu, obra que o deslumbra e avança pela Rua Terreiro das Servas, estacionando a dois passos da Rua António de Melo e Castro.

Se o Paço já o tinha impressionado , é defronte ao Convento das Servas e da Capela do Nosso Senhor dos Aflitos que se interroga sobre a presença de tantos monumentos, sobretudo de arquitectura religiosa, que mostram o bom gosto, a riqueza e o nível cultural de então nesta vila, agora cidade.

Estamos finalmente no Restaurante Canhoto, esperando por uma boa refeição de cozinha tradicional alentejana, tal como foi aconselhado por amigos que já demandaram estas paragens. Sentado na sala de mesas espaçosas, onde animadamente se conversa, o seu olhar dirige-se para o tecto alto de traves de madeira sobre paredes brancas e onde a luminosidade cria um ambiente muito acolhedor.

Chegam à mesa gulosas azeitonas, queijo fresco de Rio de Moínhos, o saboroso pão alentejano e onde não falta o famoso vinho tinto da Adega Cooperativa de Borba.

Da cozinha desprendem-se aromas que abrem o apetite. O serviço é de qualidade primando o atendimento pela atenção e acompanhamento do cliente.

No cardápio surge a oferta de oito pratos, qual deles o mais aliciante, o que torna difícil a escolha.

O estomago, esse reclama mas concerteza vai deliciar-se com um opíparo almoço de (pèzinhos de coentrada). Os demais pratos repartem-se pela cachola servida em tacho de barro, pelas costeletas de borrego panadas e gansinho assado no forno.

Com batatas fritas chega à mesa os pèzinhos de centrada envoltos em alhos e coentros que fazem a delícia do viajante.

Para o estomago o almoço foi excelente. O convívio e a conversa amena constituíram alimento para o espirito. Não fora o imenso trabalho da cozinheira com a entrada de mais clientes, o viajante passaria pela cozinha para dois dedos de conversa sobre a arte e a sabedoria ancestral de combinar as plantas aromáticas com os pèzinhos de porco, que não dispensam um bom azeite, abundante nesta terra produtiva e rica deste ouro dos olivais.

Parte o viajante com a ideia de aqui regressar.

Lá fora no imenso largo sentem-se já os primeiros sinais da primavera.

Domingo, 29 de Março de 2020

Concerto de Domingo à tarde

Rachmaninov Piano Concerto No. 2 Mov. 2

https://youtu.be/21z-K5ChWbE

Sábado, 28 de Março de 2020

Mudança da Hora – 29 de Março de 2020

Na madrugada de 29 de Março de 2020 (domingo), a Hora Legal muda do regime

de Inverno para o regime de Verão.

– Em Portugal continental e na Região Autónoma da Madeira, à 1:00 hora da manhã

adiantamos o relógio de 60 minutos, passando para as 2:00 horas da manhã.

– Na Região Autónoma dos Açores a mudança será feita à meia-noite (00:00) de Domingo,

dia 29 de Março, passando para a 1:00 hora da manhã, do mesmo dia.

in Observatório Astronómico de Lisboa

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Música Tradicional alentejana

Anima Mea Ronda dos Quatro Caminhos

https://youtu.be/eE0cw6t9C_U

Sexta-feira, 27 de Março de 2020

Música Tradicional alentejana

Taberna em Cuba - Baixo Alentejo

https://youtu.be/GBhgE3EMQy4

Quinta-feira, 26 de Março de 2020

Visite o Alentejo

Serpa

Serpa-Ermida de Santana

Serpa-Ermida de S. Sebastião

Serpa-Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe

Serpa-Alentejo-Nossa Senhora de Guadalupe

https://youtu.be/0EPDHK64ZoU

Quarta-feira, 25 de Março de 2020

Música Tradicional alentejana

Saias Raianas - Ronda dos Quatro Caminhos

https://youtu.be/7gMsuPowZvc

Terça-feira, 24 de Março de 2020

Música Tradicional alentejana

Ao romper da bela aurora - Musica Tradicional do Alentejo

https://youtu.be/2SVS5H-oXnk

Segunda-feira, 23 de Março de 2020

Música Tradicional alentejana

Rancho De Cantadores De Aldeia Nova De São Bento

A Moda Do Meu Chapéu

https://youtu.be/a3oPq91gdcc

Domingo, 22 de Março de 2020

Concerto de Domingo à tarde

Marianne Faithfull - Who Will Take My Dreams Away

https://youtu.be/jYNCnLTnzys

Sábado, 21 de Março de 2020

Alentejo

Histórias centenárias dos castelos no Alentejo

"O Alentejo é rico na história e cultura que representa o centro-sul do país lusófono. Portugal,

com perto de 500, é um dos países da Europa com mais castelos e fortificações. Uma visita a

este canto da Península Ibérica permite explorar os castelos centenários que surgiram à medida

que Portugal conquistava o território para sul e que ainda hoje persistem.

Para quem é apreciador de passeios históricos, a abundância e a qualidade do património

queo Alentejo oferece é o convite ideal para conhecer a história da terra e das suas gentes,

de cada muralha, castelo, fortes e das suas vilas."

Castelo de Noudar

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in portugalnummapa.com

"Envolto de espaço verde e região montanhosa, entre a ribeira da Múrtega e o rio Ardila, situa-se o Castelo de Noudar, datado de 1307, pelo reinado de D. Dinis.

O castelo está rodeado de terras férteis e extensos montados para o pastoreio do gado. A sua localização foi pensada pela sua defesa natural, pela sua sobreposição no topo do monte, mas também pelo fácil acesso e aproveitamento de uma nascente de água, a Fonte da Figueira."

in National Geographic

Sexta-feira, 20 de Março de 2020

Equinócio da Primavera 2020

"Em 2020 o Equinócio da Primavera ocorre no dia 20 de março às 03:50 horas[1]. Este instante

marca o início da Primavera no Hemisfério Norte. Esta estação prolonga-se por 92,789 dias até

ao próximo Solstício que ocorre no dia 20 de junho às 22:44 horas. Os instantes estão

referenciados à hora legal de Portugal continental e Região Autónoma da Madeira.

Na Região Autónoma dos Açores o Equinócio da Primavera ocorre no dia 20 de março às

02:50 horas.

Os equinócios ocorrem duas vezes por ano, na primavera e no outono, nas datas em que o

dia e a noite têm igual duração[2]. A partir daqui até ao início do outono, o comprimento do

dia passa a ser maior do que a duração da noite, devido ao Sol percorrer um arco mais longo

e mais alto no céu todos os dias, atingindo uma altura máxima no início do Solstício de Verão.

É exatamente o oposto no Hemisfério Sul, onde o dia 20 de março marca o início do Equinócio

de Outono."

in equinocio-da-primavera-2020

Quinta-feira,19 de Março de 2020

O Livro da semana

José Rentes de Carvalho

"De ascendência transmontana, nasceu em 1930 em Vila Nova de Gaia, onde viveu até 1945. Frequentou no Porto o liceu Alexandre Herculano, e mais tarde os liceus de Viana do Castelo e Vila Real. Fez o serviço militar em Lisboa, onde simultaneamente frequentou os cursos de Românicas e Direito. Obrigado por razões políticas a abandonar Portugal, viveu no Rio de Janeiro, em São Paulo, Nova Iorque e Paris. Em 1956 passou a viver em Amesterdão, na Holanda, para onde foi como assessor do adido comercial da embaixada do Brasil. Licenciou-se na Universidade de Amesterdão com uma tese sobre O Povo na Obra de Raul Brandão. Nessa universidade foi docente de Literatura Portuguesa de 1964 a 1988. Desde então dedica-se principalmente à continuação da sua obra literária. A sua bibliografia inclui um vasto número de colaborações em revistas, publicações culturais e jornais portugueses, brasileiros, belgas e holandeses.

Descoberto tardiamente em Portugal, José Rentes de Carvalho retrata o nosso país com a intensidade de quem o conhece como ninguém e com a acutilância de quem o observa à distância."

in http://www.cm-matosinhos.pt/pages/242?news_id=2939

Quarta-feira, 18 de Março de 2020

José Manuel Espiga Pinto

Vila Viçosa

16 de Março de 1940 - 1 de Outubro de 2014

Entrevista RTP a ESPIGA Pinto, 4 de Maio de 2006, no seu atelier.

Veja o vídeo: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/espiga-pinto/…

Espiga Pinto, que celebrou em 2006 cinquenta anos de exposições individuais, relata o

seu trajecto artístico, as grandes temáticas da sua obra, bem como a sua descoberta

e uso da geometria sagrada e do número de ouro.

80º Aniversário do nascimento de Espiga Pinto

"Hoje, 16 de Março de 2020, celebramos o nascimento de um dos mais relevantes artistas do séc. XX em Portugal, cujo percurso marcou áreas tão distintas como a pintura, o desenho e a escultura, mas também a cenografia (Companhia de Bailado da Gulbenkian, prémio Bienal de S. Paulo), a gravura, a medalhística (prémio internacional COTY - Coin of the Year) a numismática e o design gráfico.

Durante seis décadas de obra produzida (1954-2014), foram vários os períodos: desde a vida quotidiana do Alentejo (1954-1972), ao período da sua "Mentacosmunicação" dos anos 70, aos protestos artísticos contra a Guerra, a muitos meses sem pintar, aos anos 80 com uma obra cada vez mais geometrizante, tratando temáticas Lusíadas, que culminou em peças magníficas, de cores intensas e de grande formato nos últimos anos da sua vida.

Gradualmente e após a sua grande visibilidade nos anos 1990, Espiga Pinto viveu a sua vida cada vez mais procurando a introspeção, o bem dos outros - muitas vezes em detrimento do seu próprio - e a busca da Verdade, nomeadamente através dos seus estudos em geometria sagrada.

De todas as vertentes da sua Obra, referia-se a si próprio como "Escultor Espiga", consciente que esteve sempre da necessidade de extrair a Arte que reside dentro da pedra, em direcção à perfeição interior.

Foi mais tarde, ainda em vida e com toda a justiça e mérito, tratado pelos seus ex-alunos, coleccionadores, admiradores, amigos e pelo público em geral como "Mestre Espiga Pinto".

A todos os que acompanham esta página, em nome do nosso pai, o nosso agradecimento."

Os filhos do Mestre Espiga Pinto,

Aurora e Leonardo

Terça-feira, 17 de Março de 2020

"Pedro Barroso, o último trovador português”

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Pedro Barroso - Agora nunca é tarde

https://youtu.be/oTipo7y-pC8

Segunda-feira, 16 de Março de 2020

Alentejo Património Cultural

Bento de Jesus Caraça

Vila Viçosa

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Quem foi Bento de Jesus Caraça?

"Bento de Jesus Caraça nasceu em Vila Viçosa a 18 de Abril de 1901 e foi um dos maiores vultos da intelectualidade portuguesa.

Bento de Jesus Caraça

Ilústre matemático e antifascista, fundador da Universidade Popular Portuguesa e da Biblioteca Cosmos, direccionou toda a sua actividade intelectual e cívica para a cultura integral do índividuo.

Bento de Jesus Caraça nasceu em Vila Viçosa a 18 de Abril de 1901 e com ele o universo cultural da matemática portuguesa ganhou uma nova dimensão.

Impulsionou os estudos de Econometria em Portugal, criou o Centro de Estudos de Matemáticas Aplicadas à Economia e fundou a “Gazeta da Matemática”.

Publicou vários estudos até à sua mais notável obra, “Conceitos Fundamentais da Matemática”, publicada pela pioneira Biblioteca Cosmos, que fundou em 1941.

A criação do Estado Novo levou-o a intensificar a actividade política. Lutou pela liberdade e a democracia.

Nunca abdicou dos seus ideais.

Tornou-se um dos maiores vultos da intelectualidade portuguesa. Foi um semeador de Cultura e Cidadania.

Faleceu em Março de 1948.

In Instituto Bento Jesus Caraça

Clique no LINK e tem acesso a

08-bento-jesus-caraca

"Se não receio o erro, é porque estou sempre pronto a corrigi-lo."

Bento de Jesus Caraça

Domingo, 15 de Março de 2020

Concerto de Domingo à tarde

Smetana: Má vlast: Vltava (Die Moldau) / Harnoncourt / styriarte

https://youtu.be/0XskLG0Vl3I

Jeanne Moreau "INDIA SONG" 1975 (Marlene Dietrich)

https://youtu.be/6XWBMRBjKUA

Sábado, 14 de Março de 2020

"Respigando...Alentejo"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Fotografia de Adriano Bastos

“O presente é a sombra que se move separando o ontem do amanhã.

Nela repousa a esperança."

Frank Lloyd Weber

Portugal e a pandemia de há um século

"A espaços, a História repete-se sempre como uma espécie de "ordem natural" e é nosso dever

aprender com ela.

Faz agora 102 anos, em Maio de 1918, que o nosso país foi colhido por uma pandemia

transcontinental, o vírus H1N1, que entre nós ficou popularmente conhecida por "pneumónica"

ou "gripe espanhola", que ceifou a vida a mais de 60.000 portugueses (60.474, oficialmente) e

a outros 20 milhões em todo o mundo.

Os primeiros casos foram registados em Vila Viçosa, trazidos por camponeses portugueses que trabalhavam sazonalmente em Espanha, onde já grassava de forma severa, e rapidamente se espalhou por todo o Alentejo e depois por todo o país, de norte a sul, incluindo as ilhas dos Açores e da Madeira.

À época, Ricardo Jorge, Director do Instituto Central de Higiene, para muitos um epidemiologista "visionário", surpreendeu a comunidade com a pronta tomada de medidas até então nunca adoptadas:

decretou a notificação obrigatória de todos os casos, o isolamento dos doentes, a interdição da migração de pessoas, a suspensão das aulas e a proibição das visitas nos hospitais."

José Luis Espada-Feyo

"Respigando...Borba"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Photo of Ching Yang Tung

Os nossos melhores AGRADECIMENTOS ao contributo de Filipe Rosado

e à perspectiva de um imenso espólio de documentos a estudar e divulgar...

Sexta-feira, 13 de Março de 2020

Sugestão de Passeio

Borba

Alentejo- Aldeia de São Gregório- Borba

https://youtu.be/SUGhVNm9J3g

Quinta-feira, 12 de Março de 2020

"Respigando...Borba"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

"As respigadoras" de Jean-François Millet

Em Borba com o Prof. José Hermano Saraiva

A Alma e a Gente - Ressurreição das Aldeias (Borba)

03 Fev 2008

Prof. José Hermano Saraiva

O concelho de Borba não é um concelho grande, tem 142 quilómetros quadrados, a

população não é muita, tem 8500 habitantes, mas trata-se de um dos concelhos mais

ricos do Alto Alentejo. As duas grandes riquezas da região são o Vinho e o Mármore.

Só que agora surge uma terceira riqueza, o Turismo, com a ressurreição duma aldeia

típica alentejana (S. Gregório) agora transformada em aldeia turística

(um projecto exemplar).

https://youtu.be/3TRJ3MwEbOk

Quarta-feira, 11de Março de 2020

Celeiro da Cultura

"O mal de quem apaga as estrelas é não se lembrar de que não é com candeias que se

ilumina a vida."

Miguel Torga

"O presente é a sombra que se move separando o ontem do amanhã.

Nela repousa a esperança."

Frank Lloyd Weber

Em todas as almas, como em todas as casas, além da fachada, há um interior escondido.

Raúl Brandão

«Ser escritor é uma espécie de doença, uma obsessão. Mas a doença do escritor é

também o seu melhor remédio. Depois de corrigir e reescrever tanto que mal consigo

decifrar o meu próprio manuscrito, chega finalmente o momento em que digo:

Fiz o melhor que pude.»

Graham Greene, Santos e Pecadores

Terça-feira, 10 de Março de 2020

Respigando...Alentejo"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Fotografia de Filipe José Galhanas

Évora

Extraído de "As Pedras e o Tempo" de Fernando Lopes, 1961. Seu primeiro filme.

https://youtu.be/WQPyr-L8Xn8

Segunda-feira, 9 de Março de 2020

O Livro da semana

Jangada

Romeu Correia

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"Romeu Henrique Correia nasceu em Cacilhas a 17 de Novembro de 1917. Fortemente

ligado às tradições populares e às colectividades da sua margem sul, a Almada que o

via percorrer, pelas tardes soalheiras, as ruas com história da cidade velha, ou em tertúlias

à mesa do Café Central, ou nas noites de cinema na Academia Almadense, não podia perder

esse vínculo iniciático de rebeldia popular que eram as antigas cegadascarnavalescas."

Domingos Lobo

jangada.jpg

"...Jangada (1962), farsa em dois actos apresentada em 1966 no Teatro Villaret

pela Companhia Portuguesa de Comediantes, se concentrava nos

preconceitos e conflitos geracionais,..."

"Romeu Correia pertence, diz-nos Óscar Lopes, ao grupo de autores que a partir

dos anos 1940, procuraram imprimir ao teatro português uma orientação realista e de

estrutura mais imaginativa. E mais afirma Óscar Lopes: O Vagabundo das Mãos de Ouro,

foi, em 1961, a melhor consagração dramatúrgica de Romeu Correia. Na linha de

experiências anteriores, integra na tradição realista um conjunto de recursos que

vêm do expressionismo, da tradição popular (romanceiro e fantoches) e do

antiteatro, elevando sensivelmente o nível a uma carreira, individual de teatro,

romance e conto, que até então se poderia classificar fundamentalmente de populista

mas que progrediu no sentido de um imaginativo neo-realista.1"

"Quem vive num cais à beira de um rio navegável ouve com frequência o apito distante

ou perto de navios e o grasnar das aves marinhas... diz-nos ele nas indicações que

escreveu para a peça Jangada. Os sons do seu Cais do Ginjal, a vida, o movimento,

os sonhos e a memória da sua Almada, das gentes da outra banda, a que ele deu vida,

espessura, mesmo que na figura grotesca de um manipulador de robertos, mesmo num

palhaço de pés largos, passos sincopados e bengala rolando entre a falange e a falangeta,

acompanhado por um garoto vestido de andrajos, brilhando intermitentes num lençol

seboso como abcessos improváveis; um autor que foi um alquimista de afectos

mas que tinha a faculdade única de tornar os sonhos fecundos e perenes. Um vagabundo

que tinha as mãos do povo, que são de ouro como se sabe, capazes de transformar

os Sábados sem Sol, em domingos de Fogo e Luz."

Domingos Lobo

"CAROLINA (sombria): Que viver tão triste que tem sido o nosso! (Comovida) Quando penso na nossa existência entre estas quatro paredes… choro, choro, só me sinto bem a chorar!...

LUZIA (igualmente comovida): Se tivéssemos casado, nada disto teria acontecido. Mas este maldito cais onde o papá se meteu… Nós, umas raparigas, entaipadas entre o mar e o céu…

(Pausa)

CAROLINA: Há mulheres que nunca se conformariam entre estas quatro paredes!

LUZIA (reagindo): Mulheres sem princípios!

CAROLINA (digna): Mas a nós, graças a Deus, nunca eles nos faltaram!

(Pausa)

LUZIA: Os nossos pais prenderam-nos demasiado… - foi o que foi!

CAROLINA: Nisso de severidade, a mamã levava a palma ao papá.

LUZIA: Era ela que nos aturava de manhã à noite. Ao passo que o pobrezinho só nos via quando regressava do trabalho… Aquele homem viveu mais horas sob o telhado da fábrica que junto da esposa e dos filhos."

Sábado, 7 de Março de 2020

"Respigando...Borba"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Photo of Ching Yang Tung

Os nossos melhores AGRADECIMENTOS ao contributo de Filipe Rosado

e à perspectiva de um imenso espólio de documentos a estudar e divulgar...

Rio de Moinhos-Borba

Photo in Igreja paroquial de Sao Tiago.jpg

"Sobranceira ao rio Lucefece, considerado mágico e sagrado desde os tempos pagãos,

a igreja de Santiago datará dos últimos anos do século XIII. À sua volta, ao longo do percurso

do rio, existiram numerosas azenhas que utilizavam a força motriz da água. Terão sido estes

moinhos que deram o nome ao povoado de São Tiago de Rio de Moinhos.

No interior da igreja sepultou-se D. Gonçalo, em 1290, cuja lápide sepulcral, descoberta em

1728, ainda se preserva. D. Gonçalo é um homem desconhecido da História, mas certamente

um cavaleiro lavrador proprietário das terras na imediação. O interior desta igreja encontra-se

totalmente revestido a pintura mural representando cenas da vida de Santiago, datáveis

dos primeiros anos do século XVIII. Estas pinturas de vertente popular representam diversos

milagres do santo, numa linguagem catequética dirigida aos habitantes de Rio de Moinhos.

No interior também se guarda o antigo cruzeiro, obra arcaica dos finais do século XIII."

in Câmara Municipal de Borba

Borba-Rio de Moinhos - Alentejo

https://youtu.be/nRrctv7iEbM

Quinta-feira, 5 de Março de 2020

Cante Alentejano

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Fotografia de Francisco Braizinho

Grupo Violas Campaniças

https://youtu.be/rAcTOyHdiVY

Qual de Nós Valerá Mais? Pedro Mestre & Convidados NO CCB

https://youtu.be/KgO6bYq37dk

Quarta-feira, 4 de Março de 2020

Fotografia

Recolha fotográfica

no Alentejo dos últimos ciganos nómadas

Pierre Gonnord

"(Cholet, França 1963), começou seu projeto pessoal sobre o rosto humano no final dos anos 90,construíndo

ao longo dos anos um conjunto de retratosidentificáveis. Pierre Gonnord (França 1963),vive e trabalha em Madrid desde 1988. Seu próprioprojeto tornou-se um estilo de vida, uma viagem pelas estradas em busca de personagenspertencentes a grupos sociais com forte identidade cultural. Aborda, vive e trabalha com tribos, clãs, mas especialmente com indivíduos marginalizados da da nossa paisagem urbanana era da globalização e, portanto, condenada a desaparecer. " O francês Pierre Gonnord(Cholet, 1963) tem se dedicado a retratar os nômadas que se deslocam para trabalhar entre Espanha e Portugal. "Com muita paciência e muita gasolina gasta", diz ele, que viajoumilhares de quilômetros para

fotografar"indivíduos longe das cidades."

Poeta da fotografia e expoente máximo nesta arte, Pierre Gonnord, trabalhou na recolha

fotográfica no Alentejo dos últimos ciganos nómadas e os seus animais. Seus valiosos

trabalhos foram expostos no ùltimo semestre de 2014 em Cáceres, e estão actualmente

em Nova Iorque.

Terça-feira, 3 de Março de 2020

Sugestão de Passeio

BORBA

"Andar por terras distantes e conversar com diversas pessoas

torna os homens ponderados."

«Aquele que lê muito e anda muito, vê muito e sabe muito.»

Miguel Cervantes

Borba- Alto Alentejo

https://youtu.be/YYNHnTp10XM

Segunda-feira, 2 de Março de 2020

O Livro da semana

Alexandre Pinheiro Torres

Conta

"O Alentejo é o único sítio de Portugal onde se sabe tudo o que importa saber."

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"Nenhum de meus amigos conhecem este autor e acredito que a maioria de vocês nem imagina quem seja Alexandre Pinheiro Torres (1923-1999), escritor português nascido em Amarante. Mas deveriam. Romancista, poeta, importante crítico literário e professor universitário na Universidade de Cardiff, Alexandre viveu por curto período no Brasil após ser obrigado a exilar-se. O fato que o levou ao exílio está entre os gestos de que mais se orgulhava: em 1965, nomeado membro do Júri do Grande Prêmio de Ficção, atribuído pela Sociedade Portuguesa de Escritores, propôs a atribuição do prêmio ao livro Luuanda, de Luandino Vieira, que na época estava preso pela acusação de terrorismo. A atitude levou Salazar a proibi-lo de ensinar em Portugal, o que o levou primeiro ao Brasil e logo após à Cardiff, onde tornou-se catedrático de Literatura Portuguesa e Brasileira. Em 1970, fundou a primeira cadeira independente de Literatura Africana de Língua Portuguesa em universidades inglesas."

Milton Ribeiro

"Perde, de repente, a sua capacidade de êxtase perante o divino da Natureza. A alma, para a amar, não precisará de razão? Para quê olhar o Tâmega? Todos os rios de Portugal, se não são ainda o Tâmega, não acabarão por ser o Tâmega? O rio da minha aldeia de Alberto Caeiro, no poema que Teresa tanto gostava de recitar, não seria o Tâmega? Pascoaes detestava o rio Tamisa porque Tamisa era uma tradução, em bárbaro, da palavra Tâmega. Do Tâmega, como muitas vezes previa a D. Maria da Graça no seu ataque às hidroeléctricas que planeavam não uma, como se dizia, mas nove barragens no rio, sairiam as caravelas do futuro.

As margens encher-se-iam de marinheiros ávidos de encontrar uma ilha que se tivesse salvo da catástrofe. Talvez a ilha dos Frades, se a água a não subvertesse. Se resistisse chamar-lhe-ia, para sempre, a Ilha dos Amores.

Odete, com a inconsciência da juventude, entra na sala a cantarolar alegre:

«Deseja alguma coisa senhor presidente da Câmara?»

«Não me chames presidente da câmara enquanto eu não tomar posse.»

Bebe rapidamente outro conhaque enquanto fita os olhos da rapariga.

«Chega-te aqui», ordena.

Odete aproxima-se curiosa. Que lhe quererá o senhor doutor juiz? Mas Tadeu de Albuquerque não tem que lhe responder. Agarra-a e beija-a avidamente na boca. Ali estava a sua ninfa. Não era precisos esperar pelo futuro."

Sábado, 29 de Fevereiro de 2020

Em Borba-Mezinhas da Avó

"A alegria evita mil males e prolonga a vida."

William Shakespeare

O poder do chá de folha de oliveira

Categoria: Nutra-se

Como a procura por chás aqui no site tem sido grande, tenho pesquisado como nunca! E com um imenso prazer, já que estou conhecendo alternativas realmente poderosas na luta contra a balança. E esta minha nova descoberta é realmente impressionante. Vamos conhecer hoje os benefícios do chá de folha de oliveira.

A árvore que dá a azeitona é considerada sagrada. Mas como são mais valorizados os seus frutos, as folhas não recebem tanta atenção. Pois deveriam. Estudo da University of Michigan Health System aponta evidências de que a substância oleuropeínalimpa o açúcar do sangue. Ou seja, a infusão age com muito rigor nas nas gorduras acumuladas na região abdominal.

As folhas da oliveira possuem 4 vezes mais potássio, magnésio, manganês, fósforo, selênio, zinco e cobre que o chá verde. Estas substâncias são altamente antioxidantes, sendo ultra eficientes contra o envelhecimento e ainda estimulantes do metabolismo, que elimina gorduras com mais rapidez.

Para começar a colher seus benefícios, o indicado é que você beba de 3 a 4 xícaras por dia, em um período de 3 a 4 meses. Dessa forma, é possível perder até 6 quilos, aliando o chá com uma alimentação balanceada e saudável e também com a prática de exercícios físicos.

As folhas de oliveira são facilmente encontradas em lojas de produtos naturais ou em grandes mercados. O chá de oliveira pode ser ingerido por qualquer pessoa, exceto grávidas e lactantes.

Quer mais chá? Quentinho ou mesmo gelado, este é um aliado que vem para oferecer nutrientes, antioxidantes e até o controle da ansiedade. Conheça os tipos que são nossos aliados para perder peso nos Top 5 Chás.

Prepare o chá de folha de oliveira

Ferva 1 litro de água em uma panela e tire do fogo.

Adicione um punhado de folhas de oliveira e abafe.

Deixe por 1 minuto.

Em seguida, deixe a mistura esfriar e coe.

Não use adoçantes.

Para variar o sabor, acrescente folhas de hortelã ou cascas de abacaxi.

Tags: antioxidantes, chá de folha de oliveira, chás, nutra-se,

de Lúcia Diniz

Quarta-feira, 26 de Fevereiro de 2020

O Livro da semana

Esteiros

de

Soeiro Pereira Gomes

Soeiro Pereira Gomes nasceu em 1909 em Gestaçô, concelho de Baião. Estudou em Coimbra e posteriormente trabalhou um ano em África como regente agrícola. Mais tarde fixou-se em Alhandra,onde trabalhava como empregado de escritório de uma fábrica de cimento. A dureza da vida de funcionário comunista clandestino, durante os últimos anos da sua vida, contribuiu para o seu fim prematuro (morreu de tuberculose em 1949).

"Para os filhos dos homens

que nunca foram meninos,

escrevi este livro. "

Soeiro Pereira Gomes

"Honra seja feita ao Dr. Álvaro Cunhal. Desta vez não se repetiu, repetiram-no.

Álvaro Cunhal (Coimbra, 1913-Lisboa, 2005) foi ilustrador acidental, mais empenhado

na luta política e na polémica ensaística. Ilustrando a primeira edição de Esteiros,

obra seminal do Neorrealismo literário português, estava obviamente mais interessado

no conteúdo que na forma. A figuração neorrealista típica estava perto mas só com

Manuel Ribeiro de Pavia atingiria o seu esplendor, em meados da década. O traço e

a modelação incipientes e a composição e grafismo tímidos, não fazem propriamente

uma capa memorável. Mas as caras famélicas e os andrajos dos três rapazes denunciam

explicitamente a sua condição de deserdados sociais e as opções políticas do ilustrador.

Cunhal trabalhava como regente de estudos no Colégio Moderno, a convite de João Soares,

pai de Mário Soares, quando fez a capa para as Edições Sirius, em 1941. Em Dezembro do

mesmo ano, acossado pela polícia política, entrou mais uma vez na clandestinidade."

Texto de Jorge Silva

Terça-feira, 25 de Fevereiro de 2020

Borba Inspiradora

por Zé Russo-anos 50/80

pode ler

Herói Alentejano desconhecido

Começo do século vinte

"Este verdadeiro, humilde e digno herói, chamava-se Joaquim Maria Cachapela, nasceu na localidade de Alcaraviça, Freguesia de Orada no Concelho de Borba…ficou sempre no anonimato da nossa história, não sendo lembrado por ninguém, talvez pela sua humildade e simplicidade, a verdade é que lhe aconteceu tal e qual como ao diamante, sem luz não brilha. Nós esquecemo-nos dos nossos heróis, muitas das vezes é preciso o inimigo reconhecer o seu valor, como foi o caso do nosso Soldado Milhões, na primeira grande guerra entre 1914 -1918. Primeiro enaltecido pelos militares Alemães e um médico Escocês…só depois é que Aníbal Augusto Milhais «Milhais-Milhões» foi reconhecido e condecorado com a mais alta Honraria Nacional... Ordem Militar da Torre Espada, mas não foi o único soldado como fala a história… e Joaquim Maria Cachapela? Que teve uma igual! Ninguém fala?"

"Somente os mais velhos, já quase no limite da sua existência o conheceram e com ele privaram alguns momentos, foi o meu caso, embora muito novo e adolescente já saído da escola, falei bastantes vezes com ele, contando algumas passagens em África, onde prestou serviço em campanhas no início do século vinte na guerra com os Cuamatos. Era valente, corajoso, muito forte e de grande porte, talvez muito perto dos dois metros, o seu bigodão branco enrolado nas pontas, dava-lhe um ar de grande altivez, andando sempre devagar e muito direito. Parece que o estou a ver no mês de Agosto nas festas do Senhor Jesus dos Aflitos, quando caminhava a meio da procissão, carregando sozinho uma enorme cruz em madeira com um peso que não era para qualquer um que a conseguia transportar, desde a Igreja da Matriz até à igreja do Senhor Jesus dos Aflitos, era uma grande distância a percorrer. Ostentava no seu peito o valor e audácia da sua coragem. Mas este bom homem já estava habituado a carregar outras cruzes, sem terem peso físico, mas tudo superava… como a criação de muitos filhos com poucos recursos financeiros, apenas e só, com a força dos seus braços trabalhando como cantoneiro."

" Só chegou a Portugal após 1907, onde fez a sua vida na nossa terra, tendo ficado muito desgostoso com o regicídio do nosso Rei Dom Carlos e seu filho príncipe Luiz Filipe, pelo assassino de nome Manuel Buiça, pois era um monarca convicto, ficando com profunda tristeza. Cachapela tinha muita admiração e achava-o o melhor Rei que Portugal teve, dizia ser um grande diplomata, falava cinco línguas, desportista, pintor, amante da natureza, trabalhador e muito inteligente. Contando-me que ainda viu de muito perto o Rei Dom Carlos a caçar patos na albufeira de Borba, vindo de Vila Viçosa pela tapada, saindo da mesma em frente da albufeira, nesse tempo existiam ali centenas de patos, acrescentando que o Rei tinha a seu lado sempre muitos cães e, quem lhe carregasse as espingardas e apanha-se a caça. "

Photo in prof2000.pt

Photo in benguelakovasso.blogspot.com/

Photo in contemporaneamamen.blogspot.com

pode ler o resto da Crónica em:

faça duplo-click

https://sites.google.com/site/amigosterrasborba/1-borba/borba-em-escrita/

borba-vista-por-ze-russo

Segunda-feira, 24 de Fevereiro de 2020

Celeiro da Cultura

Manuel Ribeiro de Pavia (Pavia, 1907-Lisboa, 1957)

"Todo o verdadeiro artista é um transformador de energias, e como tal a obra de arte nunca poderá ser um acto gratuito. A sua melhor, a mais espinhosa tarefa é reintegrar o homem na dignidade humana. Em arte só o real é verdadeiro-aquilo que se pode verificar pelo comportamento emotivo do homem. Daí sucede, por vezes, que numa arte distanciada do público os primeiros contactos sejam sempre dolorosos e decepcionantes. Necessàriamente que o homem comum, entregue aos azares dos seus recursos individuais, não pode ter uma visão excepcional do mundo. Todo o artista deve (e tem) de ser um criador activo, isto é, um colaborador actuante e interessado no conjunto das funções sociais. O que pretende expressar deverá ir além da sua vida afectiva ou intelectual e comparticipar da aventura quotidiana, numa familiaridade constante com os restantes individuos. Uma obra de arte resulta sempre bela e universal, na medida em que foi possível ao artista comunicar ao mundo exterior qualquer parcela da sua profunda emoção das realidades humanas."

Manuel Ribeiro de Pavia

Alentejo não tem sombra

Primavera

"Noite dentro, uma figura franzina e de sorriso amargo recolhia ao seu quarto numa modesta pensão da Rua Bernardim Ribeiro, em Lisboa e, muitas vezes tendo como jantar apenas um copo de leite, sentava-se ao estirador a encher papéis de sonhos e ilusões. Que desenhava o artista nas folhas que acabavam invariavelmente nas vastas gavetas da cómoda, algumas delas laboriosamente retocadas para ilustrar capas de livros de poetas e prosadores amigos? A dura faina das gentes do mar e do seu Alentejo natal, ceifeiros e ceifeiras orgulhosos e expectantes à sombra de nodosas azinheiras. E mulheres! As mulheres que Manuel Ribeiro de Pavia (Pavia, 1907-Lisboa, 1957) nunca teve, mães e companheiras, a esconder fome e sede de amores que a infância sofrida e a vagabundagem pela cidade lhe negaram. Desenhou-as às centenas, a lápis, carvão ou aguarela, sempre sobre papel. Corpos redondos e maciços, lábios carnudos, pés e mãos de gigante, olhos líquidos presos no leitor, a povoar a solidão do quarto e da vida. São neorrealistas, sim, pelo seu momento histórico, mas de um Neorrealismo lírico, sem sombra de pecado, povoando a literatura de uma geração inteira que partilhava com o artista o sonho dos amanhãs que cantam."

Eduardo Teófilo, Portugália Editora, 1954

Sábado, 22 de Fevereiro de 2020

"Respigando...Borba"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Photo of Ching Yang Tung

Fotografias de Filipe Galhanas

Entrevista a Filipe José Galhanas de Borba em 14 de Março

de 2014, pelo Blogue "Amigos de Borba"

https://youtu.be/hUalee-8Irc

Borba - "Dedicação"

Diaporama com Fotografias de Filipe José Galhanas de Borba

Março de 2014-Fotografias a preto e branco

Homenagem do Blogue "Amigos de Borba"

a

Filipe José Galhanas

https://youtu.be/yuknsUFNXlM

Sexta-feira, 21 de Fevereiro de 2020

Visite o Alentejo

Alentejo-Montemor-o-Novo

https://youtu.be/XsedU6U2lLs

Quarta-feira, 19 de Fevereiro de 2020

"Respigando...Borba"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Fotografia de Adriano Bastos

Os nossos melhores AGRADECIMENTOS ao contributo de Filipe Rosado

e à perspectiva de um imenso espólio de documentos a estudar e divulgar...

Sábado , 15 de Fevereiro de 2020

"Respigando...Alentejo"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Fotografia de Artur Pastor

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Sábado, 8 de Fevereiro de 2020

"Respigando...Borba"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

"As respigadoras" de Jean-François Millet

Em Borba com o Prof. José Hermano Saraiva

A Alma e a Gente - Ressurreição das Aldeias (Borba)

03 Fev 2008

Prof. José Hermano Saraiva

O concelho de Borba não é um concelho grande, tem 142 quilómetros quadrados, a população

não é muita, tem 8500 habitantes, mas trata-se de um dos concelhos mais ricos do Alto Alentejo.

As duas grandes riquezas da região são o Vinho e o Mármore. Só que agora surge uma terceira

riqueza, o Turismo, com a ressurreição duma aldeia típica alentejana (S. Gregório) agora

transformada em aldeia turística (um projecto exemplar).

A Alma e a Gente - Ressurreição das Aldeias (Borba) - 03 Fev 2008

https://youtu.be/3TRJ3MwEbOk

Alentejo- Aldeia de São Gregório- Borba

https://youtu.be/SUGhVNm9J3g

Terça-feira, 4 de Fevereiro de 2020

Alentejo-GASTRONOMIA

Receitas Culinárias Alentejo

BOLOS DO FUNDO DO ALGUIDAR COM TORRESMOS

‎Photo in ALENTEJANANDO

"Alentejo - Bolos do Fundo do Alguidar com torresmos

Ingredientes:

500 g de açúcar de preferência amarelo

3 ovos

1 colher de chá de fermento em pó

raspa da casca de 1 ou 2 limões (conforme o tamanho)

125 g de torresmos picados na picadora

1 cálice de aguardente

1 kg de massa de pão

açúcar e canela para polvilhar

banha

Confecção:

Numa tigela batem-se os ovos com o açúcar, o fermento, a raspa da casca dos limões,

a aguardente e os torresmos . No fundo de um alguidar (daqui o nome deste bolo) encontra-se a massa de pão, à qual se junta o preparado anterior. Mistura-se tudo muito bem com as mãos e faz-se os bolos conforme tamanho desejado. Vão ao forno num tabuleiro untado com banha. Polvilham-se abundantemente com açúcar e canela e leva-se a cozer em forno bem quente.

O açúcar misturado com a canela, depois de cozido, forma um caramelo vidrado que transmite um sabor muito especial e característico a este bolo." in https://desenvolturasedesacatos.blogspot.pt/

"Os torresmos são os resíduos (febras) que ficam quando se derretem as gorduras de porco para se obter a banha.Vendem-se no talho."

Segunda-feira, 20 de Janeiro de 2020

"Respigando...Borba"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

"As respigadoras" de Jean-François Millet

Castelo de Borba

"Cronologia

1217 - 1223 - Conquista de Borba, no reinado de D. Afonso II (Anselmo, 1907); 1258 - carta de foral de Estremoz, com Borba incluída no seu termo; 1302 - registo epigráfico da fundação e elevação de Borba a município; 1512, 1 de Junho - foral novo concedido por D. Manuel I; 1645 - batalha entre soldados espanhóis e portugueses junto à ribeira da Alcaraviça, no termo de Borba; 1662, 13 de Maio - invasão da vila de Borba pelos soldados comandados por D. João da Áustria e ataque ao castelo, exigindo a rendição do alcaide Rodrigo da Cunha Ferreira; 1711 - passagem das tropas espanholas do general Ceo, no contexto da Guerra da Sucessão (Anselmo, 1907); séc.18 - ainda estava embebida no torreão O. a epígrafe honorífica; uma das torres foi reconvertida em prisão, sendo os presos assistidos por capela própria, que funcionava no actual Passo do Alto da Praça; 1808, 15 de Junho - estabelecimento de uma Junta de Defesa por parte do sargento-mor António Lobo Infante de Lacerda e do general espanhol Frederico Moretti, no contexto das exigências do general Junot aquando da fuga da família real para o Brasil; 1809 -1811 - permanência em Borba de uma brigada inglesa de general Beresford; 1829 - formação em Borba da terceira companhia de um Batalhão de Voluntários Realistas defensores da causa de D. Miguel; 1956 - a torre do relógio encontrava-se em risco de ruína; 1992, 01 Junho - o imóvel foi afecto ao Instituto Português do Património Arquitectónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 2003" In Sipa

SIPA.aspx

Fotografia de Adriano Bastos

Sábado, 18 de Janeiro de 2020

Os nossos Escritores

Florbela Espanca

Vila Viçosa

"Mulher sem Areia Nenhuma

Tenho o santo horror da frieza calculada, da boa educação, do prudente juízo duma mulher. Aos homens pertence tudo isso, e a mulher deve ser muito feminina, muito espontânea, muito cheia de pequeninos nadas que encantem e que embalem. Meu amigo, se esperas ter uma mulher sem areia nenhuma, morres de aborrecimento e de frio ao pé dela e não será com certeza ao pé de mim... Comigo hás-de ter sempre que pensar e que fazer. Hás-de rir das minhas tolices, hás-de ralhar quando elas passarem a disparates (hão-de ser pequeninos...) e hás-de gostar mais de mim assim, do que se eu fosse a própria deusa Minerva com todo o juízo que todos os deuses lhe deram."

Florbela Espanca, in "Correspondência (1920)"

Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2020

Visite Borba

"Alentejo Terra de Artistas"

A pintura é neta da natureza...

Rembrandt

Francisco Pedro Relógio-Vila Verde de Ficalho

A Casa Decorada do Pintor Francisco Relógio

Autor Cruz Louro de Aldeia Nova de São Bento

Margem Esquerda do Guadiana, Vila Verde de Ficalho(1971)

(500*326mm)

Biografia

Nasceu em 1926, em Vila Verde de Ficalho, Baixo Alentejo. Artista plástico, inicia a sua carreira no final dos anos 40, muito ligado ao neo-realismo segue depois uma linha mais próxima do surrealismo, colaborou em diversas exposições em Portugal e no estrangeiro. Senhor de um traço característico, Francisco Relógio foi sobretudo um grande desenhador.

Pintor neofigurativo que se distingue pelas suas estilizações figurativas e abstractizantes, cheias de minucia, imaginação e graça. Esteve representado em exposições organizadas pela Galeria de Arte do Casino do Estoril, na Galeria de S. Bento (Lisboa), no “Group Surrealist Exhibition (Ohio, E.U.A.) e na exposição internacional (“Surrealismo e Pintura Fantástica”) organizada por Mário Cesariny. Em 1963 dedicou-se à pintura mural e ao estudo do azulejo, realizou painéis de azulejos para várias entidades em diferentes regiões do país e também executou cartões para tapeçarias.

Esteve representado no “I Simpósio Internacional de Azulejaria” organizado por Santos Simões, na F.C.G. e na Exposição Internacional de Cerâmica no “Victoria and Albert Museum” em Londres. Dirigiu uma peça na Casa da Comédia, em Lisboa e colaborou em vários espectáculos de teatro no Porto, Cascais e Coimbra.

Ilustrou textos de escritores e poetas portugueses. Está representado no Museu Nacional de Arte Contemporânea e em diversas colecções nacionais e estrangeiras. Existem vários painéis seus de azulejos em Lisboa, mas o mais conhecido é o que se encontra no edifício do Banco Nacional Ultramarino de Maputo. Faleceu em 1997 com 71 anos.

Francisco Pedro Relógio

Porto, 1958

Mulheres e pássaros, 1960, óleo sobre tela, 100 x 73 cm

Sem título (Cidade Imaginária)

, 1961

S/Título (Desenho a tinta da china e guache

s/papel-1972 31x23,5 cm)

Os Reis Magos-Baltazar 1979

"Senhor de um traço muito característico, talvez inspirado nas pinturas aztecas, Relógio foi, sobretudo um grande desenhador. Além da pintura, realizou belos cenários para diversas peças de teatro e cultivou também a cerâmica, o desenho e o azulejo." Existem vários painéis seus de azulejos em Lisboa, mas o mais conhecido é o que se encontra no edifício do Banco Nacional Ultramarino de Maputo

“A sua obra inicial surge em articulação com o neorrealismo. Explorando fundamentalmente os caminhos do desenho, Relógio definiu, mais tarde, um "hábil formulário gráfico, de lembrança legeriana, para traduzir conteúdos ainda ligados ao neo-realismo […]. As suas figuras, encadeadas numa

obsessiva ocupação do espaço, podem jogar decorativamente em grandes superfícies, com efeitos ilusórios por vezes curiosos, num gosto estabelecido entre a «arte nova» e a pop" (José Augusto França)

S/Título (Tapete de Arraiolos-1983-Dim 180x210 cm)

S/Título (Placa de Cerâmica-1984)

Mulher e Pássaro (1989-Óleo sobre Platex- 58x42cm)

Os três Reis Magos

Gaspar

"Explorando fundamentalmente os caminhos do desenho, Relógio definiu, mais tarde, um "hábil formulário gráfico, de lembrança legeriana, para traduzir conteúdos ainda ligados ao neorrealismo […]. As suas figuras, encadeadas numa obsessiva ocupação do espaço, podem jogar decorativamente em grandes superfícies, com efeitos ilusórios por vezes curiosos, num gosto estabelecido entre a «arte nova» e a pop".[3]in wikipédia

Vasco da Gama

"Além da pintura, e desenho trabalhou em ilustração, cenografia, fez cartões para tapeçaria e

painéis de azulejos." in wikipédia

Existem vários painéis seus de azulejos em Lisboa, mas o mais conhecido é o que se encontra no edifício do Banco Nacional Ultramarino de Maputo

Painel de Azulejos-BNU em Maputo

"Participou em inúmeras mostras coletivas, nomeadamente na I e na II Exposições de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (1957; 1961).[4]Expôs individualmente na Galeria Pórtico, Lisboa(1958); Casa dos Estudantes do Império, Lisboa (1958); Casa da Imprensa (1959); Galeria Divulgação, Porto(1959); Galeria do Diário de Notícias, Lisboa (1960); Interforma, Lisboa (1970); Galeria S. Francisco, Lisboa (1970); Galeria Alvarez, Porto (1973); Galeria Tempo, Lisboa (1979); Exposição retrospetiva, Galeria Municipal da Amadora (atual Galeria Artur Bual), 1992; etc. [5]" in Wikipédia

Câmara Municipal da Amadora. Maio – Junho 1992,

de 30×21 de 43-I págs. Br.

Textos de Artur Bual, Fernando Pernes, Vasco Graça

Moura, Roberto Cordeiro, etc. Ilustrações a cores

"Em 1939 fixou residência em Lisboa, onde frequentou a Escola Industrial Fonseca Benevides."

Quarta-feira, 18 de Dezembro de 2019

Os nossos Escritores

Ferreira de Castro é seguramente um dos maiores escritores do século XX.

Ferreira de Castro

FerreiraCastro01.jpg

24 de Maio de 1898-Oliveira de Azeméis-Aveiro

29 de Junho de 1974-Porto

"Publica, em 1928, o romance Emigrantes e A Selva em 1930, acompanhados de estrondoso êxito internacional, onde a literatura portuguesa pouca expressão tinha. Seguir-se-á, a um ritmo regular,

a publicação de outros romances: Eternidade (1933), Terra Fria (1934), A Tempestade (1940), A Lã e a Neve(1947). No período imediato ao pós-guerra, Ferreira de Castro torna-se um dos autores mais

lidos em Portugal e no estrangeiro.

«Em todas as aldeias próximas, em todas as freguesias das redondezas, havia o mesmo anseio de emigrar, de ir em busca de riqueza a continentes longínquos. Era um sonho denso, uma ambição profunda que cavava nas almas, desde a infância à velhice. O oiro do Brasil fazia parte da tradição e tinha o prestígio duma lenda entre os espíritos rudes e simples. Viam-no reflorir nas igrejas, nos palacetes, nas escolas, nas pontes e nas estradas novas que os homens enriquecidos na outra margem do Atlântico mandavam executar. (...)»

"Considerado um dos livros-monumento e de maior sucesso, dentro e fora de portas, da nossa literatura moderna, A Selva, notável epopeia sobre a vida dos seringueiros na selva amazónica durante os anos de declínio do ciclo da borracha, foi lida e amplamente elogiada por nomes que vão desde Jaime Brasil (Livro único na literatura de todo o mundo) a Agustina Bessa-Luís (obra-prima) e Jorge Amado (clássico do nosso tempo), não passando igualmente despercebida a grandes figuras da literatura internacional, como Albert Camus (estilo sinuoso e sugestivo, como uma vegetação exuberante de termos estranhos e maravilhosos. Livro inesquecível), Blaise Cendrars (brilhante e ardente estilista), seu tradutor francês, ou Stefan Zweig (admirável romance)."

Nos anos cinquenta publica o romance A Curva da Estrada e, entre outras obras, a famosa novela

A Missão. De 1968 data o romance O Instinto Supremo, onde o autor regressa, quase quatro

décadas depois de A Selva, ficcionalmente à selva amazónica. Ferreira de Castro foi, diversas vezes, proposto para o Prémio Nobel e, outras tantas, recusou sê-lo, em prol de outros escritores

portugueses." in ferreira-de-castro

Terça-feira, 17 de Dezembro de 2019

"Respigando...Alentejo"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Fotografia de Adriano Bastos

"Conhecer melhor e divulgar os - CORETOS - espalhados um pouco por todo o país, é um objectivo

em que se pretende envolver as Autarquias Locais do país e as estruturas que os dinamizam.

Quisemos, para além da divulgação da imagem, recolher alguns dados históricos, que melhor

pudessem ajudar a perceber a ligação dos Coretos às localidades onde estão implantados.

Saliente-se a propósito a colaboração até aqui evidenciada pelas autarquias contactadas.

Igualmente, de amigas e amig...os que se dispuseram colaborar nesta tarefa.

Coretos, isso mesmo ! O que são, ou o que foram !...

Coreto é uma estrutura edificada ao ar livre, em praças e jardins, para abrigar bandas musicais

em concertos, festas e romarias. Em Portugal, é encontrado praticamente em todas as povoações

no seu centro ou junto a igrejas ou capelas. Também é usado para apresentações políticas

e culturais.

Na passada semana, divulgámos o Coreto de Montemor o Novo, e hoje, ainda no distrito de Évora, fomos até ao Redondo para melhor conhecer o Coreto localizado na sede do Município, tendo contado com a disponibilidade e a especial colaboração de, Luís Sesifredo, do Gabinete de Informação do Centro Cultural do Redondo, para assim caracterizar e melhor conhecer o ...

CORETO DO REDONDO

CORETO DO REDONDO

O Coreto encontra-se situado no Jardim Público, na Avenida Antónia Luciana.

Construído – início em 1931 e conclusão em 1936.

Estrutura de granito com construção de betão armado e forma octogonal

O Município não dispõe oficialmente de um roteiro turístico, no entanto o Jardim Público, Coreto e Fonte, é um espaço privilegiado para os turistas e visitantes.

Por vezes o município celebra no Jardim e junto ao Coreto espectáculos para crianças – Dia Mundial da Criança."

Artigo de Rui Breda

Segunda-feira, 16 de Dezembro de 2019

Alentejo-GASTRONOMIA

Receitas Culinárias Alentejo

AZEVIAS

Ingredientes:

  • Para a massa:

  • 500 g de farinha ;

  • 3 a 4 colheres de gordura (mistura de banha e de manteiga ou margarina) ;

  • 1 cálice de aguardente ;

  • sal

  • Para o recheio de grão:

  • 1 kg de grão ;

  • 750 g de açúcar ;

  • 2 limões ;

  • 1 colher de sobremesa de canela em pó ;

  • 3 gemas

Confecção:

Coze-se o grão com uma pitada de sal, pela-se e passa-se por uma peneira fina.

Leva-se o açúcar ao lume com 2 dl de água e deixa-se ferver durante 1 ou 2 minutos. Junta-se o puré de grão, a canela e a raspa da casca dos limões. Deixa-se ferver o preparado, mexendo até se ver o fundo do tacho. Retira-se juntam-se as gemas e leva-se o preparado novamente ao lume para coser as gemas. Deixa-se ficar assim de um dia para o outro.

Peneira-se a farinha para uma tigela e faz-se uma cova no meio onde se deitam as gorduras quentes. Mistura-se. Junta-se a aguardente e depois vai-se amassando juntando pinguinhos de água morna temperada com sal. Sova-se bem a massa e deixa-se repousar em ambiente temperado.

Estende-se a massa com o rolo, muito fina, e recheia-se com um pouco do doce preparado. Cortam-se as azevias em meia lua (como os rissóis), ou em triângulo ou em rectângulo (como os pasteis de carne) e fritam-se em azeite ou óleo bem quentes. Polvilham-se com açúcar ou açúcar e canela.

Variantes:

Azevias de Batata.

Substitui-se o grão por igual porção de batata cozida e reduzida a puré. Pode utilizar-se batata comum, mas a batata doce é a mais vulgarmente utilizada.

Azevias de amêndoa

Fazem-se como as azevias de grão, nas seguintes proporções:

    • 750 g de puré de grão preparado como se disse ;

    • 750 g de açúcar ;

    • 250 g de amêndoas peladas e raladas ;

    • raspa da casca de 2 limões ;

    • 1 colher de chá de canela e 7 gemas

Em qualquer das receitas transcritas a raspa da casca de limão pode ser substituída por igual porção de raspa de casca de laranja.

fonte: Editorial Verbo in Roteiro Gastronómico de Portugal

Alentejo

“…Desde os finais dos anos 40 o Alentejo entrara em mim de modo definitivo…”

Júlio Resende

"Júlio Resende diplomou-se em Pintura em 1945 pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto , onde foi discípulo de Dórdio Gomes.

Fez a sua primeira aparição pública em 1944 na I Exposição dos Independentes. Em 1948 partiu para Paris , recebendo formação de Duco de la Haix e de Otto Friez.

O trabalho produzido em França é exposto em Portugal em 1949, definindo a sua vocação de expressionista. Assimilou algum cubismo, vai construir na sua fase alentejana, e mais tarde no Porto. A sua pintura caracterizada pela plasticidade e dinâmica, de malhas triangulares ou quadrangulares, aproximando-se de forma progressiva da não figuração.

Pintor de transição entre o figurativo e o abstracto, Resende distingue-se também como professor, trazendo à escola do Porto um novo espírito aos alunos que a frequentaram na década de 1960.

A obra pictórica de Júlio Resende revela que ele compreendeu a pintura europeia, porque a observou, experimentou e soube transmitir aos pintores e aos alunos que ele formou na Escola Superior de Belas-Artes do Porto.

referiu-se a ele como “grande Mestre da Arte Portuguesa do último século” .

Morreu no dia 21 de Setembro de 2011 aos 93 anos" in CNAP.PT

1949. Alentejo. Aguarela. 17,0 x 22,3 cm.

1949. Alentejana. Tinta-da-china. 15,5 x 10,3 cm.

1949. Alentejo. Tinta-da-china. 15,5 x 19,2 cm.

1949. De volta a casa. Aguarela. 16,0 x 22,2 cm.

Segunda-feira, 8 Julho de 2019

Borba-os nossos pintores

José Cachatra (1933-1974) -- O pintor alentejano, natural de Borba

"O pintor alentejano, natural de Borba, residiu grande parte da sua vida em Évora e deixou uma obra significativa no modo como representa este território, as suas figuras e as suas paisagens, ecoando ao mesmo tempo a herança modernista portuguesa e europeia na composição e nos estilos, no traço largo e impressivo, na sensorialidade do espaço, da luz e da cor. A obra de Cachatra encontra-se sobretudo na mão de particulares, razão pela qual se expõe raramente e pode, por isso, considerar-se maioritariamente desconhecida.

Nota biográfica

José Carlos Cachatra (16 de agosto de 1933 - 18 de Abril de 1974) nasceu em Borba, filho de Carlos José Cachatra e Vicência da Silva Bento. Após a escolaridade primária, estudou no Colégio Bartolomeu Dias, em Algés, entre 1944 e 1948, ano em que a família veio para Évora. José Carlos Cachatra frequenta aqui o Colégio Nun’Álvares, onde termina, em 1950, o 5º ano dos Liceus. Até 1955 continua a estudar, conclui o 7º ano e faz o exame de admissão às Belas Artes, em Lisboa. Nesse ano é chamado para a tropa, que faz como oficial miliciano aviador. Sai em Agosto de 1958, tem 25 anos.

Decide então regressar às Belas Artes, fazendo os 1º e 2º anos num só. No ano lectivo de 1959-1960 matricula-se nos 3º e 4º anos, começando a leccionar na Escola de Artes Decorativas António Arroio (em Lisboa), onde trabalhará até à conclusão do seu curso. Em 1963 vem leccionar no Liceu de Évora, recusando uma proposta de reintegração na carreira militar como Tenente.

Permanece no Liceu até 1965, ano em que um eventual desentendimento com o Reitor Adelino Marques de Almeida terá causado a sua saída do Liceu. A mãe morre nesse mesmo ano (a 31 de Dezembro), o pai pouco depois (1967). Desde o seu regresso a Évora, em 1963, Cachatra pinta abundantemente, muitas vezes por encomenda. (...)

Cachatra frequentou nesta época a Trave, tendo exposto na Galeria do SNI, em Lisboa, em 1968, integrado naquele colectivo (juntamente com Cândido Teles, Paulino Ramos, José Belém, Ilídio, Gabriel Silva (escultu-ra) e Francisco Lagarto em cerâmica).

Nos anos seguintes, pinta e vende quadros no Café Arcada, em Évora, café que frequentava assiduamente, enquanto o seu estado de saúde se agrava. Morre em 1974 no Hospital do Rego (Curry Cabral), em Lisboa, vítima de tu-berculose.

A obra de Cachatra encontra-se dispersa por colecções particulares, tendo sido parcialmente exposta em 1991, pelo Grupo Pró-Évora. (nota de imprensa)" Publicado por: A Cinco Tons

Quinta-feira, 4 de Julho de 2019

Borba

Recordar

João Rita

Recordamos este nosso Amigo, cujo contributo para a Cultura Borbense ficará para sempre marcado pela autenticidade do seu canto, seu longo amor ao fado e à sua divulgação, bem como pelo partilhar a felicidade cantando o que lhe provinha da alma, do seu profundo sentir.

Fado

https://youtu.be/lVglzC38sbo

Joao Rita fado, Filho e Neto

https://youtu.be/wt3ruGjxcxo

Criada em 21 de Agosto de 2012, a Associação dos Amigos de Borba

Associação de Borbenses Defensores do Património Ambiental e Cultural

Adira através do email

Para comentários e colaboração utilizar:

Photo in Marco+do+Correio+III.jpg

amigosborba2012@gmail.com

Visitas desde 14/11/2012

O Alentejano

"Homenagem aos Mestres Cantores do Alentejo"

Pintura de Espiga Pinto, sobre madeira, datada de 1965. 130x40cm

Col. Centro de Arte Moderna da

Fundação Calouste Gulbenkian

"Se há marca que enobrece o semelhante, é essa intangibilidade que o Alentejano conserva e que deve em grande parte ao enquadramento. O meio defendeu-o duma promiscuidade que o atingiria no cerne. Manteve-o Vertical e Sozinho, para que pudesse ver com nitidez o tamanho da sua sombra no chão. Modelou-o de forma a que nenhuma força por mais hostil, fosse capaz de lhe roubar a coragem, de lhe perverter o instinto, de lhe enfraquecer a razão... (...) É preciso ter uma grande dignidade humana, uma certeza em si muito profunda, para usar uma casaca de pele de ovelha com o garbo dum embaixador. Foi a terra Alentejana que fez o homem Alentejano, e eu quero-lhe por isso. Porque o não degradou proibindo-o de falar com alguém de chapéu na mão."

Miguel Torga In "Portugal" 1950

Fotografia de Adriano Bastos

O Alentejo lembra-me sempre

Um imenso relógio de sol

Onde o homem faz de ponteiro do tempo

Miguel Torga

Visitas desde 14/11/2012

UA-82350018-1

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