Fotografia de Adriano Bastos
O Alentejano
"Homenagem aos Mestres Cantores do Alentejo"
Pintura de Espiga Pinto, sobre madeira, datada de 1965. 130x40cm
Col. Centro de Arte Moderna da
O Alentejo lembra-me sempre
Um imenso relógio de sol
Onde o homem faz de ponteiro do tempo
Miguel Torga
Segunda-feira, 2 de Novembro de 2020
Em Alentejo-GASTRONOMIA
Receitas Culinárias Alentejo
PASTEIS DE MASSA TENRA
PASTEIS DE MASSA TENRA.
"Foram muitos os pedidos da receita dos meus pasteis de massa tenra que ontem aqui mostrei.
Ei-la:
MASSA para uma dúzia de pasteis.
2 chávenas de chá de farinha sem fermento;
1 dl de água moderadamente aquecida e com a quantidade de sal, a gosto, já dissolvido;
2 colheres de sopa de azeite;
1 colher de sopa de margarina derretida;
1 colher de sopa de banha de porco derretida.
Num alguidar comece por misturar, à mão, a farinha com as gorduras.
Vá juntando a água, aos poucos, até a massa ficar elástica com a consistência desejada. Pode não necessitar de usar toda a água.
Faça uma “bola” com a massa, envolva-a num pano humedecido e conserve-a a repousar durante cerca de uma hora em ambiente morno.
Depois é só fazer os pasteis, fritá-los em óleo e pô-los a escorrer sobre papel absorvente
RECHEIOS - sobras de carnes (vaca, porco, frango…), ao sabor da imaginação de cada um e das possibilidades do momento.
Uma possibilidade:
Guise demoradamente 125 g carne de vaca com alho, cebola e piripiri (facultativo).
Pique a carne no “1-2-3”. Misture o picado com o molho, o suficiente a fim de lhe dar a consistência desejada para moldar os pasteis.
Se se desejar, aromatize com salsa muito finamente picada.
Se necessário, leve ao lume com uns “borrifos de farinha.
Outra possibilidade
Coza bem 2 coxas de frango (a carne do peito é muito seca) em água temperada de sal, e desfie-as.
Num tacho com azeite, aloure 2 ou 3 dentes de alho picados, meia cebola igualmente picada, uma folha de louro e piripiri (facultativo).
Junte um pacotinho de polpa de tomate, tempere de sal e deixe apurar bem. Vigie para que não seque demasiado. Se necessário, “borrife” com água.
Junte por fim, a carne muitíssimo bem desfiada, deixe tomar gosto e, ao mesmo tempo, ir secando o suficiente para que tenha a consistência própria para rechear e moldar os pasteis."
António Galopim de Carvalho
Domingo, 1 de Novembro de 2020
Concerto de Domingo
Luís de Freitas Branco - "Suite Alentejana No. 2"
https://youtu.be/7PZp0TmWc9U
Sábado, 31 de Outubro de 2020
https://sites.google.com/site/amigosterrasborba/1-borba/imagens/mo
Sexta-feira, 30 de Outubro de 2020
Momentos de Poesia
Manuel da Fonseca
Debaixo do lenço azul com sua barra amarela
os lindos olhos que tem!
Mas o rosto macerado
de andar na ceifa e na monda
desde manhã ao sol-posto,
Mas o jeito
das mãos torcendo o xaile nos dedos
é de mágoa e abandono...
Ai Maria Campaniça,
levanta os olhos do chão
que quero ver nascer o sol!
Alentejo
Manuel Alegre (1936 )
Folheia-se o caderno e eis o sul
E o sul é a palavra. E a palavra
Desdobra-se
No espaço com suas letras de
Solstício e de solfejo
Além de ti
Além do Tejo
Verás o rio e talvez o azul
Não o de Mallarmé: soma de branco e de vazio
Mas aquela grande linha onde o abstracto
Começa lentamente a ser o
Sul
Outro é o tempo
Outra a medida
Tão grande a página
Tão curta a escrita
Entre o achigã e a perdiz
Entre chaparro e choupo
Tanto país
E tão pouco
Solidão é companheira
E de senhor são seus modos
Rei do céu de todos
E de chão nenhum
À sombra de uma azinheira
Há sempre sombra para mais um
Na brancura da cal o traço azul
Alentejo é a última utopia
Todas as aves partem para o sul
Todas as aves: como a poesia
Manuel Alegre
Quinta-feira, 29 de Outubro de 2020
Estremoz
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O Museu Berardo em Estremoz apresenta aquela que é considerada a "maior e mais importante" coleção privada de azulejos de Portugal.
Marvão
Viana do Alentejo
Castro Verde
"BENEDICTA TU": EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA PATENTE
NA IGREJA DOS REMÉDIOS ATÉ 3 DE NOVEMBRO
Abriu ao público no passado domingo, dia 25 de outubro, na Igreja dos Remédios,
em Castro Verde, a exposição temporária "Benedicta Tu" (Bendita sois Vós).
Promovida pela Paróquia de Castro Verde, com o apoio das outras paróquias
do concelho, instituições e particulares, a mostra é dedicada ao culto e devoção a
Nossa Senhora do Rosário no concelho.
Quarta-feira, 28 de Outubro de 2020
Livro da Semana
"Gente da Terceira Classe"
de
José Rodrigues Miguéis
José Rodrigues Miguéis morreu passam esta terça-feira 40 anos.
Um dos grandes da nossa literatura.
"… E o Silvestre, pobre amigo, lá vai, metódico e pausado, com o seu perfil imperial romano, sonhando com o futuro-que-passou, sem perceber que só tem porvir quem tem presente, e ele nunca o teve: porque o futuro do homem está no que ele hoje semeia ou cria, no que dele cresce e frutifica, e não no que se acumula, repousa e fossiliza."
"A serenidade é a maior virtude da inteligência."
José Rodrigues Miguéis
Photography In Portal da Literatura
Recordamos um dos grandes da nossa literatura
na entrevista dada em 1957 a Igrejas Caeiro
in "A Vida Breve" Antena -2
Click em;
https://www.rtp.pt/play/p1299/e501520/a-ronda-da-noite
Terça-feira, 27 de Outubro de 2020
Alentejo
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Fotografia de Luis Reininho
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Barragem do Roxo
Ervidel, Aljustrel
Fotografia de Ricardo Zambujo
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Photography in FB/Alentejo
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Recantos de Vila Viçosa.. (Distrito de Évora)
Fotografia de Raul Branco
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Fotografia de Luis Reininho
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Caiu a Noite em Alcácer do Sal..
Foto: © Gouveia
Segunda-feira, 26 de Outubro de 2020
Em Alentejo-GASTRONOMIA
Receitas Culinárias Alentejo
Popias
POPIAS ALENTEJANAS
500g de farinha
150g de açúcar
65g banha
1dl de azeite
65g de margarina
5 colheres de chá de canela
Vinho branco q.b mais ou menos 1dl
Junte todos os ingredientes vá amassando e juntando o vinho branco morno até formar uma massa que possa fazer rolinhos. Molde em argolas e leve ao forno médio num tabuleiro untado com manteiga até dourarem
Nota:pode forrar o tabuleiro com papel vegetal
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In Amareleja Terra doSol Amareleja
Domingo, 25 de Outubro de 2020
Concerto de Domingo
Grupo Musical Trigo Roxo
Trigo Roxo - Se Fores Um Dia A Serpa
https://youtu.be/QxZO6ht_dtU
Trigo Roxo, Cante Alentejano
https://youtu.be/xsmCAJKRbaY
Trigo roxo na ronda das tabernas sete sois Castro Verde
https://youtu.be/sf6U2ERq7t0
Sábado, 24 de Outubro de 2020
Alentejo
Borba
Fotografia de Estela Ranito
Fotografia de Fátima Prates
Fotografia in Go Alentejo
Fotografia in Go Alentejo
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Sexta-feira, 23 de Outubro de 2020
Borba
ÉVORA
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"Moira Forjaz exibe uma série de retratos de habitantes da Ilha de Moçambique,
cidade geminada com Évora.
Curadoria de Paola Rolletta."
In Fundação Eugénio de Almeida
"Já conhece os equipamentos culturais do Páteo de São Miguel?
Convidamo-lo a fazer uma visita guiada ao Paço de São Miguel, ao Arquivo e Biblioteca Eugénio de Almeida, à Coleção de Carruagens e às Casas Pintadas, de terça-feira a domingo."
Reserve a sua visita através do e-mail serviçoeducativo@fea.pt
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«Saudades dos Cartuxos» recorda, através de fotografia e vídeo, a vida monástica
em Santa Maria Scala Coeli, desde os anos 60 até aos nossos dias.
(Re)visite esta exposição no Centro de Arte e Cultura - Fundação Eugénio de Almeida.
Entrada livre.
Em destaque: fotografias de Daniel Blaufuks | Eduardo Gageiro |
Francisco Pereira Gomes | Jerónimo Heitor Coelho
José M. Rodrigues | Mark Power | Nacho Doce | Paulo Catrica |
Virgílio Ferreira "
In Fundação Eugénio de Almeida
Quinta-feira, 22 de Outubro de 2020
"Os Passos Processionais do Senhor em Borba foram construídos por volta de 1755, sendo
um conjunto de quatro capelas de inspiração barroca, o arquitecto responsável terá sido
José Francisco de Abreu. Estamos perante monumentos que se destacam por serem
os maiores do país."
Fotos in "Descobrir Alentejo"
Quarta-feira, 21 de Outubro de 2020
Ao Encontro com os nossos Artistas
ESCULTURA
Jorge Freire
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"Jorge Freire nasceu em Borba a 8 de Novembro de 1961. Na década de oitenta do século
passado, iniciou-se na escultura com trabalhos em mármore, matéria prima abundante em
Borba e concelhos limitrófes.
"A sua obra está inserida na tendência inovadora abstraccionista, atingindo um nível que o
coloca entre os principais mestres no trabalho difícil de manuseio do mármore, revelando
apurada e rara sensibilidade. Inspiração que lhe advém da natureza circundante,
consubstanciada em ìmpar sensualidade.
Em Rio de Moínhos onde esteve patente uma Exposição sua, fotografamos alguns dos seus
trabalhos, que vamos divulgar. Pelo seu valioso contributo para a Escultura Contemporãnea
não só pela utilização de materiais nobres como o mármore, mas essencialmente pelo
seu poder criativo em obras que o integram
entre os principais artistas em obras esculturais
em mármore."
Adriano Bastos
Fotografias de Adriano Bastos
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Terça-feira, 20 de Outubro de 2020
Livro da Semana
Astronomia
de
Mário Cláudio
Astronomia - Mário Cláudio
"Este é o romance da vida de um dos mais consagrados escritores portugueses.
Dividido em três partes – Nebulosa, Galáxia, Cosmos –, este é o romance da vida do Mário Cláudio, um livro sobre três fases da vida de um homem, que não por acaso é o próprio escritor.
Começamos com o «velho» que recorda a infância (a vida de um menino filho único e superprotegido, dos seus temores e fantasmas) e terminaremos com um «menino», que é muitas vezes aquilo que os velhos voltam a ser. Pelo meio, a zona mais densa, que conta a parte fulcral da vida de um homem, de jovem a maduro, desde a sua passagem pela guerra colonial, a universidade, a função pública, a escrita e o reconhecimento, até à descrição de factos polémicos e pessoais, que têm que ver sobretudo com o amor, a sexualidade e a forma como a cultura, com o passar do tempo, se tornou pouco mais do que um espectáculo (haverá muita gente – garanto – que se reconhecerá nestas páginas)."in Leyaonline
Segunda-feira, 19 de Outubro de 2020
Em Borba- 06-Entrevistas
pode ler
Entrevista com artista Carlos Bacalhau
Comecei cedo a trabalhar na Câmara Municipal de Borba, onde desenvolvi diversas actividades, das quais destaco a fundação da Oficina da Criança, nos anos de 1982/83;
"Desde miúdo sempre me dediquei à arte, designadamente na pintura em tela e mais tarde em cerâmica, xisto, mármore;"
Os materiais que são utilizados
na construção do Presépio são
variados, tais como: papel,
plástico, madeira, resina, cola,
jornais, enfim tudo o que possa ser reciclado;
"J.A. Chegou a frequentar alguma escola de arte?
C.B. Não nunca tive essa possibilidade. Tudo o que fiz foi por inspiração própria, como Autodidata e até talvez influenciado pelo que fui lendo;"
\
Entrevista
com o borbense João Clérigo
"Começo por dizer que tive e vivi uma infância feliz, fruto da
inconsciência própria da idade. Não tinha a ideia que havia futuro.
O futuro para mim, como para a maioria da rapaziada era o agora.
Ir tomar banho aos tanques das hortas, armar aos pássaros,
comer amoras nos silvados, jogar à bola na rua, ao peão, ao
couca, ao hoquei em patins (sem patins nem "steak"), mas um
qualquer pau, alugar bicicletas ao quarto e à meia hora no
"Pão Mole", jogar aos matraquilhos, etc, etc...."
"Só por volta dos dezasseis anos percebi que a infância e a
juventude tinham um fim, tendo então despertado para a
necessidade que tinha de estudar e por essa via adquirir
a minha independência.
Essa consciência levou-me, aos 18 anos(idade mínima
exigida no ensino noturno) a inscrever-me no Colégio do
Sr.Mota, em Estremoz. Foram 3 anos de muito trabalho,
dedicação e esforço, mas consegui completar o 5º. ano do
Liceu que mais tarde me haviam de abrir as portas do futuro."
Pode ler o resto das entrevistas em:
https://sites.google.com/site/amigosterrasborba/1-borba/entrevistas
Domingo, 18 de Outubro de 2020
Concerto de Domingo
Edvard Grieg - Piano Concerto II. Adagio | Arthur Rubinstein (2/3)
https://youtu.be/J2yWx6EMJjI
Sábado, 17 de Outubro de 2020
Fotografias de Adriano Bastos
Sexta-feira, 16 de Outubro de 2020
Livro da Semana
Cadernos do subterrâneo
de
Fiódor Dostoievski
"(...) Nas recordações de qualquer homem há certas coisas que ele não revela a toda a gente, apenas aos amigos. Há outras que nem aos amigos ele revelará,
apenas a si mesmo e só secretamente. E, finalmente, há outras que o homem até a si mesmo tem medo de revelar, e qualquer homem decente acumula bastantes recordações dessas. Ou seja, quanto mais decente for, tantas mais recordações dessas tem.
Pelo menos, eu, pessoalmente, só há pouco ousei recordar certas aventuras do meu passado, a que até então me esquivara com uma espécie de inquietação.
Ora, neste momento, quando não só estou a recordá-las mas ainda por cima me atrevo a anotá-las, queria experimentar:é possível, ou não, ser-se absolutamente sincero pelo menos consigo mesmo e não ter medo de toda a verdade? (...)"
Fiódor Dostoiévski, Cadernos do Subterrâneo
Quinta-feira, 15 de Outubro de 2020
Os nossos Escritores
15 de Outubro
Maria Agustina Ferreira Teixeira Bessa-Luís
nasceu a 15 de Outubro de 1922, em Vila Meã, Amarante
"É bem certo que o melhor governante é aquele que sabe acertar o passo
pelo menor dos cidadãos."
Agustina Bessa-Luís
"Escrever uma página inspirada não acontece todos os dias. Às vezes movemos o pensamento pelos atribulados caminhos do doméstico, que corrompem a subtileza e a graça; outras vezes pomos na cabeça o nosso gorro sábio, e resulta uma enfadonha tabuada de sentimentos"
Agustina Bessa-Luís
Quarta-feira, 14 de Outubro de 2020
"Respigando...Borba"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
Os nossos melhores AGRADECIMENTOS ao contributo de Filipe Rosado
e à perspectiva de um imenso espólio de documentos a estudar e divulgar...
Fotografia de Adriano Bastos
Terça-feira, 13 de Outubro de 2020
Alentejo
Fotografia
Estremoz
Largo D. Dinis
Photo in Municipio de Estremoz
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Serpa
Serpa - Bairro Operário contruído cerca de 1950
Postal dos anos 60
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Photos in Luis Fialho
Segunda-feira, 12 de Outubro de 2020
"Respigando...Borba"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
BORBA vista em 1927
em
GUIA DE PORTUGAL - Biblioteca Nacional de Lisboa
de
RAUL PROENÇA
"Borba está numa das zonas de refrigério e num dos pequenos oásis do Alentejo desolado
e tórrido, podendo ser também citada como uma das terras mais pitorescas do país.
A proximidade das célebres pedreiras de Montes Claros (p. 115) deu-lhe, mais ainda que a Estremoz, um alvo esplendor de mármores, que só encontra rival em certas cidadezinhas da Toscana. Não há, por assim dizer, cunhal de parede, moldura de porta ou de janela, degrau ou poial de escada, letreiro de rua e ate lareira da mais humilde casa que não seja de mármore.
O mármore esplende nas soleiras, nos alisares, nas chaminés e nas ermidas. Isto contribui, com o caiado das paredes, a limpeza dos pavimentos, o arrumo dos interiores, todos os pormenores da meticulosidade e do arranjo domésticos, para dar a impressão de asseio e de conforto que a vila suscita. É, pois, uma consolação percorrer Borba, deparando a cada passo recantos pitorescos, galerias de arcos, pátios, ferros de sacada, chaminés recortadas como minaretes, turbantes, espigueiros, barretes de clérigo, agulheiros, dados, capitéis românicos ‑ algumas rentes ao beiral, como em tantas outras terras do Alentejo. Só Loulé, no Algarve, põe êste luxo nas suas chaminés.
Nas varandas- escreve o Sr. Vergílio Correia ‑
as pinhas de ferro e os peitoris acogulham-se, recortam-se, arqueiam-se segundo as regras dum género de trabalho que se encontra disseminado entre o Tejo e o Guadiana, desde Elvas a Portalegre e de Avis até Évora e Montemor-o-Novo.
Trabalho do séc. XVIII, cheio de leveza e de recortes, muito diverso da sóbria firmeza de ferraria do séc. VVII."
Fotografias de Adriano Bastos
Domingo, 11 de Outubro de 2020
Concerto de Domingo
Ricardo Ribeiro - Fadinho Alentejano
https://youtu.be/Ns5zdIfoeJI
Celina da Piedade - Pêra Verde
https://youtu.be/9fnVyqTMXfQ
Sábado, 10 de Outubro de 2020
"Alentejo Terra de Artistas"
A pintura é neta da natureza...
Rembrandt
Évora
Arraiolos
Pavia
"Ceifeiros"
Estrela Faria
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"Sem título, tinta-da-china e guache sobre papel, 1949 - CAM/FCG"
Manuel Ribeiro de Pavia
Sexta-feira, 9 de Outubro de 2020
Celeiro da Cultura
CECÍLIA MEIRELES
Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
Photo in InfoEscola
Quinta-feira, 8 de Outubro de 2020
Tempo de reflexão
in https://www.timeshighereducation.com/features/culture/
the-pick-bertrand-russell-the-first-media-academic/418684.article
"A estupidez coloca-se na primeira fila para ser vista; a inteligência coloca-se na
rectaguarda para ver."
Bertrand Russell
in https://es.wikipedia.org/wiki/Alejandro_Dumas
"O mais feliz dos felizes é aquele que faz os outros felizes."
Alexandre Dumas
in http://fabriziofalconi.blogspot.com/2012/06/
carl-gustav-jung-folgoranti-citazioni.html
"Onde o amor impera, não há desejo de poder; e onde o poder predomina,
há falta de amor. Um é a sombra do outro."
Carl Jung
in http://www.jotdown.es/2012/12/las-situaciones-vi-sobre-el-deber-de-la-desobediencia-civil-de-henry-david-thoreau/
"O amor não só deve ser uma chama,
mas uma luz."
Thoreau
in http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2016/05/
arqueologos-afirmam-ter-encontrado-tumba-do-filosofo-grego-aristoteles.html
"O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete."
Aristóteles
Quarta-feira, 7 de Outubro de 2020
Livro da Semana
Aldeia Nova
de
Manuel da Fonseca
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"Rui enchia o peito de ar, lavava-se no sol. Mas já ia correndo rua abaixo. Uma grande vontade de correr. Onde estaria o Tóino e os outros? Ah! diria a avó que não queria voltar mais àquela casa! E diria também ao Estroina. Talvez lhe dessem razão… Deixassem-no andar, assim à sua vontade. Deixassem-no correr. Correr era bom. O bibe abria-se para os lados como asas. Deitava a cabeça para trás; o chão fugia-lhe debaixo dos pés. Nem via as casas, só o céu por cima dele. Entontecia, sentia-se livre como um pássaro. Se a mãe estivesse, não sereia nada daquilo a sua vida, não. A mãe deixava-o ser livre como um pássaro. Diria tudo isso ao avô: «Avô, desde que a mãezinha partiu, sinto-me preso como um pássaro numa gaiola!» Mas o avô não compreenderia as suas palavras. Nem a avó, nem o Estróina, ninguém!... O melhor era ir correndo, correndo sempre, correndo até tombar de cansado."
Terça-feira, 6 de Outubro de 2020
Em Alentejo-GASTRONOMIA
Receitas Culinárias Alentejo
Como consumir o Cação
Por Adriana
Ingredientes
1 kg de cação em postas
3 dentes de alho socados em 1 xícara (chá) de suco de limão e sal a gosto
1 xícara (chá) de óleo de soja
1 xícara (chá) de coentro
1 xícara (chá) cebolinha picada
1 cebola grande, cortada em rodelas
2 tomates também cortado em rodelas
2 pimentões, 1 verde e outro vermelho
1 xícara (chá) de leite de coco
½ xícara (chá) de azeite de oliva
½ xícara (chá) de óleo de dendê
Modo de preparo
Primeiro, despeje o óleo numa panela em fogo baixo.
O alho com suco de limão e sal vai servir para dar o primeiro tempero ao peixe,
por isso, molhe as postas com a mistura.
Coloque na panela com óleo, já pré aquecido, e vire o peixe aos poucos para não
grudar no fundo da panela, bem devagar para não desmanchar.
Adicione os outros temperos, a cebolinha, o coentro, a cebola, o pimentão e o tomate.
Tampe e aguarde cerca de 5 minutos ou até ferver.
Acrescente o azeite de oliva e o óleo de dendê (esse é o detalhe que vai dar um gosto
mais apurado à moqueca).
Por último, ponha o leite de coco e deixe ferver por mais 5 minutos ou até cozinhar
os temperos.
Rendimento: 2 porções
Tempo de preparo: 45 minutos
Dificuldade: Fácil
Fonte: Comida e Receitas - http://www.comidaereceitas.com.br/peixes/moqueca-de-cacao.html#ixzz3k3ao4BVP
Segunda-feira, 5 de Outubro de 2020
Ao Encontro com a Prosa de
Ana Cássio Rebelo
José Rentes de Carvalho
Passou a costureira brasileira a caminho da igreja. Parada no semáforo do cruzamento, os sapatos novos a morderem-me os pés, fiquei a vê-la passar. Sexualidade é diferente de genitalidade. Protágoras era sofista. A maiêutica é uma etapa fundamental do método socrático. Ler no tempo certo, não agora que finalmente envelheço e sou bastante tola. Tenho quarenta e três anos. Se vivesse nas margens do Limpopo, onde não se conhece o parto sem dor, seria já avó. Como bolachas de arroz tufado e, se me cruzo com um homem elegante, respiro superficialmente, como um peixe à tona de água, para disfarçar a flacidez abdominal. Às vezes, endoideço e desejo ser amada. Outras vezes, acho que o amor é um sentimento vulgar, que apenas humilha: vive-se melhor sem amor. “Abraça-me com toda a força que tiveres”, pedia ao Reinaldo e ele cumpria o meu desejo. Estrangulava-me. As minhas faces explodiam, violáceas, sentia o peito esmagado, escutava os ossos estalar. “Continua, não pares!”, ordenava. À beira do precipício, prestes a desfalecer, sossegava quando pressentia o vazio definitivo. À noite, enquanto faço o jantar, encontro tesouros extraordinários: ovos com duas gemas, um caracol na alface, gorgulho na lata do arroz, manchas de bolor nos cogumelos. Fico a olhar as gemas sem saber muito bem o que fazer, paralisada por pensamentos absurdos. Tenho uma casa, um carro para passear ao fim-de-semana, um ordenado que paga as contas. Os meus filhos são bonitos e inteligentes. O gato é meiguinho, cheira a pó e sabe escutar. Levo-o para a cama e - exactamente por esta ordem – leio-lhe um poema, uma carta e um conto. Que mais posso querer? Não é bom? Não é tão bom? Não é esta a vida que a lucidez aconselha? Tenho tudo o que sempre desejei e mais ainda. Tenho à minha frente, num aborrecimento que comove, um ovo com duas gemas.
Enquanto o escuto, enquanto o observo, a perna sempre a tremer, pergunto-me muitas vezes “Mas é este o homem que amo?”. Com desapego, fala-me das namoradas que teve depois de mim: uma que tinha uma podenga que largava pêlo, outra que vivia no Brasil, outra que gostava de fado, outra ainda que se alimentava só de rebentos e lavava os dentes com uma raiz africana. Fala-me dessas mulheres sem maldade, incapaz de perceber que, quando o faz, me faz sofrer. Entre o sofrimento e alguma desilusão, sei agora que o João me faz mal. Ao revelar-se destrói o homem que amo.
Ana Cássia Rebelo é "uma grande escritora, uma radiação nova na literatura portuguesa".
Domingo, 4 de Outubro de 2020
Concerto de Domingo
Carnival of The Animals Complete Full Version
Le Carnaval des Animaux Complet Camille Saint-Saëns
https://youtu.be/1L993HNAa8M
O Dia Mundial do Animal
celebra-se anualmente a 4 de outubro
Origem da data
"A data foi escolhida em 1931 durante uma convenção de ecologistas em Florença.
A escolha teve em conta o facto do dia 4 de outubro ser o dia
de São Francisco de Assis, o santo padroeiro dos animais."
"A compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de carácter,
e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não
pode ser um bom homem."
Arthur Schopenhauer, Filósofo Alemão
Sábado, 3 de Outubro de 2020
Tempos de Reflexão
JOSÉ ORTEGA Y GASSET
JOSÉ ORTEGA Y GASSET (Madrid, 9.5.1883 — 18.10.1955), filósofo, ensaísta,
jornalista e activista político espanhol.
"É imoral pretender que uma coisa desejada se realize
magicamente, simplesmente porque a desejamos. Só é
moral o desejo acompanhado da severa vontade de prover
os meios da sua execução.
.
Se ensinares, ensina ao mesmo tempo a duvidar daquilo
que estás a ensinar.
.
Em épocas de grande agitação o dever do intelectual é
manter-se calado, pois nessas ocasiões é preciso mentir
e o intelectual não tem esse direito.
.
É na medida em que dedicamos a vida a algo que a faremos plenamente.
Muitos homens, como as crianças, querem uma coisa,
mas não as suas consequências.
Liderar não é tanto uma questão de mão pesada mas mais de assento firme.
.
Pouco se pode esperar de alguém que só se esforça quando
tem a certeza de vir a ser recompensado."
.
Fonte:
http://www.citador.pt/frases/citacoes/a/jose-ortega-y-gasset
Fotografia in jose-ortega-y-gasset-l.jpg-Pensador
Sexta-feira, 2 de Outubro de 2020
"Respigando...Alentejo"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
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Quinta-feira, 1 de Outubro de 2020
"Café Borba-Concerto"
Momento Musical
Rubrica semanal de Boa música
Giulia Falcone - SOS d'un terrien en détresse - Daniel Balavoine
https://youtu.be/fyMkoB29INQ
Chick Corea playing with Woody Allen's band
at
Carlyle New York. Nov 28 2016
https://youtu.be/FQNA9JY4C0I
Quarta-feira, 30 de Setembro de 2020
Em Alentejo-GASTRONOMIA
Receitas Culinárias Alentejo
Sericaia
Ingredientes:
5 Dl de leite
1 Casca de limão
1 Pau de canela
60 G de farinha
½ Colher (de café) de sal
6 Ovos
200 G de açúcar
1 Colher (de sopa) de canela em pó
Manteiga q.b.
Preparação:
Ferva o leite com a casca de limão e o pau de canela
e deixe arrefecer. Em seguida, dissolva a farinha
com o sal nesse leite, depois de completamente frio.
Bata as gemas com o açúcar até obter um
creme fofo e esbranquiçado e adicione ao leite.
Deve ficar tudo homogéneo e sem grumos.
Ponha este preparado a cozer em lume médio,
mexendo sempre até se ver o fundo do tacho.
Retire do calor e deixe arrefecer. Depois, bata
as claras em castelo bem firme e junte cuidadosamente
ao preparado anterior (como se faz para o soufflé).
Unte com manteiga um prato de barro, louça ou
estanho, que suporte temperaturas elevadas.
Com uma colher grande deite o doce no prato
em colheradas desencontradas, isto é, fazendo
escama. Polvilhe a superfície com a canela
passada por um passador e leve a Sericaia a
cozer em forno bem quente, cerca de
220º C, até abrir fendas. Sirva frio.
in omelhoralentejodomundo.blogspot.com
Conheça as Receitas Culinárias do nosso
Alentejo, as quais constituem património secular que urge preservar e outras mais
receitas do nosso Alentejo pode ver em:
Terça-feira, 29 de Setembro de 2020
"Respigando...Borba"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
Os nossos melhores AGRADECIMENTOS ao contributo de Filipe Rosado
e à perspectiva de um imenso espólio de documentos a estudar e divulgar...
Fotografia de Adriano Bastos
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Segunda-feira, 28 de Setembro de 2020
Livro da Semana
Antologia do Conto Alentejano
"A presente Antologia nasce do desafio que julgámos conveniente fazer a amigos naturais do Alentejo ou que mantenham com este território uma cumplicidade emocional, familiar, profissional ou, simplesmente, de paixão, pela sua diversidade cultural, paisagística e/ou de admiração e respeito, pelos seus naturais e pela sua resiliência face às adversidades históricas conhecidas. No sobressalto dos nossos dias, devido à inesperada pandemia que se abateu sobre o mundo e nos remeteu ao medo e à incerteza do presente e do futuro, escrever um conto pode ser um bom paliativo ou uma forma de esconjuro ou de catarse dos nossos receios. Para alguns, pouco habituados à escrita, e, para outros, autores conhecidos e reconhecidos em áreas de letras, pode ser um novo caminho de desenvolvimento da sua imaginação e criatividade literárias.
Trata-se, também, com este desafio, de uma tentativa de reunir um conjunto de pessoas que, em quase 30 anos de edição, mantiveram connosco uma relação à volta dos livros, das revistas, das apresentações de obras diversas ou de outras iniciativas, em torno da promoção e divulgação da edição e da sua leitura. Pessoas estas que contribuíram decisivamente para manter o projecto da Colibri como uma editora intrinsecamente ligada ao Alentejo, sempre disponível para analisar e procurar viabilizar obras consideradas de qualidade literária ou de defesa e divulgação do rico património, material e imaterial, da região. [FERNANDO MÃO DE FERRO (do Prefácio)]"
In Edições Colibri-FB
Domingo, 27 de Setembro de 2020
Concerto de Domingo
Carlos Mendes - "Ruas de Lisboa"
do disco LP "Canções de Ex-Cravo e Malviver" (1978)
https://youtu.be/DqMVXplwso8
Sábado, 26 de Setembro de 2020
Viagem pela nossa Gastronomia
Receitas de Culinária do Alentejo
Cozido de Grão com vagens
Ingredientes:
250 g de grão;
500 g de vagens (feijão verde);
250 g de batatas;
1 fatia de abóbora menina;
300 g de carne de borrego para cozer;
100 g de toucinho;
1 chouriço de carne (linguiça);
1 farinheira;
200 g de pão caseiro (duro);
sal;
hortelã.
Preparação:
"Põe-se o grão de molho em água e sal durante 12 horas. Passado esse tempo, coze-se. Numa panela com água suficiente põe-se a carne de borrego, o toucinho, o chouriço, a farinheira, e leva-se ao lume a cozer. Depois de as carnes estarem cozidas, retiram-se da água. Arranjam-se e lavam-se as vagens, as batatas e a abóbora cortada aos bocados.
Deitam-se na água em que se cozeram as carnes aos bocadinhos. Dispõem-se no centro de uma travessa o grão, as vagens, as batatas e a abóbora. Á volta colocam-se as carnes cortadas. Cortam-se fatias de pão duro e dispõem-se numa terrina. Espalham-se por cima alguns ramilhos de hortelã. Deita-se o caldo a ferver sobre as fatias de pão. Acompanha-se com as carnes, o grão, as vagens, as batatas e a abóbora."
in Ser Alentejano.blogspot
Sexta-feira, 25 de Setembro de 2020
"Respigando...Borba"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
"As respigadoras" de Jean-François Millet
Em Borba com o Prof. José Hermano Saraiva
A Alma e a Gente - Ressurreição das Aldeias (Borba)
03 Fev 2008
Prof. José Hermano Saraiva
O concelho de Borba não é um concelho grande, tem 142 quilómetros quadrados, a
população não é muita, tem 8500 habitantes, mas trata-se de um dos concelhos mais
ricos doAlto Alentejo. As duas grandes riquezas da região são o Vinho e o
Mármore. Só que agora surge uma terceira riqueza, o Turismo, com a ressurreição
duma aldeia típica alentejana (S. Gregório) agora transformada em aldeia turística
(um projecto exemplar).
https://youtu.be/3TRJ3MwEbOk
Alentejo- Aldeia de São Gregório- Borba
https://youtu.be/SUGhVNm9J3g
Quinta-feira, 24 de Setembro de 2020
Visite o Alentejo
Fotografias de Adriano Bastos
Quarta-feira, 23 de Setembro de 2020
Celeiro da Cultura
Inquietação
A contas com o bem que tu me fazes
A contas com o mal por que passei
Com tantas guerras que travei
Já não sei fazer as pazes
São flores aos milhões entre ruínas
Meu peito feito campo de batalha
Cada alvorada que me ensinas
Oiro em pó que o vento espalha
Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Ensinas-me fazer tantas perguntas
Na volta das respostas que eu trazia
Quantas promessas eu faria
Se as cumprisse todas juntas
Não largues esta mão no torvelinho
Pois falta sempre pouco para chegar
Eu não meti o barco ao mar
Pra ficar pelo caminho
Cá dentro inqueitação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Mas sei
É que não sei ainda
Há sempre qualquer coisa que eu tenho que fazer
Qualquer coisa que eu devia resolver
Porquê, não sei
Mas sei
Que essa coisa é que é linda
José Mário Branco
https://youtu.be/J5SvR0ThrZs
Terça-feira, 22 de Setembro de 2020
Borba- Património Cultural
Filipe José Galhanas
Fotografia de Filipe José Galhanas
https://sites.google.com/site/amigosterrasborba/1-borba/14-patrimonio-cultural/filipe-jose-galhanas
Adalrich Malzbender
Divulgamos este trabalho no nosso Blogue, dando a conhecer os trabalhos de um
dos maiores fotógrafos do nosso País- Adalrich Malzbender. O conhecimento destes
valiosos trabalhos contribuirá para elevar mais a Fotografia como Arte Universal
e contribuir para o gosto estético das novas gerações de fotógrafos.
Trabalhos do Autor
Adalrich Malzbender nasceu em Berlim. É médico, casado com uma alentejana de Portalegre. Dedica-se desde 1976 à fotografia tradicional a preto e branco, considerando poder expressar melhor deste modo o fascínio que sente pelo Alentejo.
O seu olhar escolhe de preferência a planície, a sua solidão e aridez, o povo alentejano, os ciganos, assim como a Arte Românica em Portugal, possuindo desses temas principais milhares de fotografias.
Exposições individuais:
Na Alemanha : entre outras, na Nikon Galerie, em Duesseldorf.Em Espanha : no Museu Municipal de Cáceres, na Escola de Artes em Mérida, no Centro Universitário de Badajoz e no Teatro Lopez Ayla, em Plasência.Em Portugal : Em várias cidades do Alto e Baixo-Alentejo, como na Câmara Municipal de Évora, na Casa de Artes de Mário Elias, em Mértola, no Museu da Tapeçaria, no Instituto Politécnico e na Galeria de São Sebastião, em Portalegre, no Museu da Fotografia, em Elvas, no Mosteiro de Flor da Rosa, no Centro da Cultura de Marvão, Castelo de Vide,
No seupercurso através da fotografia tem vindo a descobrir uma nova paixão : O Cante Alentejano e a sua “áspera melancolia” ( segundo o poeta Eugénio de Andrade ), o seu rigor e alma, a riqueza e variedade poética dos seus textos, a limpidez e a força das suas vozes. Um especial agradecimento a António João Casqueira, sem ele o fotógrafo não teria conhecido de perto esta maravilhosa e inconfundível Arte.
Monsaraz e Borba.Em Lisboa : na Casa do Alentejo e na Livraria “Ler Devagar”.No Porto : no Palácio de Cristal.Exposição colectiva : no Brasil,Universidade de Brasilia : “Ciganos entre amigos”.
https://sites.google.com/site/amigosterrasborba/1-alentejo-1/08-patrimonio-cultural/02-adalrich-malzbender
Segunda-feira, 21 de Setembro de 2020
Em Borba-Mezinhas da Avó
"A alegria evita mil males e prolonga a vida."
William Shakespeare
Fotografia de coZinha cOm alMa - Blogspot
Saiba como o consumo regular de espargos
Foto: Stock Photos, Divulgação
Pouco calórico e rico em fibras, ele é um ótimo acompanhamento nas refeições de quem
quer controlar o peso
O espargo é uma planta muito utilizada na culinária mundial e é considerada uma
flor da família dos lírios. Segundo o nutrólogo Maximo Asinelli, ele é rico em vitamina
A, B, C, cálcio, ferro, sais minerais e potássio.
— O espargo é considerado uma das melhores fontes de ácido fólico, conhecido
por ajudar a prevenir câncer, doenças do coração, do fígado e até da espinha — explica.
O Instituto Nacional do Câncer aponta que o ácido fólico presente nesse vegetal
age diretamente no DNA e na síntese de substâncias essenciais ao organismo e a
sua deficiência tem sido relacionada ao aparecimento de câncer.
— Esta vitamina é importante desde a prevenção até o tratamento da doença, já
que inibe o desenvolvimento do tumor. O ácido fólico é sintetizado por bactérias do
intestino e ficam estocadas no corpo humano — esclarece.
Além disso, o espargo é um ótimo acompanhamento para pratos principais e é
indicado para quem está de dieta e quer controlar a ingestão de gorduras.
— O espargo também possui baixa quantidade de calorias e não tem colesterol,
nem gorduras — revela, salientando que a planta é uma fonte abundante de fibras,
com cerca de 3,6 gramas do nutriente por xícara do vegetal.
De acordo com Alexander Bonetti, da San Marco Alimentos, apesar de ter
melhores resultados ao ser plantado em terrenos arenosos, o aspargo é cultivado
em diferentes vários países e possui diferentes variedades.
— O espargo inglês não possui o talo muito grosso, já o italiano possui a
cor violeta e os cultivados na Holanda, Alemanha e Bélgica são brancos, pois se
desenvolvem em locais escuros e não possuem clorofila — explica, ressaltando que,
independente da variedade que se opta por consumir, tem-se acesso aos mesmo
nutrientes.
Bonetti diz ainda que, além de trazer benefícios para o organismo, o espargo dá
um sabor especial às refeições. A planta pode ser consumida como ingrediente de
pratos incrementados, ser servido frio com vinagrete, cozido com manteiga e ainda
consumido em forma de conserva.
in https://www.google.pt/?gws_rd=ssl#q=beneficios+no+consumo+de+espargos
Domingo, 20 de Setembro de 2020
Concerto de Domingo
Countess From Hong Kong - This Is My Song
https://youtu.be/je85jLrA6Eo
John Gregory & His Orchestra - Theme from 'A Summer Place'
https://youtu.be/XiLJfauggqs
Autumn Leaves - Mantovani and his Orchestra
https://youtu.be/_BkzldbDxDY
Sábado, 19 de Setembro de 2020
Visite Borba!
Fotografias de Adriano Bastos
Sexta-feira, 18 de Setembro de 2920
"Alentejo Terra de Artistas"
A pintura é neta da natureza...
Rembrandt
Henrique César de Araújo Pousão
O mais notável e importante pintor Alentejano,
natural de Vila Viçosa onde nasceu em 1859
Napolitaine
Velha a dobar
Neapolitan Boy
Henrique Pousão, Modelo, 1880
Quinta-feira, 17 de Setembro de 2020
Celeiro da Cultura
Há Mulheres que trazem o Mar nos Olhos
Fotografia in pt.wikipedia.org
Há mulheres que trazem o mar nos olhos
Não pela cor
Mas pela vastidão da alma
E trazem a poesia nos dedos e nos sorrisos
Ficam para além do tempo
Como se a maré nunca as levasse
... Da praia onde foram felizes
Há mulheres que trazem o mar nos olhos
pela grandeza da imensidão da alma
pelo infinito modo como abarcam as coisas e os Homens...
Há mulheres que são maré em noites de tardes
e calma.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Fotografia de Adriano Bastos
É o prazer de viver que dispersa, suprime a concentração, paralisa todo o impulso para
a grandeza. Mas sem prazer de viver... Não, a solução não existe... A menos que seja uma
solução fazer de um grande amor uma raiz e nele encontrar a fonte de vida sem o castigo
da dispersão.
Albert Camus, in 'Cadernos'
Quarta-feira, 16 de Setembro de 2020
"Respigando...Alentejo"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
Fotografia de Filipe Jose Galhanas
"Dedicação"
https://youtu.be/yuknsUFNXlM
Terça-feira, 15 de Setembro de 2020
Celeiro da Cultura
Herberto Hélder de Oliveira
Photo in www.publico.pt911511
Herberto Hélder de Oliveira foi um poeta português,
considerado o "maior poeta português da segunda
metade do século XX".
Escrita
"Escreve-se um poema devido à suspeita de que enquanto o
escrevemos algo vai acontecer, uma coisa formidável,
algo que nos transformará, que transformará tudo."
in Jornal Público, 4 Dezembro 1990
Poema de Herberto Hélder
Um poema cresce inseguramente
na confusão da carne,
sobe ainda sem palavras, só ferocidade e gosto,
talvez como sangue
ou sombra de sangue pelos canais do ser.
Fora existe o mundo. Fora, a esplêndida violência
ou os bagos de uva de onde nascem
as raízes minúsculas do sol.
Fora, os corpos genuínos e inalteráveis
do nosso amor,
os rios, a grande paz exterior das coisas,
as folhas dormindo o silêncio,
as sementes à beira do vento,
- a hora teatral da posse.
E o poema cresce tomando tudo em seu regaço.
E já nenhum poder destrói o poema.
Insustentável, único,
invade as órbitas, a face amorfa das paredes,
a miséria dos minutos,
a força sustida das coisas,
a redonda e livre harmonia do mundo.
- Em baixo o instrumento perplexo ignora
a espinha do mistério.
- E o poema faz-se contra o tempo e a carne.
Herberto Hélder
Segunda-feira, 14 de Setembro de 2020
Borba
ARTESANATO
Mestre Catarino
"...Desde miúdo e para me entreter sempre fiz peças em artesanato em madeira,
cortiça e papel, principalmente depois de reformado..."
"...Fiz e ainda faço tarros, cochos, cornas para azeitonas, cadeiras, mochos em tamanho
normal e em miniaturas bem como de alfaias agrícolas. Fiz ainda uma réplica da Igreja da
Senhora da Orada que vai ser oferecida à junta de freguesia da Orada..."
Tendo como objectivo principal contribuir para a preservação, promoção e divulgação da nossa identidade cultural, este grupo de Borbenses e amigos de Borba, na sequência de diversas entrevistas que vimos publicando no nosso Blogue, decidimos desta vez falar com um Borbense que sempre continuou ligado às suas raízes que nos vai contar a história da sua vida que,como verão se reveste de forte empenho e persistência na luta por uma vida melhor, tanto para si como para quem o rodeia.
Falamos então com:
João Vitorino Bispo Catarino
J.A. Conte-nos então o inicio da sua juventude
J.C. Como filho de gente pobre comecei a guardar gado aos 7 anos, o que fiz até aos 15 anos
J.A. Como se depreende seria um pouco monótona esta actividade como preenchia o tempo?
J.C. Neste período também aprendi a ordenhar ovelhas, fazer queijos e ser pastor, como ajuda, até aos meus 15 anos.
J.A. A que mais se dedicou após esta idade?
J.C. Quando completei os 15 anos passei de ajuda a moral, responsável pelo rebanho, como ganadeiro,até aos 18 anos
J.A. Quando atingiu essa idade, nessa altura a maioridade, que mais fez?
J.C. Deixei a vida de ganadeiro fui trabalhar para o campo, lavrar com bois, parelhas de mulas, aprendi a ceifar e gadanhar até aos 20 anos.
J.A. Os ordenados certamente seriam baixos!!
J.C. Sim éramos muito mal pagos e então decidi deixar o trabalho do campo e fui trabalhar para as pedreiras, até aos 26 anos, quando me casei
J.A. Já casado e certamente com mais responsabilidades procurou melhores condições de trabalho?
J.C. Voltei a ser ganadeiro por mais 6 anos que tive de deixar pois o meu filho mais velho teve que ir para a escola e eu para lhe dar apoio fui dar serventia nas obras de construção civil. Acontece que o meu mestre que viu que tinha vocação para esta actividade mandou-me fazer uma parede e que por ter gostado do meu trabalho ao fim de 17 meses considerou-me mestre e passados 3 anos construí a casa onde ainda hoje habito, claro que muito mais melhorada
J.A. Passou portanto a dedicar-se à construção civil?
J.C. Até ao "25 de Abril" além desta função dediquei-me também ao trabalho do campo, queijaria, ceifa, gadanha, colheita de grão e até mesmo como servente
J.A. Que mudanças trouxe o "25 de Abril" à sua vida?
J.C. Fui eleito delegado sindical pelo sindicato agrícola junto das cooperativas e de trabalhadores por conta de outrem, especialmente das cooperativas onde me mantive até 1986.
J.A. Que mais fez após este ano?
J.C. Neste ano fui admitido na Câmara Municipal de Borba como operador de fogo, não nos quadros da Câmara, apenas a contrato. Com a minha experiência dediquei-me à rede de esgotos, ao alcatroamento e orientar grupos de homens até ao ano de 2002
J.A. Despertou-nos a atenção sempre que o víamos com stands em feiras e festas com peças de artesanato. Como surgiu essa paixão?
J.C. Desde miúdo e para me entreter sempre fiz peças em artesanato em madeira, cortiça e papel, principalmente depois de reformado.
J.A. Como homem dos 7 ofícios a que mais se dedicou?
J.C. Como atrás refiro com a experiência adquirida fui muito solicitado para tratar de árvores, hortas, limpar oliveiras, poda de vinhas e com o que sabia ensinar também aos mais novos.
Ainda e a pedido da Câmara Municipal de Borba foi pioneiro da primeira "Feira de Ervas" que se fez na freguesia da Orada, iniciativa que trouxe muita gente a Borba e que se tornou quase como uma referência.
J.A. Quais as peças que mais gosta de fazer como artesão?
J.C. Fiz e ainda faço tarros, cochos, cornas para azeitonas, cadeiras, mochos em tamanho normal e em miniaturas bem como de alfaias agrícolas. Fiz ainda uma réplica da Igreja da Senhora da Orada que vai ser oferecida à junta de freguesia da Orada.
J.A. De âmbito social a que mais se dedicou?
J.C. Fiz parte da Assembleia Municipal de Borba como membro da junta de freguesia, fiz parte dos órgãos sociais da cooperativa de consumo, sócio dos bombeiro voluntários, sócio da liga de amigos de Estremoz, sócio da casa de cultura da Orada, formou o Rancho Folclórico "Cravos e Rosas da Orada" que deixou por motivos profissionais e que deixou ao José Martins que lhe deu continuidade.
Apesar da vida não me ter sorrido sempre mantive um espírito alegre, rodeado de muitos amigos sempre cheio de esperança que tudo isto havia de mudar para melhor.
Fotografias de Adriano Bastos
Alentejo- Artesanato de Borba
https://youtu.be/WLDM8PXpBuI
Domingo, 13 de Setembro de 2020
Concerto de Domingo
Hungry Ghosts
I Don't Think About You Anymore But, I Don't Think About You Anyless
https://youtu.be/kS9SUmAyKWM
Sábado, 12 de Setembro de 2020
Visite Borba
Borba Alto Alentejo-Portugal
https://youtu.be/YYNHnTp10XM
Sexta-feira, 11 de Setembro de 2020
Alentejo
Fotografia de Adriano Bastos
Natália Correia
Photo in blog wordpress.com
“(...) A solidão alentejana teve o seu antídoto na comunidade coral: é vê-los, cerrados
numa determinação comunitária, que tem muito de sagrado (...) é a sacralização da vida
pouca na muita terra alentejana, e das agonias que ela engendra (...) cantam para não
ouvir o silêncio. A voz demoníaca do silêncio. E eu imagino ... não um ou outro grupo
desgarrado, cantando como orgãos dispersos na nave da planura. Mas todos os grupos
formando um único coral magnífico, o verbo alentejano finalmente incarnado.”
Natália Correia
Quinta-feira, 10 de Setembro de 2020
Alentejo na Fotografia e Pintura
Fotografia
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Moinhos do Alto de S.Bento - Évora (anos 50/60)
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José Eliseu
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Flávio Horta
"Granja, Mourão 1982"
tinta da china e acrílico sobre papel (30x30)cm - 2016
Montemor-o-Novo, 1976
Maluda
Quarta-feira, 9 de Setembro de 2020
Livro da Semana
Páscoa Feliz
de
"O seu aparecimento em Lisboa foi saudado efusivamente pelos amigos que o tinham visto partir com desgosto das tertúlias dos cafés. José Gomes Ferreira anotou o facto como um acontecimento jubiloso, nesta passagem do seu livro A Memória das Palavras – ou o Gosto de Falar de Mim: «Pouco mais ou menos por essa ocasião aconteceu o reencontro, para mim desvanecedor, com a personalidade poderosa de José Rodrigues Miguéis, que exercia, então, como nas gerações subsequentes, um fascínio dominador, sobre tudo e todos, exultante dum conjunto de virtudes raras num escritor que, a par da inventiva psicológica, da luminosidade do pensamento, da influência mágica da palavra, moldável a qualquer capricho de expressão pedagógica, política ou polémica, amava contar histórias- histórias com um toque de sensualidade de lucidez doentia que o acanhado meio e o puritanismo de olhos baixos do idioma reprimia a custo. No momento em que voltámos a abraçar-nos (desde a adolescência que a nossa vida tem sido um abraço de reencontro pegado!), José Rodrigues Miguéis preparava a edição da Páscoa Feliz…» "
Mário Neves
Terça-feira, 8 de Setembro de 2020
Momento musical
António Pinho Vargas
"Vilas morenas" do disco "As folhas novas mudam de cor" (LP 1987)
https://youtu.be/m49z5N_Vr88
Segunda-feira, 7 de Setembro de 2020
Alentejo Património Cultural
Alentejo Terra de Artistas
Amilcar Abreu
"enriquecer a galeria dos criadores nacionais de banda desenhada, onde o seu nome faltava." refere António de Azevedo Coutinho a propósito do vasto e significativo espólio de Amilcar Abreu
Amilcar Abreu artista autodidacta, pintor e ilustrador tem as sua genuínas raizes no Alentejo, concretamente em Arronches, no Alto Alentejo. Nasceu no distrito de Portalegre em 1922, tendo nos quarenta e dois anos de curta existência deixado importante legado.
Foi no Alentejo que viveu grande parte
da sua vida e é através do Desenho,
Aguarelas e Ilustrações que se tornou
conhecido na década de quarenta do
século passado.
Divulga então as suas aguarelas e inconfundíveis
caricaturas, deixando antever um importante artista .
Na sua obra o Alentejo está presente e
é motivo da sua inspiração, ao retratar
o ambiente rural e urbano de então.
Participa já em 1925 através de
ilustrações no Jornal "O Século"
no suplemento infantil, sendo justo
referir que dá origem à Banda
Desenhada Portuguesa e à literatura
infantil. Ràpidamente estas publicações
ganham relevo povoando o nosso
imaginário e chegando igualmente
a terras distantes como o Brasil,
França e a vizinha Espanha.
Participa em 1947 numa Exposição Colectiva
com "A menina Vitamina", "Torres da Sé, "Da Janela do meu quarto",
"O menino Swing" e outros trabalhos, ganhando projecção
pela sua originalidade e pela sátira dos mesmos.
O maior conhecimento advém da sua
colaboração com o Jornal "O Século,
um dos maiores jornais de tiragem
nacional, com o seu contributo nas
décadas de cinquenta e seguinte do
século passado, com o "Pim Pam
Pum" nos deixou imagens que urge
rever e divulgar. É então que o
público toma conhecimento da sua
grande produção artística na aguarela,
na ilustração e caricatura.
Domingo, 6 de Setembro de 2020
Concerto de Domingo à tarde
The Mamas & the Papas - California Dreamin'
https://youtu.be/qhZULM69DIw
Sábado, 5 de Setembro 2020
Arte na Fotografia
Eduardo Gageiro
Eduardo Gageiro | O fotógrafo do 25 de Abril
https://youtu.be/VN52RQw-VHY
Sexta-feira, 4 de Setembro 2020
Em Borba- Mezinhas da Avó
"A alegria evita mil males e prolonga a vida."
William Shakespeare
Benefícios no consumo de Atum
A primeira vantagem do atum é o seu valor. Ele é um alimento mais acessível a população, tanto em relação ao preço quanto a disponibilidade no mercado. O que o torna de fácil consumo diário.
Além desta vantagem, existem todos os benefícios nutricionais. Tais como:
Coração
Estudos encontraram uma associação inversa entre a ingestão de atum e mortalidade coronária em mulheres,
Outro estudo demonstrou a redução do risco de morte súbita em homens que consumiam atum diariamente, quando comparados a os que não possuíam este hábito.
E qual seria a razão deste resultado?
Ômega 3:
Por ser rico em na gordura “boa”, principalmente o ômega 3, o Atum:
- Diminui os riscos de doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral (derrame),
- Reduz a pressão arterial,
- Possui ação antiinflamatória,
- Diminui as taxas de triglicérides e colesterol total no sangue.
Cérebro:
O ômega 3 também melhora as funções cerebrais de pessoas na idade adulta e reduz o risco de doenças mentais e doenças degenerativas na terceira idade.
Proteínas:
Além dos benéficos citados acima, o atum também é rico em proteínas. Uma lata de 140 gramas de atum pode fornecer um terço da dose diária recomendada porção de proteína e 40% da dose diária recomendada de vitamina B12.
Osteoporose
Finalmente o atum é rico em vitaminas antioxidantes, como a Vitamina A, E e principalmente a D. Sendo uma boa alternativa para pessoas com desmineralização óssea. Melhorando a captação de cálcio pelos ossos.
Imunidade:
em vitamina D
Forma de consumo:
Para ter todos esses benefícios o indicado é o consumo de no mínimo 3 vezes por semana. Fique atento, o atum ralado geralmente é obtido a partir das partes desprezadas dos peixes, portanto prefira o atum fresco. Se não puder comprar, opte pelo atum em pedaços.
Fonte:
https://sites.google.com/site/amigosterrasborba/1-borba/13-mezinhas-da-avo
Quinta-feira, 3 de Setembro de 2020
O Livro da Semana
O Medo
Al Berto
"cada dia que passa escrevo menos, e o pouco que escrevo exige todo o tempo disponível, requer paixão e partilha.
está frio de quebrar ossos.
às vezes queria ser pastor, homem transumante, ir e regressar com o sol e as chuvas, ir e regressar eternamente com o ciclo das estações.
hoje fiz trinta e seis anos. acabaram-se algumas coisas na minha vida, sinto isto, apesar de ainda não perceber claramente o quê. estou certo que a juventude não recomeça nunca, nem terá início hoje. habituo-me à grande desolação dos dias
diz o horóscopo que os capricórnios têm uma velhice feliz. a velhice, dizia Céline, é um sobejo da vida.
escasseia o tempo na tentativa de vislumbrar algum sossego.
escrever, passar a vida a escrever, para quê?"
Quarta-feira, 2 de Setembro de 2020
Celeiro da Cultura
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Ao fim do dia
"Chega sempre o momento em que nos perguntamos qual é o propósito de certas amizades, de certas conversas, o que é que nos leva a tomar este ou aquele ponto de vista, a fingir que participamos, quando no fundo é escasso o que importa e o que pessoalmente para nós conta.
É certo que a vida em sociedade exige o ritual, pede o teatro, ninguém pode andar com a alma à mostra, ou abri-la com a mesma inocência com que às vezes se exibe o corpo. Mas quanta saliva gasta, quanto tempo perdido, tanta energia desbaratada sem que se adivinhe o que rende ou que moinhos a aproveitam
Não é que ao fim do dia me ponha a contabilizar a utilidade do trato social, apenas me toma um sentimento que balança entre a irritação e o desalento, de ver que também eu faço o que não quero, afirmo o que estou longe de pensar, gasto-me em salamaleques que só a contragosto, ou por necessidade do enredo, atribuiria a um personagem de romance.
Esse teatro derreia, leva a fazer má cara ou, pior ainda, a afixar o sorriso da hipocrisia."
Felicidade às gotas
"Afirmam os modestos e os medrosos que a felicidade é boa quando chega aos poucos ou em pequenas doses, provavelmente à maneira das gotas do soro fisiológico que lentamente penetram na veia do enfermo.
Outros há que a desejam repentina, um furacão, querem sentir-se arrebatados, como parece que acontece aos poetas românticos quando, depois de muita solidão e êxtase, subitamente enfrentam o objecto do seu amor.
A maioria, por certo também neste caso se comporta na forma habitual, deseja-se medianamente feliz, nada de altos e baixos, jackpots e misérias.
De facto, pouco adiantam as lucubrações, de nada valem os votos que fazemos, tão-pouco nos chega a felicidade em grande ou pequena medida. É um estado de alma.
Arrisco-me a dizer que ela só existe quando a chamamos, e ainda é preciso reconhecê-la, condão que a muitos falta."
José Rentes de Carvalho
Segunda-feira, 31 de Agosto de 2020
Receitas de Culinária do Alentejo
Arroz doce tradicional
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Arroz doce tradicional com um toque alentejano!
O arroz doce é uma sobremesa antiga, do tempo das nossas avós, cada um tem
a suareceita de familia, esta é a nossa. Experimente!
Uma sobremesa muito apreciada pelos mais novos e pelos mais velhos. Receita
fácil eadequada para uma ceia de Natal, um almoço entre amigos e familiares.
Ingredientes
1 chávena grande arroz carolino
1+1/2 chávena grande água quente
3/4 chávena grande açúcar
2 limão casca translúcida
1 pau de canela
2+1/2 chávena grande leite meio.gordo morno
4 gemas (opocional)
1 colher sopa margarina vegetal
canela em pó
sal q.b.
Tempo Preparação 30min
Tempo Cozedura 25min
Instruções de preparação
Lavar e cozer o arroz em água quente, adicione uma pitada de sal. Deixe o arroz
absorver completamente toda a água, caso o arro ainda não esteja cozido, adicione
mais um pouco de água quente, e deixe cozer sempre em lume brando.
Acrescentar ao tacho o açúcar, as cascas de limão, o pau de canela, o leite e a manteiga
vegetal e mexer muito bem até que todos os ingredientes fiquem completamente
incorporados.
Continuar a mexer sempre durante mais 6 a 8 minutos, termine assim que começar
a engrossar.
Separe as gemas e misture-as um pouco. Retire 1 a 2 colheres de sopa do arroz do tacho
e junte ás gemas mexendo rapidamente.
Retire as casca do limão e o pau da canela. Junte em fio o preparado com as gemas de
ovo no tacho e mexa durante mais 2 a 3 minutos.
Notas
Deve servir morno ou frio em tacinhas pequenas ou numa travessa, polvilhado
com canela. Bom apetite!
In Alentejanando de António Sousa
Domingo, 30 de Agosto de 2020
Concerto de Domingo
Ricardo Ribeiro - Fadinho Alentejano
https://youtu.be/Ns5zdIfoeJI
Ricardo Ribeiro - Mondadeiras
https://youtu.be/evmFy9F1ikk
Sábado, 29 de Agosto de 2020
Na Mochila para férias...
CERROMAIOR
de
Manuel da Fonseca
Edições Editorial
Caminho,SA
2011
À sua Santiago, Manuel da Fonseca apenas retirou a proximidade do mar.
Assim, Cerromaior retrata-nos uma cidade cercada pelo campo e a realidade alentejana dos anos trinta e quarenta.
São focadas todas as classes sociais: a família de latifundiários que dominam toda a cidade (os primos de Adriano, a figura central do romance); o herói Adriano, filho da burguesia local mas com problemas financeiros; o proletariado rural, objecto da exploração económica; o Doninha, figura típica de Cerromaior dominada pela loucura; a Guarda Nacional Republicana, aliada dos poderosos.
A trama de Cerromaior gira em torno de Adriano, dividido entre as suas origens e a consciência que toma da verdade da sua terra, e que acaba por tomar a defesa dos mais desprotegidos.
Literariamente, este romance descreve um círculo, sendo a cena inicial em que encontramos Adriano na prisão local o termo da trama.
Este romance foi adaptado ao cinema por Luís Filipe Rocha em 1980.Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Cerromaior é o nome do primeiro romance de Manuel da Fonseca, publicado em 1943.
Cerromaior é o nome da (pequena) cidade onde decorre a acção do romance. Se bem que sendo uma cidade imaginária são notórias as semelhanças com a terra natal de Manuel da Fonseca, Santiago do Cacém. Aliás, o facto é referido pelo próprio logo no prefácio da obra «Cercado de cerros, que vão de roda em anfiteatro com o lugar do palco largamente aberto sobre a planície e o mar, o cerro de Santiago é de todos o mais alto. Daí o título: Cerromaior. Vila que me propus tratar...»
Sexta-feira, 28 de Agosto de 2020
Alentejo-Natureza
"As cinco zonas do mundo onde se vive mais tempo"
"O explorador da "National Geographic" Dan Buettner identificou cinco zonas do mundo onde
as pessoas chegam aos 100 anos. Conheça a receita da longevidade.
O ponto de partida do projeto foi a ilha de Sardenha, em Itália. Na localidade reuniram-se
médicos, antropólogos, demógrafos e especialistas em epidemiologia, que estudaram o modo
de vida dos habitantes. E assim foi aberto caminho para uma investigação mundial.
Ao longo de vários anos, a pesquisa foi expandida e foram identificados cinco locais com comportamentos específicos que têm influência direta na saúde.
Ao programa foi dado o nome de "Blue Zones" ("Zonas Azuis"). Nesta categoria estão integradas
as ilhas de Okinawa, no Japão; a cidade de Loma Linda, na Califórnia (EUA); a península de
Nicoya, na Costa Rica; a ilha Icária, na Grécia; a ilha de Sardenha, em Itália.
Nas cinco regiões, a taxa de incidência de cancro e de doenças cardíacas são mais baixas,
em comparação com o resto do mundo. Apesar de o código genético ser um elemento essencial,
os investigadores reuniram nove comportamentos que influenciam a longevidade e que são
comuns a todas as zonas.
1. Contacto com a natureza
Os habitantes das cinco zonas estão em constante contacto com o meio ambiente. Usam as
montanhas para fazer grandes caminhadas. Não vão a ginásios, nem fazem maratonas.
Exploram e desfrutam da natureza. Também têm por hábito plantar jardins e quintais, de onde
colhem os alimentos para as refeições.
2. Objetivo de vida
Em Okinawa chamam-lhe "ikigai" e em Nicoya falam em "plano de vida". Encontrar um propósito
para acordar todos os dias. Em Loma Linda há um grande incentivo ao voluntariado, por exemplo.
Os habitantes concentram-se em ajudar os outros e ganham uma ocupação. Isto ajuda a
combater depressões e outras perturbações.
3. Pausar
Fazer uma pausa no dia. Em Okynawa tiram alguns minutos para lembrar os antepassados,
em Loma Linda
rezam, em Icária aproveitam para fazer uma sesta depois do almoço e na Sardenha existe uma
"happy hour" para o convívio.
4. A regra dos 80%
Não comer em quantidades exageradas, manter um peso equilibrado. Em Loma Linda há uma
grande preocupação em manter um índice de massa corporal saudável. Por norma, param de
comer quando o estômago está cerca de 80% cheio. A refeição mais pesada é feita de manhã e
à noite come-se pouco.
5. Vegetais
Feijões, soja, lentilhas e favas são a base das dietas praticadas nestes cinco locais. Por exemplo,
em Icária existe a dieta mediterrânica, rica em massas, arroz, frutas, vegetais e grãos integrais.
Muitos habitantes destas zonas são vegetarianos.
6. Vinho
Beber álcool de forma moderada e regular. Durante a refeição ou no convívio com os amigos
costumam beber m ou dois copos de vinho.
7. Espiritualidade
Os habitantes das zonas estão integrados em comunidades religiosas. A devoção é um ponto
forte das "Zonas Azuis" e tem influência direta nos hábitos e comportamentos.
8. Família sempre por perto
Os mais velhos ficam sempre perto da família. As pessoas são acompanhadas e têm sempre
alguém perto para ajudar e cuidar. A tendência é comprometer-se com alguém através do
casamento e ter filhos. Investem muito tempo na nova geração com a esperança que esses
cuidados um dia lhes sejam retribuídos.
9. Redes de amigos
Estar inserido num círculo de pessoas da comunidade. A noção de companheirismo está muito
presente. Os habitantes de Okinawa criam "moais", grupos de cinco amigos que se comprometem
para a vida."
in Jornal de Notícias
Quinta-feira, 27 de Agosto de 2020
"Respigando...Borba"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
Fotografia de Adriano Bastos
São Tiago de Rio de Moínhos
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"Pormenor da decoração a fresco do tecto da igreja com milagres de S. Tiafo, pelo
pintor Domingos Gonçalves, 1706. Cf. o meu estudo «O ciclo da vida e milagres
de São Tiago Maior pintado na igreja matriz de Rio de Moínhos: um raro programa de
iconografia jacobeia (1706)», Jacobvs – Revista de Estudios Jacobeos y Medievales,
nºs 25-26, 2009, direcção de István Szászdi Léon-Borja, vol. de homenagem a
Joaquim Veríssimo Serrão, Sahagún (Léon), pp. 337-365."
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"São Tiago Maior, alto-relevo em mármore, do fim do século XIII.
Igreja matriz de Rio de Moinhos (Borba)."
"UM IGNOTO ALTO-RELEVO DO GÓTICO RURAL."
"Na igreja de São Tiago de Rio de Moinhos (concelho de Borba) existe um muito desconhecido relevo marmóreo que representa SÃO TIAGO MAIOR e se impõe pela extraordinária ingenuidade e arcaísmo da figuração. Data ainda do fim do século XIII, o que lhe confere valia excepcional. O santo, que segura o bordão de romeiro, pode ser admirado na parede esquerda, à entrada do templo, junto à placa fundacional de D. Gonçalo, em caracteres góticos latinos, que atesta ter a construção da igreja ocorrido na era de 1328 (Era de César, que corresponde ao ano 1290 da era cristã). O relevo não vem referido pelo grande historiador de arte Túlio Espanca no 'Inventário Artístico de Portugal' (tomo IX, respeitante ao Distrito de Évora, 1978, p. 153), acaso por estar oculta à data; eu próprio não a vi em anteriores visitas ao templo para estudar os frescos quinto-joaninos. Espanca registou, sim, um fragmento de cruzeiro do século XIII,em «tosco estilo românico-gótico dionisino», que representa o CALVÁRIO e se encontra na parede direita junto ao arco triunfal. Esta peça, reproduzida no Inventário (1978), foi também lavrada com uma surpreendente ingenuidade que denuncia um mesmo escopro de alvenel não-erudito... Temos, em suma, um raríssimo relevo da época dionisina, coevo da fundação do templo em 1290, que nos mostra saborosa linguagem popular, arcaizante e displicente ao mesmo tempo, que mais uma vez avisa os nossos medievalistas que o seu campo de estudos não se pode confinar às obras dos «grandes centros» e que existem linguagens micro-periféricas que exigem atenção. A igreja de Rio de Moínhos (aldeia junto à Serra d'Ossa) é sobretudo conhecida pelos seus frescos com a iconografia e milagres de São Tiago Maior, da autoria do pintor calipolense Domingos Gonçalves (1706), mas verifica-se agora que tem outras surpresas a oferecer à contemplação dos visitantes. (Atenção, que o estado de conservação é pior do que julgava: a igreja reclama atenção urgente da DRCA !)."
Dr.Vitor Serrão
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"Cristo na cruz entre a Virgem e São João Evangelista (procedente do antigo cruzeiro
medieval). Mármore, fim do século XIII. Igreja de Santiago de Rio de Moínhos (Borba).
Já referenciado por Túlio Espanca no Inventário (1978)..."
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"Lápide fundacional da igreja de Rio de Moinhos
por um certo D. Gonçalo na era de 1328 (ano 1290 da era cristã)."
In FB/Vitor Serrão-Fotografias e texto
Quarta-feira, 26 de Agosto de 2020
Receitas de Culinária do Alentejo
Sopas de beldroegas
"Estas sim... sopas de beldroegas!!
Ingredientes
1 molho grande de beldroegas
1 cebola grande picada
2 folhas louro
1 cabeça de alhos
qb azeite
qb sal
qb pimenta
(opcional) 1 queijo de cabra curado ( ou fresco)
batatas (4 a 6 rodelas por pessoa)
qb água
8 ovos (2 por pessoa)
pão alentejano duro "de véspera", 4 fatias por pessoa
Passo a passo
Pique a cebola e leve a refogar numa caçarola juntamente com o azeite (quantidade suficiente que cubra a cebola), os dentes de alho esmagados com casca, o louro, o sal e a pimenta (opcional).
Acrescente as beldroegas arranjadas e lavadas (apenas as folhas) e refogue mais um pouco. Junte um pouco de água, as batatas cortadas às rodelas grossas e deixar cozer.
Foto do passo 1 da receita de Sopa de beldroegas
Quando as batatas estiverem cozidas, verifique se o caldo é suficiente para a sopa, se achar necessário junte mais um pouco de água, coloque então os ovos e deixe escalfar.
Depois dos ovos estarem escalfados, a sopa está pronta a servir.
Empratamento:
corte o pão em fatias finas e disponha 4 no fundo de cada prato. Retire da caçarola algumas batatas e beldroegas e coloque nos pratos, por cima do pão, depois faça o mesmo com os ovos, dois por prato e por fim 2 a 3 conchas de caldo.
Nota: o queijo de cabra, pode ser utilizado de duas formas, cortado em fatias finas e colocar por cima das fatias de pão, ou pode simplesmente ír comendo umas fatias, a acompanhar a sopa. Por fim.... então saboreie Alentejo….. "
In Alentejanando de António Sousa
Terça-feira, 25 de Agosto de 2020
O gosto pela leitura
Ao Encontro dos nossos Escritores
"O trem arquejava, rompendo o vasto vento da planura desolada. E a cada apito era um alvoroço. Medina?... Não! Algum sumido apeadeiro, onde o trem se atardava, esfalfado, resfolegando, enquanto dormentes figuras encarapuçadas, embrulhadas em mantas, rondavam sob o telheiro do barracão, que as lanternas baças tornavam mais soturno. Jacinto esmurrava o joelho: - Mas porque pára este infame comboio? Não há tráfico, não há gente! Oh esta Espanha!... – a sineta badalava, moribunda. De novo fendíamos a noite e a borrasca."
Eça de Queirós em A Cidade e as Serras
Photo in http://adpa-arouca.blogspot.com
"O tempo do livro é o do candeeiro de petróleo, o das meias de algodão feitas em casa à agulha, o das papas de linhaça e do óleo de fígado de bacalhau. O das ceroulas compridas com atilhos. É o tempo dos botins e das cuias, dos palitos para palitar os dentes depois da sobremesa. O tempo das perucas, das lamparinas e dos penicos."
Vergílio Ferreira em Para Sempre
Photo in http://www.wook.pt
Segunda-feira, 24 de Agosto de 2020
O Livro da Semana
A Implosão
Nuno Júdice
"Já reparaste que ninguém ouve os pobres? Estão à porta do metropolitano, a estender o chapéu, a vender inutilidades, ou sentados no passeio, junto a grandes lojas, e só balbuciam qualquer coisa quando por eles passamos, coisas que não nos chegam aos ouvidos, palavras, frases que só eles sabem o querem dizer. E cada vez haverá mais pobres, até serem uma multidão, sentados nas praças, debaixo de tectos de paragens de autocarro, e as suas vozes continuarão inaudíveis. É o dinheiro que dá voz aos homens, por isso, se lhes tirarem o dinheiro, ficarão sem voz. É isto que pensam os que governam, é isto que estão a fazer, devagarinho, como quem não quer a coisa, como se nos estivessem a fazer um favor, e tivéssemos de lhes ficar agradecidos por nos cortarem a língua. E qualquer dia virão dizer, como o Ditador dizia, que a mendicidade é um cicio, e são muito capazes de cobrar imposto sobre as esmolas, basta criar um programa informático para a s calcular em função da área em que o mendigo actua."
Domingo, 23 de Agosto de 2020
Concerto de Domingo
Sérgio Godinho - O Novo Normal
https://youtu.be/z91KL6-Y3wQ
O NOVO NORMAL NO NOVO NORMAL HÁ CIDADES INTEIRAS POR ONDE RASGARAM INVISÍVEIS POEIRAS MALIGNAS BENIGNAS NINGUÉM SABE SE SABE NEM QUE ACASO OU QUE DESTINO NOS CABE O NOVO NORMAL É TERRENO MINADO DE ACASOS NO NOVO NORMAL CAEM CORPOS À SORTE EM VALAS COMUNS NUM SILÊNCIO DE MORTE CORTADO SOMENTE POR SOLUÇOS DISTANTES LONGE VÃO OS TEMPOS DE SER COMO DANTES NO NOVO NORMAL NUNCA NADA VAI SER NUNCA IGUAL DADAS AS CIRCUNSTÂNCIAS MANTENHA AS DISTÂNCIAS RESPEITE OS ESPAÇOS CONTROLE ESSAS ÂNSIAS DE BEIJOS E ABRAÇOS REFREIE AS AUDÁCIAS E AS INOBSERVÂNCIAS ESCOLHA BEM AS AUDÁCIAS REFREIE ESSAS ÂNSIAS DE BEIJOS E ABRAÇOS DADAS AS CIRCUNSTÂNCIAS RESPEITE OS ESPAÇOS NO NOVO NORMAL NUNCA SÃO CONTAS FEITAS ACORDASTE INFORMADO E IGNORANTE TE DEITAS E AMANHÃ PELA MANHÃ SERÁ QUE ALGO MUDOU (TUDO) NÃO PASSOU DE UM PESADELO FUGAZ UMA HISTÓRIA DO MEDO LARGADA AO OUVIDO EM SEGREDO NO NOVO NORMAL HÁ GRANDES FILAS DE FOME NOMES TÃO DESGASTADOS ATÉ DEIXAR DE TER NOME ATÉ QUE O MEDO NÃO TENHA RACIONAIS FUNDAMENTOS E SEJA SÓ UM BURACO NEGRO NO CÉU UM HORIZONTE DE EVENTOS MEMORIAL DO QUE SE VIVEU DADAS AS CIRCUNSTÂNCIAS MANTENHA AS DISTÂNCIAS RESPEITE OS ESPAÇOS CONTROLE ESSAS ÂNSIAS DE BEIJOS E ABRAÇOS REFREIE AS AUDÁCIAS E AS INOBSERVÂNCIAS ESCOLHA BEM AS AUDÁCIAS REFREIE ESSAS ÂNSIAS DE BEIJOS E ABRAÇOS DADAS AS CIRCUNSTÂNCIAS RESPEITE OS ESPAÇOS
Sábado, 22 de Agosto de 2020
19 de Agosto: Dia Mundial da Fotografia
"A melhor coisa sobre uma fotografia, é que ela não muda mesmo
quando as pessoas mudam."
Andy Warhol
O beijo do Hotel de Ville, de Robert Doisneau
"Um dos beijos mais famosos da história aconteceu em Paris e foi captado pelo fotógrafo francês Robert Doisneau. Trata-se contudo de uma fotografia encenada com dois estudantes de teatro, Françoise Bornet e Jacques Carteaud. A fotografia é de de Março de 1950: Robert Doisneau saiu para a rua com os dois jovens actores e deixou-os fazer o que quisessem, observando-os de perto. Os jovens caminharam, conversaram, deram as mãos e acabaram por beijar-se. O beijo ocorreu na rua de Rivoli, em frente ao Hotel de Ville (Câmara Municipal de Paris), com Doisneau sentado num café. A fotografia foi publicada pela revista Life — para um artigo sobre o amor em Paris."in Estóriasdahistória
Quarta-feira, 19 de Agosto de 2020
Alentejo
Património Cultural
"Quem entenda a minha música nunca mais será infeliz."
Ludwig Van Beethoven
Alentejo-Estremoz
João de Sousa Carvalho (1745-1798): Stellae in caelis obscurantur
https://youtu.be/DmGmIolzaKI
Sousa Carvalho Perseo (1779) - Ouverture
https://youtu.be/JyMMeVmvRdE
João de Sousa Carvalho - Toccata in G minor
https://youtu.be/HhNSGbC2EbQ
"João de Sousa Carvalho (Estremoz, 22 de fevereiro de 1745 - Alentejo, c.1798) foi um compositor e músico português
João de Sousa Carvalho, filho de Paulo de Carvalho e de Ana Maria Angélica, entrou com 8 anos, a 23 de Outubro de 1743, para o Colégio dos Santos Reis Magos em Vila Viçosa. Mandado a Nápoles pela Coroa, ingressou com Jerónimo Francisco de Lima (1741-1822) no Conservatório di Sant'Onofrio a Capuana, em Nápoles, a 15 de Janeiro de 1761. A sua primeira ópera, La Nitteti, sobre libreto de Pietro Metastasio, representou-se em Roma no Teatro Delle Dame no Carnaval de 1766. Também a oratória Isacco figura del Redentore, que data da mesma época, deve ter sido cantada em Itália. Regressou a Portugal presumivelmente em 1767, dado que assinou o Livro das Entradas da Irmandade de Santa Cecília a 22 de Novembro do mesmo ano. Foi nomeado professor de contraponto pelo menos em 1769 e, mais tarde, talvez em 1773, Primeiro Mestre de Capela do Seminário da Patriarcal. Em 1778, João de Sousa Carvalho sucedeu a David Perez (1711-1778) como professor dos Infantes e compositor da Real Câmara, com vencimento mensal de 40$000 réis e direito a usar carruagem, passando a controlar todo o aparelho de produção músicoteatral da Corte. Desde esse ano até 1789, com exceção de 1786 e 1788, cantaram-se novas obras suas (com inúmeras repetições) no Palácio da Ajuda, Palácio de Queluz e Palácio da Ribeira, sendo 10 serenatas - género afim de ópera, mas sem componente cénica - e duas óperas (Testoride argonauta, dramma in 2 atti, 1780, e Nettuno ed Egle, favola pastorale, 1785). Morreu no Alentejo em 1798."
in Wikipédia
Terça-feira, 18 de Agosto de 2020
"Respigando...Alentejo"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
Elvas
CORETO NO PARQUE DA PIEDADE - Elvas
"Coreto é uma estrutura edificada ao ar livre, em praças e jardins, para abrigar bandas musicais em concertos, festas e romarias. Em Portugal, é encontrado praticamente em todas as povoações no seu centro ou junto a igrejas ou capelas. Também é usado para apresentações políticas e culturais."
"O Coreto do Parque da Piedade foi inaugurado em 1957 pela Confraria do Senhor Jesus. Piedade, desconhecendo-se tanto a sua data de construção como o seu primeiro proprietário. Actualmente é propriedade da Câmara Municipal.
Apresenta uma planta única no distrito decágono e está a 1,60 do solo, assentando em pavimento de argamassa de cimento e mosaicos.
De construção em alvenaria, cimalha e cunhais em mármore e colunas de ferro fundido, apresenta a cobertura em chapa ondulada com ferro e um rendilhado que se destaca em todo este conjunto.
Não tem acesso próprio e, quanto à iluminação, está funcional e mantém-se todo ele em bom estado de conservação. Os bancos que o circulam, as árvores que o rodeiam e a aproximação de um lago são um convite ao lazer.
Actualmente é utilizado nas festas de São Mateus, em Setembro."in Rui Breda/FB
Rui Breda
Domingo, 16 de Agosto de 2020
Concerto de Domingo
George Gershwin - Rhapsody in Blue
https://youtu.be/eFHdRkeEnpM
Sábado, 15 de Agosto de 2020
Visite Borba
Fotografias de Adriano Bastos
Sexta-feira, 14 de Agosto de 2020
"Respigando...Alentejo"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
Fotografia de Filipe Jose Galhanas
CORETO DE CASTELO DE VIDE
"Coreto é uma estrutura edificada ao ar livre, em praças e jardins, para abrigar
bandas musicais em concertos, festas e romarias. Em Portugal, é encontrado
praticamente em todas as povoações no seu centro ou junto a igrejas ou capelas.
Também é usado para apresentações políticas e culturais."
"O Coreto foi construído no ano de 1905 e está localizado no Parque João José da Luz
e possui dupla escadaria com gradeamento que se prolonga pelo perímetro do
recinto elevada. A cobertura do Coreto, é em planta octogonal suspensa por oito
colunas metálicas, em que as pontas convergem para o centro mais elevado.
No interior, o Coreto tem suspenso na parte central um candeeiro para iluminação
pública.Os materiais utilizados na construção do Coreto foram o granito, ferro e
chapa metálica em verde escuro e com alvenaria pintada a branco. De registar
que, com regularidade, o Coreto de Castelo de Vide, é palco de Concertos de
Bandas Filarmónicas e Grupos de Música Ligeira e Etnográficos."
Artigo de Rui Breda
Quinta-feira, 13 de Agosto de 2020
"O mesmo tempo, o tempo de sempre
De um ponto de vista social, a emigração portuguesa constitui a manifestação de uma forma de escravatura que subsiste ainda hoje. De um ponto de vista ético, a emigração portuguesa significa a negação constante do direito mais elementar da pessoa: o direito à vida no próprio país. De um ponto de vista político, a emigração portuguesa supõe a renúncia à revolta".
in Portugal, a flor e a foice - Novembro de 1975 - inédito em Português.
De José Rentes de carvalho extraído do seu Blogue Tempo Contado 28 de Janeiro de 2013
https://sites.google.com/site/amigosterrasborba/1-borba/textos/emigrantes-e-imigrantes-de-borba
Quarta-feira, 12 de Agosto de 2020
Tempo de Reflexão
"Eis o que tenho a pedir-vos nos meus oitenta anos: plantem nesse lugar um plátano, onde o vento enroladinho no sono possa dormir sem sobressaltos; ou uma oliveira, ou um chorão, e à sua roda ponham uma sebe da flor doce e musical de espinheiro branco. Embora tenha pouca fé seja no que for, a terra ficará mais habitável. Um poema ou uma árvore podem ainda salvar o mundo." .
Eugénio de Andrade
Fotografia de Adriano Bastos
Terça-feira, 11 de Agosto de 2020
Celeiro da Cultura
"A poesia não é de quem a escreve , mas sim de quem a usa."
Antonio Skármeta
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Antonio Skármeta
"O carteiro de Pablo Neruda"
«Queria mandar-te mais alguma coisa além das palavras. Por isso meti a minha voz nesta gaiola que canta. Uma gaiola que é um pássaro. Ofereço-ta. Mas também quero pedir-te uma coisa, Mario, que só tu podes fazer. Os outros meus amigos todos ou não saberiam o que fazer, ou pensariam que sou um velho gagá e ridículo. Quero que vás com este gravador passear pela Ilha Negra, e me graves todos os sons e ruídos que fores encontrando. Preciso desesperadamente nem que seja do fantasma da minha casa. A minha saúde não anda bem. Falta-me o mar. Faltam-me os pássaros. Manda-me os sons da minha casa. Vai ao jardim e deixa tocar os sinos. Primeiro grava esse repicar fininho dos sininhos pequenos quando os agita o vento, e a seguir puxa a corda do sino maior, cinco, seis vezes, Sinos, meus sinos! Não há nada que soe tanto como a palavra sino, se a ouvimos de um campanário junto ao mar. E vai até às rochas e grava-me a rebentação das ondas. E se ouvires gaivotas, grava-as. Paris é bonita, mas é um fato que me fica demasiado largo. Além disso aqui é Inverno, e o vento revolve a neve como um moinho de farinha. A neve sobe e sobe, trepa-me pela acima. Faz de mim um triste rei com a sua túnica branca. Já chega à minha boca, já me tapa os lábios, já não me saem as palavras».
«E para que conheças alguma coisa da música de França, mando-te uma gravação do ano de 1938 que encontrei esquecida numa loja de discos usados do Bairro latino. Quantas vezes a cantei quando jovem? Sempre quis tê-la e nunca consegui. Chama-se J’attendrai, canta-a Rita Ketty, e a letra diz: «Esperarei dia e noite, esperarei sempre que regresses.»
Rina Ketty J'attendrai 1938
https://youtu.be/q5xSG46gslI
Segunda-feira, 10 de agosto de 2020
O Livro da Semana
Aldeia Nova
de
Manuel da Fonseca
Photo in Manuel+da+Fonseca2.jpg
"Rui enchia o peito de ar, lavava-se no sol. Mas já ia correndo rua abaixo. Uma grande vontade de correr. Onde estaria o Tóino e os outros? Ah! diria a avó que não queria voltar mais àquela casa! E diria também ao Estroina. Talvez lhe dessem razão… Deixassem-no andar, assim à sua vontade. Deixassem-no correr. Correr era bom. O bibe abria-se para os lados como asas. Deitava a cabeça para trás; o chão fugia-lhe debaixo dos pés. Nem via as casas, só o céu por cima dele. Entontecia, sentia-se livre como um pássaro. Se a mãe estivesse, não sereia nada daquilo a sua vida, não. A mãe deixava-o ser livre como um pássaro. Diria tudo isso ao avô: «Avô, desde que a mãezinha partiu, sinto-me preso como um pássaro numa gaiola!» Mas o avô não compreenderia as suas palavras. Nem a avó, nem o Estróina, ninguém!... O melhor era ir correndo, correndo sempre, correndo até tombar de cansado."
Domingo, 9 de Agosto de 2020
Concerto de Domingo à tarde
Hugh Laurie - Saint James Infirmary (Let Them Talk,
A Celebration of New Orleans Blues)
https://youtu.be/AzEBH6DZJVk
Sábado, 8 de Agosto de 2020
Borba e os seus escritores
ASPECTOS E CANÇÕES DA APANHA DA AZEITONA EM BORBA
de Fernando Castelo Branco
Publicações Lisboa 1958
Separata da Revista (Ocidente) - Vol.55LV - Liosboa 1958
Museu de Etnografia e História
JUNTA DISTRITAL DO PORTO
D. Fernando Luis de Sousa Coutinho Castelo-Branco e Menezes, 3º Marquês de Borba
Nascido: 10 de Jul de 1835
Falecido: 9 de Fev de 1928 (com a idade de 92)
D. Fernando Castelo Branco (Pombeiro)
Segundo todas as fontes, eram donatários de Belas nessa altura, os condes de Pombeiro, mais tarde marqueses de Borba. Foi da, sugestão de Fernando Castelo Branco (Pombeiro) e Eduardo Quintela de Mendonça (Farrobo) que o Sporting em 1906 adoptou do seu escudo para o emblema do clube o leão rompante de prata armado em preto sobre campo verde.
Quinta-feira, 6 de Agosto de 2020
Celeiro da Cultura
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Ao fim do dia
"Chega sempre o momento em que nos perguntamos qual é o propósito de certas amizades, de certas conversas, o que é que nos leva a tomar este ou aquele ponto de vista, a fingir que participamos, quando no fundo é escasso o que importa e o que pessoalmente para nós conta.
É certo que a vida em sociedade exige o ritual, pede o teatro, ninguém pode andar com a alma à mostra, ou abri-la com a mesma inocência com que às vezes se exibe o corpo. Mas quanta saliva gasta, quanto tempo perdido, tanta energia desbaratada sem que se adivinhe o que rende ou que moinhos a aproveitam
Não é que ao fim do dia me ponha a contabilizar a utilidade do trato social, apenas me toma um sentimento que balança entre a irritação e o desalento, de ver que também eu faço o que não quero, afirmo o que estou longe de pensar, gasto-me em salamaleques que só a contragosto, ou por necessidade do enredo, atribuiria a um personagem de romance.
Esse teatro derreia, leva a fazer má cara ou, pior ainda, a afixar o sorriso da hipocrisia."
Encontro
com
José Rentes
de
Carvalho
Terça-feira, 4 de Agosto de 2020
Borba-Património Cultural
Forno de Cal
"Considero como perdido todo o dia em que não conheço uma nova pessoa."
Johnson, Samuel
Sr.António Festas
Sr.António Festas
"Também ainda fiz algumas ceifas, porque o negócio da cal era fraco e tínhamos que deitar
mãos a outros trabalhos quando apareciam, mas a maior parte do tempo era no forno,
onde sempre trabalhei por minha conta."
"Comecei a trabalhar ainda com o meu Avô, depois com o meu Pai, e depois continuei até hoje e quase sempre aqui neste forno do Bairro Branco onde ainda estou. Quando era miúdo quando saía aqui da escola, vinha logo ajudar a trabalhar no forno com o meu Pai e os meus irmãos. Depois quando era mais velho fui aprender a tosquiar ovelhas, porque nem sempre se podia cozer cal devido ao inverno, e assim sempre se ganhava mais alguns tostões na época das tosquias das ovelhas."
"A pedra para a cal Branca utilizada nas caianças e para os estuques íamos busca-la ás pedreiras do mármore, podia ser branca ou azul, mas tinha que ser escolhida porque nem toda a pedra era boa para cal. Da Serra D' Ossa também se ia buscar muita lenha para os fornos, haviam por aqui alguns faniqueiros que transportavam a lenha com as suas carroças e demoravam quase um dia a chegar ao forno, era longe e os caminhos muitos difíceis."
"Eu acho que já não há ninguém que se queira dedicar a esta profissão, os mais antigos já cá não estão e os mais novos querem outras profissões."
Domingo, 2 de Agosto de 2020
Concerto de Domingo à tarde
Fernando Lopes-Graça: Suite Rústica nº 1,
sobre melodias tradicionais portuguesas, Op. 64
https://youtu.be/ScHfI9isEMg
Quarta-feira, 29 de Julho de 2020
Ao encontro com os nossos Escritores
José Rentes de Carvalho
Photo in http://www.terrepromise.fr/
Sexta-feira, 24 de Julho de 2020
O livro da semana
"Paços Confusos"
de
José Rodrigues Miguéis
"- Zé Gomes: os sonhos de juventude realizam-se sempre. Se não
aos trinta, aos quarenta anos… Ou aos cinquenta… Ou aos sessenta…
Mas realizam-se sempre…
A questão está em querê-lo bem do fundo dos ossos!"
José Rodrigues Miguéis em conversa com José Gomes Ferreira
"Paços Confusos
José Rodrigues Miguéis
Capa: José Luís Tinoco
Editorial Estampa, Lisboa, Setembro de 1982
Saiu dali aliviado e contente com uma descoberta que lhe vinha alargar o âmbito
da pesquisa, senão confundi-la mais. Pouco a pouco iria aprendendo que não se
pode falar da loucura, da angústia, da embriaguez, da doença ou da morte,
durante as crises que elas determinam; e que a criação, como acto de vontade, é
sempre uma rememoração ou transposição.
«E no entanto» - diria ele muitos anos depois, ao discutir com ela estes
problemas - «se a idade e as circunstâncias mo permitissem, creio que
recomeçaria a vida com os mesmos erros, lutas, ilusões e tormentos.
São eles, afinal, que a tornam fecunda e nos
reconciliam com a nossa fraqueza!»
(Citação do conto O «Breakdown»)"
Terça-feira, 21 de Julho de 2020
Alentejo, os nossos escritores
Estremoz
Hernâni Matos. Fotografia de Armando Alves
Novo livro de Hernâni Matos
FRANCO-ATIRADOR, TEXTOS DE CIDADANIA DUM ALENTEJANO DE ESTREMOZ
Capa de Armando Alves
"FRANCO-ATIRADOR, TEXTOS DE CIDADANIA DE UM ALENTEJANO DE ESTREMOZ é o título do livro da autoria do escritor estremocense Hernâni Matos, a ser lançado pela Colibri, no próximo dia 2 de Setembro (sábado), pelas 16 horas, na Igreja dos Congregados, em Estremoz, no decurso das Festas à Exaltação da Santa Cruz.
O livro com 476 páginas, tem prefácio de Francisca de Matos, posfácio de Júlio Rebelo, capa de Armando Alves e é ilustrado com 132 imagens, maioritariamente de Estremoz do passado.
O autor, enquanto escritor, jornalista e blogger, utiliza a escrita como instrumento ao serviço do exercício do direito de cidadania. Os seus textos constituem reflexões sobre problemas individuais e sociais, visando potenciar uma tomada de consciência por parte daqueles com quem interactua, numa perspectiva de gerar dinâmicas de intervenção e transformação social que tenham como referência os direitos humanos. Tal prática levou-o a adoptar no jornalismo o epíteto de Franco-atirador, que esteve na origem do título da presente obra. Esta constitui uma compilação seleccionada de textos do período 1998-2017. São escritos que foram publicados na imprensa local e no blogue “Do Tempo da Outra Senhora”, bem como em catálogos de exposições, assim como textos utilizados na apresentação de livros e como comunicações em sessões de índole diversa, para as quais foi convidado. Cada texto está perfeitamente identificado não só em termos de temporalidade, como no que respeita a local de publicação ou divulgação. Por uma questão de metodologia foram sistematizados e ordenados em seis grandes capítulos que o autor designou sucessivamente por: Da Identidade, Das Palavras, Da Sociedade, Do Património, Da Cultura, Da Memória.
No lançamento do livro, a apresentação deste e do autor estarão a cargo de Fernando Mão de Ferro, Armando Alves, Francisca de Matos e Júlio Rebelo."
in Blogue Do Tempo da Outra Senhora
Photo in http://retratosdeportugal.blogspot.com
Photo in http://quadrogiz.blogspot.com
Quarta-feira, 8 de Julho de 2020
"Alentejo Terra de Artistas"
A pintura é neta da natureza...
Rembrandt
José António da Silva Palolo
Évora
Pintor e operador artístico português, João António da Silva Palolo nasceu em 1946, em Évora, e
faleceu a 29 de janeiro de 2000. Autodidata, estreou-se em 1964 numa exposição individual.
No final da década de 1960, revelou-se um mestre da estética pop que, posteriormente, evoluiu
para a simplificação geométrica das formas. Na década de 1980, passou a trabalhar a figura
humana e as relações do Homem com o universo. Está representado no Museu Nacional de
Soares dos Reis e no Museu da Fundação Calouste Gulbenkian.in infopedia.pt
Hórrido o silêncio do teu corpo-1966
Estilo-Pop Art
Género-Figurativo
Sem título-1968
Estilo-Pop Art
Género- Figurativo
Sem título
Sem Título-1973
Estilo- Color Field Painting
Género-Abstract
Home- 1986
Estilo-Neo-Expressionism
Sem Título
1972
Estilo-Color Field Painting
Género-Abstracto
1971-Estilo Pop Art -Género Figurativo
Segunda-feira, 6 de Julho de 2020
Livro da Semana
Augusto Abelaira
"- Na educação que me deu houve um erro gravíssimo. O pai devia ter perguntado, antes de começar a educar-me: «Como será o mundo quando a Maria Brenda for crescida?» Eis o problema. Se tivesse a certeza, se fosse verossímil prever que nessa altura o mundo seria diferente e melhor, mais humano, mais inteligente… Então compreendia-se que me desse a educação que me deu. — Recolhe o copo, vai pô-lo em cima da mesa. — Imagino que tenho um filho. E sinto isto: o mundo de amanhã não está nas minhas mãos. Quer dizer: posso educar bem o meu filho, o melhor possível… Mas que importância tem isso para a felicidade dele, ou melhor: tem muita importância, mas uma importância às avessas… De que serve a uma leoa ensinar ao filho a alegria de correr na selva se ele tiver de passar a vida fechado num jardim zoológico? O pai enganou-se… Educou-me para outro mundo, um mundo onde o João Franco não era possível, um mundo livre da miséria. Devia ter-me ensinado a ser violenta, a desprezar os outros, a acreditar estùpidamente num credo qualquer. Ensinou-me a ser infeliz.
- Ainda segura o copo, embora já o tenha poisado na mesa. - Se eu tiver uma filha hei-de educá-la para este mundo. - Apoia o cotovelo na secretária, fica assim levemente inclinada. - Educá-la-ei para ser feliz neste mundo onde a tirania e a miséria reinam e hão-de reinar. De contrário, arriscar-me-ia a enviar a minha filha para as prisões ou a sofrer porque não tem essa coragem. Educá-la-ia a morrer, afinal. - Muito baixo, o pai não pode ouvir. - Ensiná-la-ei a ser uma flor de papel."
Sexta-feira, 3 de Julho de 2020
Alentejo
“…Desde os finais dos anos 40 o Alentejo entrara em mim de modo definitivo…”
Júlio Resende
"Júlio Resende diplomou-se em Pintura em 1945 pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto ,
onde foi discípulo de Dórdio Gomes.
Fez a sua primeira aparição pública em 1944 na I Exposição dos Independentes. Em 1948 partiu para Paris , recebendo formação de Duco de la Haix e de Otto Friez.
O trabalho produzido em França é exposto em Portugal em 1949, definindo a sua vocação de expressionista. Assimilou algum cubismo, vai construir na sua fase alentejana, e mais tarde no
Porto. A sua pintura caracterizada pela plasticidade e dinâmica, de malhas triangulares ou quadrangulares, aproximando-se de forma progressiva da não figuração.
Pintor de transição entre o figurativo e o abstracto, Resende distingue-se também como professor, trazendo à escola do Porto um novo espírito aos alunos que a frequentaram na década de 1960.
A obra pictórica de Júlio Resende revela que ele compreendeu a pintura europeia, porque a
observou, experimentou e soube transmitir aos pintores e aos alunos que ele formou na Escola
Superior de Belas-Artes do Porto.
referiu-se a ele como “grande Mestre da Arte Portuguesa do último século” .
Morreu no dia 21 de Setembro de 2011 aos 93 anos" in CNAP.PT
Quinta-feira, 2 de Julho de 2020
Ao Encontro com a Escrita
"Foi a terra alentejana que fez o homem alentejano, e eu quero-lhe por isso.
Porque o não degradou, proibindo-o de falar com alguém de chapéu na mão."
Miguel Torga
Madeira Perfumada
"Acordei indisposta, com dores de cabeça. Vomitei no lavatório da casa de banho. Bati duas vezes com a cabeça na parede ao pensar nos textos que ontem aqui escrevi, também nas várias mensagens que enviei ao João Pedro. O álcool torna-me má, invejosa e miserável. Também me faz mal à pele. Vesti-me, lavei o rosto com água fria, beijei os meus filhos (dormiam ainda) e fui trabalhar. A meio da manhã, incapaz de me concentrar, fui à igreja de Nossa Senhora de Fátima. Sentei-me dentro de um dos confessionários, encostei a cabeça à madeira perfumada e adormeci. "
Photo in Quetzal - Sapo
Ana Cássia Rebelo
O Natal do Clandestino
"Há cidades que parecem viver na intimidade dos dramas do mar; onde este está sempre presente, em convívio com os homens. E nada fala tanto ao coração errante e solitário, como este apelo eterno do mar junto dos cais.
Foi a um destes molhes meio esbarrondados que o navio atracou pela manhã de 24 de Dezembro, vindo do sol, do mar aberto e azul da África e dos trópicos: era um velho cargueiro esgalgado, de alta chaminé enfarruscada, com grandes remendos no casco a desfazer-se em ferrugem, e a linha de flutuação alguns palmos acima das ondas: uma dessas ruínas obscuras que singram vagarosamente os mares do mundo, coxeando, em busca de freguês, com roupas mal lavadas a enxugar pelos cordames e alguns marujos esquálidos acotovelados nas amuradas a olhar a terra estranha.
Um destes navios que podiam ter inspirado um conto triste a Joseph Conrad ou Pierre Mac Orlan.
Trazia uma carga pobre e variada: óleo de palma, cocos, bananas em mau estado, amendoim, uns fardos de algodão, e um macaco mais ou menos domesticado, que adoecera em viagem e gemia numa cama de trapos, queixoso do inverno.
Vinha a bordo, também, um passageiro clandestino de que não rezavam os livros de navegação, um só, que não pagara a passagem, entregue aos cuidados cúmplices de um ou dois marinheiros: escondido nas entranhas gemebundas do calhambeque, num cubículo sem ara e sem luz junto às carvoeiras."
Photo in http://caixadoslivros.wordpress.com
José Rodrigues Miguéis
Quarta-feira, 1 de Julho de 2020
Receitas de Culinária do Alentejo
Salada de orelha de porco
astrologosastrologia.com.pt
INGREDIENTES
600 g de orelha de porco
2 Cebolas
1/2 pimento verde
1 raminho de coentros
100 g de picles
azeitonas pretas para decorar
manjericão para decorar
sal q.b.
pimenta q.b.
Azeite q.b.
vinagre q.b.
PREPARAÇÃO
Arranje a orelha e leve-a a cozer numa panela de pressão com água e sal, durante 20 minutos.
Escorra, deixe arrefecer e corte em pedacinhos. Descasque as cebolas e pique-as finamente.
Corte o pimento verde em pedacinhos e pique os coentros e os picles. Envolva estes ingredientes
com a orelha e tempere com sal, pimenta, azeite e vinagre. Decore com azeitonas pretas e
folhinhas de manjericão.
in http://cozinharsemestress.pt
Segunda-feira, 29 de Junho de 2020
Receitas Culinárias do Alentejo
Sopa de Beldroegas à moda do meu Alentejo
"Hoje, como sugestão, trago-vos uma sopinha que me traz deliciosas lembranças da minha meninice quando a comia em casa da minha madrinha, em Estremoz."
1 Molho de Beldroegas
1 Pão Alentejano
2 batatas
1 tomate
1 cebola grande
2 dentes de alho
sal e azeite q.b
ovos q.b
1 queijo de Cabra (eu usei Palhais)
Comece por lavar bem as beldroegas e retirar depois as folhas, reserve.
Leve um tacho ao lume com o azeite e as cebolas cortadas finamente em quartos. Quando alourar e ficar translucida junte os alhos picados e mexa mais um pouco. De seguida junte os raminhos e folhas de beldroegas e deixe que amoleçam, mexendo de vez em quando. Adicione depois a batata cortada em cubinhos e o tomate cortado em pedaços e sem sementes. Por fim junte água o suficiente para os pratos que quer servir.Tape e deixe a sopa apurar, depois de rectificada de sal. Cinco minutos antes de apagar deite na água os ovos a escalfar.
Corte fatias de pão alentejano e coloque-as no prato de servir. Cubra o pão com a sopa e enfeite com rodelas de queijo cabra. Servir bem quentinha.."
Mariana Teixeira
Quarta-feira, 24 de Junho de 2020
Receitas Culinárias do Alentejo
Assada de Peixe
CRATO
IngrePhoto in http://linhaceira.net/barbos-de-molhata/
Confecção:
Ingredientes:
Para 4 pessoas
1 kg de peixes do rio (achigãs ou barbos) ;
1 molho de poejos ;
2 dentes de alho ;
malagueta ;
2 dl de azeite ;
1 dl de vinagre ;
sal
Amanha-se o peixe e dão-se-lhe uns golpes.
Grelham-se em lume de carvão e colocam-se numa travessa.
À parte pisam-se num almofariz as folhas de poejo,
os dentes de alho, sal e malagueta (a gosto).
Deita-se esta papa noutro recipiente e mistura-se
com o azeite, o vinagre e o molho que escorreu do peixe (e que está na travessa). Prova-se e deita-se
o molho sobre o peixe. Acompanha-se com batatas cozidas ou fritas.
fonte: Editorial Verbo
Segunda-feira, 22 de Junho de 2020
Livro da semana
António Botto
"Afirmam que a vida é breve. Engano, - a vida é comprida.
Cabe nela amor eterno e ainda sobeja vida."
António Botto
"Cartas que me foram devolvidas"
"As tuas cartas têm vindo breves, lacónicas, porquê? As minhas já te fadigam? Se assim for, não as rasgues, - devolve-as e não as leias. Recebo-as com esta calma que me veio desde que penso que me foges. Rasgá-las, não. Ao rasgarmos cartas de amor alguma coisa de duas almas se destrói e se perde irremediavelmente."
Terça-feira, 16 de Junho de 2020
Alentejo-Gastronomia
Receitas Culinárias do Alentejo
Calducho
Foto in portugaldelesales.pt
"Ingredientes:
2 postas de bacalhau demolhado
3 dentes de alho
2 cebolas
1,5 dl de azeite
2 folhas de louro
1 raminho de poejos
500 gr de batatas
sal
2 ovos
4 fatias de pão duro
Confecção:
Leve 1,2 lt de água ao lume. Depois de ferver, introduza o bacalhau e coza durante 5 minutos. Escorra, retire a pele e as espinhas e desfaça em lascas. Reserve o caldo. Pique os alhos e as cebolas muito finamente e frite no azeite quente. Junte as folhas de louro partidas e o raminho de poejos. Regue com o caldo do bacalhau e deixe levantar fervura. Entretanto, descasque as batatas e corte aos pedaços pequenos. Junte à sopa, tempere com sal e coza durante 15 minutos. Envolva o bacalhau, os ovos batidos e coza por mais 5 minutos. Corte o pão aos pedaços e coloque numa tigela. Regue com a sopa, decore com um raminho fresco de poejos e sirva de imediato." in seralentejano.blogspot.pt
Receita completa de Calducho com poejos, ovo e bacalhau, prato típico de Redondo confecionado por Maria Margarida Valverde, do restaurante "O Marujo"
Receita completa de Calducho de Redondo
https://youtu.be/7Uxxx086WT8
Segunda-feira, 15 de Junho de 2020
Alentejo
Fotografia de Adriano Bastos
Natália Correia
Photo in blog wordpress.com
“(...) A solidão alentejana teve o seu antídoto na comunidade coral: é vê-los, cerrados
numa determinação comunitária, que tem muito de sagrado (...) é a sacralização da
vida pouca na muita terra alentejana, e das agonias que ela engendra (...) cantam
para não ouvir o silêncio.
A voz demoníaca do silêncio. E eu imagino ... não um ou outro grupo desgarrado,
cantando como orgãos dispersos na nave da planura. Mas todos os grupos
formando um único coral magnífico, o verbo alentejano finalmente incarnado.”
Natália Correia
Sábado 13, de Junho de 2020
Receitas de Culinária do Alentejo
Ingredientes:
2 Tomates
1 Pimento verde
1 Pimento vermelho
2 Dentes de alho
4 Colheres (de sopa) de azeite
½ Pepino
1 Colher (de sopa) de vinagre
Pão duro alentejano
Água fria, orégãos e sal q.b.
Preparação:
Numa tigela coloca-se água bem fria e, dentes de alho com sal esmagados no gral.
De seguida deita-se o tomate, o pepino e os pimentos cortados aos bocados.
Cortam-se bocados pequenos de pão e junta-se à tigela do preparado. Por fim
tempera-se com azeite, vinagre e sal a gosto.
Acompanha-se com carapaus fritos e azeitonas.
Sexta-feira, 12 de Junho de 2020
Sugestão de Passeio
Évora- Catedral de Évora-Portugal
A Sé de Évora é a maior catedral medieval de Portugal.
A Basílica Sé de Nossa Senhora da Assunção, mais conhecida por Catedral de Évora,
ou simplesmente Sé de Évora.
https://youtu.be/ktDHQZ-mxVw
Quarta-feira, 10 de Junho de 2020
Em Borba-Mezinhas da Avó
"A alegria evita mil males e prolonga a vida."
William Shakespeare
Benefícios na utilização das MALVAS
O chá de malvas é usado com frequência para gengivites, aftas, dor de garganta e resfriados, neste caso costumam fazer-se gargarejos.
Na prisão de ventre, em úlceras do estômago e gastrites tem também efeitos benéficos este chá, bebido várias vezes ao dia.
Para queimaduras do sol é útil também, quando usado em compressas.
As malvas são ricas em mucilagem, concentradas sobretudo nas suas raízes e daí as suas grandes virtudes medicinais. Os óleos essenciais extraídos desta planta têm efeitos mucolítico e anticonvulsivo.
In semstress.com
Sexta-feira, 5 de Junho de 2020
Livro da semana
Rómulo Vasco da Gama de Carvalho
Pseudónimo António Gedeão
"Nos anos setenta e oitenta dedicava s suas tardes de domingo a percorrer e a remomerar a velha Lisboa, onde nasceu (à Sé), onde crescera (na Graça), e que tanto amava e tão bem conhecia, não apenas de visu mas igualmente pela história estudada e dos seus bairros, ruas, praças e monumentos
Embora não gostasse de ser fotografado, praticava com muito gosto a fotografia e, creio, enquanto amador, as suas fotografias são excelentes.
Recolheu assim um vasto material, com que se compões este livro (que foi organizado em cinco álbuns e muitas mais fotografias, aqui não incluídas) que a sua família e o editor Francisco vale e Vasconcelos /Relógio d’Água) resolveram dar à estampa.
«Memória de Lisboa» não constitui apenas um conjunto de fotografias sobre a nossa Capital, ainda que vista pelos seus, dele, Rómulo/António, olhos de poeta, que tanto a admirou pela sua beleza e pelo seu cunho existencial de cidade vinda já da Antiguidade e desenvolvida entre o Mediterrâneo e o Atlântico.
É que neste álbuns as fotografias são sempre acompanhadas por legendas com a história da vida urbana, social e política dos sítios e monumentos, redigidos, (no original, com a sua linda e legível caligrafia) naquele estilo didáctico, preciso, elegante e claro que caracteriza todas as suas obras,
«Memória de Lisboa» é um belo roteiro, descrito simultaneamente pela ciência de um Historiador e pelo jeito didáctico daquele que foi também um grande Professor e um admirável Poeta."
Natália Nines
Quarta-feira, 3 de Junho de 2020
O livro da semana
Wenceslau de Moraes
"O culto do chá"
Photo in 41JwbMwDylL.jpg
"Para a alegria dos olhos, a simples preparaçäo do chá imprime um relevo delicioso á graciosidade innata na "musumé" (*) na attitude que lhe é mais habitual, de joelhos sobre a esteira, junto do seu brazeiro. A mimica é impressiva, unica; privilegio d'aquella figurinha meiga e ondulante e d'aquella buliçosa mäo, de finissimos contornos, da japoneza, que é, em summa, a Eva mais gentilmente pueril, mais captivantemente chimerica, mais feminina emfim, de todas as Evas d'este mundo. Parece certo que jamais o japonez, que ignora o beijo, haja poisado a bocca n'aquella mäo que exhibe esplendores de graça para servir-lhe o chá; o forasteiro, em intimidade serena, pode ensaiar o galanteio se phantasia o tenta; e entäo verá talvez, que a mäosita da "musumé", reconhecida ao afago, se conchega de encontro aos labios, se demora, como uma rola docil gulosa de carinhos."
.
— Wenceslau de Moraes, “O culto do chá", Kobe, Typographia do "Kobe Herald",
Domingo, 31 de Maio de 2020
Concerto de Domingo à tarde
BARBARA ....L' aigle noir ( 1970 )
https://youtu.be/d9cEY13bUTo
Sábado, 30 de Maio de 2020
Cante Alentejano
"O Emigrante"
1º Prémio do Concurso de Cantares Alentejanos de Beja (1973)
"A 23 de Junho de 1973 o Grupo Coral da Casa do Povo de Barrancos venceu
o 1º Prémio do III Concurso de Cantares Alentejanos de Beja, promovido pela
Comissão Municipal de Turismo, com a moda “O Emigrante”, da autoria de Manuel
Torrado Marcelo “Chicuelo”, nascido em Barrancos a 1 de Julho de 1936. A moda foi
criada em 1972 e expressa a experiência e os sentimentos do autor que nesse ano iniciou
as campanhas de trabalho em França. Com formação musical e reconhecido como
um dos melhores Altos da sua geração, “Chicuelo” foi autor de inúmeras modas
que fizeram parte dos repertórios do Grupo Coral da Casa do Povo de Barrancos, e
do Grupo Coral “Os Arraianos de Barrancos que formou em 1984. A gravação
apresentada neste videoclip faz parte da cassete “Barrancos Canta” de 1997, e foi
ilustrada por imagens provenientes de várias fontes, com a colaboração de pessoas
às quais agradeço no final do vídeo. O trabalho de pesquisa e edição foi realizado
no âmbito do projecto de investigação “A cultura expressiva na fronteira
luso-espanhola”, INET-md, FCSH NOVA, financiado pela Fundação para
a Ciência e a Tecnologia (FCT)." Dulce Simões
https://youtu.be/Sc7o5D-rqnc
Sexta-feira, 29 de Maio de 2020
Receitas de Culinária do Alentejo
Alcácer do Sal
Feijão Verde à Alentejana
Fotografia in receitas-do-mundo.umforum.net
Ingredientes:
Para 4 pessoas
750 g de feijão verde ;
1 cebola média ;
2 colheres de sopa de azeite ;
1 colher de sopa de banha ou de margarina ;
1 kg de tomate maduro ;
1 dente de alho ;
1 folha de louro ;
1 molho de salsa ;
4 batatas médias ;
1 cenoura ;
sal e pimenta ;
200 g de pão caseiro duro
Confecção:
Pica-se a cebola e o alho e estala-se com o azeite e a banha. Junta-se o louro e a salsa atada.
Deixa-se refogar sem alourar e adiciona-se o tomate sem pele e sem grainhas e esmagado com
as mãos. Rega-se com uma pinga de água e, depois de cozer um pouco, junta-se a cenoura ás
rodelas. Deixa-se cozer e apurar. Entretanto, corta-se o feijão em diagonal e as batatas em
cubos. Juntam-se ao preparado anterior e adiciona-se um pouco mais de água. A água
vai-se juntando sempre que fornecessária. O cozinhado deve ficar com bastante molho.
Tempera-se com sal e pimenta. Corta-se o pão em fatias finas para uma terrina ou
tigela de meia cozinha e deita-se por cima o guisado. Podem servir-se ao mesmo tempo
rodelas de chouriço de carne, cru.Serve-se como entrada em vez de sopa.
No tempo da segurelha, junta-se um pezinho ao mesmo tempo que o feijão.
in Roteiro Gastronómico de Portugal (Fonte Editorial Verbo)
Sexta-feira, 22 de Maio de 2020
Igreja e Convento das Servas de Borba
"Segundo uma lenda já muito antiga, a Virgem Maria apareceu a uma filha de um oleiro e mostrou-lhe a localização de um tesouro no local onde hoje está o Convento das Servas.
Com o ouro achado construiu-se uma ermida, gerida por uma irmandade de mulheres denominada Servas de Nossa Senhora. Em 1598, o Padre Mestre Pedro Caldeira deixou todos os seus bens à Ordem de São Francisco para transformar a ermida num convento. A primeira pedra do Convento foi lançada em 1604, sob o padroado do Duque de Bragança, D. Teodósio II. Em 1644 concluiu-se a obra, sendo que no ano seguinte veio uma comunidade de freiras do Convento das Chagas de Vila Viçosa para ocupar o convento.
Trata-se de uma construção monumental com um dos maiores claustros do país. A entrada da igreja faz-se pelas duas portas laterais como acontece sempre nos conventos femininos. No interior preserva-se um importante núcleo de pintura mural dos séculos XVII e XVIII." in convento-das-servas.aspx
"Arquitectura religiosa, chã, barroca. Edifício característica do estilo chão regional, aplicado à arquitectura conventual das ordens de regra claustral.
A fachada da Capela do Senhor Jesus dos Aflitos, decorada com um jogo de xadrez em mármores brancos e negros, considerada uma das mais belas do Alentejo." in monumentos.gov.pt
"CRÍTICAS DE IMPRENSA
Todo o génio de Almeida Faria está na expressão rigorosa da fértil união entre o sagrado e o profano.
La Quinzaine Littéraire, França
Um livro de pura genialidade da juventude.
Eduardo Lourenço
Ao ler A Paixão de Almeida Faria no início dos anos 70, entrei em imediata comunhão com essa obra-prima, a ponto de colar ao Lavoura Arcaica, sem qualquer pudor, certas imagens e metáforas daquele poema em prosa.
Raduan Nassar
O seu segundo romance, A Paixão, possui as mesmas qualidades literalmente espantosas de Rumor Branco, sendo ao mesmo tempo mais despojado e mais apaixonado; desta vez a severidade é implacável, e a composição aposta numa disciplina exemplar.
Books Abroad, EUA
Na minha geração, lembro-me de sair A Paixão de Almeida Faria e eu com 19 anos a pensar: Nunca chegarei aos calcanhares deste homem.
António Lobo Antunes"
in wook.pt
Quarta-feira, 1 de Abril de 2020
Ao encontro com a nossa gastronomia
Borba
Quando os caminhos são longos e tardam a percorrer, o viajante sente segundo a sabedoria popular "o estômago a dar horas". Chegado a Borba demora o seu olhar sobre o Paço de São Bartolomeu, obra que o deslumbra e avança pela Rua Terreiro das Servas, estacionando a dois passos da Rua António de Melo e Castro.
Se o Paço já o tinha impressionado , é defronte ao Convento das Servas e da Capela do Nosso Senhor dos Aflitos que se interroga sobre a presença de tantos monumentos, sobretudo de arquitectura religiosa, que mostram o bom gosto, a riqueza e o nível cultural de então nesta vila, agora cidade.
Estamos finalmente no Restaurante Canhoto, esperando por uma boa refeição de cozinha tradicional alentejana, tal como foi aconselhado por amigos que já demandaram estas paragens. Sentado na sala de mesas espaçosas, onde animadamente se conversa, o seu olhar dirige-se para o tecto alto de traves de madeira sobre paredes brancas e onde a luminosidade cria um ambiente muito acolhedor.
Chegam à mesa gulosas azeitonas, queijo fresco de Rio de Moínhos, o saboroso pão alentejano e onde não falta o famoso vinho tinto da Adega Cooperativa de Borba.
Da cozinha desprendem-se aromas que abrem o apetite. O serviço é de qualidade primando o atendimento pela atenção e acompanhamento do cliente.
No cardápio surge a oferta de oito pratos, qual deles o mais aliciante, o que torna difícil a escolha.
O estomago, esse reclama mas concerteza vai deliciar-se com um opíparo almoço de (pèzinhos de coentrada). Os demais pratos repartem-se pela cachola servida em tacho de barro, pelas costeletas de borrego panadas e gansinho assado no forno.
Com batatas fritas chega à mesa os pèzinhos de centrada envoltos em alhos e coentros que fazem a delícia do viajante.
Para o estomago o almoço foi excelente. O convívio e a conversa amena constituíram alimento para o espirito. Não fora o imenso trabalho da cozinheira com a entrada de mais clientes, o viajante passaria pela cozinha para dois dedos de conversa sobre a arte e a sabedoria ancestral de combinar as plantas aromáticas com os pèzinhos de porco, que não dispensam um bom azeite, abundante nesta terra produtiva e rica deste ouro dos olivais.
Parte o viajante com a ideia de aqui regressar.
Lá fora no imenso largo sentem-se já os primeiros sinais da primavera.
Quinta-feira, 26 de Março de 2020
Visite o Alentejo
Serpa
Serpa-Ermida de Santana
Serpa-Ermida de S. Sebastião
Serpa-Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe
https://youtu.be/0EPDHK64ZoU
Sábado, 21 de Março de 2020
Alentejo
Histórias centenárias dos castelos no Alentejo
"O Alentejo é rico na história e cultura que representa o centro-sul do país lusófono. Portugal,
com perto de 500, é um dos países da Europa com mais castelos e fortificações. Uma visita a
este canto da Península Ibérica permite explorar os castelos centenários que surgiram à medida
que Portugal conquistava o território para sul e que ainda hoje persistem.
Para quem é apreciador de passeios históricos, a abundância e a qualidade do património
queo Alentejo oferece é o convite ideal para conhecer a história da terra e das suas gentes,
de cada muralha, castelo, fortes e das suas vilas."
Castelo de Noudar
castelo-de-noudar-e1470747496261.jpg
in portugalnummapa.com
"Envolto de espaço verde e região montanhosa, entre a ribeira da Múrtega e o rio Ardila, situa-se o Castelo de Noudar, datado de 1307, pelo reinado de D. Dinis.
O castelo está rodeado de terras férteis e extensos montados para o pastoreio do gado. A sua localização foi pensada pela sua defesa natural, pela sua sobreposição no topo do monte, mas também pelo fácil acesso e aproveitamento de uma nascente de água, a Fonte da Figueira."
in National Geographic
Segunda-feira, 16 de Março de 2020
Alentejo Património Cultural
Bento de Jesus Caraça
Vila Viçosa
Photo in image
"Bento de Jesus Caraça nasceu em Vila Viçosa a 18 de Abril de 1901 e foi um dos maiores vultos da intelectualidade portuguesa.
Bento de Jesus Caraça
Ilústre matemático e antifascista, fundador da Universidade Popular Portuguesa e da Biblioteca Cosmos, direccionou toda a sua actividade intelectual e cívica para a cultura integral do índividuo.
Bento de Jesus Caraça nasceu em Vila Viçosa a 18 de Abril de 1901 e com ele o universo cultural da matemática portuguesa ganhou uma nova dimensão.
Impulsionou os estudos de Econometria em Portugal, criou o Centro de Estudos de Matemáticas Aplicadas à Economia e fundou a “Gazeta da Matemática”.
Publicou vários estudos até à sua mais notável obra, “Conceitos Fundamentais da Matemática”, publicada pela pioneira Biblioteca Cosmos, que fundou em 1941.
A criação do Estado Novo levou-o a intensificar a actividade política. Lutou pela liberdade e a democracia.
Nunca abdicou dos seus ideais.
Tornou-se um dos maiores vultos da intelectualidade portuguesa. Foi um semeador de Cultura e Cidadania.
Faleceu em Março de 1948.
In Instituto Bento Jesus Caraça
Clique no LINK e tem acesso a
"Se não receio o erro, é porque estou sempre pronto a corrigi-lo."
Bento de Jesus Caraça
Terça-feira, 3 de Março de 2020
Sugestão de Passeio
BORBA
"Andar por terras distantes e conversar com diversas pessoas
torna os homens ponderados."
«Aquele que lê muito e anda muito, vê muito e sabe muito.»
Miguel Cervantes
Borba- Alto Alentejo
https://youtu.be/YYNHnTp10XM
Quarta-feira, 26 de Fevereiro de 2020
O Livro da semana
Esteiros
de
Soeiro Pereira Gomes
Soeiro Pereira Gomes nasceu em 1909 em Gestaçô, concelho de Baião. Estudou em Coimbra e posteriormente trabalhou um ano em África como regente agrícola. Mais tarde fixou-se em Alhandra,onde trabalhava como empregado de escritório de uma fábrica de cimento. A dureza da vida de funcionário comunista clandestino, durante os últimos anos da sua vida, contribuiu para o seu fim prematuro (morreu de tuberculose em 1949).
"Para os filhos dos homens
que nunca foram meninos,
escrevi este livro. "
Soeiro Pereira Gomes
"Honra seja feita ao Dr. Álvaro Cunhal. Desta vez não se repetiu, repetiram-no.
Álvaro Cunhal (Coimbra, 1913-Lisboa, 2005) foi ilustrador acidental, mais empenhado
na luta política e na polémica ensaística. Ilustrando a primeira edição de Esteiros,
obra seminal do Neorrealismo literário português, estava obviamente mais interessado
no conteúdo que na forma. A figuração neorrealista típica estava perto mas só com
Manuel Ribeiro de Pavia atingiria o seu esplendor, em meados da década. O traço e
a modelação incipientes e a composição e grafismo tímidos, não fazem propriamente
uma capa memorável. Mas as caras famélicas e os andrajos dos três rapazes denunciam
explicitamente a sua condição de deserdados sociais e as opções políticas do ilustrador.
Cunhal trabalhava como regente de estudos no Colégio Moderno, a convite de João Soares,
pai de Mário Soares, quando fez a capa para as Edições Sirius, em 1941. Em Dezembro do
mesmo ano, acossado pela polícia política, entrou mais uma vez na clandestinidade."
Texto de Jorge Silva
Segunda-feira, 24 de Fevereiro de 2020
Celeiro da Cultura
Manuel Ribeiro de Pavia (Pavia, 1907-Lisboa, 1957)
"Todo o verdadeiro artista é um transformador de energias, e como tal a obra de arte nunca poderá ser um acto gratuito. A sua melhor, a mais espinhosa tarefa é reintegrar o homem na dignidade humana. Em arte só o real é verdadeiro-aquilo que se pode verificar pelo comportamento emotivo do homem. Daí sucede, por vezes, que numa arte distanciada do público os primeiros contactos sejam sempre dolorosos e decepcionantes. Necessàriamente que o homem comum, entregue aos azares dos seus recursos individuais, não pode ter uma visão excepcional do mundo. Todo o artista deve (e tem) de ser um criador activo, isto é, um colaborador actuante e interessado no conjunto das funções sociais. O que pretende expressar deverá ir além da sua vida afectiva ou intelectual e comparticipar da aventura quotidiana, numa familiaridade constante com os restantes individuos. Uma obra de arte resulta sempre bela e universal, na medida em que foi possível ao artista comunicar ao mundo exterior qualquer parcela da sua profunda emoção das realidades humanas."
Manuel Ribeiro de Pavia
Alentejo não tem sombra
Primavera
"Noite dentro, uma figura franzina e de sorriso amargo recolhia ao seu quarto numa modesta pensão da Rua Bernardim Ribeiro, em Lisboa e, muitas vezes tendo como jantar apenas um copo de leite, sentava-se ao estirador a encher papéis de sonhos e ilusões. Que desenhava o artista nas folhas que acabavam invariavelmente nas vastas gavetas da cómoda, algumas delas laboriosamente retocadas para ilustrar capas de livros de poetas e prosadores amigos? A dura faina das gentes do mar e do seu Alentejo natal, ceifeiros e ceifeiras orgulhosos e expectantes à sombra de nodosas azinheiras. E mulheres! As mulheres que Manuel Ribeiro de Pavia (Pavia, 1907-Lisboa, 1957) nunca teve, mães e companheiras, a esconder fome e sede de amores que a infância sofrida e a vagabundagem pela cidade lhe negaram. Desenhou-as às centenas, a lápis, carvão ou aguarela, sempre sobre papel. Corpos redondos e maciços, lábios carnudos, pés e mãos de gigante, olhos líquidos presos no leitor, a povoar a solidão do quarto e da vida. São neorrealistas, sim, pelo seu momento histórico, mas de um Neorrealismo lírico, sem sombra de pecado, povoando a literatura de uma geração inteira que partilhava com o artista o sonho dos amanhãs que cantam."
Eduardo Teófilo, Portugália Editora, 1954
Sábado, 22 de Fevereiro de 2020
"Respigando...Borba"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
Photo of Ching Yang Tung
Fotografias de Filipe Galhanas
Entrevista a Filipe José Galhanas de Borba em 14 de Março
de 2014, pelo Blogue "Amigos de Borba"
https://youtu.be/hUalee-8Irc
Borba - "Dedicação"
Diaporama com Fotografias de Filipe José Galhanas de Borba
Março de 2014-Fotografias a preto e branco
Homenagem do Blogue "Amigos de Borba"
a
Filipe José Galhanas
https://youtu.be/yuknsUFNXlM
Sábado, 8 de Fevereiro de 2020
"Respigando...Borba"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
"As respigadoras" de Jean-François Millet
Em Borba com o Prof. José Hermano Saraiva
A Alma e a Gente - Ressurreição das Aldeias (Borba)
03 Fev 2008
Prof. José Hermano Saraiva
O concelho de Borba não é um concelho grande, tem 142 quilómetros quadrados, a população
não é muita, tem 8500 habitantes, mas trata-se de um dos concelhos mais ricos do Alto Alentejo.
As duas grandes riquezas da região são o Vinho e o Mármore. Só que agora surge uma terceira
riqueza, o Turismo, com a ressurreição duma aldeia típica alentejana (S. Gregório) agora
transformada em aldeia turística (um projecto exemplar).
https://youtu.be/3TRJ3MwEbOk
Alentejo- Aldeia de São Gregório- Borba
https://youtu.be/SUGhVNm9J3g
Terça-feira, 4 de Fevereiro de 2020
Alentejo-GASTRONOMIA
Receitas Culinárias Alentejo
BOLOS DO FUNDO DO ALGUIDAR COM TORRESMOS
Photo in ALENTEJANANDO
"Alentejo - Bolos do Fundo do Alguidar com torresmos
Ingredientes:
500 g de açúcar de preferência amarelo
3 ovos
1 colher de chá de fermento em pó
raspa da casca de 1 ou 2 limões (conforme o tamanho)
125 g de torresmos picados na picadora
1 cálice de aguardente
1 kg de massa de pão
açúcar e canela para polvilhar
banha
Confecção:
Numa tigela batem-se os ovos com o açúcar, o fermento, a raspa da casca dos limões,
a aguardente e os torresmos . No fundo de um alguidar (daqui o nome deste bolo) encontra-se a massa de pão, à qual se junta o preparado anterior. Mistura-se tudo muito bem com as mãos e faz-se os bolos conforme tamanho desejado. Vão ao forno num tabuleiro untado com banha. Polvilham-se abundantemente com açúcar e canela e leva-se a cozer em forno bem quente.
O açúcar misturado com a canela, depois de cozido, forma um caramelo vidrado que transmite um sabor muito especial e característico a este bolo." in https://desenvolturasedesacatos.blogspot.pt/
"Os torresmos são os resíduos (febras) que ficam quando se derretem as gorduras de porco para se obter a banha.Vendem-se no talho."
Segunda-feira, 20 de Janeiro de 2020
"Respigando...Borba"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
"As respigadoras" de Jean-François Millet
1217 - 1223 - Conquista de Borba, no reinado de D. Afonso II (Anselmo, 1907); 1258 - carta de foral de Estremoz, com Borba incluída no seu termo; 1302 - registo epigráfico da fundação e elevação de Borba a município; 1512, 1 de Junho - foral novo concedido por D. Manuel I; 1645 - batalha entre soldados espanhóis e portugueses junto à ribeira da Alcaraviça, no termo de Borba; 1662, 13 de Maio - invasão da vila de Borba pelos soldados comandados por D. João da Áustria e ataque ao castelo, exigindo a rendição do alcaide Rodrigo da Cunha Ferreira; 1711 - passagem das tropas espanholas do general Ceo, no contexto da Guerra da Sucessão (Anselmo, 1907); séc.18 - ainda estava embebida no torreão O. a epígrafe honorífica; uma das torres foi reconvertida em prisão, sendo os presos assistidos por capela própria, que funcionava no actual Passo do Alto da Praça; 1808, 15 de Junho - estabelecimento de uma Junta de Defesa por parte do sargento-mor António Lobo Infante de Lacerda e do general espanhol Frederico Moretti, no contexto das exigências do general Junot aquando da fuga da família real para o Brasil; 1809 -1811 - permanência em Borba de uma brigada inglesa de general Beresford; 1829 - formação em Borba da terceira companhia de um Batalhão de Voluntários Realistas defensores da causa de D. Miguel; 1956 - a torre do relógio encontrava-se em risco de ruína; 1992, 01 Junho - o imóvel foi afecto ao Instituto Português do Património Arquitectónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 2003" In Sipa
Fotografia de Adriano Bastos
Sábado, 18 de Janeiro de 2020
Os nossos Escritores
Florbela Espanca
Vila Viçosa
Photo in florbela-espanca-2-l.jpg
"Mulher sem Areia Nenhuma
Tenho o santo horror da frieza calculada, da boa educação, do prudente juízo duma mulher. Aos homens pertence tudo isso, e a mulher deve ser muito feminina, muito espontânea, muito cheia de pequeninos nadas que encantem e que embalem. Meu amigo, se esperas ter uma mulher sem areia nenhuma, morres de aborrecimento e de frio ao pé dela e não será com certeza ao pé de mim... Comigo hás-de ter sempre que pensar e que fazer. Hás-de rir das minhas tolices, hás-de ralhar quando elas passarem a disparates (hão-de ser pequeninos...) e hás-de gostar mais de mim assim, do que se eu fosse a própria deusa Minerva com todo o juízo que todos os deuses lhe deram."
Florbela Espanca, in "Correspondência (1920)"
"Alentejo Terra de Artistas"
A pintura é neta da natureza...
Rembrandt
Francisco Pedro Relógio-Vila Verde de Ficalho
A Casa Decorada do Pintor Francisco Relógio
Autor Cruz Louro de Aldeia Nova de São Bento
Margem Esquerda do Guadiana, Vila Verde de Ficalho(1971)
(500*326mm)
Biografia
Nasceu em 1926, em Vila Verde de Ficalho, Baixo Alentejo. Artista plástico, inicia a sua carreira no final dos anos 40, muito ligado ao neo-realismo segue depois uma linha mais próxima do surrealismo, colaborou em diversas exposições em Portugal e no estrangeiro. Senhor de um traço característico, Francisco Relógio foi sobretudo um grande desenhador.
Pintor neofigurativo que se distingue pelas suas estilizações figurativas e abstractizantes, cheias de minucia, imaginação e graça. Esteve representado em exposições organizadas pela Galeria de Arte do Casino do Estoril, na Galeria de S. Bento (Lisboa), no “Group Surrealist Exhibition (Ohio, E.U.A.) e na exposição internacional (“Surrealismo e Pintura Fantástica”) organizada por Mário Cesariny. Em 1963 dedicou-se à pintura mural e ao estudo do azulejo, realizou painéis de azulejos para várias entidades em diferentes regiões do país e também executou cartões para tapeçarias.
Esteve representado no “I Simpósio Internacional de Azulejaria” organizado por Santos Simões, na F.C.G. e na Exposição Internacional de Cerâmica no “Victoria and Albert Museum” em Londres. Dirigiu uma peça na Casa da Comédia, em Lisboa e colaborou em vários espectáculos de teatro no Porto, Cascais e Coimbra.
Ilustrou textos de escritores e poetas portugueses. Está representado no Museu Nacional de Arte Contemporânea e em diversas colecções nacionais e estrangeiras. Existem vários painéis seus de azulejos em Lisboa, mas o mais conhecido é o que se encontra no edifício do Banco Nacional Ultramarino de Maputo. Faleceu em 1997 com 71 anos.
Mulheres e pássaros, 1960, óleo sobre tela, 100 x 73 cm
, 1961
S/Título (Desenho a tinta da china e guache
s/papel-1972 31x23,5 cm)
Os Reis Magos-Baltazar 1979
"Senhor de um traço muito característico, talvez inspirado nas pinturas aztecas, Relógio foi, sobretudo um grande desenhador. Além da pintura, realizou belos cenários para diversas peças de teatro e cultivou também a cerâmica, o desenho e o azulejo." Existem vários painéis seus de azulejos em Lisboa, mas o mais conhecido é o que se encontra no edifício do Banco Nacional Ultramarino de Maputo
“A sua obra inicial surge em articulação com o neorrealismo. Explorando fundamentalmente os caminhos do desenho, Relógio definiu, mais tarde, um "hábil formulário gráfico, de lembrança legeriana, para traduzir conteúdos ainda ligados ao neo-realismo […]. As suas figuras, encadeadas numa
obsessiva ocupação do espaço, podem jogar decorativamente em grandes superfícies, com efeitos ilusórios por vezes curiosos, num gosto estabelecido entre a «arte nova» e a pop" (José Augusto França)
S/Título (Tapete de Arraiolos-1983-Dim 180x210 cm)
S/Título (Placa de Cerâmica-1984)
Mulher e Pássaro (1989-Óleo sobre Platex- 58x42cm)
Os três Reis Magos
Gaspar
"Explorando fundamentalmente os caminhos do desenho, Relógio definiu, mais tarde, um "hábil formulário gráfico, de lembrança legeriana, para traduzir conteúdos ainda ligados ao neorrealismo […]. As suas figuras, encadeadas numa obsessiva ocupação do espaço, podem jogar decorativamente em grandes superfícies, com efeitos ilusórios por vezes curiosos, num gosto estabelecido entre a «arte nova» e a pop".[3]in wikipédia
Vasco da Gama
"Além da pintura, e desenho trabalhou em ilustração, cenografia, fez cartões para tapeçaria e
painéis de azulejos." in wikipédia
Existem vários painéis seus de azulejos em Lisboa, mas o mais conhecido é o que se encontra no edifício do Banco Nacional Ultramarino de Maputo
Painel de Azulejos-BNU em Maputo
"Participou em inúmeras mostras coletivas, nomeadamente na I e na II Exposições de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (1957; 1961).[4]Expôs individualmente na Galeria Pórtico, Lisboa(1958); Casa dos Estudantes do Império, Lisboa (1958); Casa da Imprensa (1959); Galeria Divulgação, Porto(1959); Galeria do Diário de Notícias, Lisboa (1960); Interforma, Lisboa (1970); Galeria S. Francisco, Lisboa (1970); Galeria Alvarez, Porto (1973); Galeria Tempo, Lisboa (1979); Exposição retrospetiva, Galeria Municipal da Amadora (atual Galeria Artur Bual), 1992; etc. [5]" in Wikipédia
Câmara Municipal da Amadora. Maio – Junho 1992,
de 30×21 de 43-I págs. Br.
Textos de Artur Bual, Fernando Pernes, Vasco Graça
Moura, Roberto Cordeiro, etc. Ilustrações a cores
"Em 1939 fixou residência em Lisboa, onde frequentou a Escola Industrial Fonseca Benevides."
Quarta-feira, 18 de Dezembro de 2019
Os nossos Escritores
Ferreira de Castro é seguramente um dos maiores escritores do século XX.
Ferreira de Castro
24 de Maio de 1898-Oliveira de Azeméis-Aveiro
29 de Junho de 1974-Porto
"Publica, em 1928, o romance Emigrantes e A Selva em 1930, acompanhados de estrondoso êxito internacional, onde a literatura portuguesa pouca expressão tinha. Seguir-se-á, a um ritmo regular,
a publicação de outros romances: Eternidade (1933), Terra Fria (1934), A Tempestade (1940), A Lã e a Neve(1947). No período imediato ao pós-guerra, Ferreira de Castro torna-se um dos autores mais
lidos em Portugal e no estrangeiro.
«Em todas as aldeias próximas, em todas as freguesias das redondezas, havia o mesmo anseio de emigrar, de ir em busca de riqueza a continentes longínquos. Era um sonho denso, uma ambição profunda que cavava nas almas, desde a infância à velhice. O oiro do Brasil fazia parte da tradição e tinha o prestígio duma lenda entre os espíritos rudes e simples. Viam-no reflorir nas igrejas, nos palacetes, nas escolas, nas pontes e nas estradas novas que os homens enriquecidos na outra margem do Atlântico mandavam executar. (...)»
"Considerado um dos livros-monumento e de maior sucesso, dentro e fora de portas, da nossa literatura moderna, A Selva, notável epopeia sobre a vida dos seringueiros na selva amazónica durante os anos de declínio do ciclo da borracha, foi lida e amplamente elogiada por nomes que vão desde Jaime Brasil (Livro único na literatura de todo o mundo) a Agustina Bessa-Luís (obra-prima) e Jorge Amado (clássico do nosso tempo), não passando igualmente despercebida a grandes figuras da literatura internacional, como Albert Camus (estilo sinuoso e sugestivo, como uma vegetação exuberante de termos estranhos e maravilhosos. Livro inesquecível), Blaise Cendrars (brilhante e ardente estilista), seu tradutor francês, ou Stefan Zweig (admirável romance)."
Nos anos cinquenta publica o romance A Curva da Estrada e, entre outras obras, a famosa novela
A Missão. De 1968 data o romance O Instinto Supremo, onde o autor regressa, quase quatro
décadas depois de A Selva, ficcionalmente à selva amazónica. Ferreira de Castro foi, diversas vezes, proposto para o Prémio Nobel e, outras tantas, recusou sê-lo, em prol de outros escritores
portugueses." in ferreira-de-castro
Terça-feira, 17 de Dezembro de 2019
"Respigando...Alentejo"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
Fotografia de Adriano Bastos
"Conhecer melhor e divulgar os - CORETOS - espalhados um pouco por todo o país, é um objectivo
em que se pretende envolver as Autarquias Locais do país e as estruturas que os dinamizam.
Quisemos, para além da divulgação da imagem, recolher alguns dados históricos, que melhor
pudessem ajudar a perceber a ligação dos Coretos às localidades onde estão implantados.
Saliente-se a propósito a colaboração até aqui evidenciada pelas autarquias contactadas.
Igualmente, de amigas e amig...os que se dispuseram colaborar nesta tarefa.
Coretos, isso mesmo ! O que são, ou o que foram !...
Coreto é uma estrutura edificada ao ar livre, em praças e jardins, para abrigar bandas musicais
em concertos, festas e romarias. Em Portugal, é encontrado praticamente em todas as povoações
no seu centro ou junto a igrejas ou capelas. Também é usado para apresentações políticas
e culturais.
Na passada semana, divulgámos o Coreto de Montemor o Novo, e hoje, ainda no distrito de Évora, fomos até ao Redondo para melhor conhecer o Coreto localizado na sede do Município, tendo contado com a disponibilidade e a especial colaboração de, Luís Sesifredo, do Gabinete de Informação do Centro Cultural do Redondo, para assim caracterizar e melhor conhecer o ...
CORETO DO REDONDO
CORETO DO REDONDO
O Coreto encontra-se situado no Jardim Público, na Avenida Antónia Luciana.
Construído – início em 1931 e conclusão em 1936.
Estrutura de granito com construção de betão armado e forma octogonal
O Município não dispõe oficialmente de um roteiro turístico, no entanto o Jardim Público, Coreto e Fonte, é um espaço privilegiado para os turistas e visitantes.
Por vezes o município celebra no Jardim e junto ao Coreto espectáculos para crianças – Dia Mundial da Criança."
Artigo de Rui Breda
Alentejo
“…Desde os finais dos anos 40 o Alentejo entrara em mim de modo definitivo…”
Júlio Resende
"Júlio Resende diplomou-se em Pintura em 1945 pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto , onde foi discípulo de Dórdio Gomes.
Fez a sua primeira aparição pública em 1944 na I Exposição dos Independentes. Em 1948 partiu para Paris , recebendo formação de Duco de la Haix e de Otto Friez.
O trabalho produzido em França é exposto em Portugal em 1949, definindo a sua vocação de expressionista. Assimilou algum cubismo, vai construir na sua fase alentejana, e mais tarde no Porto. A sua pintura caracterizada pela plasticidade e dinâmica, de malhas triangulares ou quadrangulares, aproximando-se de forma progressiva da não figuração.
Pintor de transição entre o figurativo e o abstracto, Resende distingue-se também como professor, trazendo à escola do Porto um novo espírito aos alunos que a frequentaram na década de 1960.
A obra pictórica de Júlio Resende revela que ele compreendeu a pintura europeia, porque a observou, experimentou e soube transmitir aos pintores e aos alunos que ele formou na Escola Superior de Belas-Artes do Porto.
referiu-se a ele como “grande Mestre da Arte Portuguesa do último século” .
Morreu no dia 21 de Setembro de 2011 aos 93 anos" in CNAP.PT
1949. Alentejo. Aguarela. 17,0 x 22,3 cm.
1949. Alentejana. Tinta-da-china. 15,5 x 10,3 cm.
1949. Alentejo. Tinta-da-china. 15,5 x 19,2 cm.
1949. De volta a casa. Aguarela. 16,0 x 22,2 cm.
Segunda-feira, 8 Julho de 2019
Borba-os nossos pintores
José Cachatra (1933-1974) -- O pintor alentejano, natural de Borba
"O pintor alentejano, natural de Borba, residiu grande parte da sua vida em Évora e deixou uma obra significativa no modo como representa este território, as suas figuras e as suas paisagens, ecoando ao mesmo tempo a herança modernista portuguesa e europeia na composição e nos estilos, no traço largo e impressivo, na sensorialidade do espaço, da luz e da cor. A obra de Cachatra encontra-se sobretudo na mão de particulares, razão pela qual se expõe raramente e pode, por isso, considerar-se maioritariamente desconhecida.
Nota biográfica
José Carlos Cachatra (16 de agosto de 1933 - 18 de Abril de 1974) nasceu em Borba, filho de Carlos José Cachatra e Vicência da Silva Bento. Após a escolaridade primária, estudou no Colégio Bartolomeu Dias, em Algés, entre 1944 e 1948, ano em que a família veio para Évora. José Carlos Cachatra frequenta aqui o Colégio Nun’Álvares, onde termina, em 1950, o 5º ano dos Liceus. Até 1955 continua a estudar, conclui o 7º ano e faz o exame de admissão às Belas Artes, em Lisboa. Nesse ano é chamado para a tropa, que faz como oficial miliciano aviador. Sai em Agosto de 1958, tem 25 anos.
Decide então regressar às Belas Artes, fazendo os 1º e 2º anos num só. No ano lectivo de 1959-1960 matricula-se nos 3º e 4º anos, começando a leccionar na Escola de Artes Decorativas António Arroio (em Lisboa), onde trabalhará até à conclusão do seu curso. Em 1963 vem leccionar no Liceu de Évora, recusando uma proposta de reintegração na carreira militar como Tenente.
Permanece no Liceu até 1965, ano em que um eventual desentendimento com o Reitor Adelino Marques de Almeida terá causado a sua saída do Liceu. A mãe morre nesse mesmo ano (a 31 de Dezembro), o pai pouco depois (1967). Desde o seu regresso a Évora, em 1963, Cachatra pinta abundantemente, muitas vezes por encomenda. (...)
Cachatra frequentou nesta época a Trave, tendo exposto na Galeria do SNI, em Lisboa, em 1968, integrado naquele colectivo (juntamente com Cândido Teles, Paulino Ramos, José Belém, Ilídio, Gabriel Silva (escultu-ra) e Francisco Lagarto em cerâmica).
Nos anos seguintes, pinta e vende quadros no Café Arcada, em Évora, café que frequentava assiduamente, enquanto o seu estado de saúde se agrava. Morre em 1974 no Hospital do Rego (Curry Cabral), em Lisboa, vítima de tu-berculose.
A obra de Cachatra encontra-se dispersa por colecções particulares, tendo sido parcialmente exposta em 1991, pelo Grupo Pró-Évora. (nota de imprensa)" Publicado por: A Cinco Tons
Quinta-feira, 4 de Julho de 2019
Borba
Recordar
João Rita
Recordamos este nosso Amigo, cujo contributo para a Cultura Borbense ficará para sempre marcado pela autenticidade do seu canto, seu longo amor ao fado e à sua divulgação, bem como pelo partilhar a felicidade cantando o que lhe provinha da alma, do seu profundo sentir.
Fado
https://youtu.be/lVglzC38sbo
Joao Rita fado, Filho e Neto
https://youtu.be/wt3ruGjxcxo
Criada em 21 de Agosto de 2012, a Associação dos Amigos de Borba
Associação de Borbenses Defensores do Património Ambiental e Cultural
Adira através do email
Para comentários e colaboração utilizar:
O Alentejano
"Homenagem aos Mestres Cantores do Alentejo"
Pintura de Espiga Pinto, sobre madeira, datada de 1965. 130x40cm
Col. Centro de Arte Moderna da
"Se há marca que enobrece o semelhante, é essa intangibilidade que o Alentejano conserva e que deve em grande parte ao enquadramento. O meio defendeu-o duma promiscuidade que o atingiria no cerne. Manteve-o Vertical e Sozinho, para que pudesse ver com nitidez o tamanho da sua sombra no chão. Modelou-o de forma a que nenhuma força por mais hostil, fosse capaz de lhe roubar a coragem, de lhe perverter o instinto, de lhe enfraquecer a razão... (...) É preciso ter uma grande dignidade humana, uma certeza em si muito profunda, para usar uma casaca de pele de ovelha com o garbo dum embaixador. Foi a terra Alentejana que fez o homem Alentejano, e eu quero-lhe por isso. Porque o não degradou proibindo-o de falar com alguém de chapéu na mão."
Miguel Torga In "Portugal" 1950
Fotografia de Adriano Bastos
O Alentejo lembra-me sempre
Um imenso relógio de sol
Onde o homem faz de ponteiro do tempo
Miguel Torga
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