05- Maio
Assassinada a 19 de Maio de 1954
Catarina Efigénia Sabino Eufémia (Baleizão, Beja, 13 de Fevereiro de 1928 — Monte do Olival, Baleizão, Beja, 19 de Maio de 1954) foi uma ceifeira portuguesa que, na sequência de uma greve de assalariadas rurais, foi assassinada a tiros, pelo tenente Carrajola da Guarda Nacional Republicana. (Wikipédia)
Catarina Eufémia
dedicado a Catarina Eufémia, com música de José Afonso
Vídeo do YouTube
https://youtu.be/KpK2szckVrI
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10209766450426964&set=pcb.10209766451186983&type=3&theater
sábado, 12 de maio de 2018
"O Cante Alentejano é a Voz do Ventre da
Terra"
José Rabaça Gaspar
(1938-2018)
Wolfgang Amadeus Mozart-Lacrimosa
Vídeo do YouTube
https://youtu.be/k1-TrAvp_xs
Alentejo - Património Cultural
José Rabaça Gaspar
Fotografia de Adriano Bastos
Faleceu hoje 12 de Maio pelas 17 horas
o Amigo Dr. José Rabaça Gaspar
"José RABAÇA GASPAR - usando 1001 deNÓMIOS diversos...
Professor de Língua e Literatura Portuguesa, já dispensado do Ensino Oficial.
Nasceu na Serra da Estrela, Manteigas (1938), tirou o Curso Superior de Filosofia e Teologia, na Guarda, e exerceu a sua actividade, desde 1961 em várias localidades da Serra - Loriga, Gouveia, Covilhã e Ferro, passando depois pela Academia Militar, em Lisboa, antes de cumprir o Serviço Militar em Moçambique - Metanguala, Maúa e Nampula, (4 anos) tendo passado algum tempo em Angola - Luanda e Benguela.
Frequentou depois, em Paris, um Curso intensivo de Animação Cultural, para os Povos em Desenvolvimento e Alfabetização, com Paulo Freire, e esteve, 4 anos, nos Serviços de Apoio aos Emigrantes Portugueses na Alemanha onde frequentou Cursos de Alemão e leccionou Português.
De regresso a Portugal, em 1975, esteve primeiro a trabalhar nas Cooperativas Agrícolas como trabalhador agrícola, na Alfabetização e Animação Cultural tendo ingressado no ensino Oficial em 1976.
Leccionou em Rio Maior, Setúbal, Caldas da Rainha e cerca de 20 anos em Beja, Alentejo, procurando levar os alunos a aprender o melhor da Língua e da Literatura Portuguesa, a partir das suas raízes culturais. A Poesia Popular, as Canções, o Contos, as Lendas, os Provérbios e os usos e costumes, bem como amaneira característica de FALAR (saudações, nomes, alcunhas, expressões regionais...) serviam, normalmente, de base para aprender toda a gramática e "riqueza" da Língua e da Literatura.
Com mais de 20.000 páginas de Recolhas e Textos dispersos por mais de 200 obras alguma das quais podem ser consultadas em http://www.joraga.net - um ESPAÇO na NET - aminhaTEIAnaREDE... desde 09.2002."
Para mim, o CANTE - o CANTO ALENTEJANO -
o CAnto da TErra
é a VOZ DO VENTRE DA TERRA MÃE." J.R.Gaspar
"A obra de José Rabaça Gaspar constitui um valioso contributo para o estudo, conservação, defesa e divulgação do Cante Alentejano, no tocante à autenticidade das suas raízes e conhecimento de todos os que através dos seus trabalhos possibilitaram a sua candidatura a Património Imaterial da Humanidade, resultando de trabalho incessante de pesquisa e aprofundado estudo ao longo de décadas .
O Blogue "Amigos de Borba" presta sua justa homenagem ao Dr. José Rabaça Gaspar pelo trabalho discreto, objectivo e valioso para o estudo do Cante Alentejano. Desde a primeira hora na criação da Associação dos "Amigos de Borba"
e do Blogue "Amigos de Borba"
Foi um paladino esforçado, de inexcedível bondade, partilha de saberes e entrega na recolha e estudo das tradições poéticas, musicais, linguisticas, de usos e costumes e características do Alentejo. À Família e Amigos endereçamos as nossas sentidas condolências."
"Cante Alentejano-Defesa, Preservação e sua Divulgação"
Ùltima Entrevista com Dr. José Rabaça Gaspar
Vídeo do YouTube
https://youtu.be/wAUAdy7ARss
domingo, 6 de Maio de 2018
Dia da Mãe
Fotografia de Adriano Bastos
"Dia das Mães, também designado de Dia da Mãe, é uma data comemorativa em que se homenageia a mãe e a maternidade. Em Portugal é comemorado no primeiro domingo do mês de Maio." in Wikipédia
Fotografia de Adriano Bastos
Poema à Mãe
No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe
Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos.
Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.
Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.
Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!
Olha — queres ouvir-me? —
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal...
Mas — tu sabes — a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber,
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.
Boa noite. Eu vou com as aves.
Eugénio de Andrade, in "Os Amantes Sem Dinheiro"
Fotografia de Adriano Bastos
"Os filhos são para as mães as âncoras da sua vida."
Sófocles
PPintura de José Faria
Pintura a Óleo de F.Maria Prosa
Pintura de José Faria
Pintura de José Faria
Pintura de Pablo Picasso
Helping Hand - Dan McCaw
Gabriel Metsu
La niña enferma, 1660
"Amamos as nossas mães quase sem o saber e só nos damos conta da profundidade
das raízes desse amor no momento da derradeira separação."
Guy de Maupassant
John Sloan, 1871-1951
Spring, Gramercy Park
"O coração das mães é um abismo no fundo do qual se encontra sempre
um perdão."
Honoré de Balzac
Mª Antonia Dans Boado
Madre campesina, 1970
MÃE...
São três letras apenas,
As desse nome bendito:
Três letrinhas, nada mais...
E nelas cabe o infinito
E palavra tão pequena
Confessam mesmo os ateus
És do tamanho do céu
E apenas menor do que Deus!
Mario Quintana
«Maternidade», 1935
José de Almada Negreiros
Mother- John Lennon
Vídeo do YouTube
https://youtu.be/sPYsMM1FvXs
Manuel Ribeiro de Pavia
Mãe
"Sem roupa, teu corpo está nu. Sem filhos, tua vida está despida."
Mia Couto
Gustav Klimt
MÃE
Mãe - que adormeceste este viver dorido,
E me vele esta noite de tal frio,
E com as mãos piedosas até o fio
Do meu pobre existir,meio partido....
Que me leve consigo,adormecido,
Ao passar pelo sitio mais sombrio...
Me banhe e lave a alma lá no rio
Da clara luz do seu olhar querido...
Eu dava o meu orgulho de homem - dava
Minha estéril ciência,sem receio,
E em débil criancinha me tornava,
Descuidada,feliz,dócil também,
Se eu pudesse dormir sobre o teu seio,
Se tu fosses querida,a minha mãe!
Antero de Quental
In Sonetos
Picasso
Picasso
Aniversário Mãe
Que visita tão pura me fizeste
Neste dia!
Era a tua memória que sorria
Sobre o meu berço.
Nu e pequeno como me
deixaste,
Ia chorar de medo e de
abandono.
Então vieste, e outra vez
cantaste,
Até que veio o sono.
Miguel Torga
In Diário IV
8 de Dezembro
Dia da Mãe
Feriado nacional e dia santo de guarda, a data de 8 de Dezembro constitui-se como um dia de festa religiosa, associada durante muitos anos à celebração do Dia da Mãe.
A 25 de Março de 1646, o rei D. João IV organizou uma cerimónia solene, em Vila Viçosa, para
agradecer a Nossa Senhora a Restauração da Independência de Portugal. Foi até à igreja de Nossa Senhora da Conceição, declarando-a padroeira e rainha de Portugal.
São do seguinte teor as palavras da provisão régia datada, precisamente, de 25 de Março do ano acima referido:
"Estando ora juntos em cortes com os três estados do Reino lhes fiz propor a obrigação que tínhamos de renovar e continuar esta promessa (de D. Afonso Henriques) e venerar com muito particular afecto e solenidade a festa de Sua Imaculada Conceição. E nelas, com parecer de todos, assentámos de tomar por padroeira de Nossos Reinos e senhorios a Santíssima Virgem Nossa Senhora da Conceição… e lhe ofereço de novo… à Sua Santa Casa da Conceição sita em Vila Viçosa, por ser a primeira que houve em Espanha desta invocação, cinquenta escudos de oiro, em cada um ano em sinal de Tributo e Vassalagem…"
Desde esse dia em diante, mais nenhum rei português colocou coroa na cabeça, privilégio que estaria disponível apenas para a Imaculada Conceição.
Nossa Senhora da Conceição tem sido através dos séculos, a honra e a glória da Nação e do Povo Português." in Orlanda Matias
"Esta ‘Inmaculada Concepción’ realizada por El Greco y su hijo Jorge Manuel entre 1608 y 1614 reinterpreta una versión anterior pintada para la iglesia de San Román de Toledo y fechada hacia 1580-1585, 'La Inmaculada Concepción contemplada por san Juan Evangelista'. En ella, el pintor sitúa por primera vez los símbolos de la Inmaculada en la parte inferior del lienzo, junto al santo, como parte de un paisaje; una disposición similar a la que vemos aquí, aunque sin la figura de... san Juan. Ambas tienen también una composición semejante, con la figura alargada de la Virgen flotando en el centro, sobre una peana de querubines y rodeada por ángeles. La desigualdad de ejecución entre las figuras y el paisaje dio las claves para ver en este último la participación del taller y, en concreto, la colaboración del hijo del pintor.
¡Feliz día de la Inmaculada a todos y muchas felicidades a todas las Conchas, Conchitas, Concepciones, Inmas, Inmaculadas...!" in Museu Thyssen Bornemisza
As Mães
As Mães, em Artur Pastor
As Mães, em Artur Pastor. Setúbal, década de 40
As Mães, em Artur Pastor. São Bartolomeu do Mar, 1953
As Mães, em Artur Pastor. Nazaré, década de 50
domingo, 6 de Maio de 2018
Dia da Mãe
Fotografia de Adriano Bastos
"Dia das Mães, também designado de Dia da Mãe, é uma data comemorativa em que se homenageia a mãe e a maternidade. Em Portugal é comemorado no primeiro domingo do mês de Maio." in Wikipédia
Fotografia de Adriano Bastos
Poema à Mãe
No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe
Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos.
Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.
Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.
Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!
Olha — queres ouvir-me? —
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal...
Mas — tu sabes — a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber,
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.
Boa noite. Eu vou com as aves.
Eugénio de Andrade, in "Os Amantes Sem Dinheiro"
Fotografia de Adriano Bastos
"Os filhos são para as mães as âncoras da sua vida."
Sófocles
PPintura de José Faria
Pintura a Óleo de F.Maria Prosa
Pintura de José Faria
Pintura de José Faria
Pintura de Pablo Picasso
Helping Hand - Dan McCaw
Gabriel Metsu
La niña enferma, 1660
"Amamos as nossas mães quase sem o saber e só nos damos conta da profundidade
das raízes desse amor no momento da derradeira separação."
Guy de Maupassant
John Sloan, 1871-1951
Spring, Gramercy Park
"O coração das mães é um abismo no fundo do qual se encontra sempre
um perdão."
Honoré de Balzac
Mª Antonia Dans Boado
Madre campesina, 1970
MÃE...
São três letras apenas,
As desse nome bendito:
Três letrinhas, nada mais...
E nelas cabe o infinito
E palavra tão pequena
Confessam mesmo os ateus
És do tamanho do céu
E apenas menor do que Deus!
Mario Quintana
«Maternidade», 1935
José de Almada Negreiros
Mother- John Lennon
https://youtu.be/sPYsMM1FvXs
Manuel Ribeiro de Pavia
Mãe
"Sem roupa, teu corpo está nu. Sem filhos, tua vida está despida."
Mia Couto
Gustav Klimt
MÃE
Mãe - que adormeceste este viver dorido,
E me vele esta noite de tal frio,
E com as mãos piedosas até o fio
Do meu pobre existir,meio partido....
Que me leve consigo,adormecido,
Ao passar pelo sitio mais sombrio...
Me banhe e lave a alma lá no rio
Da clara luz do seu olhar querido...
Eu dava o meu orgulho de homem - dava
Minha estéril ciência,sem receio,
E em débil criancinha me tornava,
Descuidada,feliz,dócil também,
Se eu pudesse dormir sobre o teu seio,
Se tu fosses querida,a minha mãe!
Antero de Quental
In Sonetos
Picasso
Picasso
Aniversário Mãe
Que visita tão pura me fizeste
Neste dia!
Era a tua memória que sorria
Sobre o meu berço.
Nu e pequeno como me
deixaste,
Ia chorar de medo e de
abandono.
Então vieste, e outra vez
cantaste,
Até que veio o sono.
Miguel Torga
In Diário IV
terça-feira, 1 de maio de 2018
1º de Maio
Sozinho, sempre sozinho,
mesmo quando vou a teu lado.
De ti que constróis o rumor das cidades
e no campo, semeias, lavras,
e pisas
o sabor do vinho.
Sozinho, sempre sozinho.
aqui vou a teu aldo
eu, o poeta, operário de palavras
- as palavras «sonho?, «bandeira*, «esperança», «liberdade» -
instrumentos de pureza irreal
que tornam a Realidade
ainda mais real
e transformam os bairros de lata
em futuras cidades de cristal
num planeta de paisagens de prata
onde as bocas das flores, das manhãs, dos vulcões,
da brancura do linho
e das foices de gume doirado
cantarão um dia connosco a Internacional
- que eu continuarei a cantar sozinho,
sempre sozinho,
a teu lado.
José Gomes Ferreira em O Diário, s/d
Vieira da Silva
1ºMaio - Cartazes
https://youtu.be/3Co7snVTttA
1º de Maio
"Em 1 de Maio de 1886, realizou-se uma manifestação de milhares de trabalhadores nas ruas de Chicago, convocada pela Federação dos Trabalhadores dos EUA, com o objectivo de reivindicar melhores condições de trabalho e a redução da jornada de trabalho para as 8 horas. Nesse mesmo dia teve início uma greve geral nos EUA e, três dias depois, houve recontros entre manifestantes e polícia, resultando a morte de alguns manifestantes. No dia seguinte nova manifestação é organizada com protestos pelos acontecimentos ocorridos nos dias anteriores, tendo terminado com o lançamento de uma bomba para o meio da polícia que começara a dispersar os manifestantes, matando sete agentes. Por sua vez, a polícia abriu fogo sobre a multidão, matando doze pessoas e ferindo dezenas. Tais acontecimentos passaram a ser conhecidos como a revolta de Haymarket. O episódio desencadeou uma perseguição a líderes do movimento operário. Depois de um processo marcadamente político, sete deles foram condenados à morte por enforcamento, um deles cometeu o suicídio antes do enforcamento e três deles receberam sentenças de prisão, revogadas mais tarde em 1893, quando o governador concluiu que (todos) os oito acusados eram inocentes.
A 20 de Junho de 1889 o congresso operário internacional, reúne em Paris e decidiu convocar anualmente uma manifestação com o objectivo de lutar pelos direitos dos trabalhadores e pelas 8 horas diárias. O dia 1 de Maio foi escolhido como homenagem às lutas sindicais e aos "Mártires de Chicago". No ano de 1890 os operários americanos conseguem conquistar finalmente a jornada de trabalho das 8 horas. Em 1 de Maio de 1891 numa manifestação levada a cabo no norte da França, a polícia dispersa a manifestação resultando na morte de dez manifestantes. Este novo drama vem reforçar este dia como um dia de luta dos trabalhadores."
in http://historiaschistoria.blogspot.pt/2015/04/dia-internacional-do-trabalhador.html
Pintura de Carlos S. Bacalhau-Borba
José Afonso - "Maio maduro Maio" do disco "Cantigas do Maio"* (1971)
https://youtu.be/g1NRLl2wgcA
Amanhã não estaremos já neste lugar
amanhã a cidade já não terá o teu rosto
e a canção não virá cheia de ti
escrever em cada árvore o teu nome verde.
Amanhã outros passarão onde passámos
farão os mesmos gestos dirão as mesmas palavras
dirão um nome baixo um nome loucamente
como quem sobre a morte é por instantes eterno.
Amanhã a cidade terá outro rosto.
Nós não estaremos cá. Mas a cidade
já não será contra o amor amanhã quando
os amantes passarem na cidade livre.
Nós não estaremos cá. Voltaremos em Maio
quando a cidade se vestir de namorados
e a liberdade for o rosto da cidade nós
que também fomos jovens e por ela e por eles
amámos e lutámos e morremos
nós voltaremos meu amor nós voltaremos sempre
no mês de Maio que é o mês da liberdade
no mês de Maio que é o mês dos namorados.
Manuel Alegre na Praça da Canção
Música e Trabalho: 1° de maio (Chico Buarque e Milton Nascimento)
https://youtu.be/R6M-eqsynhk
Hoje a cidade está parada
E ele apressa a caminhada
Pra acordar a namorada logo ali
E vai sorrindo, vai aflito
Pra mostrar, cheio de si
Que hoje ele é senhor das suas mãos
E das ferramentas
Quando a sirene não apita
Ela acorda mais bonita
Sua pele é sua chita, seu fustão
E, bem ou mal, é seu veludo
É o tafetá que Deus lhe deu
E é bendito o fruto do suor
Do trabalho que é só seu
Hoje eles hão de consagrar
O dia inteiro pra se amar tanto
Ele, o artesão
Faz dentro dela a sua oficina
E ela, a tecelã
Vai fiar nas malhar do seu ventre
O homem de amanhã
Canção de Chico Buarque de Holanda e Milton Nascimento