13- Simão Cesar Dórdio Gomes

Em Alentejo 12-Pintura

"Alentejo Terra de Artistas"

A pintura é neta da natureza...

Rembrandt

DÓRDIO GOMES – 1890-1976 – ARRAIOLOS

"Simão Cesar Dordio Gomes nasceu em Arraiolos a 26 de Julho de 1890. Com apenas 12 anos matriculou-se na Real Academia de Belas Artes que frequentou até 1910, ano em que se licenciou em Pintura. Aluno de Luciano Freire, em desenho, e Veloso Salgado, em pintura. As suas primeiras obras revelam um fascínio pelo naturalismo tradicional de Columbano com os seus tons sombrios."

" Em 1910 ganhou por concurso uma bolsa do Legado Valmor que lhe permitiucontinuar os seus estudos em Paris para onde seguiu na companhia do seu amigo e colega, o escultor Francisco Franco. Aí frequentou a Academia Julian e as aulas de Jean Paul Laurens.

Em 1911 a estadia foi interrompida por questões que envolveram os bolseirosFrancisco Franco, Santa Rita, José Campos e o próprio Dordio com o ministro de Portugal em Paris, João Chagas. Dordio Gomes regressa a Portugal. Os dez anos seguintes são vividos em Arraiolos e a sua obra pouca alteração sofreu apesar dos contactos havidos em Paris e do convívio com os artistas portugueses Santa Rita ou Eduardo Viana, que tiveram um papel importante no movimento modernista português. A obra de Dordio Gomes continuou na senda regionalista tradicional que aprendera na Escola.

Em 1921 foi-lhe renovada a bolsa e volta novamente a Paris onde permanece até 1926. Este período viria a ser decisivo na obra de Dordio Gomes. Frequenta a Escola Nacional de Belas Artes de Paris e o atelier de Ferdinand Cormon. Em 1922 participa no Salon d’Automne de Paris e ganha uma medalha de ouro na exposição Internacional do Rio de Janeiro. Viaja pela Bélgica, Suíça, Holanda e faz uma escala de oito meses em Itália, onde toma conhecimento da obra dos grandes mestres que lhedespertam o interesse pela pintura a fresco, tão importante para o entendimento da fase final da sua obra. O contacto com as novas correntes artísticas internacionais, bem como, a participação nas tertúlias dos artistas portugueses em Paris na altura,contribuíram para transmitir um cunho moderno à sua obra.

Em 1923, Dordio Gomes em conjunto com Henrique Franco, Alfredo Miguéis, Francisco Franco e Diogo Macedo organiza e participa na “Exposição dos 5 Independentes” em que foram convidados a participar os artistas Milly Possoz, Almada Negreiros e Eduardo Viana e que constituiu um marco importante na afirmação do Modernismo em Portugal na década de 20.

Esquecidos Columbano e o naturalismo tradicional, Dordio Gomes aprendeu as lições de Cezanne quer na cor quer no novo sistema de formas, fazendo até umabreve incursão pelo Cubismo que nunca assimilou totalmente; as suas composições da época são de grande solidez. A exigência geométrica dos seus volumes, a cor sombria dos corpos são inteiramente novas na pintura nacional;

Datam desta época as Casas Malakoff (1923) e Auto-Retrato (1923-1924)"

"De regresso a Arraiolos, em 1926, onde permanece até 1932, Dordio Gomescomeça uma nova etapa da sua pintura. Retomando a temática regionalista, agora renovada sob a influência de Cezanne sobretudo no arrojo da forma e na exuberância da cor, pinta paisagens do Alentejo, sobreiros e cavalos – como as Éguas de Manada (1929) – e imagens da vida, do trabalho do campo e dos trabalhadores do Alentejo, onde se sente a herança expressionista e onde vibra a impressão directa e poderosa do domínio da natureza."

"Em 1931 Dordio Gomes participa na Exposição Colonial de Paris. Em 1933 concorre ao lugar de professor de pintura da Escola Superior de Belas Artes do Portoonde é admitido em 1934 e aí se manteve até ao jubileu em 1960.

O entusiasmo e a abertura que sempre pôs na sua actividade docente foram determinantes para a renovação do ensino nesta Escola, permitindo a formação de uma geração de artistas modernos que se vieram a distinguir nas décadas seguintes.

Com a vinda para o Norte começou uma nova fase da sua obra. A paleta viva e quente própria para as terras alentejanas com a sua luminosidade agressiva e contrastante foi substituída por outra mais suave, que transmite a luz difusa da atmosfera do Porto, como acontece em Rio Douro (1935) – o rio douro com a sua paisagem e as suas actividades características foi o tema preferencial desta época."

"Pintará inúmeras vezes a cidade do Porto, o Douro, as suas pontes, as suas gentes, em obras de poderoso efeito plástico. "

"Neste período dedica-se também á pintura a fresco, velho sonho desde a viagem a Itália, executando decoração em vários interiores do Porto.

Nas décadas finais trabalha uma enorme diversidade de temas – dos retratos de família, às paisagens e gentes do Norte e do Alentejo, que continua a visitar periodicamente."

"Ao longo da sua vida Dordio Gomes participou em inúmeras exposições nacionais e internacionais, de entre outras:

Em 1937 na Exposição Internacional de Paris onde recebeu a Medalha de ouro.

1938 – Exposição Internacional de Nova Yorque.

1942 – XXXIX Exposição de Pintura, Desenho, Gravura e Escultura, Sociedade Nacional de Belas Artes.

1944 – Primeiro grande trabalho de pintura mural, que consta de dois painéis decorativos, que se encontram no Café Rialto do Porto. Prémio António Carneiro na 1ª Exposição de Arte Moderna do SNI, Porto.

1947 – Executa a decoração mural (a fresco) do baptistério da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Porto, realizando posteriormente nesta e em outras cidades várias decorações com a mesma técnica em edifícios religiosos e civis.

1950 – Participa na XXV Bienal de Veneza.

1956 – Museu de Évora organizou uma Retrospectiva da Pintura de Dordio Gomes.

1957 – Vence o 1º Prémio na I Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian.

1960 – Por altura do seu jubileu foi agraciado com a insígnia de Cavaleiro da Ordem de Santiago de Espada.

1961 – II Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian.

1972 – Prémio de Pintura do jornal Dário de Notícias. Homenageado na sua terra natal, pela Câmara Municipal de Arraiolos e pelo Grupo Amigos de Arraiolos.

Em 1976 morre na cidade do Porto.

A 26 de Janeiro de 1990, no âmbito das comemorações do Centenário do seu nascimento, a Câmara Municipal de Arraiolos Homenageia o Pintor procedendo à transladação dos restos mortais da cidade do Porto para a Vila de Arraiolos."

Artigo de A.R.

Simão César Dórdio Gomes. Fado do ciúme-Amalia Rodrigues

https://youtu.be/pxkQUAVsvmI

DORDIO GOMES – 1890-1976 – ARRAIOLOS

Fotos: 27/2

"Simão Cesar Dordio Gomes nasceu em Arraiolos a 26 de Julho de 1890. Com apenas 12 anos matriculou-se na Real Academia de Belas Artes que frequentou até 1910, ano em que se licenciou em Pintura. Aluno de Luciano Freire, em desenho, e Veloso Salgado, em pintura. As suas primeiras obras revelam um fascínio pelo naturalismo tradicional de Columbano com os seus tons sombrios."

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" Em 1910 ganhou por concurso uma bolsa do Legado Valmor que lhe permitiu continuar os seus estudos em Paris para onde seguiu na companhia do seu amigo e colega, o escultor Francisco Franco. Aí frequentou a Academia Julian e as aulas de Jean Paul Laurens.

Em 1911 a estadia foi interrompida por questões que envolveram os bolseiros Francisco Franco, Santa Rita, José Campos e o próprio Dordio com o ministro de Portugal em Paris, João Chagas. Dordio Gomes regressa a Portugal. Os dez anos seguintes são vividos em Arraiolos e a sua obra pouca alteração sofreu apesar dos contactos havidos em Paris e do convívio com os artistas portugueses Santa Rita ou Eduardo Viana, que tiveram um papel importante no movimento modernista português. A obra de Dordio Gomes continuou na senda regionalista tradicional que aprendera na Escola.

Em 1921 foi-lhe renovada a bolsa e volta novamente a Paris onde permanece até 1926. Este período viria a ser decisivo na obra de Dordio Gomes. Frequenta a Escola Nacional de Belas Artes de Paris e o atelier de Ferdinand Cormon. Em 1922 participa no Salon d’Automne de Paris e ganha uma medalha de ouro na exposição Internacional do Rio de Janeiro. Viaja pela Bélgica, Suíça, Holanda e faz uma escala de oito meses em Itália, onde toma conhecimento da obra dos grandes mestres que lhe despertam o interesse pela pintura a fresco, tão importante para o entendimento da fase final da sua obra. O contacto com as novas correntes artísticas internacionais, bem como, a participação nas tertúlias dos artistas portugueses em Paris na altura, contribuíram para transmitir um cunho moderno à sua obra.

Em 1923, Dordio Gomes em conjunto com Henrique Franco, Alfredo Miguéis, Francisco Franco e Diogo Macedo organiza e participa na “Exposição dos 5 Independentes” em que foram convidados a participar os artistas Milly Possoz, Almada Negreiros e Eduardo Viana e que constituiu um marco importante na afirmação do Modernismo em Portugal na década de 20.

Esquecidos Columbano e o naturalismo tradicional, Dordio Gomes aprendeu as lições de Cezanne quer na cor quer no novo sistema de formas, fazendo até uma breve incursão pelo Cubismo que nunca assimilou totalmente; as suas composições da época são de grande solidez. A exigência geométrica dos seus volumes, a cor sombria dos corpos são inteiramente novas na pintura nacional;

Datam desta época as Casas Malakoff (1923) e Auto-Retrato (1923-1924)"

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"De regresso a Arraiolos, em 1926, onde permanece até 1932, Dordio Gomes começa uma nova etapa da sua pintura. Retomando a temática regionalista, agora renovada sob a influência de Cezanne sobretudo no arrojo da forma e na exuberância da cor, pinta paisagens do Alentejo, sobreiros e cavalos – como as Éguas de Manada (1929) – e imagens da vida, do trabalho do campo e dos trabalhadores do Alentejo, onde se sente a herança expressionista e onde vibra a impressão directa e poderosa do domínio da natureza."

4/14/41/36/22/7/30.1/30/31/32/29/17/19/35/49/18/55/6/5/20/34

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"Em 1931 Dordio Gomes participa na Exposição Colonial de Paris. Em 1933 concorre ao lugar de professor de pintura da Escola Superior de Belas Artes do Porto onde é admitido em 1934 e aí se manteve até ao jubileu em 1960.

O entusiasmo e a abertura que sempre pôs na sua actividade docente foram determinantes para a renovação do ensino nesta Escola, permitindo a formação de uma geração de artistas modernos que se vieram a distinguir nas décadas seguintes.

Com a vinda para o Norte começou uma nova fase da sua obra. A paleta viva e quente própria para as terras alentejanas com a sua luminosidade agressiva e contrastante foi substituída por outra mais suave, que transmite a luz difusa da atmosfera do Porto, como acontece em Rio Douro (1935) – o rio douro com a sua paisagem e as suas actividades características foi o tema preferencial desta época."

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"Pintará inúmeras vezes a cidade do Porto, o Douro, as suas pontes, as suas gentes, em obras de poderoso efeito plástico. "

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"Neste período dedica-se também á pintura a fresco, velho sonho desde a viagem a Itália, executando decoração em vários interiores do Porto.

Nas décadas finais trabalha uma enorme diversidade de temas – dos retratos de família, às paisagens e gentes do Norte e do Alentejo, que continua a visitar periodicamente."

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"Ao longo da sua vida Dordio Gomes participou em inúmeras exposições nacionais e internacionais, de entre outras:

Em 1937 na Exposição Internacional de Paris onde recebeu a Medalha de ouro.

1938 – Exposição Internacional de Nova Yorque.

1942 – XXXIX Exposição de Pintura, Desenho, Gravura e Escultura, Sociedade Nacional de Belas Artes.

1944 – Primeiro grande trabalho de pintura mural, que consta de dois painéis decorativos, que se encontram no Café Rialto do Porto. Prémio António Carneiro na 1ª Exposição de Arte Moderna do SNI, Porto.

1947 – Executa a decoração mural (a fresco) do baptistério da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Porto, realizando posteriormente nesta e em outras cidades várias decorações com a mesma técnica em edifícios religiosos e civis.

1950 – Participa na XXV Bienal de Veneza.

1956 – Museu de Évora organizou uma Retrospectiva da Pintura de Dordio Gomes.

1957 – Vence o 1º Prémio na I Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian.

1960 – Por altura do seu jubileu foi agraciado com a insígnia de Cavaleiro da Ordem de Santiago de Espada.

1961 – II Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian.

1972 – Prémio de Pintura do jornal Dário de Notícias. Homenageado na sua terra natal, pela Câmara Municipal de Arraiolos e pelo Grupo Amigos de Arraiolos.

Em 1976 morre na cidade do Porto.

A 26 de Janeiro de 1990, no âmbito das comemorações do Centenário do seu nascimento, a Câmara Municipal de Arraiolos Homenageia o Pintor procedendo à transladação dos restos mortais da cidade do Porto para a Vila de Arraiolos."

Artigo de A.R.

Simão César Dórdio Gomes. Fado do ciúme-Amalia Rodrigues

https://youtu.be/pxkQUAVsvmI