04 - Abril 2021 >15

Fotografia de Adriano Bastos

O Alentejano

"Homenagem aos Mestres Cantores do Alentejo"

Pintura de Espiga Pinto, sobre madeira, datada de 1965. 130x40cm

Col. Centro de Arte Moderna da

Fundação Calouste Gulbenkian

O Alentejo lembra-me sempre

Um imenso relógio de sol

Onde o homem faz de ponteiro do tempo

Miguel Torga

Segunda-feira, 3 de Maio de 2021

Alentejo-GASTRONOMIA

Receitas Culinárias Alentejo

Carne de porco à alentejana.

-800 gr de batatas

-400 gr. de amêijoas

-60 gr de pickles

-300 ml de vinho branco

-4 dentes de alho

-50 ml de azeite

-3 colheres (sopa) de massa pimentão

-azeitonas pretas q.b.

-sal e pimenta q.b.

-coentros picados q.b.

-óleo para fritar

-800 gr. de carne de porcos em osso

-Corte a carne em cubos e tempere-a com os dentes de alho picados, o vinho branco, a massa de pimentão, sal e pimenta. Deixe marinar, durante 20 minutos, e depois escorra.

-Descasque as batatas, corte-as em cubos e leve-os a fritar em óleo quente. Retire e escorra, sob papel absorvente

-Aqueça o azeite num tacho, junte a carne e deixe saltear. Adicione as amêijoas, regue com a marinada e deixe cozinhar, até a carne ficar douradinha, mas com molho. Se necessário, regue com um pouco de água aquecida.

-Junte, depois, as batatas, os pickles e azeitonas pretas e envolva. Polvilhe com coentros picados e sirva de seguida.

Domingo, 2 de Maio de 2021

Concerto de Domingo à tarde

Trigueirinha Alentejana

https://youtu.be/cm_5jV2NTBc

Sábado, 1 de Maio de 2021

1º de Maio

Sozinho, sempre sozinho,

mesmo quando vou a teu lado.

De ti que constróis o rumor das cidades

e no campo, semeias, lavras,

e pisas

o sabor do vinho.

Sozinho, sempre sozinho.

aqui vou a teu aldo

eu, o poeta, operário de palavras

- as palavras «sonho?, «bandeira*, «esperança», «liberdade» -

instrumentos de pureza irreal

que tornam a Realidade

ainda mais real

e transformam os bairros de lata

em futuras cidades de cristal

num planeta de paisagens de prata

onde as bocas das flores, das manhãs, dos vulcões,

da brancura do linho

e das foices de gume doirado

cantarão um dia connosco a Internacional

- que eu continuarei a cantar sozinho,

sempre sozinho,

a teu lado.

José Gomes Ferreira em O Diário, s/d

Vieira da Silva

1º de Maio

"Em 1 de Maio de 1886, realizou-se uma manifestação de milhares de trabalhadores nas ruas de Chicago, convocada pela Federação dos Trabalhadores dos EUA, com o objectivo de reivindicar melhores condições de trabalho e a redução da jornada de trabalho para as 8 horas. Nesse mesmo dia teve início uma greve geral nos EUA e, três dias depois, houve recontros entre manifestantes e polícia, resultando a morte de alguns manifestantes. No dia seguinte nova manifestação é organizada com protestos pelos acontecimentos ocorridos nos dias anteriores, tendo terminado com o lançamento de uma bomba para o meio da polícia que começara a dispersar os manifestantes, matando sete agentes. Por sua vez, a polícia abriu fogo sobre a multidão, matando doze pessoas e ferindo dezenas. Tais acontecimentos passaram a ser conhecidos como a revolta de Haymarket. O episódio desencadeou uma perseguição a líderes do movimento operário. Depois de um processo marcadamente político, sete deles foram condenados à morte por enforcamento, um deles cometeu o suicídio antes do enforcamento e três deles receberam sentenças de prisão, revogadas mais tarde em 1893, quando o governador concluiu que (todos) os oito acusados eram inocentes.

A 20 de Junho de 1889 o congresso operário internacional, reúne em Paris e decidiu convocar anualmente uma manifestação com o objectivo de lutar pelos direitos dos trabalhadores e pelas 8 horas diárias. O dia 1 de Maio foi escolhido como homenagem às lutas sindicais e aos "Mártires de Chicago". No ano de 1890 os operários americanos conseguem conquistar finalmente a jornada de trabalho das 8 horas. Em 1 de Maio de 1891 numa manifestação levada a cabo no norte da França, a polícia dispersa a manifestação resultando na morte de dez manifestantes. Este novo drama vem reforçar este dia como um dia de luta dos trabalhadores."

in http://historiaschistoria.blogspot.pt/2015/04/dia-internacional-do-trabalhador.html

Pintura de Carlos S. Bacalhau-Borba

José Afonso - "Maio maduro Maio" do disco "Cantigas do Maio"* (1971)

https://youtu.be/g1NRLl2wgcA

Quinta-feira, 29 de Abril de 2021

"Alentejo Terra de Artistas"

A pintura é neta da natureza...

Rembrandt

Estrela Faria

Évora

Estrela da Liberdade Alves Faria, foi uma pintora portuguesa

(Évora, 9 de Outubro de 1910 - Lisboa, 1976). Discípula de Veloso Salgado

(1864-1945) na Escola de Belas-Artes de Lisboa, foi bolseira pelo Instituto de

Alta Cultura, em França, Itália e Holanda. Fixou residência em São Paulo, Brasil,

entre 1953 e 1958. Leccionou na Escola de Artes Decorativas António Arroio e,

posteriormente, na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, até à data da sua morte

11736.jpg

s/Título

Quarta-feira, 28 de Abril de 2021

BORBA

Visite Borba

Fotografias de Adriano Bastos

Segunda-feira, 26 de Abril de 2021

26 de abril de 1937

Quadro Guernica de Pablo Picasso

"O Quadro Guernica de Pablo Picasso é uma das mais famosas pinturas do artista espanhol e uma das mais conhecidas do cubismo. Esta obra de arte revela os efeitos da guerra em uma população.

O artista espanhol se inspirou no bombardeamento da cidade Guernica no dia 26 de abril de 1937. Neste dia, aviões alemães da Legião Condor destruíram quase completamente a cidade espanhola. Guernica (ou Gernika em basco) é uma cidade da província da Biscaia, localizada na comunidade autônoma do País Basco.

Por este motivo, este quadro tem também um significado político e funciona como uma crítica à devastação causada pelas forças Nazistas aliadas com o ditador espanhol Franco. Outra possível interpretação indica que o quadro Guernica funciona como um símbolo de paz ou anti-guerra.

Depois de ter sido terminado (demorou aproximadamente um mês a ser terminada), o quadro fez uma digressão pelo mundo, tendo ficado globalmente reconhecido e atraindo a atenção do resto do mundo para a Guerra Civil Espanhola.

Com o início da Guerra Civil Espanhola (em 1936), o falecimento da sua mãe em 1939 e o princípio da Segunda Guerra Mundial, o artista teve uma fase mais escura. Algumas das suas obras criadas nessa altura revelam o seu estado de espírito mais atormentado, como por exemplo o quadro Guernica e a série de "Dona Maar".

Quando rompeu a Segunda Guerra Mundial, o artista resolveu emprestar a sua pintura ao Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA), onde esteve até 1981, ano em que regressou a Espanha.

Guernica é uma pintura a óleo sobre tela de grandes dimensões, com 7.76 metros de comprimento e 3.49 metros de altura. Atualmente, esta pintura está exposta em Madri, no Museu Reina Sofia.

Leia também: 13 obras essenciais para compreender o gênio de Pablo Picasso

Análise do quadro Guernica

O contexto histórico é essencial para interpretar esta pintura. Neste momento, a Espanha vivia um conflito entre as forças Republicanas e os Nacionalistas, liderados pelo General Francisco Franco. Os Nacionalistas contaram com o apoio do exército Nazista e autorizaram os alemães a bombardearem Guernica, como forma de testarem novas armas e táticas de guerra, que viriam a ser usadas mais tarde na Segunda Guerra Mundial.

Depois do ataque destruidor, Pablo Picasso - que estava morando em França na altura - estava trabalhando numa obra para apresentar numa Exibição em Paris a pedido do Governo Republicano Espanhol, mas decidiu abandonar a sua ideia original para criar uma obra relacionada com o ataque em Guernica.

Cores

O preto e branco foram as cores escolhidas pelo o autor, que servem para intensificar a sensação de drama causado pelo bombardeamento.

Composição

Esta é uma obra cubista, pois inclui figuras geometricamente decompostas, usando elementos surrealistas e técnicas que seriam associadas ao cubismo.

O cavalo e o touro são dois dos elementos mais destacados do quadro, sendo elementos muito populares na cultura espanhola. Uma possível interpretação é que este ataque representa um ataque à cultura espanhola, uma tentativa de destruir os ideais defendidos pelos cidadãos espanhóis.

Além disso, também é possível ver o horror causado em seres humanos, com um soldado morto no chão, uma mãe que chora a morte do filho morto nos seus braços (esquerda do quadro), uma mulher em desespero enquanto a sua casa é destruída em chamas (direita do quadro), uma mulher com a perna ferida que tenta fugir de todo o caos causado (no centro da pintura) e uma mulher com um lampião, que parece iluminar o resto dos elementos (no centro do quadro).

Alguns elementos parece que têm algo escrito dentro, como se fossem formados por folhas de jornal. Isso indica como o pintor foi informado sobre o ataque ocorrido em Guernica.

A espada quebrada representa a derrota do povo, que foi quebrado pelos seus opositores, enquanto os edifícios em chamas indicam a destruição não apenas em Guernica, mas a destruição causada pela Guerra Civil." in quadro-guernica-de-pablo-picasso

Domingo, 25 de Abril de 2021

25 de Abril

Cipriano Dourado

Adriano Correia de Oliveira

"Tejo que levas as águas" do disco "Que Nunca Mais" (LP 1975)

https://youtu.be/5spCc9IUcxU

A Forma Justa

Poema de Sophia de Mello Breyner

com narração de Mundo Dos Poemas

https://youtu.be/KkQKUL3G3Zc

The Band of H. M. Royal Marines - A Life in The Ocean Wave (Hino do M.F.A.)

https://youtu.be/IaABcgqgF8s

Sexta-feira, 23 de Abril de 2021

Dia Mundial do Livro

e

dos

Direitos de Autor

Los libros vistos por los maestros del Prado

https://youtu.be/zzL6BaOwC9s

"A leitura de todos os bons livros é uma conversação com as mais honestas pessoas dos

séculos passados."

René Descartes

"Ler um livro é para o bom leitor conhecer a pessoa e o modo de pensar de alguém que

lhe é estranho. É procurar compreendê-lo e, sempre que possível, fazer dele um amigo."

HERMANN HESSE

"Os governos suspeitam da literatura porque é uma força que lhes escapa."

Émile Zola

A nossa proposta para este Dia Mundial do Livro

Quinta-feira, 22 de Abril de 2021

Tempo de Reflexão

“Nada no mundo é permanente, e somos tolos em desejar que uma coisa perdure,

mas mais tolos ainda seríamos se não a apreciássemos enquanto a temos." W. Somerset Maugham

“Daqui a vinte anos, você não terá arrependimento das coisas que fez, mas das que deixou de fazer. Por isso, veleje longe do seu porto seguro. Pegue os ventos. Explore. Sonhe. Descubra.”

Mark Twain

“As nossas mentes devem relaxar-se: depois do descanso, elevar-se-ão melhor e com mais vigor. Assim como não devemos forçar os campos férteis, pois colheitas abundantes e ininterruptas esgotam rapidamente essa fertilidade, o trabalho incessante destrói a vivacidade das nossas mentes, que, porém, recuperam forças após terem gozado de um pouco de descanso e de tranquilidade. O trabalho contínuo produz uma espécie de dormência e lentidão.” . — Lúcio Aneu SÉNECA (Lucius Annaeus Seneca; Corduba, c. 4 a.C. — Roma, talvez 12 de Abril de 65), advogado, escritor e filósofo romano, in “A Tranquilidade da Alma”.

ELIE WIESEL denunciou a indiferença.

“A indiferença, para mim, é a epítome do mal.

O oposto do amor não é o ódio, é a indiferença.

O oposto da arte não é a fealdade, é a indiferença.

O oposto da fé não é a heresia, é a indiferença.

E o oposto da vida não é a morte, é a indiferença.”

— Em entrevista à “U.S. News & World Report“, a 27 de Outubro de 1986.

Photographies of Ching Yang Tung

Terça-feira, 20 de Abril de 2021

Borba-Mezinhas da Avó

"A alegria evita mil males e prolonga a vida."

William Shakespeare

Benefícios no consumo de FIGOS

Propriedades do Tomilho

Benefícios no consumo do Agrião

Benefícios no consumo do Manjericão

Domingo, 18 de Abril de 2021

Concerto de Domingo à tarde

"Este pequeno filme "stop motion" é a homenagem publica que neste momento me é possivel prestar ao Bernardo Sassetti. Fotografei e filmei os últimos concertos do seu trio. Ele viu, ainda na máquina de fotografar, uma boa parte das imagens recolhidas. Este é o sítio onde sei que as posso tentar eternizar, difundir, fazer chegar gratuitamente a todos os que gostavam dele como artista e como pessoa. Ele iria gostar desta minha/nossa partilha (o contrabaixista, Carlos Barretto e o baterista Alexandre Frazão, viram estes resultados e aprovaram). Estão aqui reunidas cerca de 1000 fotografias de 5 dos últimos concertos desta formação. Em Serralves, na Festa do Avante, em Portalegre, em Beja e no Funchal (onde o baterista Marcos Cavaleiro teve de substituir o Alexandre Frazão). Seleccionei este tema, por considerar que representa muito bem a simplicidade e sensibilidade do Bernardo Sassetti... O vídeo contém um minuto de silêncio. O último. Tema: O Homem Que Dizia Adeus, 4º tema do álbum Motion (Clean Feed/Trem Azul 2010).

Bernardo Sassetti - piano

Carlos Barretto - contrabaixo

Alexandre Frazão - bateria

Fotos e vídeo por Sónia Gomes da Silva Lisboa 12.05.2012"

Bernardo Sassetti Trio (últimos concertos) - O Homem Que Dizia Adeus

https://youtu.be/X3gWSTVCq4g

Sexta-feira, 16 de Abril de 2021

Gerald Bloncourt

TIAGO PETINGA/LUSAL

Nascimento: 4 de novembro de 1926, Haiti

Falecimento: 29 de outubro de 2018, Paris, França in Wikipédia

Gérald Bloncourt tinha "uma sensibilidade que incomodava pela franqueza"

A ministra da Cultura, Graça Fonseca, numa nota de pesar pela morte, hoje, do fotógrafo Gérald Bloncourt, aos 92 anos, afirma que era "dono de uma sensibilidade que incomodava pela franqueza" e realçou a sua ligação a Portugal.

“Fotógrafo comprometido, militante humanista e poeta do quotidiano, dono de uma sensibilidade que incomodava pela franqueza, Bloncourt acompanhou, entre 1954 e 1974, as gerações de portugueses que fugiam de um país em ditadura”, lê-se na nota ministerial.

O percurso do fotógrafo Gérald Bloncourt está ligado ao imaginário coletivo da imigração portuguesa em França.

Foi através do seu olhar que pudemos, todos, conhecer e admitir as duras condições de vida de gerações que a ditadura obrigou a partir e que procuravam na periferia parisiense melhores condições de vida”, afirma a ministra.

Segundo Graça Fonseca, foi “através de um gesto marcado pela objetividade, como é o dos grandes fotógrafos, [que Bloncourt] contou a história silenciada, envergonhada e escondida de um país fechado sobre si próprio”.

“Com as célebres fotografias do ‘bidonville’ de Champigny-sur-Marne, nos arredores de Paris, e dos bairros da cintura industrial da capital francesa, Bloncourt assinou um capítulo da história de Portugal”, sublinha Graça Fonseca.

in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/gerald-bloncourt-tinha-uma-sensibilidade-que-incomodava-pela-franquez

LA RÉVOLUTION DES OEILLETS

Quinta-feira, 15 de Abril de 2021

Alentejo-Cante Alentejano

Pedro Mestre - Campaniça do Despique "Zuca Zuca"

https://youtu.be/aSY95wzDt2A

Se o meu bem soubesse - Pedro Mestre /álbum Mercado dos Amores

https://youtu.be/EVy_Vs47FNY

Quarta-feira, 14 de Abril de 2021

Ao encontro com a nossa gastronomia

Borba

Quando os caminhos são longos e tardam a percorrer, o viajante sente segundo a sabedoria popular "o estômago a dar horas". Chegado a Borba demora o seu olhar sobre o Paço de São Bartolomeu, obra que o deslumbra e avança pela Rua Terreiro das Servas, estacionando a dois passos da Rua António de Melo e Castro.

Se o Paço já o tinha impressionado , é defronte ao Convento das Servas e da Capela do Nosso Senhor dos Aflitos que se interroga sobre a presença de tantos monumentos, sobretudo de arquitectura religiosa, que mostram o bom gosto, a riqueza e o nível cultural de então nesta vila, agora cidade.

Estamos finalmente no Restaurante Canhoto, esperando por uma boa refeição de cozinha tradicional alentejana, tal como foi aconselhado por amigos que já demandaram estas paragens. Sentado na sala de mesas espaçosas, onde animadamente se conversa, o seu olhar dirige-se para o tecto alto de traves de madeira sobre paredes brancas e onde a luminosidade cria um ambiente muito acolhedor.

Chegam à mesa gulosas azeitonas, queijo fresco de Rio de Moínhos, o saboroso pão alentejano e onde não falta o famoso vinho tinto da Adega Cooperativa de Borba.

Da cozinha desprendem-se aromas que abrem o apetite. O serviço é de qualidade primando o atendimento pela atenção e acompanhamento do cliente.

No cardápio surge a oferta de oito pratos, qual deles o mais aliciante, o que torna difícil a escolha.

O estomago, esse reclama mas concerteza vai deliciar-se com um opíparo almoço de (pèzinhos de coentrada). Os demais pratos repartem-se pela cachola servida em tacho de barro, pelas costeletas de borrego panadas e gansinho assado no forno.

Com batatas fritas chega à mesa os pèzinhos de centrada envoltos em alhos e coentros que fazem a delícia do viajante.

Para o estomago o almoço foi excelente. O convívio e a conversa amena constituíram alimento para o espirito. Não fora o imenso trabalho da cozinheira com a entrada de mais clientes, o viajante passaria pela cozinha para dois dedos de conversa sobre a arte e a sabedoria ancestral de combinar as plantas aromáticas com os pèzinhos de porco, que não dispensam um bom azeite, abundante nesta terra produtiva e rica deste ouro dos olivais.

Parte o viajante com a ideia de aqui regressar.

Lá fora no imenso largo sentem-se já os primeiros sinais da primavera.

Adriano Bastos

Abri de 2018

Segunda-feira, 12 de Abril de 2021

Alentejo-GASTRONOMIA

Receitas Culinárias Alentejo

Bolo de requeijão

Bolo de requeijão

500 gr de requeijão

5 ovos

375 gr de açúcar

2 colheres de sopa de margarina

2 punhados de farinha branca de neve

Um pouco de canela

Passa-se o requeijão pelo passe vite ou esmaga-se com um garfo e bate-se com os ovos inteiro, com açúcar e a margarina derretida. Adiciona-se a farinha e a canela. Depois de tudo bem batido, leva-se ao forno, a 180 graus, em tabuleiro untado com margarina e polvilhado com farinha.

Receitas de

Maria Rosario Pires

Domingo, 11 de Abril de 2021

Concerto de Domingo à tarde

Pedro Caldeira Cabral

Larghetto dos prazeres

https://youtu.be/xEi8TZILkGs

Marta Pereira da Costa com Richard Bona - Encontro

https://youtu.be/iaL7iCVkybc

Sábado, 10 de Abril de 2021

Alentejo-GASTRONOMIA

Receitas Culinárias Alentejo

Conheça as Receitas Culinárias do nosso

Alentejo, as quais constituem património secular que urge preservar e outras mais

receitas do nosso Alentejo pode ver em !

https://sites.google.com/site/amigosterrasborba/1-alentejo-

1/4-gastronomia/rereceitas-de-culinaria-do-alentejo-1

Açorda de Marisco

Fotografia in CMSines/FB

Concelho: Sines

"Sabores da costa e da planície

A cozinha típica do concelho tem como base o peixe e o marisco. Pratos como a açorda de marisco e a feijoada de búzios são exemplos também da influência do interior alentejano, resultando numa combinação irresistível entre os sabores da costa e da planície.

No reino dos pratos quentes, é imprescindível provar as migas com peixe frito, o arroz de caramujos, de lapas, de mexilhão ou de marisco, a açorda de lapas e o feijão com marisco. Nos pratos frios, as saladas de choco, de búzio ou de ovas."

in Sines.pt

"Ingredientes:

(para 4 pessoas)

500 g de camarão

500 g de berbigão

500 g de amêijoas

500 g de pão

3 dentes de alho

4 colheres de sopa de azeite

1 ramo de coentros (pequeno)

3 ovos

sal

pimenta

piripiri

Preparação:

Cozem-se os camarões em pouco água e côa-se esta. Abrem-se as amêijoas e os berbigões em recipientes separados e coam-se as respectivas águas. Junta-se a água dos três mariscos e leva-se ao lume a concentrar. Rega-se o pão com esta água. Alouram-se os dentes de alho com o azeite e introduz-se o raminho de coentros. Deixa-se fritar durante 1 minuto e junta-se o pão. Mexe-se com uma colher de pau de modo a obter-se uma açorda homogénea mas muito mole. Retiram-se os coentros e tempera-se com sal, pimenta e piripiri. Introduzem-se os mariscos na açorda, dá-se uma volta e retira-se do lume. Juntam-se imediatamente os ovos, mexe-se e serve-se sem demora."

in seralentejano.blogspot.pt

Sexta-feira, 9 de Abril de 2021

Sugestão de Passeio

Portel

Portel é uma vila portuguesa, no Distrito de Évora, região Alentejo.

Portel parece ter sido habitada por Romanos e porventura Fenícios, exploradores de minas de metais, e os seus vestígios ainda são visíveis no sítio dos Algares. Foi habitado por árabes e mouros que deixaram como vestígios da sua presença as muralhas de taipa que já se encontram em ruínas. Durante os períodos de guerra contra Mouros e Castelhanos os habitantes procuravam proteção dentro das muralhas do castelo vindo mesmo aí a fixar residência. Com D. João I o medo bélico terminou e a vila precipitou-se a construir as suas habitações no sentido sul- norte em direção ao castelo. Das habitações que se encontravam dentro do castelo pouco ou nada há a não ser ruínas e o relato da existência de três igrejas : de S. João, de S. Vicente e de S. Maria. Portel é ainda um marco na passagem de quem quer visitar a Albufeira do Alqueva.

https://youtu.be/pSYIHFxOjCU

Em redor desde grande lago podemos visitar 7 Castelos/fortificaçóes antigas: Castelo de Portel, Castelo de Moura, Castelo de Mourão, Castelo de Monsaraz, Castelo do Alandroal, Castelo de Terena e Fortificaçáo da Juromenha.

Luis Correia

Quarta-feira, 7 de Abril de 2021

BORBA INSPIRADORA

BORBA É PROIBIDO DESTRUIR OS NINHOS. MULTA 100§00

Fotografias de Adriano Bastos

DO ESCRITOR JOSÉ SARAMAGO,PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA

EM 1998, TRANSCREVEMOS UM PEQUENO EXTRACTO DO SEU

LIVRO"VIAGEM A PORTUGAL".

NESTE BREVE TEXTO, DO CONSAGRADO ESCRITOR PORTUGUÊS,

HÁ UMA REFERÊNCIA À VILA DE BORBA.

"O viajante, decididamente, está a gostar de Borba. Será do sol,desta luz ainda matinal, será da

brancura das casas (quem foi que disse que o branco não é cor, mas sim a ausência dela?), será de

tudo isto e do mais que é o traçado das ruas, a gente que nelas anda, já não seria preciso mais

para um sincero afecto, quando de súbito, vê o viajante, sob um beiral, a mais extraordinária

declaração de amor, um letreiro que assim rezava: É PROIBIDO DESTRUIR OS NINHOS. MULTA

100§00.

Convenha-se que merece todos os louvores uma vila onde publicamente se declara que o rigor da

lei cairá sobre as más cabeças que deitem abaixo as moradas dos pássaros. Das andorinhas, para

ser mais rigoroso. Posto o letreiro por baixo de um beiral, onde precisamente usam as andorinhas

construir os ninhos, entende-se que a protecção só a eles cobre. A outra passarada, ribaldeira e

menos dada a confianças humanas, faz os seus ninhos nas árvores, por fora da vila, e sujeita-se

aos azares da guerra. Mas é excelente que uma tribo do povo alado tenha a lei por si. Indo assim

aos poucos, acabarão as leis por defender as aves todas e os homens todos, excepto, claro está,

ou então não mereceriam o nome de leis, os nocivos de um lado e de outro. Provavelmente por

efeito do calor, o viajante não está nos seus dias de maior clareza, mas espera que o entendam."

Terça-feira, 6 de Abril de 2021

Visite Borba!

Fotografias de Adriano Bastos

Segunda-feira, 5 de Abril de 2021

Ao encontro com os nossos escritores

José Rentes de Carvalho

In Portugal Post image.jpg

Amizades da vida inteira

"Questão de sorte, genética, carácter ou acaso, há quem conheça amizades da vida inteira, daquelas que se tornam exemplares e por onde nunca perpassam arrelias, desconfianças ou traições. São essas amizades excepção, pois também por sorte, genética, carácter ou acaso, a maioria de nós vive à mercê das circunstâncias e de um dia-a-dia que pouco espaço deixa para sentimentos elevados, contentando-se com aparências ou, no melhor, refinando o fingimento.

Amizades de vida inteira nunca tive, e as poucas que mantenho obrigam-me por vezes a cansativas cabriolas dos sentimentos e do vocabulário, porque hoje em dia e como nunca antes, pouco é preciso para ferir susceptilidades e perturbar sentimentos, ou que nos acusem de traições, de facadas, de pormos em perigo a felicidade alheia, a paz do mundo, de atentarmos contra os direitos das minorias, de sermos indiferentes à igualdade de tudo e todos, mesmo à daqueles que exigem ser desiguais.

De modo que exprimir opinões que não alinhem com as dos que politica e socialmente se consideram ‘correctos’ é, por enquanto, mais de meio caminho andado para o insulto, a denúncia, o ostracismo, talvez para o calabouço num futuro que se anuncia próximo. E assim a cautela manda fechar a boca e fingir de sonso, não entrar em discussões sobre temas chamados ‘sensíveis’, fazer de surdo quando os ‘bons’ se assanham contra o que tão facilmente rotulam de fascismo e populismo, os tremores que lhes causam a escravatura, o aquecimento global, os motores a gasolina, o açúcar, a carne no talho e sabe Deus quantos outros males. Mas ainda nos cabe uma culpa maior – a nós, não a eles, que são puros nas acções, nos intuitos, e conhecem a verdade – a de não sabermos receber de braços abertos e com vivas os estranhos que sem bater à porta nos entram pela casa adentro, anunciando que estão no seu direito, e se não acreditamos no que dizem é ir perguntar à ONU.

Pudesse eu, de boa vontade regressaria ao tempo em que dos ideais aos filmes no cinema havia muito que era a preto e branco, o mau da fita tinha uma só cara, a única escolha era ser a favor ou contra. Infelizmente, essa simplicidade antiga desapareceu, há que estar em permanência atento às reviravoltas, pois as regras e os conceitos mudam do dia para a noite, a ortodoxia de ontem é anátema amanhã, não ajuda nem dá alívio saber que seis séculos atrás o Poeta avisava que em pouco se pode confiar, porque ‘todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades."

Photo in250x

Domingo, 4 de Abril de 2021

Concerto de Domingo à tarde

GLORIA IN EXCELSIS DEO. Antonio Vivaldi. Director: Antonio Fauró

https://youtu.be/zhhYIZJj6rk

Bach: Erbarme dich, mein Gott (Matthäuspassion) - Galou (Roth)

https://youtu.be/BBeXF_lnj_M

Sábado. 3 de Abril de 2021

Alentejo-GASTRONOMIA

Receitas Culinárias Alentejo

Ensopado de borrego à pastora

https://mulher2020-storage.netdna-ssl.com/wp-content/uploads

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1 kg de borrego (escolher a parte das costelas e/ou da mão). 5 dentes de alho Duas folhas de louro Azeite a gosto Sal q b Hortelã Pão alentejano, com um ou dois dias. Parte-se o borrego em pedaços pequenos. Põe-se ao lume com água e um pouco de sal. Com uma escumadeira, vai-se retirando a espuma que se vai formando. A seguir, juntam-se os alhos cortados aos bocados, as folhas de louro e o azeite. Quando estiver cozinhado, adiciona-se um pequeno raminho de hortelã. Serve-se nos pratos, sobre as fatias de pão, finamente cortadas. Pode acompanhar-se com salada de alface.

Receitas de

Maria Rosario Pires

Sexta-feira, 2 de Abril de 2021

Borba-Mezinhas da Avó

"A alegria evita mil males e prolonga a vida."

William Shakespeare

Beneficios no consumo de FAVAS

"Favas, como edamame, são de cor verde legumes que vêm em sua própria pod. Você pode comprá-los em conserva, frescos ou secos. A leguminosa rica em nutrientes, favas são ricos em fibras e proteína na dieta, muito baixa em gordura, livre de gordura saturada e excelente fonte alimentar de muitos nutrientes essenciais para a saúde humana, tais como vitaminas e minerais. Favas, quando consumidos como parte de uma dieta saudável, podem oferecer benefícios cardiovasculares e ajuda no controle do peso.

Rico em nutrientes

De acordo com Frutas e Vegetais da Matéria, favas são um alimento denso em nutrientes, ou seja, eles fornecem muitos nutrientes essenciais para o bom funcionamento corporal sem ser rico em calorias. Estes grãos são uma boa fonte de alimento da vitamina B1 ou tiamina, ferro, cobre, fósforo, potássio e magnésio, reunidos 10-19 por cento do valor diário recomendado, ou DV, para cada copo de 1/4 por. Vitamina B1 é importante para uma função do sistema nervoso e do metabolismo energético; ferro é um componente essencial de uma proteína responsável pelo transporte de oxigénio no sangue, e o cobre, em conjunto com ferro, ajuda a formar as células vermelhas do sangue. Cobre também desempenha um papel em manter os seus vasos sanguíneos, sistema imunológico e ossos saudáveis. De fósforo e de magnésio são importantes para manter os ossos fortes, e magnésio, juntamente com o potássio, ajuda a regular a pressão sanguínea.

Favas também são uma fonte excelente comida de folato, e manganês, fornecendo mais de 20 por cento do DV para estes nutrientes por 1/4 xícara. Folato suporta

sistema imunológico função de saúde, cardiovascular e ajuda a formar os glóbulos vermelhos. O manganês é necessária para o metabolismo dos hidratos de carbono, proteínas e de colesterol.

Promover a saúde do coração

Para além de ser uma fonte excelente de nutrientes que sustentam a saúde cardiovascular, favas são ricos em fibras dietéticas, proporcionando 9 g por 1/4 de copo. Leguminosas, tais como feijões são uma fonte de ambos os tipos de fibra alimentar, solúvel e insolúvel, mas são particularmente ricos em fibra solúvel. De acordo com MayoClinic.com, consumindo solúveis, alimentos ricos em fibras pode ajudar a melhorar o seu nível de açúcar no sangue e os níveis de colesterol. A fibra solúvel é particularmente eficaz na redução dos níveis de lipoproteína de baixa densidade (LDL), comumente referido como mau colesterol.

Controle de Peso ajuda

Favas também são ricos em proteína, oferecendo 10 g por porção 1/4-cup. De acordo com um estudo publicado em 2010 no European Journal of Clinical Nutrition, indivíduos com sobrepeso ou obesos que seguiram uma dieta controlada, de alta proteína, dieta rica em fibras perderam mais peso do que aqueles em um padrão de calorias controladas, rica em carboidratos, baixo teor de gordura da dieta. Entre os participantes, 89 mulheres com sobrepeso ou obesas com idade entre 18 e 65 anos, que seguiram a dieta durante 10 semanas. Os participantes do-alta proteína, dieta rica em fibras não só perdeu mais peso corporal e gordura total, mas também gostava de baixar o colesterol total e os níveis de colesterol LDL. Com sua proteína combinada e teor de fibras, feijão fava pode ajudar na perda de peso."

Fonte:http://textozon.com/beneficios/artigo-3474.html

Quinta-feira, 1 de Abril de 2021

Borba- Património Cultural

Forno de Cal

Entrevista ao Sr. António Festas

20 de Fevereiro de 2013

"Considero como perdido todo o dia em que não conheço uma

nova pessoa." de Johnson, Samuel

"A cal foi um produto muito utilizado até às primeiras décadas do Século xx na Construção Civil.

A base para a cal é o carbonato de cálcio proveniente das rochas calcárias, com diferentes proporções de vários materiais, responsável pelas características dos diferentes tipos de cal.

O ciclo da transformação da cal consiste em calcinar o carbonato de sódio, entre 800 a 1000ºc transformando-se em óxido de cálcio – cal-viva e libertando-se dióxido de carbono.

Foi aqui, neste concelho de Borba que durante muitos anos muita gente se dedicou ao fabrico de cal, empregando muita gente à volta desta actividade.

Existiam aqui em toda esta zona muitos fornos de cal, isto deve-se em meu entender ao facto de haver por aqui em muita abundância a matéria-prima necessária para esta actividade, ou seja a pedra e o mato que servia de combustível para cozer a cal. Esta actividade foi desaparecendo à medida que o sector do mármore aqui se foi desen-volvendo, pagando melhores salários aos trabalhadores. Por outro lado, acresce a isto, o facto de se vir a consumir cada vez mais o cimento substituindo a cal, que era uti-lizada na construção civil.

Mas para falar sobre esta actividade, fui falar com o homem que há mais tempo se dedica a esta profissão."

Barnabé Cordeiro

Sr.António Festas

"Comecei a trabalhar ainda com o meu Avô, depois com o meu Pai, e depois continuei até hoje e quase sempre aqui neste forno do Bairro Branco onde ainda estou. Quando era miúdo quando saía aqui da escola, vinha logo ajudar a trabalhar no forno com o meu Pai e os meus irmãos. Depois quando era mais velho fui aprender a tosquiar ovelhas, porque nem sempre se podia cozer cal devido ao inverno, e assim sempre se ganhava mais alguns tostões na época das tosquias das ovelhas."

"A pedra para a cal Branca utilizada nas caianças e para os estuques íamos busca-la ás pedreiras do mármore, podia ser branca ou azul, mas tinha que ser escolhida porque nem toda a pedra era boa para cal. Da Serra D Ossa também se ia buscar muita lenha para os fornos, haviam por aqui alguns faniqueiros que transportavam a lenha com as suas carroças e demoravam quase um dia a chegar ao forno, era longe e os caminhos muitos difíceis."

"Também ainda fiz algumas ceifas, porque o negócio da cal era fraco e tínhamos que deitar mãos a outros trabalhos quando apareciam, mas a maior parte do tempo era no forno, onde sempre trabalhei por minha conta."

"Eu acho que já não há ninguém que se queira dedicar a esta profissão, os mais antigos já cá não estão e os mais novos querem outras profissões.

"A cal também já não se gasta como antigamente, a cal que vai sendo mais pro-curada é cal Branca para caiar e também para os estuques . Os estucadores dizem que esta cal aqui da nossa zona é a melhor para o estuque, dizem que tem mais goma. Antigamente também se gastava muita cal branca na caiação ,no tratamento das vinhas juntamente com o sulfato. Para caiar utilizam mais as tintas, mas a cal é melhor que as tintas e até é mais saudável nas paredes das nossas casas."

Quarta-feira, 31 de Março de 2021

Celeiro da Cultura

A rua

"Passamos e não vemos, que tudo é pressa, frenesim, medos e desespero. A rua é triste. Tantos olhos, outros tantos cegos. Quem atenta no senhor idoso vestido de luto, na mulher trombuda, no rapaz com livros debaixo do braço, na garota que telefona olhando a vitrina, nos dois a conversar encostados à porta, na fila para o autocarro, nos que saem do café e hesitam para que lado ir? Quem atenta neles?

Também eu passo, olho e não vejo, esquecido dos outros, mal lembrado de quem sou, perguntando-me que faço aqui, que razão me trouxe e se é vida uma inutilidade assim, a pressa que leva a nenhures, a indiferença que nos isola."

José Rentes de Carvalho

Segunda-feira, 29 de Março de 2021

Feiras, Festas e Romarias

Feira de Antiguidades e Velharias em Estremoz,

a maior do Alentejo uma tradição secular

https://youtu.be/dYQ9GnfVkEY

ESTREMOZ

Sábado de manhã dia de produtos da terra, visita Estremoz

Fotos de Luis Batalha

Domingo, 28 de Março de 2021

Concerto de Domingo à tarde

William Michael Harnett,

"The Old Violin," 1886, oil on canvas, National Gallery of Art, Washington

HAUSER - Benedictus (by Karl Jenkins)

https://youtu.be/eGbHnJCDMyE

MUDANÇA DE HORA – 28 de Março de 2021

Photo in Conexão Paris

MUDANÇA DE HORA – 28 de Março de 2021

Sábado, 27 de Março de 2021

Celeiro da Cultura

Teatro, Música, Poesia e Pintura

27 de Março — DIA MUNDIAL DO TEATRO

27 de Março — DIA MUNDIAL DO TEATRO

.

“Os actores têm muita sorte. Podem escolher se vão aparecer numa tragédia ou numa comédia, se vão sofrer ou divertir-se, rir ou derramar lágrimas. Mas na vida real é diferente. A maioria dos homens e mulheres é forçada a desempenhar papéis para os quais não tem qualificações.(...) O mundo é um palco, mas os papéis foram mal distribuídos.”

— OSCAR WILDE (Dublin, 16 de Outubro de 1854 — Paris, 30 de Novembro de 1900), escritor, poeta e dramaturgo irlandês, in “Lord Arthur Sabille's crimes” (1907). in A Vida Breve

Photo in www.cm-palmela.pt

Música

Joseph Haydn - Piano Concerto in D major, H.XVIII:11 - II. Un poco adagio

https://youtu.be/u-VMZQIgEOs

Poesia

Allegro

.

Toco Haydn depois de um dia sombrio

e sinto um calor simples nas mãos

.

Há um querer nas teclas. Brandos martelos batem.

O som é verde, tranquilo e animado.

.

O som afirma que a liberdade existe

e que alguém não paga a César os impostos.

.

Enfio as mãos nas minhas algibeiras de Haydn

imito alguém a olhar o mundo calmamente.

.

Iço a bandeira de Haydn — quer dizer:

Nós cá não nos rendemos. Mas queremos paz.

.

A música é uma casa de vidro no declive

por onde pedras voam, pedras rolam.

.

E as pedras atravessam as vidraças

mas cada vidro vai ficando intacto.

Tomas Tranströmer (15 de Abril de 1931 — 26 de Março de 2015), Prémio Nobel da Literatura em 2011

Tradução de Vasco Graça Moura

"We visited the Nobel Prize laureate Tomas Tranströmer in his home in Stockholm a few weeks before he passed away, in March 2015. This video with Tranströmer playing the piano to an earlier reading of his poem 'Allegro', became his last public appearance. When we visited him, the poet offered to play a piece of music for the camera. In this video we hear the voice of Tomas Tranströmer reading ‘Allegro’, one of his most famous poems related to music. The poet played the piano ever since his adolescence, around the same time as he began writing poetry. Music plays an essential role in all his poetry. Tranströmer received the Nobel Prize in 2011 “… because, through his condensed, translucent images, he gives us fresh access to reality”. Tranströmer’s work is closely connected to Nature, and this imagery runs through his poems like gaudy colours. His style is described as “original and sharply contoured metaphors, nature mysticism, musicality, strictness of form and natural diction.”

The poem ‘Allegro' is from the collection 'Den halvfärdiga himlen' (‘The Half-Finished Heaven’), written in 1962:

in Louisiana Channel

Tomas Tranströmer Interview: "The Music Says Freedom Exists"

https://youtu.be/ApiaFYq3wZc

Pintura

Balthus

Katia reading, 1974

Jean Hélion

The Big Daily Read,1950

Quinta-feira, 25 de Março de 2021

O Livro da Semana

O Tecido do Outono

de

António Alçada Baptista

Photo in Blogue do Centro Nacional de Cultura-SAPO

"Tenho consciência de duas coisas. Primeiro, a escrita não é o mais importante.

Muitos escritores dizem: «A escrita é a minha razão de viver».

Eu digo: «Viver é a minha razão de escrever».

A vida interessa-me muito mais que a escrita.

Segundo, em cada geração vão três, quatro escritores para a História da Literatura."

in

Entrevista com Anabela Mota Ribeiro DNa do Diário de Notícias, em 1999

Photo in Wook

"Não é possível contar esta história sem que, uma vez por outra, coisas como a solidão e a morte aflorem às linhas da escrita, mas vou fazer o possível para escrever tudo isso sem solenidade. É que, a certa altura, a vida é outra e o próprio passado não é bem aquilo que a gente viveu, porque, em cada tempo, há uma forma de olhar, e aquilo que vivemos não está no mundo, está na maneira como olhámos para ele.

É no Outono que a gente é capaz de reparar que a vida não é banal não obstante o nosso quotidiano ter sido uma banalidade atroz. Acredito que é possível descobrir pedaços de luz no meio de tudo isso. São coisas destas que me levam à convicção de que a vida para que fomos feitos não é, de modo nenhum, aquela que andámos a viver."

Quarta-feira, 24 de Março de 2021

Momento musical

"o suporte da música pode ser a relação

entre um homem e uma mulher, a pauta

dos seus gestos tocando-se, ou dos seus

olhares encontrando-se, ou das suas

vogais adivinhando-se abertas e recíprocas,

ou dos seus obscuros sinais de entendimento,

crescendo como trepadeiras entre eles.

o suporte da música pode ser uma apetência

dos seus ouvidos e do olfacto, de tudo o que se

ramifica entre os timbres, os perfumes,

mas é também um ritmo interior, uma parcela

do cosmos, e eles sabem-no, perpassando

por uns frágeis momentos, concentrado

num ponto minúsculo, intensamente luminoso,

que a música, desvendando-se, desdobra,

entre conhecimento e cúmplice harmonia."

Vasco Graça Moura, in "Antologia dos Sessenta Anos"

Fotografia in bisnaguinhasevenboys.wordpress.com

Júlio Pereira - "Vira Velho"

https://youtu.be/-hljhUGyUIE

Kepa Junkera "Bok-Espok"

https://youtu.be/tHcLXVJXFjg

Segunda-feira, 22 de Março de 2021

Alentejo-GASTRONOMIA

Receitas Culinárias Alentejo

Bolo barranquenho

"Bolo barranquenho2 ovos grandes 250 gr de açúcar

1,25 dl azeite 1,5 dl de leite 300 gr de farinha 1 colher (chá) de fermento Raspas de uma laranja Batem-se as claras em castelo e as gemas com o açúcar. Adiciona-se ás gemas batidas, o leite, o azeite, a farinha e o fermento. Por fim juntam-se a este preparado, as claras , sem bater. Vai ao forno, em forma untada com manteiga e polvilhada com farinha."

Receitas de Maria Rosário Pires

Photo in https://receitasnarede.com/content/img//316x316/pao-lo-natal.jpg

Domingo, 21 de Março de 2021

Concerto de Domingo à tarde

Música Tradicional alentejana

Taberna em Cuba - Baixo Alentejo

https://youtu.be/GBhgE3EMQy4

Sexta-feira, 19 de Março de 2021

DIA DO PAI

19 de Março

O Pai

Terra de semente inculta e bravia,

terra onde não há esteiros ou caminhos,

sob o sol minha vida se alonga e estremece.

Pai, nada podem teus olhos doces,

como nada puderam as estrelas

que me abrasam os olhos e as faces.

Escureceu-me a vista o mal de amor

e na doce fonte do meu sonho

outra fonte tremida se reflecte.

Depois... Pergunta a Deus porque me deram

o que me deram e porque depois

conheci a solidão do céu e da terra.

Olha, minha juventude foi um puro

botão que ficou por rebentar e perde

a sua doçura de seiva e de sangue.

O sol que cai e cai eternamente

cansou-se de a beijar... E o outono.

Pai, nada podem teus olhos doces.

Escutarei de noite as tuas palavras:

... menino, meu menino...

E na noite imensa

com as feridas de ambos seguirei.

Pablo Neruda

in "Crepusculário"

Tradução de Rui Lage

Nasceu-te um filho. Não conhecerás,

jamais, a extrema solidão da vida.

Se a não chegaste a conhecer, se a vida

ta não mostrou - já não conhecerás

a dor terrível de a saber escondida

até no puro amor. E esquecerás,

se alguma vez adivinhaste a paz

traiçoeira de estar só, a pressentida,

leve e distante imagem que ilumina

uma paisagem mais distante ainda.

Já nenhum astro te será fatal.

E quando a Sorte julgue que domina,

ou mesmo a Morte, se a alegria finda

- ri-te de ambas, que um filho é imortal.

Jorge de Sena Jorge de Sena, "Visão Perpétua", Moraes, 1982.

“Pai é aquele que protege com amor, ensina o caminho.

Compartilha histórias. Aconselha com sabedoria”

in Biblioteca Municipal de Beja-José Saramago

il. Eva Eriksson

" Meu Pai sempre dizia: não levante a sua voz melhore os seus argumentos."

DesmondTuttu

"Não há amor que mais facilmente perdoe, e mais benignamente interprete e

dissimule defeitos, que o amor de pai."

Sermões-Padre António Vieira

"Pai, Dizem-me que Ainda Te Chamo

Pai, dizem-me que ainda te chamo, às vezes, durante

o sono - a ausência não te apaga como a bruma

sossega, ao entardecer, o gume das esquinas. Há nos

meus sonhos um território suspenso de toda a dor,

um país de verão aonde não chegam as guinadas

da morte e todas as conchas da praia trazem pérola. Aí

nos encontramos, para dizermos um ao outro aquilo

que pensámos ter, afinal, a vida toda para dizer; aí te

chamo, quando a luz me cega na lâmina do mar, com

lábios que se movem como serpentes, mas sem nenhum

ruído que envenene as palavras: pai, pai. Contam-me

depois que é deste lado da noite que me ouvem gritar

e que por isso me libertam bruscamente do cativeiro

escuro desse sonho. Não sabem

que o pesadelo é a vida onde já não posso dizer o teu

nome - porque a memória é uma fogueira dentro

das mãos e tu onde estás também não me respondes."

Maria do Rosário Pedreira, in 'Nenhum Nome Depois'

PHOTOGRAPHIES OF CHING YANG TUNG

Quarta-feira, 17 de Março de 2021

Alentejo no coração...

Alencanto - Açorda de Coentros e Alhos

https://youtu.be/OUpcUC-_Fz8

Tais Quais - Moda da Passarada

https://youtu.be/GBtxHW2oDJs

Domingo, 14 de Março de 2021

Concerto de Domingo à tarde

A andorinha da primavera - Madredeus

https://youtu.be/m0jOgx4CafE

Sábado, 13 de Março de 2021

Encontro com os nossos escritores

Soeiro Pereira Gomes

Fotografia da CMde Vila Franca de Xira

"Um dos nomes maiores do neorealismo português"

"Esteiros"

Fotografia in O Castendo

"A história de cinco meninos que trabalhavam em vez de ir à escola, é a obra prima de Soeiro Pereira Gomes. A miséria retratada em "Esteiros" é mais do que ficção: é a realidade de um país pobre, sem esperança, onde mais de metade da população é analfabeta.

Da janela do quarto, Soeiro Pereira Gomes observava a luta trágica dos operários para sobreviver. Entre os homens, havia crianças em idade de aprender as primeiras letras. Recolhiam o barro dos estreitos canais do rio Tejo, os esteiros, para dele fazerem telhas e tijolos. Trabalhavam a troco de um salário miserável, que os condenava à mendicidade, a uma vida sem saída da pobreza. O autor via tudo da janela da sua casa, em Alhandra, e refletia sobre a injustiça de uma sociedade opressora e exploradora, organizada em favor dos mais fortes. Em vez de calar, prefere denunciar com palavras e outros atos de resistência ao regime de Salazar.

Publicado em 1941, “Esteiros”, tem personagens inspiradas na realidade: Gaitinhas, Guedelhas, Gineto, Maquineta e Sagui, são “os filhos dos homens que nunca foram meninos”, dedicatória do autor a abrir o romance. A obra, uma das mais emblemáticas do movimento neorrealista português, é escrita numa linguagem acessível mas cuidada, com frases simples, privilegiando o discurso direto para dar voz aos oprimidos. A 1.ª edição tem capa e ilustrações de Álvaro Cunhal, o histórico fundador do PCP, o partido comunista português ao qual o escritor aderira em 1937.

Soeiro Pereira Gomes passa a infância no Douro, estuda em Coimbra, trabalha um ano em Angola e, finalmente, fixa residência na vila de Alhandra, onde decorre a ação deste seu primeiro romance. Antes, em 1931, escrevera o conto “O Capataz” mas a censura impede a publicação. Ele próprio é, de certa forma, um operário; trabalha nos escritórios de uma fábrica de cimento e conhece bem as condições desumanas praticadas naquela unidade fabril.

Por essa altura colabora em jornais e revistas, desenvolve atividades culturais, cria bibliotecas, ensina ginástica aos filhos dos operários e empenha-se na construção de uma piscina pública. Depois de liderar o movimento grevista da fábrica Cimento Tejo de Alhandra, é obrigado a passar à clandestinidade e afastar-se para sempre da sua mulher, entretanto presa pela PIDE para o obrigar a entregar-se.

O romancista militante, apanhado pela morte aos 40 anos, deixa uma obra breve mas marcante: dois romances (“Engrenagem” e “Esteiros”), um livro de contos (“Contos Vermelhos”), crónicas e contos avulsos que foram sendo publicados. A produção literária é todavia suficiente para fazer de Soeiro Pereira Gomes (1909-19499) um dos nomes maiores do neorealismo português."

In Ensina.RTP.PT

Sexta-feira, 12 de Março de 2021

O Livro da semana

de

José Rentes de Carvalho

"De ascendência transmontana, nasceu em 1930 em Vila Nova de Gaia, onde viveu até 1945. Frequentou no Porto o liceu Alexandre Herculano, e mais tarde os liceus de Viana do Castelo e Vila Real. Fez o serviço militar em Lisboa, onde simultaneamente frequentou os cursos de Românicas e Direito. Obrigado por razões políticas a abandonar Portugal, viveu no Rio de Janeiro, em São Paulo, Nova Iorque e Paris. Em 1956 passou a viver em Amesterdão, na Holanda, para onde foi como assessor do adido comercial da embaixada do Brasil. Licenciou-se na Universidade de Amesterdão com uma tese sobre O Povo na Obra de Raul Brandão. Nessa universidade foi docente de Literatura Portuguesa de 1964 a 1988. Desde então dedica-se principalmente à continuação da sua obra literária. A sua bibliografia inclui um vasto número de colaborações em revistas, publicações culturais e jornais portugueses, brasileiros, belgas e holandeses.

Descoberto tardiamente em Portugal, José Rentes de Carvalho retrata o nosso país com a intensidade de quem o conhece como ninguém e com a acutilância de quem o observa à distância."

in http://www.cm-matosinhos.pt/pages/242?news_id=2939

Quinta-feira, 11 de Março de 2021

Tempo de Reflexão

"ELOGIO DA PESQUISA SÉRIA.

A preservação da memória do passado é uma arma poderosa e insubstituível da Democracia do presente. Registo a propósito, a partir das minhas leituras matinais, esta assertivíssima constatação: «As ameaças à memória, a destruição acelerada dos sinais físicos da História (considera-se apenas o património monumental e mesmo assim mal), a pseudomodernidade que reduz tudo o que “existe” ao que está acessível a um motor de busca, são uma praga dos nossos dias. Não é um resultado de qualquer evolução tecnológica inevitável, é um processo social e cultural que vai a par com a ascensão da nova ignorância, o predomínio da superficialidade, a crise da atenção, a adolescente obsessão do “já” e a substituição da conversação pela emissão de uma forma de apitos que dizem “estou aqui”...». Palavras oportunas do historiador José Pacheco Pereira no artigo «Para que é preciso guardar esse papel ? Está tudo na Internet. Não. Não está e não é a mesma coisa», saído no Público de hoje (20-I). Sim, a recolecção dos testemunhos, desde as migalhas factuais às fotografias e postais emarelecidos, aos recortes de jornal, às notas diarísticas ou aos fragmentos micro-artísticos, tudo é fonte imperiosa de uma História a sério, que não se compagina com a praga dessa santa ignorância que tende a estabelecer-se sob pretexto da inevitabilidade do progresso tecnológico."

Vitor Serrão

Quarta-feira, 10 de Março de 2021

Celeiro da Cultura

Transumância

"Falamos de nós próprios e vivemos nos outros, para os outros, eles a condicionar-nos os actos, o pensamento, o modo, as intenções, impondo usos, aguardando gestos.

Digo-me livre, e minto, fingindo que não vejo as grilhetas que me ferem, os laços de seda que apertam como fios de aço. Vou por onde outros querem que vá, deles a escolha, meu o cansaço da jornada, o desatino de ignorar a meta, se é que de facto, como eles juram, se encontra uma ao fim de tantas léguas.

A minha suspeita é de que não há meta, nem propósito, só caminho, e o que julgamos vida talvez seja apenas a transumância de um colossal rebanho, a busca fútil de um destino imaginado."

José Rentes de Carvalho

Terça-feira, 9 de Março de 2021

Borba Inspiradora

Memórias de Francisco Pardal

"Deste nosso pregoeiro, contava-se que só bebia copos de três tostões. No seu aspecto de pobre de Job, veio a falecer de repente num inverno de frio rigoroso, mas com nove tostões no bolso, ao que se dizia, com ar de graça que, ainda chegava para três copos de três. Todas as povoações têm as suas figuras públicas que, ficam referenciadas na história dos povos.

São assim estas personagens que, dão vida e servem de exemplo às sociedades, compostas pelos mais diversos critérios, mas que devem ser aceites e acolhidas como figuras que existem para servir e merecem, que ao serem recordadas, nos fazem sentir o que representam para os nossos dias, a saudade das pessoas daqueles tempos.Merecem a nossa estima..."

......... (Leia o resto da crónica em 05-Borba -Inspiradora)

https://sites.google.com/site/amigosterrasborba/1-borba/borba-em-escrita/memorias-de-francisco-pardal

(Fotografia de José Galhanas)

Segunda-feira, 8 de Março de 2021

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Photography in Giulia Baragliu

DIA INTERNACIONAL DA MULHER 8 de Março MULHER A mulher não é só casa mulher-loiça, mulher-cama ela é também mulher-asa, mulher-força, mulher-chama E é preciso dizer dessa antiga condição a mulher soube trazer a cabeça e o coração Trouxe a fábrica ao seu lar e ordenado à cozinha e impôs a trabalhar a razão que sempre tinha Trabalho não só de parto mas também de construção para um filho crescer farto para um filho crescer são A posse vai-se acabar no tempo da liberdade o que importa é saber estar juntos em pé de igualdade Desde que as coisas se tornem naquilo que a gente quer é igual dizer meu homem ou dizer minha mulher ARY DOS SANTOS

Quadro a oléo de Carlos Bacalhau-artista plástico natural de Borba

MULHER DO ALENTEJO (décimas)

1

Cedo aprendes a sofrer...

Trabalhando sol a sol

És acusada de mole

Mas não é fácil viver

Sob um calor de arder

Sempre pronta para gracejo

A disfarçar o desejo

De ser feliz e cantar

Levando o dia a ceifar

A Mulher do Alentejo

2

Debruçada sobre o chão

A mondar ou a sachar

Cedo aprendes a lavrar

A ceifar até mais não

Sem sentires a exaustão

O trigo é tua paixão

Pois dele há-de nascer pão

Com teu dolente cantar

Cantas para disfarçar

Leva mais longe a razão

3

Companheira alentejana

Lutadora incansável

Cara e sorriso amável

Queremos a tua gana

E tua lei espartana

Hás-de cumprir teu desejo

De honrar o Alentejo

Ainda um tempo a sofrer

Uma lágrima a correr

Nas canseiras em sobejo

4

Em todo o lado eu te vejo

A azeitona apanhar

Que bom azeite vai dar

E ouço o teu solfejo

Oh mulher do Alentejo

Vencerá tua razão

Tu que lutas com paixão

Como Catarina és mãe

Tens a coragem de quem

Constrói direitos e pão

.

NB: - Décimas, com mote

«A Mulher do Alentejo / leva mais longe a razão / nas canseiras em sobejo / constrói direitos e pão.»

de JORGE MARQUES.

Domingo, 7 de Março de 2021

Concerto de Domingo à tarde

Verdes são os campos, José Afonso

https://youtu.be/WgZTWZligHE

Quinta-feira, 4 de Março de 2021

O Livro da Semana

"António dos olhos tristes"

de

Eduardo Olímpio

https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fvoarforadaasa.blogspot.com%2F2018%2F04%2

Fos-meus-filhos-eduardo-olimpio.html&psig=AOvVaw3XQ8CjlXVIEk-iu0J5sOHx&ust=161488683841

1000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwo

TCMiL0brwlO8CFQAAAAAdAAAAABAJ

Photo in voar fora da asa - blogger

https://img.wook.pt/images/antonio-dos-olhos-tristes-eduardo-olimpio/MXw1ODU5Nnw4ODY2M3wxMzgzNTIzMjAwMDAw/250x

Photo in Wook

"Quando Mestre Manuel Regedor acabou de ler esta parte do folhetim que há um ror de tempo vinha aparecendo no jornal, os homens ficaram com um brilho tão forte nos olhos que pareciam capazes de alevantar dez arrobas de peso com as mãos.

António dos olhos Triste pediu a Mestre Manuel: - Dê-me esse pedaço de jornal, Mestre Manuel Regedor. Dê-me que eu agradeço-lhe muito. Mestre Manuel começou a cortar a parte do rodapé que trazia o folhetim e foi dizendo a António dos Olhos Tristes:

- Mas pra que diacho queres tu o jornal se não sabes ler nem escrever, não me dizes?

António dos Olhos Tristes agarrou no pedaço de folhetim e quase que a falar só para ele foi dizendo enquanto o enrolava na algibeira: - Isto que aqui está é tão certo que eu só de olhar prós riscos que aqui estão sou capaz de o tornar a dizer, letra por letra, sem me enganar: quando os homens escrevem e dizem as coisas tal e qual como elas são a gente só tem de olhar ou escutar pra ser capaz de os entender. E começou, enquanto se alevantava do banco: - Pensa que o mundo está cheio de homens que lutam para que um rio de lodo não se atravesse entre a vida e o sonho.

Depois saiu."

Quarta-feira, 3 de Março de 2021

Borba-Mezinhas da Avó

"A alegria evita mil males e prolonga a vida."

William Shakespeare

Fotografia de coZinha cOm alMa - Blogspot

Saiba como o consumo regular de espargos

pode trazer benefícios à sua saúde

Vegetal é rico em ácido fólico, aliado na prevenção e cura do câncer

Foto: Stock Photos, Divulgação

Pouco calórico e rico em fibras, ele é um ótimo acompanhamento nas refeições de quem

quer controlar o peso.

O espargo é uma planta muito utilizada na culinária mundial e é considerada uma flor da família dos

lírios. Segundo o nutrólogo Maximo Asinelli, ele é rico em vitamina A, B, C, cálcio, ferro, sais

minerais e potássio.

— O espargo é considerado uma das melhores fontes de ácido fólico, conhecido por ajudar a

prevenir câncer, doenças do coração, do fígado e até da espinha — explica.

O Instituto Nacional do Câncer aponta que o ácido fólico presente nesse vegetal age diretamente

no DNA e na síntese de substâncias essenciais ao organismo e a sua deficiência tem sido

relacionada ao aparecimento de câncer.

— Esta vitamina é importante desde a prevenção até o tratamento da doença, já que inibe o

desenvolvimento do tumor. O ácido fólico é sintetizado por bactérias do intestino e ficam

estocadas no corpo humano — esclarece.

Além disso, o espargo é um ótimo acompanhamento para pratos principais e é indicado para

quem está de dieta e quer controlar a ingestão de gorduras.

— O espargo também possui baixa quantidade de calorias e não tem colesterol, nem gorduras

— revela, salientando que a planta é uma fonte abundante de fibras, com cerca de 3,6 gramas

do nutriente por xícara do vegetal.

De acordo com Alexander Bonetti, da San Marco Alimentos, apesar de ter melhores resultados

ao ser plantado em terrenos arenosos, o aspargo é cultivado em diferentes vários países e

possui diferentes variedades.

— O espargo inglês não possui o talo muito grosso, já o italiano possui a cor violeta e os

cultivados na Holanda, Alemanha e Bélgica são brancos, pois se desenvolvem em locais

escuros e não possuem clorofila — explica, ressaltando que, independente da variedade

que se opta por consumir, tem-se acesso aos mesmo nutrientes.

Bonetti diz ainda que, além de trazer benefícios para o organismo, o espargo dá um

sabor especial às refeições. A planta pode ser consumida como ingrediente de pratos

incrementados, ser servido frio com vinagrete, cozido com manteiga e ainda consumido

em forma de conserva.

in https://www.google.pt/?gws_rd=ssl#q=beneficios+no+consumo+de+espargos

Terça-feira, 2 de Março de 2021

"Respigando...Alentejo"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Tabernas do Alentejo

Fotografia de Filipe José Galhanas

"São lugares ancestrais de conhecimento e cultura. Rituais sociais, onde o vinho desinibe e fomenta longas conversas entre as mais variadas culturas. Ali, entre aqueles odores agridoces, entre um copo e outro, fez-se o menino homem. Ali, enxuga-se a alma e esquecem-se por momentos os dissabores da vida.

Fotografia de Adriano Bastos

As tabernas são lugares sagrados, também elas compostas por mandamentos, onde o sangue de Cristo é tomado por todos religiosamente. Onde os sermões são dados pela sabedoria dos anos, de passados atribulados e duros, no uso, quase sempre, das palavras certas para o momento.

Fala-se do Ti António que morreu do coração, do Ti João que morreu de cancro, mas, ali, não se ouve falar que alguém tenha morrido por causas do vinho, pois o vinho é um elixir, um antídoto para todos os males. Diz-se que até mata o bicho.

É um espaço onde não existe stress. Entre uma rodela de linguiça e uma lasca de presunto também o colesterol é esquecido.

Fotografia de Adriano Bastos

Por fim, quando as pernas não obedecem e o andar torna-se desequilibrado, culpa-se sempre o último copo. Mas existe sempre um amigo pronto a levar-nos a casa. As tabernas são escolas de vida, de saberes populares, onde o cante marca o compasso."

José Bravo Rosa

Segunda-feira, 22 de Fevereiro de 2021

O Livro de Semana

Os Comeres dos Ganhões

de

Aníbal Falcato Alves

"No tempo da fome, que foi o tempo do fascismo no Alentejo, a açorda era o alimento quase exclusivo dos trabalhadores alentejanos durante os meses de Inverno. No Verão, a açorda era substituída pelo gaspacho.

Claro que as açoradas comidas pelos trabalhadores não tinham os requintes do bacalhau, da pescada ou de qualquer outro acompanhamento. Mesmo o azeite não era empregado na devida quantidade.

À açorda assim comida, sem qualquer acompanhamento, chamava-se “açorda pelada”. Às outras, aquelas bem temperadas, só os senhores tinham acesso. Havia agrários que comiam o bacalhau nas suas açordas e, num gesto magnânimo, mandavam guardar as barbatanas para serem cozidas na água da açorda da malta. Devido a esta benemerência, de vez em quando, os trabalhadores lá a comiam com um gostinho a bacalhau."

Domingo, 21 de Fevereiro de 2021

Concerto de Domingo à tarde

Mudar de Vida - Carlos Paredes

https://youtu.be/A00BFvl6ywE

Sábado, 20 de Fevereiro de 2021

Visite o Alentejo

Photography of Câmara Municipal de Mora

"Diz um antigo prolóquio regional que não se deve estar em Mora nem uma hora, em Cabeção nem um serão e em Pavia nem um dia. Com isto, ao que parece, se quis dizer que das três vilas Pavia seria a melhor. Pavia é uma freguesia do Concelho de Mora, com 185,28 km² de área e 932 habitantes (censos de 2011). Foi sede de Concelho entre 1287 e o início do século XIX. A freguesia de Pavia é atualmente composta por duas povoações, Pavia e Malarranha. Malarranha situa-se a cerca de 5 km de Pavia, onde se pode visitar a Igreja de Nossa Senhora de Fátima.

No século XVI foi construído o edifício dos Paços do Concelho, onde atualmente se situa a Junta de Freguesia.

O povoamento de Pavia remonta à pré-história tal como demonstram as diversas antas presentes na zona, estando mesmo os restos de uma delas no centro da vila. Hoje transformados em capela dedicada a São Dinis, como forma de homenagem por ter sido este a dar o primeiro foral a Pavia a 25 de fevereiro de 1516. Os inúmeros registos megalíticos presentes na zona provam a antiguidade da vila. Diz-se que as origens históricas deste agregado populacional, o mais antigo do Concelho de Mora, se ficaram a dever a uma colónia de imigrantes italianos chefiada por um certo Roberto, provenientes de uma região italiana denominada de Pavia, fixados a instâncias de D. Afonso III ou de D. Dinis.

A reforma administrativa da vila deu-se a 6 de novembro de 1836, integrando em Pavia os extintos Concelhos de Águias, Cabeção e Mora. Esta situação manteve-se até 17 de abril de 1838, altura em que a sede de Concelho passa a ser Mora.

Esta é uma vila tipicamente alentejana que se encontra já bastante afastada do Ribatejo. Está rodeada de paisagens a perder de vista onde se podem avistar pequenos pontos brancos dispersos entre sobreiros e azinheiras que são nada mais, nada menos, que os típicos montes alentejanos.

Manuel Ribeiro de Pavia.

Fernando Namora

in Visão-Sapo

Nesta vila viveram duas ilustres personalidades: Fernando Namora e Manuel Ribeiro de Pavia. Fernando Namora para além da profissão de médico que exerceu nesta terra, também escreveu sobre estas gentes e sobre as lindas paisagens que espreitam a vila de Pavia e deixou algumas das suas telas que retratam essas mesmas paisagens. Manuel Ribeiro, que posteriormente adotou o nome da vila ficando Manuel Ribeiro de Pavia, foi outro grande homem. Pintor de excelência que deixou um museu com vários originais, que são visitados por inúmeras pessoas, na Casa Museu Manuel Ribeiro de Pavia. Dois nomes sonantes que deixaram bem presente a marca das suas obras na vila e no Concelho.

Datas Festivas

Feira Anual de Pavia

Parque de Feiras de Pavia - 1º Fim de semana de Junho

Festas em Honra do Santíssimo Sacramento

Pavia – 1º fim de semana de Setembro

São Martinho

11 de Novembro

Concurso de Pintura Rápida “Pintar Pavia”

Bienal – data volante

Festas em Honra de Nossa Senhora de Fátima

Localidade de Malarranha – 3º fim de semana de agosto"

In Alentejo Sempre

Quinta-feira, 11 de Fevereiro de 2021

Alentejo-Cante Alentejano

Cante Alentejano

"ACERCA DO ENCANTO DA MÚSICA POPULAR ALENTEJANA E DA BELEZA

DA SUA POESIA. DILEMAS SOBRE A ORIGEM DO CANTO ALENTEJANO"

"Concluindo este assunto sobre as origens do canto popular alentejano, problema que continua à espera de uma resposta convincente, não ajuda nada, segundo me parece, fixarmo-nos sobre opiniões que porventura se desejem tornar como definitivas e sem discussão, como por exemplo é o caso de se pretender, como ponto assente, estar na sua origem o canto gregoriano. É que, e aqui é que o problema se complica, antes do cantochão cá ter chegado já cá estava o canto popular onde muito provavelmente o povo foi influenciado pelo modo de cantar que de África passou o estreito e se acomodou neste interior alheio às influências que ao longo da história sofreu toda a costa algarvia. Não estou de acordo, por exemplo, com a opinião do Padre Marvão, grande admirador do canto do Baixo Alentejo, quando para ele, o que conta na génese do cantar do nosso povo é o canto gregoriano. Mas com ele concordo com a sua curiosa asserção, nesse trabalho que eu consultei, que flagrantemente contradiz a sua hipótese: "A nossa música alentejana não foi ensinada por ninguém, é espontânea; nasce do coração e da intuição dos alentejanos, com uma aptidão excepcional para o canto que tem as dimensões dos sagrados momentos da vida..."Henriques Pinheiro:8/11/1997

Fotografia de Filipe José Galhanas

Sexta-feira, 5 de Fevereiro de 2020

"Alentejo Terra de Artistas"

A pintura é neta da natureza...

Rembrandt

Rogério Ribeiro

Estremoz

Ilustração (1956) de Rogério Ribeiro para o livro “Histórias do Zaire

de Alexandre Cabral editado pela Orion.

"A INFÂNCIA ALENTEJANA

Diz-nos a sua filha e biógrafa Ana Isabel Ribeiro (2):

"Rogério Ribeiro nasce em Estremoz, em 1930, na antiga Rua das Freiras. Filho de Rosil da Silva Ribeiro e de Celeste dos Anjos Chouriço Ribeiro.

O seu pai, funcionário público, foi o 16° filho de Narciso Ribeiro que, com 12 anos, chega a Estremoz vindo de Cardigos (distrito de Castelo Branco) e que, começando a trabalhar como marçano, chegou a Presidente da Câmara. Promoveu, na vila, a construção do lavadouro público, de esgotos, abriu uma avenida para a estação de camínhos-de-ferro e, de acordo com a memória de alguns, durante as vagas de fome no Alentejo, inventou trabalho para os camponeses que, diariamente, enchiam as brancas escadarias de mármore do município. A sua avó paterna, Amália Ribeiro, era oriunda de uma família de Borba. Dotada de um imenso pragmatismo, encarando com enorme lucidez os sobressaltos e alguns enganos da vida, orientou 13 dos 16 filhos que teve, já que três faleceram ainda menores.

A sua mãe casou aos 18 anos, vinha de uma família de nove irmãos, onde todos trabalhavam.

O pai, João de Deus Chouriço, vendia lotaria, sendo também contínuo e guarda da Sociedade

Recreativa "Os Artistas", onde se reuniam os agrários e a burguesia da vila. Magra e altiva,

senhora da sua condição, a sua avó materna, Teresa de Jesus Chouriço, ocupava-se dos filhos,

fazia a limpeza da Sociedade e preparava as ceias para os Jogadores que aí permaneciam noite fora.

Rogério Ribeiro, vive a sua primeira infância por terras do Alentejo "sem memórias maiores do

que amplas cozinhas, quartos caiados, ruas de terra batida ladeadas por casas rentes ao chão,

brincadeiras de rua (sem recordar o rosto ou o nome dos companheiros), fins de tarde tenros

mastigando conversas de adultos". Cerca de uma década depois já se encontra em Lisboa,

cidade onde passa a residir.

TAPEÇARIA

A Rainha Surpreendida pelo Mensageiro

Cartão para Tapeçaria de Portalegre (119x200 cm). Briga

Tapeçaria, "Amanhecer" (Rogério Ribeiro, 1997).

Óleo

O Cão Voador (1990)

Rogério Ribeiro.

Óleo sobre Tela (27x36 cm).

Colecção particular.

Família (1951).

Óleo sobre cartão.

Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.

Rogério Ribeiro.

Óleo sobre tela (99x99 cm).

Colecção particular.

SERIGRAFIAS

Um Quadro Azul (1993-1994).

Serigrafia.

Só quando a terra for nossa, meu amor, teremos Pátria.

Serigrafia.

Figuras (1986).

Ao Fim de Alguns Dias Voltaram a Chamá-la

A Bicicleta Deslizou Suavemente como se Nenhum Peso Levasse

Trabalhadores! Operários e Camponeses

Estendia a Mão Larga e Espessa aos Recém-Vindos

Olhou ainda o Ceú e Fez-se de Novo à Chuva

Serigrafia de Rogério Ribeiro que serviu como ilustração

para o romance de Manuel Tiago "Até Amanhã, Camaradas".

O Vento Soprou Mais Forte

O Voador

Coroação Da Primavera

DESENHOS

Abandono (1992).

Desenho sobre papel (49 x 63 cm).

Colecção particular.

Azulejos

"Azulejos para Santiago".

Painel para o Arquivo Histórico Municipal de Usuqui

Pormenor do revestimento azulejar do átrio Norte

da estação de metro dos Anjos - Lisboa (1982).

Intervenção plástica de Rogério Ribeiro.

Fotografia dex Roberto Santandreu.

Pormenor do revestimento azulejar da estação de metro da Avenida - Lisboa.

Intervenção plástica de Rogério Ribeiro.

Fotografia de J. J. Amarante.

Blimunda, painel de azulejos a partir de pintura de ROGÉRIO RIBEIRO (1930-2008).

Está na fachada da casa lisboeta de Pilar e José Saramago.

Quinta-feira, 4 de Fevereiro de 2020

Encontro com os nossos escritores

«Um livro é como um jardim que se carrega no bolso.»

Provérbio Árabe

Fernando Namora

"No seu romance Domingo à tarde (Prémio José Lins do Rego) Fernando Namora conta em uma

história densa; o tratamento que dá às personagens deixa transparecer uma sensibilidade

incomum; as abordagens que faz sobre a miséria humana, miséria essa que o cerca no seu

dia-a-dia no hospital, no qual exerce sua profissão de médico. E Domingo à tarde o escritor

demonstra saber lidar com os sentimentos mais íntimos das personagens que povoam o hospital,

ambiente impregnado de dor, de angústia, de esperança e de desesperança. Namora demonstra ter um profundo conhecimento da alma humana, e faz com que o leitor se torne cúmplice das suas

personagens. Nesse romance (Domingo à tarde) o escritor desperta no leitor um forte sentimento

de compaixão e solidariedade pelos seus infortúnios, sentimentos esses que se mesclam com um

traço de culpa, como se quem o lê também seja responsável por todo o caos social que passa a

permear a sua narrativa. " in Pedro Luso de Carvalho Blog Panorama

Concerto de Domingo à tarde

Se fores um dia a Serpa

https://youtu.be/i2XZi2dw8Ec

trigo roxo velhas muralhas

https://youtu.be/VUcXy30xOEw

Serpa do Alentejo

https://youtu.be/eZKZCnBMi9U

Sexta-feira, 22 de Janeiro de 2021

19 de Janeiro de 1923

Aniversário de nascimento de Eugénio de Andrade

(19 de Janeiro de 1923)

Quanto a mim, gosto das palavras que sabem a terra, a água, aos frutos de fogo do verão, aos

barcos no vento; gosto das palavras lisas como seixos, rugosas como o pão de centeio.

Palavras que cheiram a feno e a poeira, a barro e a limão, a resina e a sol.

Foi com essas palavras que fiz os poemas. Palavras rumorosas de sangue, colhidas no espaço luminosos da infância, quando o tempo era cheio, redondo, cintilante. As palavras necessárias

para conservar ainda os olhos abertos ao mar, ao céu, às dunas, sem vergonha, como se os merecesse, e a inocência pudesse de quando em quando habitar os meus dias. As palavras são a nossa salvação.

Eugénio de Andrade

Photo in gens-isibraiega.blogspot.pt

Tudo me prende à terra onde me dei:

o rio subitamente adolescente,

a luz tropeçando nas esquinas,

as areias onde ardi impaciente.

Tudo me prende do mesmo triste amor

que há em saber que a vida pouco dura,

e nela ponho a esperança e o calor

de uns dedos com restos de ternura.

Dizem que há outros céus e outras luas

e outros olhos densos de alegria,

mas eu sou destas casas, destas ruas,

deste amor a escorrer melancolia.

Os navios existem, e existe o teu rosto

encostado ao rosto dos navios.

Sem nenhum destino flutuam nas cidades,

partem no vento, regressam nos rios.

Na areia branca, onde o tempo começa,

uma criança passa de costas para o mar.

Anoitece. Não há dúvida, anoitece.

É preciso partir, é preciso ficar.

Os hospitais cobrem-se de cinza.

Ondas de sombra quebram nas esquinas.

Amo-te... E entram pela janela

as primeiras luzes das colinas.

As palavras que te envio são interditas

até, meu amor, pelo halo das searas;

se alguma regressasse, nem já reconhecia

o teu nome nas suas curvas claras.

Dói-me esta água, este ar que se respira,

dói-me esta solidão de pedra escura,

estas mãos nocturnas onde aperto

os meus dias quebrados na cintura.

E a noite cresce apaixonadamente.

Nas suas margens nuas, desoladas,

cada homem tem apenas para dar

um horizonte de cidades bombardeadas.

Eugénio de Andrade

Quinta-feira, 21 de Janeiro de 2021

O livro da semana

de

Agustina Bessa-Luís

1000 × 1467

"As cidades não são pátrias. É na província que se encontra o carácter e a mística duma

nação, e os grandes escritores deixam-se amarrar ao espírito das terras nulas e

sensatas a que extraem um brilho que a pedra polida da capital não tem."

Agustina Bessa-Luís

"A viagem de comboio tinha um cunho espirituoso. Sempre se encontravam pessoas raras, porque a província preservava o indivíduo e conservava o seu dialecto e os seus costumes. Eram recoveiras, caixeiros-viajantes, gente do negócio e do contrabando, estudantes em férias ou que as tinham terminado, padres e professores; e um sem-número de passageiros precavidos com um farnel de pombos estufados em vinho do Porto e cavacas de Resende. Comida de gente regalada e antiga como havia na província profunda."

Domingo, 17 de Janeiro de 2021

Concerto de Domingo à tarde

Meu Alentejo - Dulce Pontes

Cesária Évora

&

Bonga, Mariza, Dulce Pontes, Marisa Monte - sodade

https://youtu.be/wrJ816KzMLs

Sábado, 16 de Janeiro de 2021

Pintura Portuguesa

10 de Janeiro de 1926

Photo in https://en.wikipedia.org/wiki/J%C3%BAlio_Pomar

Júlio Pomar

"Júlio Artur da Silva Pomar[1] (Lisboa, 10 de janeiro de 1926) é um artista plástico/pintor português. Pertence à 3ª geração de pintores modernistas portugueses[2], sendo autor de uma obra multifacetada, centrada na pintura, desenho, cerâmica e gravura, com importantes desenvolvimentos nos domínios da tridimensão (escultura; assemblage) ou da escrita."

in Wikipédia

Photo in http://expresso.sapo.pt/

"Antes disso, vivia - e isto foi importante para mim - num quarto andar da Rua das Janelas Verdes, com o Tejo defronte - o Tejo como era na altura. O Tejo com movimento, com navios de carga, com fragatas, tudo. Passei do Tejo com movimento para as Avenidas Novas, que era uma coisa chata. Isso de ver o Tejo fez-me muita falta e talvez esteja na origem da minha mania de fazer bonecos. Essa falta de um espectáculo permanente talvez me tenha levado, por hipótese, a desenhar."

Júlio Pomar

O almoço do trolha, 1946-50, óleo sobre tela, 120 cm x 150 cm (in Wikipédia)

Photo in in http://wwwpoetanarquista.blogspot.com

Photo in https://www.wikiart.org/

"Como toda a gente, sou um bicho carregado de memória. Mas não tenho memória prática – não sei um único número de telefone, perco-me nas ruas, esqueço os detalhes das conversas ou das casas. Mesmo nos retratos que faço de cor: as coisas entram, são caldeadas e o que fica é mais um sentido, uma alusão a, do que uma soma de pormenores. W quando faço passar o modelo, o trabalho mais excitante começa no momento em que sinto a necessidade de apagar, ir desfazer a imagem registada no papel, para deixar agir um poder-elaborante, não directamente consciente."

Júlio Pomar em conversa com Helena Vaz Silva

Quarta-feira, 13 de Janeiro de 2021

O livro da semana

Wenceslau de Moraes

"O culto do chá"

"Para a alegria dos olhos, a simples preparaçäo do chá imprime um relevo delicioso á graciosidade innata na "musumé" (*) na attitude que lhe é mais habitual, de joelhos sobre a esteira, junto do seu brazeiro. A mimica é impressiva, unica; privilegio d'aquella figurinha meiga e ondulante e d'aquella buliçosa mäo, de finissimos contornos, da japoneza, que é, em summa, a Eva mais gentilmente pueril, mais captivantemente chimerica, mais feminina emfim, de todas as Evas d'este mundo. Parece certo que jamais o japonez, que ignora o beijo, haja poisado a bocca n'aquella mäo que exhibe esplendores de graça para servir-lhe o chá; o forasteiro, em intimidade serena, pode ensaiar o galanteio se phantasia o tenta; e entäo verá talvez, que a mäosita da "musumé", reconhecida ao afago, se conchega de encontro aos labios, se demora, como uma rola docil gulosa de carinhos."

.

— Wenceslau de Moraes, “O culto do chá", Kobe, Typographia do "Kobe Herald",

Sexta-feira, 8 de Janeiro de 2021

Roteiro Cultural

Entre o Xisto e o Mármore, passeios no Alentejo

Região de Turismo de Évora

https://youtu.be/T1__Scr9c04

Quinta-feira, 7 de Janeiro de 2021

Celeiro de Cultura

Eduardo Olímpio (Alvalade do Sado, 24 de Janeiro de 1933), de seu nome completo Eduardo Olímpio Espada é um poeta e prosador português. Depois de um longo período de "experimentador de profissões" (sic), de onde se destacam as de caixeiro, livreiro, tradutor e editor, dedica-se à escrita a tempo inteiro, sendo autor de prosa e poesia.

in Wikipédia

AMIGA

Quem sorri assim fecha a janela

Que o Sol não é preciso

Na mesa há uma toalha de ternura

E no copo no talher o teu sorriso.

Pela casa dois pardais tentam voar

Voam penas/alegrias no corredor:

- Voem pardalitos, voem, voem

Que as paredes desta casa são de amor.

E um dia hei-de ir mercar ao teu balcão

(Nem seja somente em fantasia)

Um casaco de sol em jaquetão,

Já-que-tão me tocaste de harmonia.

Eduardo Olímpio

Balada para uma Ceifeira

Ceifeira do Alentejo

Há quanto tempo não vejo

Teu corpo ceifando o trigo.

Teu rosto moreno ao sol,

Minha eira, meu farol

Meu deserto e meu amigo.

Ceifeira do Vale do Sado

Diz esta sina este fado

Hás-de ser noiva em Agosto.

Que o pastor que ao longe canta

Transporta o sol na garganta

Para o trigo do teu rosto.

Ceifeira do Alentejo,

Tua voz dá cor ao brejo

Da charneca és a princesa.

Rosa brava junto à sebe,

Água fresca em minha sede,

És ganhã, mas tens nobreza.

Ceifeira da minha terra,

Vou pedir àquela serra

Que te alpendre junto aos céus.

Que as santas são destinadas

A acordar as madrugadas

Na mão direita de deus.

Ceifeira do Alentejo,

Ai, que saudades do trigo,

Que lembranças do poejo.

Saudades de quando eu era

mais alto que a primavera,

Tamanho do Alentejo.

In Para Alvalade, Com Amor

Quarta-feira, 6 Janeiro de 2021

"Respigando...Alentejo"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Fotografia de Filipe José Galhanas

Évora

Extraído de "As Pedras e o Tempo"

de

Fernando Lopes, 1961. Seu primeiro filme.

https://youtu.be/WQPyr-L8Xn8

Domingo, 3 de Janeiro de 2021

Concerto de Domingo

Ode To Joy (Hino à alegria) - Beethoven

https://youtu.be/ahDls2JFzcQ

Sábado, 2 de Janeiro de 2021

Visite Borba

Fotografias de Adriano Bastos

Quinta-feira, 31 de Dezembro de 2020

Concerto de Fim de Ano e Começo de Novo Ano...

"A Música é uma revelação mais profunda que qualquer Filosofia."

Ludwig van Beethoven

Antonín Dvořák

- Sinfonía Nº 9 en Mi Menor, Op. 95,

"Del Nuevo Mundo" (IV. Allegro con fuoco), 1893

https://youtu.be/Owkb5snh_RU

Quarta-feira, 30 de Dezembro de 2020

Ao encontro dos nossos Escritores

Em 30 de Dezembro de 1989 ... foi há 28 anos !

MIGUEL TORGA, em COIMBRA, escrevia no seu ...

« DIÁRIO »...

" Um novo ano à vista, desta vez realmente promissor. Vamos a ver se ele é capaz

desatisfazer os compromissos do velho. O gráfico dos últimos acontecimentos é um

harmóniode espasmos. E só podemos desejar que sejam benéficas as consequências

do terramoto. Os sismos sociais, ao contrário dos outros, que desolam sempre, remoçam

habitualmente a paisagem humana."

MIGUEL TORGA

Photo in http://www.escritas.org/pt/

"(...)

"Eu tenho sobre a história uma ideia que está longe de ser a mais frequente. Penso que,

quem faz a história, não é o governo de uma nação. Sou eu, a vizinha do andar do lado e

o merceeiro que está estabelecido com loja na esquina da rua 4. É o par de namorados que passa de

lambreta ou o operário que vai para a oficina com a malinha do almoço. É o poeta, é o pensador,

é o cientista, é tudo toda a gente, a que sai e a que fica em casa, todos todos, excepto os que

compõem o governo. Esses só têm uma atitude permanente, que é a de atónitos

solucionarem, ou verdadeiramente ou falsamente, os problemas que lhes são impostos(...)"

António Gedeão

"Os amigos nunca são para as ocasiões. São para sempre. A ideia utilitária da amizade, como entreajuda, pronto-socorro mútuo, troca de favores, depósito de confiança, sociedade de desabafos, mete nojo. A amizade é puro prazer. Não se pode contaminar com favores e ajudas, leia-se dívidas. Pede-se, dá-se, recebe-se, esquece-se e não se fala mais nisso.

A decadência da amizade entre nós deve-se à instrumentalização que tem vindo a sofrer. Transformou-se numa espécie de maçonaria, uma central de cunhas, palavrinhas, cumplicidades e compadrios. É por isso que as amizades se fazem e desfazem como se fossem laços políticos ou comerciais. Se alguém «falta» ou «não corresponde», se não cumpre as obrigações contratuais, é logo condenado como «mau» amigo e sumariamente proscrito. Está tudo doido. Só uma miséria destas obriga a dizer o óbvio: os amigos são as pessoas de que nós gostamos e com quem estamos de vez em quando. Podemos nem sequer darmo-nos muito, ou bem, com elas. Ou gostar mais delas do que elas de nós. Não interessa. A amizade é um gosto egoísta, ou inevitabilidade, o caminho de um coração em roda-livre.

Os amigos têm de ser inúteis. Isto é, bastarem só por existir e, maravilhosamente, sobrarem-nos na alma só por quem e como são. O porquê, o onde e o quando não interessam. A amizade não tem ponto de partida, nem percurso, nem objectivo. É impossível lembrarmo-nos de como é que nos tornámos amigos de alguém ou pensarmos no futuro que vamos ter.

A glória da amizade é ser apenas presente. É por isso que dura para sempre; porque não contém expectativas nem planos nem ansiedade.”

Miguel Esteves Cardoso, in 'Explicações de Português

"Sempre amei por palavras muito mais

do que devia

são um perigo

as palavras

quando as soltamos já não há

regresso possível

ninguém pode não dizer o que já disse

apenas esquecer e o esquecimento acredita

é a mais lenta das feridas mortais

espalha-se insidiosamente pelo nosso corpo

e vai cortando a pele como se um barco

nos atravessasse de madrugada

e de repente acordamos um dia

desprevenidos e completamente

indefesos

um perigo

as palavras

mesmo agora

aparentemente tão tranquilas

neste claro momento em que as deixo em desalinho

sacudindo o pó dos velhos dias

sobre a cama em que te espero"

Alice Vieira

Segunda-feira, 28 de Dezembro de 2020

Entrevistas

Entrevista com ARMANDO SILVA (Antiquário) de Borba

em

1 de Novembro de 2013

No sentido de contribuir para a divulgação, promoção e preservação da identidade cultural, o Grupo de Amigos de Borba achou por bem começar por ouvir naturais deste concelho para nos falarem da sua Terra Natal e das suas riquezas e potencialidades.

Assim e dando sequência a esta iniciativa decidimos falar com Armando Manuel da Silva, natural de Borba onde nasceu há 67 anos e que decidiu criar condições para se manter na terra que o viu nascer, manter as suas raízes e com quem vamos falar a seguir.

J.A. Gostaríamos que nos falasse dos seus antecedentes das fases das sua vida mais recente e o que perspetiva para o futuro?

A.S. Nasci na freguesia da Orada, estudei em Borba, comecei por trabalhar aos 19 anos numa empresa Mármores do Condado, por sinal uma grande empresa, onde me mantive até ao seu encerramento. Aos 29 anos e por escolha dos munícipes de Borba fui eleito o primeiro Presidente da Junta da Matriz, no pós 25 de Abril onde me mantive durante dois mandatos. Mais tarde fui também eleito Vereador da Câmara de Borba entre 1990 e 1996 com o pelouro das Obras. Quando saí, por paixão e por necessidade de empregar minha mulher comecei a dedicar-me ao ramo das Antiguidades.

J.A. Há quanto tempo se dedica a esta atividade?

A.S. Desde 1996 a tempo inteiro com a esposa começando a visitar principalmente montes alentejanos e adquirindo peças antigas especialmente de decoração.

J.A. No período que se verificou mais crescimento e que deu realmente a Borba o nome de "Terra de Antiguidades", quantas casas chegaram a funcionar aqui neste Concelho?

A.S. Atingiram o número de 14 em pleno funcionamento na Rua de S. Bartolomeu. Hoje, e devido à crise que se instalou no país só restam 3, há cerca de 8/9 anos e com dificuldades.

J.A. Porque se dedicou a esta atividade? Foi por razões de ordem económica, ocupação de tempos livres, lazer ou por paixão e defesa das nossas tradições?

A.S. Foi mesmo por paixão e obviamente por necessidade de colocar a minha mulher que estava sem emprego como atrás refiro. Foi também com o objetivo de dar nome a Borba concretamente trazer cá turistas e ser um local de visitas.

J.A. Quais os principais clientes? São naturais de Borba, do resto do país ou estrangeiros e pessoas com poder económico, por apetência ou por paixão?

A.S. No início eram nacionais com poder económico, da classe média, média/alta, chegando a haver muita afluência de estrangeiros, até porque na altura ainda não havia a A6(Auto-Estrada) e toda a gente tinha que passar por dentro do Concelho o que deu grande nome a Borba. Com o aparecimento da crise naturalmente este negócio foi-se esmoronando e hoje está mesmo numa fase critica.

J.A. Quais são no seu entender as prioridades a ser assumidas para defesa da imagem do Concelho e que por inerência proporcione maior desenvolvimento e reconhecimento nacional?

A.S. Penso que a melhor divulgação e promoção desta Cidade deveria ser através da colocação de Outdoors em todas as entradas do Concelho com destaque da Gastronomia, o bom Azeite, os bons Enchidos, tipo caseiro.Festa da Vinha e do Vinho, Ameixa Rainha Cláudia, Feira do Queijo, Feira das Ervas e de uma das maiores riquezas que é o Mármore através do CEVALOR- Centro de Estudos e Valorização Tecnologica de Rochas Ornamentais.

Borba, 1 de Novembro de 2013

Domingo, 27 de Dezembro de 2020

Concerto de Domingo

Torelli: Trumpet Concerto in D Major,

complete (Roger 188). Voices of Music & Dominic Favia 4K UHD

https://youtu.be/cIHzxgJAC-I

Sexta-feira, 25 de Dezembro de 2020

Natal no Alentejo

ELVAS

Cantadores de Elvas cantam ao menino

https://youtu.be/6ajBqTnm4W8

Sábado, 19 de Dezembro de 2020

"Respigando...Alentejo"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Os nossos melhores AGRADECIMENTOS ao contributo de Filipe Rosado

e à perspectiva de um imenso espólio de documentos a estudar e divulgar...

Fotografia de Adriano Bastos

Estremoz

Sexta-feira, 18 de Dezembro de 2020

Alentejo-GASTRONOMIA

Receitas Culinárias Alentejo

AZEVIAS

Ingredientes:

  • Para a massa:

  • 500 g de farinha ;

  • 3 a 4 colheres de gordura (mistura de banha e de manteiga ou margarina) ;

  • 1 cálice de aguardente ;

  • sal

  • Para o recheio de grão:

  • 1 kg de grão ;

  • 750 g de açúcar ;

  • 2 limões ;

  • 1 colher de sobremesa de canela em pó ;

  • 3 gemas

Confecção:

Coze-se o grão com uma pitada de sal, pela-se e passa-se por uma peneira fina.

Leva-se o açúcar ao lume com 2 dl de água e deixa-se ferver durante 1 ou 2 minutos. Junta-se o puré de grão, a canela e a raspa da casca dos limões. Deixa-se ferver o preparado, mexendo até se ver o fundo do tacho. Retira-se juntam-se as gemas e leva-se o preparado novamente ao lume para coser as gemas. Deixa-se ficar assim de um dia para o outro.

Peneira-se a farinha para uma tigela e faz-se uma cova no meio onde se deitam as gorduras quentes. Mistura-se. Junta-se a aguardente e depois vai-se amassando juntando pinguinhos de água morna temperada com sal. Sova-se bem a massa e deixa-se repousar em ambiente temperado.

Estende-se a massa com o rolo, muito fina, e recheia-se com um pouco do doce preparado. Cortam-se as azevias em meia lua (como os rissóis), ou em triângulo ou em rectângulo (como os pasteis de carne) e fritam-se em azeite ou óleo bem quentes. Polvilham-se com açúcar ou açúcar e canela.

Variantes:

Azevias de Batata.

Substitui-se o grão por igual porção de batata cozida e reduzida a puré. Pode utilizar-se batata comum, mas a batata doce é a mais vulgarmente utilizada.

Azevias de amêndoa

Fazem-se como as azevias de grão, nas seguintes proporções:

    • 750 g de puré de grão preparado como se disse ;

    • 750 g de açúcar ;

    • 250 g de amêndoas peladas e raladas ;

    • raspa da casca de 2 limões ;

    • 1 colher de chá de canela e 7 gemas

Em qualquer das receitas transcritas a raspa da casca de limão pode ser substituída por igual porção de raspa de casca de laranja.

fonte: Editorial Verbo in Roteiro Gastronómico de Portugal

Visite Borba

Fonte Lágrimas

Igreja de Santo António

Igreja S.Bartolomeu

Paço junto Sovibor

Monumento à Água

Convento Servas

Igreja Senhor Aflitos - anexo ao Convento Servas

Igreja Senhora da Orada

Fonte das Servas

Fotografias de Joaquim Avó

Quinta-feira, 26 de Novembro de 2020

Poetas Populares Borba

António Júlio Prates (Xota)

João Ficalho,

Manuel João Geadas (O Coimbra)

Manuel Joaquim Serrachino (Nelo do Fado)

POETAS POPULARES DE BORBA

Borba: Apresentado livro “Poetas da Nossa Terra”

2012 02 28

Ver em:

http://www.cm-borba.pt/pt/conteudos/noticias/Livro+Poetas+da+nossa+Terra+apresentado+em+Borba.htm

O Centro de Cultura e Desporto da Freguesia Matriz e a Junta de Freguesia Matriz apresentaram,

este Domingo, no Palacete dos Melos em Borba, o livro “Poetas da Nossa Terra”, que

contou com a participação de doze poetas e foi apoiado pelo Município de Borba.

A edição conta com o prefácio de João Tavares, e os poemas de:

01 António Júlio Prates (Xota),

Sobre este POETA ver

http://altodapraca.blogspot.pt/2006/02/antnio-prates-apresenta-sesta-grande.html

02 António Passinhas,

03 Clemente Serol (O Sousa),

04 Eurico Faia,

05 Francisco Rijo,

06 João Ficalho,

[Sobre este POETA pode ver:

em Vítor Marceneiro - o Fadista Alentejano de Borba

http://lisboanoguiness.blogs.sapo.pt/227376.html

07 José Miranda (Zé Ninguém),

08 José Francisco Paulino,

09 Manuel João Geadas (O Coimbra),

sobre este POETA ver:

http://www.joraga.net/cantodasdecimas/pags/page_001.htm

10 Manuel Joaquim Serrachino (Nelo do Fado),

11 Maria da Conceição Compõete

12 Sebastião José Perdigão,

e breves biografias de cada um dos poetas.

O Centro de Cultura e Desporto da Freguesia Matriz foi criado em 1998 e tem desenvolvido a

sua actividade na divulgação e preservação dos jogos tradicionais e a poesia popular

alentejana, editando e apoiando diversos poetas do concelho a lançar as suas obras

em livro. Esta é mais uma edição que o Centro lança, ainda que de forma artesanal,

mas cuidada e carinhosa, perpetuando os trabalhos dos participantes.

Quarta-feira, 25 de Novembro de 2020

Michel Giacometti

Blogue "Amigosterrasborba" evoca a passagem dos 30 anos

sobre a morte do etnólogo francês Michel Giacometti

ocorrida em 24 de Novembro de 1990 em Faro

Adelino Gomes, que fez a última reportagem sobre o seu trabalho, Giacometti dizia que a

“primeira qualidade que um etnomusicólogo precisa de ter é o

amor ao trabalho e o amor sincero ao povo”.

"Michel Giacometti (n. Ajaccio, 1929 - Faro, 24/11/1990), etnomusicólogo, licenciou-se na área da etnografia na Sorbonne. Na Noruega já tinha tido contacto com os problemas desta disciplina, aproveita esse conhecimento para no seu regresso à Córsega, proceder à compilação de um infindável número de cantos, contos e lendas tradicionais pertencentes à literatura oral. Por motivos de saúde (Portugal devido ao clima fora-lhe aconselhado para o recuperar de uma tuberculose), vem para Portugal, no final dos anos 50, onde fica deslumbrado pelo nosso património etnográfico e musical, desenvolve uma impressionante obra de recolha, tendo sido pioneiro na gravação em centenas de fitas magnéticas e milhares de fitas de contos, lendas, adágios, música popular e tradicional, que esteve na origem dos diversos dissabores com a PIDE, que suspeitava da sua finalidade. Simultaneamente, realiza diversos programas radiofónicos para estações europeias a fim de divulgar a música tradicional portuguesa.

Funda os Arquivos Sonoros Portugueses; em 1960 e 1981 (com Fernando Lopes-Graça) edita a "Antologia da Música Regional Portuguesa" e "Cancioneiro Popular Português", respectivamente; entre 1970-1973, dirige "Povo que canta", série televisiva de Alfredo Tropa, além de impulsionar uma vasta e notável discografia.

Em 1990, quando morreu, preparava uma antologia de cantares alentejanos, uma cronologia crítica dos estudos musicais portugueses, e projectava um dicionário de música popular, entre outros trabalhos da Cultura Popular em Portugal.

Nota: Tive o privilégio de o conhecer pessoalmente, realço a sua cultura, o amor para com os desprotegidos e a sua enorme generosidade manifestada em várias vertentes, como, por exemplo, ter-me posto à disposição o seu espólio da sua Casa em Cascais; não aceitei, mas o gesto ficou registado em mim para sempre.

Também tive oportunidade de me inteirar da sua PAIXÃO pelo ALENTEJO, por isso não podia deixar de lhe fazer no Grupo PAIXÃO ALENTEJANA, a minha homenagem, aproveitando a iniciativa de Luis Ambitare, a quem agradeço.

Destaco que, por sua vontade, MICHEL GIACOMETTI quis ser sepultado em FERREIRA DO ALENTEJO - PEROGUARDA - onde se encontra guardado o seu espólio.

Que prova de AMOR pode haver maior do que a escolha da terra Alentejana para repouso eterno?!"

Rami Morais

ALENTEJO, ALENTEJO. Lembrando Giacometti

https://youtu.be-JJwES3_DkI

Terça-feira, 24 de Novembro de 2020

O Livro da Semana

"Angústia para o jantar"

de

Luís de Sttau Monteiro

"- Meu pai dizia-me que da janela da repartição onde trabalhava se via o mar...

- Que fazia teu pai?

- Que fazia meu pai? Não fazia nada, era oficial da marinha. Entrava na repartição às 10 e saía às 6...

Lá o que ele fazia não sei... Preenchia papelada ou sonhava com navios... sei lá... talvez olhasse para o mar através da janela... Quando chegava a casa lia o jornal, fazia as palavras cruzadas e ia para a cama. Era oficial da marinha, digo-te eu..."

Segunda-feira, 23 de Novembro de 2020

Receitas Culinárias Alentejo

Em Alentejo-GASTRONOMIA

Açorda de Alho

foto de sweetaboufood blogspot.com

Ingredientes:

1 dente de alho

Poejos

2 colheres de azeite

sal q.b.

água

1 ovo

Preparação:

Numa tigela coloca-se o alho, o sal, os poejos (depois de esmagados) e, de seguida deita-se a água a ferver (onde já se cozeu um ovo para cada pessoa), para finalizar parte-se o pão às fatias e coloca-se dentro da água, onde já se encontram todos os ingredientes.

Sábado, 21 de Novembro de 2020

Ao encontro com os nossos escritores

José Rentes de Carvalho

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Amizades da vida inteira

"Questão de sorte, genética, carácter ou acaso, há quem conheça amizades da vida inteira, daquelas que se tornam exemplares e por onde nunca perpassam arrelias, desconfianças ou traições. São essas amizades excepção, pois também por sorte, genética, carácter ou acaso, a maioria de nós vive à mercê das circunstâncias e de um dia-a-dia que pouco espaço deixa para sentimentos elevados, contentando-se com aparências ou, no melhor, refinando o fingimento.

Amizades de vida inteira nunca tive, e as poucas que mantenho obrigam-me por vezes a cansativas cabriolas dos sentimentos e do vocabulário, porque hoje em dia e como nunca antes, pouco é preciso para ferir susceptilidades e perturbar sentimentos, ou que nos acusem de traições, de facadas, de pormos em perigo a felicidade alheia, a paz do mundo, de atentarmos contra os direitos das minorias, de sermos indiferentes à igualdade de tudo e todos, mesmo à daqueles que exigem ser desiguais.

De modo que exprimir opinões que não alinhem com as dos que politica e socialmente se consideram ‘correctos’ é, por enquanto, mais de meio caminho andado para o insulto, a denúncia, o ostracismo, talvez para o calabouço num futuro que se anuncia próximo. E assim a cautela manda fechar a boca e fingir de sonso, não entrar em discussões sobre temas chamados ‘sensíveis’, fazer de surdo quando os ‘bons’ se assanham contra o que tão facilmente rotulam de fascismo e populismo, os tremores que lhes causam a escravatura, o aquecimento global, os motores a gasolina, o açúcar, a carne no talho e sabe Deus quantos outros males. Mas ainda nos cabe uma culpa maior – a nós, não a eles, que são puros nas acções, nos intuitos, e conhecem a verdade – a de não sabermos receber de braços abertos e com vivas os estranhos que sem bater à porta nos entram pela casa adentro, anunciando que estão no seu direito, e se não acreditamos no que dizem é ir perguntar à ONU.

Pudesse eu, de boa vontade regressaria ao tempo em que dos ideais aos filmes no cinema havia muito que era a preto e branco, o mau da fita tinha uma só cara, a única escolha era ser a favor ou contra. Infelizmente, essa simplicidade antiga desapareceu, há que estar em permanência atento às reviravoltas, pois as regras e os conceitos mudam do dia para a noite, a ortodoxia de ontem é anátema amanhã, não ajuda nem dá alívio saber que seis séculos atrás o Poeta avisava que em pouco se pode confiar, porque ‘todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades."

Segunda-feira, 16 de Novembro de 2020

O Livro da Semana

Irene Lisboa

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370 × 200

Voltar Atrás Para Quê?

"As novelas autobiográficas Começa uma vida e Voltar atrás para quê? contam os episódios

fundadores da infância e da adolescência, nos quais radica este universo. À distância do tempo

e da memória, eles narram a história de uma rapariguinha crescendo entre mistérios que

rodeiam a sua origem, envolvendo-a na matriz disfórica de afetos desajustados: separada da

mãe cerca dos três anos, vive com o pai e uma madrinha na quinta desta, estigmatizada por

uma bastardia que o crescimento vem agudizar, não só pelas suas sequelas no imaginário

da protagonista, mas pelas consequências práticas sobre a sua vida, vendo-se desprovida

de bens materiais e sobretudo simbólicos (nunca reconhecida pelo pai e espoliada dos seus

direitos por ação de gente ambiciosa e sem escrúpulos). Sendo uma história pessoal, um "caso",

ela é também exemplar de um certo tempo português do começo do século XX, caracterizado

pela decadência dos terratenentes e da burguesia promovida pelo dinheiro à custa do sacrifício

dos mais fracos. Estas narrativas, de técnica fragmentária como todos os livros intimistas da

autora, são exemplares do modo de representar uma consciência dilacerada que, mesmo por

ser absolutamente moderno, é um dos fatores da estranheza e do fascínio que Irene Lisboa

vem causando em quem a lê."

Paula Morão

"Ai, mas a vida fugia-lhe. Com que dor, sim, com que dor a via fugir-lhe.

A vida não é nada. É uma coisa que passa, apenas. Uma pescadinha de rabo na boca… o seu princípio e o seu fim juntam-se, procuram-se. O rabo está ou volta aos dentes da cabeça, mete-se na boca da infância.

Inocentes, afinal, o princípio e o fim da vida. Sem poderes. Mas tão ligados… Até parece que o fim se alimenta do princípio, que a infância se lhe sobrepõe, o ilumina, o traz sujeito. O resto da vida, oh! o resto da vida some-se, sumiu-se."

Sexta-feira, 13 de Novembro de 2020

Celeiro da Cultura

Fotografia de Adriano Bastos

Quando vieres,

encontrarás tudo como quando partiste.

A mãe bordará a um canto da sala,

apenas os cabelos mais brancos,

e o olhar mais cansado.

O pai fumará o cigarro depois do jantar e lerá o jornal.

Quando vieres,

só não encontrarás aquela menina de saias curtas

e cabelos entrançados que deixaste um dia.

Mas os meus filhos brincarão nos teus joelhos

como se te tivessem sempre conhecido.

Nenhum de nós dirá nada,

mas a mãe largará o bordado,

o pai largará o jornal,

as crianças os brinquedos

e abriremos para ti os nossos corações.

Pois quando vieres,

não és só tu que vens.

É todo um mundo novo que despontará lá fora.

Quando vieres.

de Maria Eugénia Cunhal, in "Silêncio de Vidro"

"Cada novo amigo que ganhamos no decorrer da vida aperfeiçoa-nos e enriquece-nos, não tanto pelo que nos dá, mas pelo que nos revela de nós mesmos. "

Miguel de Unamuno

CONFIDENCIAL

Não me perguntes,

Porque nada sei...

Da vida,

Nem do amor,

Nem de Deus,

Nem da morte.

Vivo,

Amo,

Acredito sem crer,

E morro, antecipadamente

Ressuscitando.

O resto são palavras

Que decorei

De tanto as ouvir.

E a palavra

É o orgulho do silêncio envergonhado.

Num tempo de ponteiros, agendado,

Sem nada perguntar,

Vê, sem tempo, o que vês

Acontecer.

E na minha mudez

Aprende a adivinhar

O que de mim não possas entender.

Diário VXI

Miguel Torga

"É fazendo que se aprende a fazer aquilo que

se deve aprender a fazer."

Aristóteles

"A poesia não está nos versos, por vezes ela está no coração. E é tamanha. A ponto de não

caber nas palavras."

Jorge Amado

Quinta-feira, 5 de Novembro de 2020

Recordar

João Rita

Recordamos este nosso Amigo, cujo contributo para a Cultura Borbense ficará para

sempre marcado pela autenticidade do seu canto, seu longo amor ao fado e à sua divulgação, bem

como pelo partilhar a felicidade cantando o que lhe provinha da alma, do seu profundo sentir.

Fado

https://youtu.be/lVglzC38sbo

João Rita fado, Filho e Neto

https://youtu.be/wt3ruGjxcxo

Terça-feira, 3 de Novembro de 2020

Livro da Semana

Bica Escaldada

de

Alice Vieira

"Entro numa livraria como quem entra num santuário, onde o direito de asilo nos é sempre garantido. Nas cidades que não conheço. É sempre o primeiro lugar que procuro e nunca resisto a entrar quando ela se atravessa no meu caminho. As livrarias fazem parte da minha família. São amigas de infância. É nelas que marco encontros com amigos, é passando a mão pelas capas dos seus livros que desfaço neuras e procuro energias. Claro que há as minhas livrarias de eleição, aquelas a que, por qualquer motivo, me habituei como ao café da manhã ou o jornal comprado no quiosque de sempre: durante anos e anos a Quadrante foi a minha segunda casa, uma espécie de baby-sitter para os meus filhos pequenos, que lá deixava rodeados de livros e vigiados pelaNini, uma cadela com quem partilhavam festas e lambidelas nos chupa-chupas – até que um dia a Quadrante fechou e, até hoje, nada lá conseguiu vingar. Já foi casa de pronto-a-vestir, já foi loja de móveis, já foi galeria de arte, neste momento alberga a redacção de uma revista de saúde a quem, evidentemente, desejo muita sorte e que consiga vencer a maldição. E há ainda as livrarias mágicas, aquelas sem as quais os lugares, para mim, perdiam muito da sua razão de ser: ir ao Porto sem ter tempo para entrar na Lello, não vale a pena; ir a Londres sem horas disponíveis para a Waterstone, é um desperdício.

E depois há aquelas velhíssimas lojas, que são livrarias, mas também vendem revistas de bordados e croché, calendários e postais ilustrados, e muitos livros de edição de autor que acumulam pó porque já ali estão há que anos, com um cheiro a papel que se esfarela nos dedos e nos traz à lembrança os livros de histórias lidos na infância, com meninos «órfãos» que se perdiam nas florestas."

Segunda-feira, 2 de Novembro de 2020

Em Alentejo-GASTRONOMIA

Receitas Culinárias Alentejo

PASTEIS DE MASSA TENRA

PASTEIS DE MASSA TENRA.

"Foram muitos os pedidos da receita dos meus pasteis de massa tenra que ontem aqui mostrei.

Ei-la:

MASSA para uma dúzia de pasteis.

2 chávenas de chá de farinha sem fermento;

1 dl de água moderadamente aquecida e com a quantidade de sal, a gosto, já dissolvido;

2 colheres de sopa de azeite;

1 colher de sopa de margarina derretida;

1 colher de sopa de banha de porco derretida.

Num alguidar comece por misturar, à mão, a farinha com as gorduras.

Vá juntando a água, aos poucos, até a massa ficar elástica com a consistência desejada. Pode não necessitar de usar toda a água.

Faça uma “bola” com a massa, envolva-a num pano humedecido e conserve-a a repousar durante cerca de uma hora em ambiente morno.

Depois é só fazer os pasteis, fritá-los em óleo e pô-los a escorrer sobre papel absorvente

RECHEIOS - sobras de carnes (vaca, porco, frango…), ao sabor da imaginação de cada um e das possibilidades do momento.

Uma possibilidade:

Guise demoradamente 125 g carne de vaca com alho, cebola e piripiri (facultativo).

Pique a carne no “1-2-3”. Misture o picado com o molho, o suficiente a fim de lhe dar a consistência desejada para moldar os pasteis.

Se se desejar, aromatize com salsa muito finamente picada.

Se necessário, leve ao lume com uns “borrifos de farinha.

Outra possibilidade

Coza bem 2 coxas de frango (a carne do peito é muito seca) em água temperada de sal, e desfie-as.

Num tacho com azeite, aloure 2 ou 3 dentes de alho picados, meia cebola igualmente picada, uma folha de louro e piripiri (facultativo).

Junte um pacotinho de polpa de tomate, tempere de sal e deixe apurar bem. Vigie para que não seque demasiado. Se necessário, “borrife” com água.

Junte por fim, a carne muitíssimo bem desfiada, deixe tomar gosto e, ao mesmo tempo, ir secando o suficiente para que tenha a consistência própria para rechear e moldar os pasteis."

António Galopim de Carvalho

Quarta-feira, 28 de Outubro de 2020

Livro da Semana

"Gente da Terceira Classe"

de

José Rodrigues Miguéis

José Rodrigues Miguéis morreu passam esta terça-feira 40 anos.

Um dos grandes da nossa literatura.

"… E o Silvestre, pobre amigo, lá vai, metódico e pausado, com o seu perfil imperial romano, sonhando com o futuro-que-passou, sem perceber que só tem porvir quem tem presente, e ele nunca o teve: porque o futuro do homem está no que ele hoje semeia ou cria, no que dele cresce e frutifica, e não no que se acumula, repousa e fossiliza."

"A serenidade é a maior virtude da inteligência."

José Rodrigues Miguéis

249.jpg

Photography In Portal da Literatura

Recordamos um dos grandes da nossa literatura

na entrevista dada em 1957 a Igrejas Caeiro

in "A Vida Breve" Antena -2

Click em;

https://www.rtp.pt/play/p1299/e501520/a-ronda-da-noite

Domingo, 18 de Outubro de 2020

Concerto de Domingo

Edvard Grieg - Piano Concerto II. Adagio | Arthur Rubinstein (2/3)

https://youtu.be/J2yWx6EMJjI

Segunda-feira, 12 de Outubro de 2020

"Respigando...Borba"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

BORBA vista em 1927

em

GUIA DE PORTUGAL - Biblioteca Nacional de Lisboa

de

RAUL PROENÇA

"Borba está numa das zonas de refrigério e num dos pequenos oásis do Alentejo desolado

e tórrido, podendo ser também citada como uma das terras mais pitorescas do país.

A proximidade das célebres pedreiras de Montes Claros (p. 115) deu-lhe, mais ainda que a Estremoz, um alvo esplendor de mármores, que só encontra rival em certas cidadezinhas da Toscana. Não há, por assim dizer, cunhal de parede, moldura de porta ou de janela, degrau ou poial de escada, letreiro de rua e ate lareira da mais humilde casa que não seja de mármore.

O mármore esplende nas soleiras, nos alisares, nas chaminés e nas ermidas. Isto contribui, com o caiado das paredes, a limpeza dos pavimentos, o arrumo dos interiores, todos os pormenores da meticulosidade e do arranjo domésticos, para dar a impressão de asseio e de conforto que a vila suscita. É, pois, uma consolação percorrer Borba, deparando a cada passo recantos pitorescos, galerias de arcos, pátios, ferros de sacada, chaminés recortadas como minaretes, turbantes, espigueiros, barretes de clérigo, agulheiros, dados, capitéis românicos ‑ algumas rentes ao beiral, como em tantas outras terras do Alentejo. Só Loulé, no Algarve, põe êste luxo nas suas chaminés.

Nas varandas- escreve o Sr. Vergílio Correia ‑

as pinhas de ferro e os peitoris acogulham-se, recortam-se, arqueiam-se segundo as regras dum género de trabalho que se encontra disseminado entre o Tejo e o Guadiana, desde Elvas a Portalegre e de Avis até Évora e Montemor-o-Novo.

Trabalho do séc. XVIII, cheio de leveza e de recortes, muito diverso da sóbria firmeza de ferraria do séc. VVII."

Fotografias de Adriano Bastos

Domingo, 11 de Outubro de 2020

Concerto de Domingo

Ricardo Ribeiro - Fadinho Alentejano

https://youtu.be/Ns5zdIfoeJI

Celina da Piedade - Pêra Verde

https://youtu.be/9fnVyqTMXfQ

Sexta-feira, 9 de Outubro de 2020

Celeiro da Cultura

CECÍLIA MEIRELES

Motivo

Eu canto porque o instante existe

e a minha vida está completa.

Não sou alegre nem sou triste:

sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,

não sinto gozo nem tormento.

Atravesso noites e dias

no vento.

Se desmorono ou se edifico,

se permaneço ou me desfaço,

— não sei, não sei. Não sei se fico

ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.

Tem sangue eterno a asa ritmada.

E um dia sei que estarei mudo:

— mais nada.

Photo in InfoEscola

Quarta-feira, 7 de Outubro de 2020

Livro da Semana

Aldeia Nova

de

Manuel da Fonseca

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"Rui enchia o peito de ar, lavava-se no sol. Mas já ia correndo rua abaixo. Uma grande vontade de correr. Onde estaria o Tóino e os outros? Ah! diria a avó que não queria voltar mais àquela casa! E diria também ao Estroina. Talvez lhe dessem razão… Deixassem-no andar, assim à sua vontade. Deixassem-no correr. Correr era bom. O bibe abria-se para os lados como asas. Deitava a cabeça para trás; o chão fugia-lhe debaixo dos pés. Nem via as casas, só o céu por cima dele. Entontecia, sentia-se livre como um pássaro. Se a mãe estivesse, não sereia nada daquilo a sua vida, não. A mãe deixava-o ser livre como um pássaro. Diria tudo isso ao avô: «Avô, desde que a mãezinha partiu, sinto-me preso como um pássaro numa gaiola!» Mas o avô não compreenderia as suas palavras. Nem a avó, nem o Estróina, ninguém!... O melhor era ir correndo, correndo sempre, correndo até tombar de cansado."

Terça-feira, 6 de Outubro de 2020

Em Alentejo-GASTRONOMIA

Receitas Culinárias Alentejo

Como consumir o Cação

Por Adriana

Ingredientes

1 kg de cação em postas

3 dentes de alho socados em 1 xícara (chá) de suco de limão e sal a gosto

1 xícara (chá) de óleo de soja

1 xícara (chá) de coentro

1 xícara (chá) cebolinha picada

1 cebola grande, cortada em rodelas

2 tomates também cortado em rodelas

2 pimentões, 1 verde e outro vermelho

1 xícara (chá) de leite de coco

½ xícara (chá) de azeite de oliva

½ xícara (chá) de óleo de dendê

Modo de preparo

Primeiro, despeje o óleo numa panela em fogo baixo.

O alho com suco de limão e sal vai servir para dar o primeiro tempero ao peixe,

por isso, molhe as postas com a mistura.

Coloque na panela com óleo, já pré aquecido, e vire o peixe aos poucos para não

grudar no fundo da panela, bem devagar para não desmanchar.

Adicione os outros temperos, a cebolinha, o coentro, a cebola, o pimentão e o tomate.

Tampe e aguarde cerca de 5 minutos ou até ferver.

Acrescente o azeite de oliva e o óleo de dendê (esse é o detalhe que vai dar um gosto

mais apurado à moqueca).

Por último, ponha o leite de coco e deixe ferver por mais 5 minutos ou até cozinhar

os temperos.

Rendimento: 2 porções

Tempo de preparo: 45 minutos

Dificuldade: Fácil

Fonte: Comida e Receitas - http://www.comidaereceitas.com.br/peixes/moqueca-de-cacao.html#ixzz3k3ao4BVP

Sábado, 26 de Setembro de 2020

Viagem pela nossa Gastronomia

Receitas de Culinária do Alentejo

Cozido de Grão com vagens

Ingredientes:

250 g de grão;

500 g de vagens (feijão verde);

250 g de batatas;

1 fatia de abóbora menina;

300 g de carne de borrego para cozer;

100 g de toucinho;

1 chouriço de carne (linguiça);

1 farinheira;

200 g de pão caseiro (duro);

sal;

hortelã.

Preparação:

"Põe-se o grão de molho em água e sal durante 12 horas. Passado esse tempo, coze-se. Numa panela com água suficiente põe-se a carne de borrego, o toucinho, o chouriço, a farinheira, e leva-se ao lume a cozer. Depois de as carnes estarem cozidas, retiram-se da água. Arranjam-se e lavam-se as vagens, as batatas e a abóbora cortada aos bocados.

Deitam-se na água em que se cozeram as carnes aos bocadinhos. Dispõem-se no centro de uma travessa o grão, as vagens, as batatas e a abóbora. Á volta colocam-se as carnes cortadas. Cortam-se fatias de pão duro e dispõem-se numa terrina. Espalham-se por cima alguns ramilhos de hortelã. Deita-se o caldo a ferver sobre as fatias de pão. Acompanha-se com as carnes, o grão, as vagens, as batatas e a abóbora."

in Ser Alentejano.blogspot

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2020

"Respigando...Borba"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

"As respigadoras" de Jean-François Millet

Em Borba com o Prof. José Hermano Saraiva

A Alma e a Gente - Ressurreição das Aldeias (Borba)

03 Fev 2008

Prof. José Hermano Saraiva

O concelho de Borba não é um concelho grande, tem 142 quilómetros quadrados, a

população não é muita, tem 8500 habitantes, mas trata-se de um dos concelhos mais

ricos doAlto Alentejo. As duas grandes riquezas da região são o Vinho e o

Mármore. Só que agora surge uma terceira riqueza, o Turismo, com a ressurreição

duma aldeia típica alentejana (S. Gregório) agora transformada em aldeia turística

(um projecto exemplar).

A Alma e a Gente - Ressurreição das Aldeias (Borba) - 03 Fev 2008

https://youtu.be/3TRJ3MwEbOk

Alentejo- Aldeia de São Gregório- Borba

https://youtu.be/SUGhVNm9J3g

Quarta-feira, 16 de Setembro de 2020

"Respigando...Alentejo"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Fotografia de Filipe Jose Galhanas

"Dedicação"

https://youtu.be/yuknsUFNXlM

Quarta-feira, 9 de Setembro de 2020

Livro da Semana

Páscoa Feliz

de

José Rodrigues Miguéis

"O seu aparecimento em Lisboa foi saudado efusivamente pelos amigos que o tinham visto partir com desgosto das tertúlias dos cafés. José Gomes Ferreira anotou o facto como um acontecimento jubiloso, nesta passagem do seu livro A Memória das Palavras – ou o Gosto de Falar de Mim: «Pouco mais ou menos por essa ocasião aconteceu o reencontro, para mim desvanecedor, com a personalidade poderosa de José Rodrigues Miguéis, que exercia, então, como nas gerações subsequentes, um fascínio dominador, sobre tudo e todos, exultante dum conjunto de virtudes raras num escritor que, a par da inventiva psicológica, da luminosidade do pensamento, da influência mágica da palavra, moldável a qualquer capricho de expressão pedagógica, política ou polémica, amava contar histórias- histórias com um toque de sensualidade de lucidez doentia que o acanhado meio e o puritanismo de olhos baixos do idioma reprimia a custo. No momento em que voltámos a abraçar-nos (desde a adolescência que a nossa vida tem sido um abraço de reencontro pegado!), José Rodrigues Miguéis preparava a edição da Páscoa Feliz…» "

Mário Neves

Quinta-feira, 3 de Setembro de 2020

O Livro da Semana

O Medo

500x

Al Berto

"cada dia que passa escrevo menos, e o pouco que escrevo exige todo o tempo disponível, requer paixão e partilha.

está frio de quebrar ossos.

às vezes queria ser pastor, homem transumante, ir e regressar com o sol e as chuvas, ir e regressar eternamente com o ciclo das estações.

hoje fiz trinta e seis anos. acabaram-se algumas coisas na minha vida, sinto isto, apesar de ainda não perceber claramente o quê. estou certo que a juventude não recomeça nunca, nem terá início hoje. habituo-me à grande desolação dos dias

diz o horóscopo que os capricórnios têm uma velhice feliz. a velhice, dizia Céline, é um sobejo da vida.

escasseia o tempo na tentativa de vislumbrar algum sossego.

escrever, passar a vida a escrever, para quê?"

Sábado, 29 de Agosto de 2020

Na Mochila para férias...

CERROMAIOR

de

Manuel da Fonseca

Edições Editorial

Caminho,SA

2011

À sua Santiago, Manuel da Fonseca apenas retirou a proximidade do mar.

Assim, Cerromaior retrata-nos uma cidade cercada pelo campo e a realidade alentejana dos anos trinta e quarenta.

São focadas todas as classes sociais: a família de latifundiários que dominam toda a cidade (os primos de Adriano, a figura central do romance); o herói Adriano, filho da burguesia local mas com problemas financeiros; o proletariado rural, objecto da exploração económica; o Doninha, figura típica de Cerromaior dominada pela loucura; a Guarda Nacional Republicana, aliada dos poderosos.

A trama de Cerromaior gira em torno de Adriano, dividido entre as suas origens e a consciência que toma da verdade da sua terra, e que acaba por tomar a defesa dos mais desprotegidos.

Literariamente, este romance descreve um círculo, sendo a cena inicial em que encontramos Adriano na prisão local o termo da trama.

Este romance foi adaptado ao cinema por Luís Filipe Rocha em 1980.Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Cerromaior é o nome do primeiro romance de Manuel da Fonseca, publicado em 1943.

Cerromaior é o nome da (pequena) cidade onde decorre a acção do romance. Se bem que sendo uma cidade imaginária são notórias as semelhanças com a terra natal de Manuel da Fonseca, Santiago do Cacém. Aliás, o facto é referido pelo próprio logo no prefácio da obra «Cercado de cerros, que vão de roda em anfiteatro com o lugar do palco largamente aberto sobre a planície e o mar, o cerro de Santiago é de todos o mais alto. Daí o título: Cerromaior. Vila que me propus tratar...»

Sábado, 8 de Agosto de 2020

Borba e os seus escritores

ASPECTOS E CANÇÕES DA APANHA DA AZEITONA EM BORBA

de Fernando Castelo Branco

Publicações Lisboa 1958

Separata da Revista (Ocidente) - Vol.55LV - Liosboa 1958

Museu de Etnografia e História

JUNTA DISTRITAL DO PORTO

D. Fernando Luis de Sousa Coutinho Castelo-Branco e Menezes, 3º Marquês de Borba

Nascido: 10 de Jul de 1835

Falecido: 9 de Fev de 1928 (com a idade de 92)

D. Fernando Castelo Branco (Pombeiro)

Segundo todas as fontes, eram donatários de Belas nessa altura, os condes de Pombeiro, mais tarde marqueses de Borba. Foi da, sugestão de Fernando Castelo Branco (Pombeiro) e Eduardo Quintela de Mendonça (Farrobo) que o Sporting em 1906 adoptou do seu escudo para o emblema do clube o leão rompante de prata armado em preto sobre campo verde.

Criada em 21 de Agosto de 2012, a Associação dos Amigos de Borba

Associação de Borbenses Defensores do Património Ambiental e Cultural

Adira através do email

Para comentários e colaboração utilizar:

Photo in Marco+do+Correio+III.jpg

amigosborba2012@gmail.com

Visitas desde 14/11/2012

O Alentejano

"Homenagem aos Mestres Cantores do Alentejo"

Pintura de Espiga Pinto, sobre madeira, datada de 1965. 130x40cm

Col. Centro de Arte Moderna da

Fundação Calouste Gulbenkian

"Se há marca que enobrece o semelhante, é essa intangibilidade que o Alentejano conserva e que deve em grande parte ao enquadramento. O meio defendeu-o duma promiscuidade que o atingiria no cerne. Manteve-o Vertical e Sozinho, para que pudesse ver com nitidez o tamanho da sua sombra no chão. Modelou-o de forma a que nenhuma força por mais hostil, fosse capaz de lhe roubar a coragem, de lhe perverter o instinto, de lhe enfraquecer a razão... (...) É preciso ter uma grande dignidade humana, uma certeza em si muito profunda, para usar uma casaca de pele de ovelha com o garbo dum embaixador. Foi a terra Alentejana que fez o homem Alentejano, e eu quero-lhe por isso. Porque o não degradou proibindo-o de falar com alguém de chapéu na mão."

Miguel Torga In "Portugal" 1950

Fotografia de Adriano Bastos

O Alentejo lembra-me sempre

Um imenso relógio de sol

Onde o homem faz de ponteiro do tempo

Miguel Torga

Visitas desde 14/11/2012

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