09 - Setembro 2020

Fotografia de Adriano Bastos

O Alentejano

"Homenagem aos Mestres Cantores do Alentejo"

Pintura de Espiga Pinto, sobre madeira, datada de 1965. 130x40cm

Col. Centro de Arte Moderna da

Fundação Calouste Gulbenkian

O Alentejo lembra-me sempre

Um imenso relógio de sol

Onde o homem faz de ponteiro do tempo

Miguel Torga

Terça-feira, 15 de Setembro de 2020

Celeiro da Cultura

Herberto Hélder de Oliveira

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Herberto Hélder de Oliveira foi um poeta português,

considerado o "maior poeta português da segunda

metade do século XX".

Escrita

"Escreve-se um poema devido à suspeita de que enquanto o

escrevemos algo vai acontecer, uma coisa formidável,

algo que nos transformará, que transformará tudo."

in Jornal Público, 4 Dezembro 1990

Poema de Herberto Hélder

Um poema cresce inseguramente

na confusão da carne,

sobe ainda sem palavras, só ferocidade e gosto,

talvez como sangue

ou sombra de sangue pelos canais do ser.

Fora existe o mundo. Fora, a esplêndida violência

ou os bagos de uva de onde nascem

as raízes minúsculas do sol.

Fora, os corpos genuínos e inalteráveis

do nosso amor,

os rios, a grande paz exterior das coisas,

as folhas dormindo o silêncio,

as sementes à beira do vento,

- a hora teatral da posse.

E o poema cresce tomando tudo em seu regaço.

E já nenhum poder destrói o poema.

Insustentável, único,

invade as órbitas, a face amorfa das paredes,

a miséria dos minutos,

a força sustida das coisas,

a redonda e livre harmonia do mundo.

- Em baixo o instrumento perplexo ignora

a espinha do mistério.

- E o poema faz-se contra o tempo e a carne.

Herberto Hélder

Segunda-feira, 14 de Setembro de 2020

Borba

ARTESANATO

Mestre Catarino

"...Desde miúdo e para me entreter sempre fiz peças em artesanato em madeira,

cortiça e papel, principalmente depois de reformado..."

"...Fiz e ainda faço tarros, cochos, cornas para azeitonas, cadeiras, mochos em tamanho

normal e em miniaturas bem como de alfaias agrícolas. Fiz ainda uma réplica da Igreja da

Senhora da Orada que vai ser oferecida à junta de freguesia da Orada..."

Tendo como objectivo principal contribuir para a preservação, promoção e divulgação da nossa identidade cultural, este grupo de Borbenses e amigos de Borba, na sequência de diversas entrevistas que vimos publicando no nosso Blogue, decidimos desta vez falar com um Borbense que sempre continuou ligado às suas raízes que nos vai contar a história da sua vida que,como verão se reveste de forte empenho e persistência na luta por uma vida melhor, tanto para si como para quem o rodeia.

Falamos então com:

João Vitorino Bispo Catarino

J.A. Conte-nos então o inicio da sua juventude

J.C. Como filho de gente pobre comecei a guardar gado aos 7 anos, o que fiz até aos 15 anos

J.A. Como se depreende seria um pouco monótona esta actividade como preenchia o tempo?

J.C. Neste período também aprendi a ordenhar ovelhas, fazer queijos e ser pastor, como ajuda, até aos meus 15 anos.

J.A. A que mais se dedicou após esta idade?

J.C. Quando completei os 15 anos passei de ajuda a moral, responsável pelo rebanho, como ganadeiro,até aos 18 anos

J.A. Quando atingiu essa idade, nessa altura a maioridade, que mais fez?

J.C. Deixei a vida de ganadeiro fui trabalhar para o campo, lavrar com bois, parelhas de mulas, aprendi a ceifar e gadanhar até aos 20 anos.

J.A. Os ordenados certamente seriam baixos!!

J.C. Sim éramos muito mal pagos e então decidi deixar o trabalho do campo e fui trabalhar para as pedreiras, até aos 26 anos, quando me casei

J.A. Já casado e certamente com mais responsabilidades procurou melhores condições de trabalho?

J.C. Voltei a ser ganadeiro por mais 6 anos que tive de deixar pois o meu filho mais velho teve que ir para a escola e eu para lhe dar apoio fui dar serventia nas obras de construção civil. Acontece que o meu mestre que viu que tinha vocação para esta actividade mandou-me fazer uma parede e que por ter gostado do meu trabalho ao fim de 17 meses considerou-me mestre e passados 3 anos construí a casa onde ainda hoje habito, claro que muito mais melhorada

J.A. Passou portanto a dedicar-se à construção civil?

J.C. Até ao "25 de Abril" além desta função dediquei-me também ao trabalho do campo, queijaria, ceifa, gadanha, colheita de grão e até mesmo como servente

J.A. Que mudanças trouxe o "25 de Abril" à sua vida?

J.C. Fui eleito delegado sindical pelo sindicato agrícola junto das cooperativas e de trabalhadores por conta de outrem, especialmente das cooperativas onde me mantive até 1986.

J.A. Que mais fez após este ano?

J.C. Neste ano fui admitido na Câmara Municipal de Borba como operador de fogo, não nos quadros da Câmara, apenas a contrato. Com a minha experiência dediquei-me à rede de esgotos, ao alcatroamento e orientar grupos de homens até ao ano de 2002

J.A. Despertou-nos a atenção sempre que o víamos com stands em feiras e festas com peças de artesanato. Como surgiu essa paixão?

J.C. Desde miúdo e para me entreter sempre fiz peças em artesanato em madeira, cortiça e papel, principalmente depois de reformado.

J.A. Como homem dos 7 ofícios a que mais se dedicou?

J.C. Como atrás refiro com a experiência adquirida fui muito solicitado para tratar de árvores, hortas, limpar oliveiras, poda de vinhas e com o que sabia ensinar também aos mais novos.

Ainda e a pedido da Câmara Municipal de Borba foi pioneiro da primeira "Feira de Ervas" que se fez na freguesia da Orada, iniciativa que trouxe muita gente a Borba e que se tornou quase como uma referência.

J.A. Quais as peças que mais gosta de fazer como artesão?

J.C. Fiz e ainda faço tarros, cochos, cornas para azeitonas, cadeiras, mochos em tamanho normal e em miniaturas bem como de alfaias agrícolas. Fiz ainda uma réplica da Igreja da Senhora da Orada que vai ser oferecida à junta de freguesia da Orada.

J.A. De âmbito social a que mais se dedicou?

J.C. Fiz parte da Assembleia Municipal de Borba como membro da junta de freguesia, fiz parte dos órgãos sociais da cooperativa de consumo, sócio dos bombeiro voluntários, sócio da liga de amigos de Estremoz, sócio da casa de cultura da Orada, formou o Rancho Folclórico "Cravos e Rosas da Orada" que deixou por motivos profissionais e que deixou ao José Martins que lhe deu continuidade.

Apesar da vida não me ter sorrido sempre mantive um espírito alegre, rodeado de muitos amigos sempre cheio de esperança que tudo isto havia de mudar para melhor.

Fotografias de Adriano Bastos

Alentejo- Artesanato de Borba

https://youtu.be/WLDM8PXpBuI

Domingo, 13 de Setembro de 2020

Concerto de Domingo

Hungry Ghosts

I Don't Think About You Anymore But, I Don't Think About You Anyless

https://youtu.be/kS9SUmAyKWM

Sábado, 12 de Setembro de 2020

Visite Borba

Borba Alto Alentejo-Portugal

https://youtu.be/YYNHnTp10XM

Sexta-feira, 11 de Setembro de 2020

Alentejo

Fotografia de Adriano Bastos

Natália Correia

Photo in blog wordpress.com

“(...) A solidão alentejana teve o seu antídoto na comunidade coral: é vê-los, cerrados

numa determinação comunitária, que tem muito de sagrado (...) é a sacralização da vida

pouca na muita terra alentejana, e das agonias que ela engendra (...) cantam para não

ouvir o silêncio. A voz demoníaca do silêncio. E eu imagino ... não um ou outro grupo

desgarrado, cantando como orgãos dispersos na nave da planura. Mas todos os grupos

formando um único coral magnífico, o verbo alentejano finalmente incarnado.”

Natália Correia

Quinta-feira, 10 de Setembro de 2020

Alentejo na Fotografia e Pintura

Fotografia

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Moinhos do Alto de S.Bento - Évora (anos 50/60)

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Largo Luís de Camões-Évora

Pintura

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Flávio Horta

"Granja, Mourão 1982"

tinta da china e acrílico sobre papel (30x30)cm - 2016

Montemor-o-Novo, 1976

Maluda

Quarta-feira, 9 de Setembro de 2020

Livro da Semana

Páscoa Feliz

de

José Rodrigues Miguéis

"O seu aparecimento em Lisboa foi saudado efusivamente pelos amigos que o tinham visto partir com desgosto das tertúlias dos cafés. José Gomes Ferreira anotou o facto como um acontecimento jubiloso, nesta passagem do seu livro A Memória das Palavras – ou o Gosto de Falar de Mim: «Pouco mais ou menos por essa ocasião aconteceu o reencontro, para mim desvanecedor, com a personalidade poderosa de José Rodrigues Miguéis, que exercia, então, como nas gerações subsequentes, um fascínio dominador, sobre tudo e todos, exultante dum conjunto de virtudes raras num escritor que, a par da inventiva psicológica, da luminosidade do pensamento, da influência mágica da palavra, moldável a qualquer capricho de expressão pedagógica, política ou polémica, amava contar histórias- histórias com um toque de sensualidade de lucidez doentia que o acanhado meio e o puritanismo de olhos baixos do idioma reprimia a custo. No momento em que voltámos a abraçar-nos (desde a adolescência que a nossa vida tem sido um abraço de reencontro pegado!), José Rodrigues Miguéis preparava a edição da Páscoa Feliz…» "

Mário Neves

Terça-feira, 8 de Setembro de 2020

Momento musical

António Pinho Vargas

"Vilas morenas" do disco "As folhas novas mudam de cor" (LP 1987)

https://youtu.be/m49z5N_Vr88

Segunda-feira, 7 de Setembro de 2020

Alentejo Património Cultural

Alentejo Terra de Artistas

Amilcar Abreu

"enriquecer a galeria dos criadores nacionais de banda desenhada, onde o seu nome faltava." refere António de Azevedo Coutinho a propósito do vasto e significativo espólio de Amilcar Abreu

Amilcar Abreu artista autodidacta, pintor e ilustrador tem as sua genuínas raizes no Alentejo, concretamente em Arronches, no Alto Alentejo. Nasceu no distrito de Portalegre em 1922, tendo nos quarenta e dois anos de curta existência deixado importante legado.

Foi no Alentejo que viveu grande parte

da sua vida e é através do Desenho,

Aguarelas e Ilustrações que se tornou

conhecido na década de quarenta do

século passado.

Divulga então as suas aguarelas e inconfundíveis

caricaturas, deixando antever um importante artista .

Na sua obra o Alentejo está presente e

é motivo da sua inspiração, ao retratar

o ambiente rural e urbano de então.

Participa já em 1925 através de

ilustrações no Jornal "O Século"

no suplemento infantil, sendo justo

referir que dá origem à Banda

Desenhada Portuguesa e à literatura

infantil. Ràpidamente estas publicações

ganham relevo povoando o nosso

imaginário e chegando igualmente

a terras distantes como o Brasil,

França e a vizinha Espanha.

Participa em 1947 numa Exposição Colectiva

com "A menina Vitamina", "Torres da Sé, "Da Janela do meu quarto",

"O menino Swing" e outros trabalhos, ganhando projecção

pela sua originalidade e pela sátira dos mesmos.

O maior conhecimento advém da sua

colaboração com o Jornal "O Século,

um dos maiores jornais de tiragem

nacional, com o seu contributo nas

décadas de cinquenta e seguinte do

século passado, com o "Pim Pam

Pum" nos deixou imagens que urge

rever e divulgar. É então que o

público toma conhecimento da sua

grande produção artística na aguarela,

na ilustração e caricatura.

in

amilcar-abreu-e-o-pim-pam-pum-dois

Domingo, 6 de Setembro de 2020

Concerto de Domingo à tarde

The Mamas & the Papas - California Dreamin'

https://youtu.be/qhZULM69DIw

Sábado, 5 de Setembro 2020

Arte na Fotografia

Eduardo Gageiro

Eduardo Gageiro | O fotógrafo do 25 de Abril

https://youtu.be/VN52RQw-VHY

Sexta-feira, 4 de Setembro 2020

Em Borba- Mezinhas da Avó

"A alegria evita mil males e prolonga a vida."

William Shakespeare

Benefícios no consumo de Atum

A primeira vantagem do atum é o seu valor. Ele é um alimento mais acessível a população, tanto em relação ao preço quanto a disponibilidade no mercado. O que o torna de fácil consumo diário.

Além desta vantagem, existem todos os benefícios nutricionais. Tais como:

Coração

Estudos encontraram uma associação inversa entre a ingestão de atum e mortalidade coronária em mulheres,

Outro estudo demonstrou a redução do risco de morte súbita em homens que consumiam atum diariamente, quando comparados a os que não possuíam este hábito.

E qual seria a razão deste resultado?

Ômega 3:

Por ser rico em na gordura “boa”, principalmente o ômega 3, o Atum:

- Diminui os riscos de doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral (derrame),

- Reduz a pressão arterial,

- Possui ação antiinflamatória,

- Diminui as taxas de triglicérides e colesterol total no sangue.

Cérebro:

O ômega 3 também melhora as funções cerebrais de pessoas na idade adulta e reduz o risco de doenças mentais e doenças degenerativas na terceira idade.

Proteínas:

Além dos benéficos citados acima, o atum também é rico em proteínas. Uma lata de 140 gramas de atum pode fornecer um terço da dose diária recomendada porção de proteína e 40% da dose diária recomendada de vitamina B12.

Osteoporose

Finalmente o atum é rico em vitaminas antioxidantes, como a Vitamina A, E e principalmente a D. Sendo uma boa alternativa para pessoas com desmineralização óssea. Melhorando a captação de cálcio pelos ossos.

Imunidade:

em vitamina D

Forma de consumo:

Para ter todos esses benefícios o indicado é o consumo de no mínimo 3 vezes por semana. Fique atento, o atum ralado geralmente é obtido a partir das partes desprezadas dos peixes, portanto prefira o atum fresco. Se não puder comprar, opte pelo atum em pedaços.

Fonte:

http://www.dicasagora.com/atum-e-seus-beneficios-a-saude/

https://sites.google.com/site/amigosterrasborba/1-borba/13-mezinhas-da-avo

Quinta-feira, 3 de Setembro de 2020

O Livro da Semana

O Medo

500x

Al Berto

"cada dia que passa escrevo menos, e o pouco que escrevo exige todo o tempo disponível, requer paixão e partilha.

está frio de quebrar ossos.

às vezes queria ser pastor, homem transumante, ir e regressar com o sol e as chuvas, ir e regressar eternamente com o ciclo das estações.

hoje fiz trinta e seis anos. acabaram-se algumas coisas na minha vida, sinto isto, apesar de ainda não perceber claramente o quê. estou certo que a juventude não recomeça nunca, nem terá início hoje. habituo-me à grande desolação dos dias

diz o horóscopo que os capricórnios têm uma velhice feliz. a velhice, dizia Céline, é um sobejo da vida.

escasseia o tempo na tentativa de vislumbrar algum sossego.

escrever, passar a vida a escrever, para quê?"

Quarta-feira, 2 de Setembro de 2020

Celeiro da Cultura

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Ao fim do dia

"Chega sempre o momento em que nos perguntamos qual é o propósito de certas amizades, de certas conversas, o que é que nos leva a tomar este ou aquele ponto de vista, a fingir que participamos, quando no fundo é escasso o que importa e o que pessoalmente para nós conta.

É certo que a vida em sociedade exige o ritual, pede o teatro, ninguém pode andar com a alma à mostra, ou abri-la com a mesma inocência com que às vezes se exibe o corpo. Mas quanta saliva gasta, quanto tempo perdido, tanta energia desbaratada sem que se adivinhe o que rende ou que moinhos a aproveitam

Não é que ao fim do dia me ponha a contabilizar a utilidade do trato social, apenas me toma um sentimento que balança entre a irritação e o desalento, de ver que também eu faço o que não quero, afirmo o que estou longe de pensar, gasto-me em salamaleques que só a contragosto, ou por necessidade do enredo, atribuiria a um personagem de romance.

Esse teatro derreia, leva a fazer má cara ou, pior ainda, a afixar o sorriso da hipocrisia."

Felicidade às gotas

"Afirmam os modestos e os medrosos que a felicidade é boa quando chega aos poucos ou em pequenas doses, provavelmente à maneira das gotas do soro fisiológico que lentamente penetram na veia do enfermo.

Outros há que a desejam repentina, um furacão, querem sentir-se arrebatados, como parece que acontece aos poetas românticos quando, depois de muita solidão e êxtase, subitamente enfrentam o objecto do seu amor.

A maioria, por certo também neste caso se comporta na forma habitual, deseja-se medianamente feliz, nada de altos e baixos, jackpots e misérias.

De facto, pouco adiantam as lucubrações, de nada valem os votos que fazemos, tão-pouco nos chega a felicidade em grande ou pequena medida. É um estado de alma.

Arrisco-me a dizer que ela só existe quando a chamamos, e ainda é preciso reconhecê-la, condão que a muitos falta."

José Rentes de Carvalho

Terça-feira, 1 de Setembro de 2020

Visite o Alentejo

Fotografias de Adriano Bastos

Segunda-feira, 31 de Agosto de 2020

Receitas de Culinária do Alentejo

Arroz doce tradicional

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Arroz doce tradicional com um toque alentejano!

O arroz doce é uma sobremesa antiga, do tempo das nossas avós, cada um tem

a suareceita de familia, esta é a nossa. Experimente!

Uma sobremesa muito apreciada pelos mais novos e pelos mais velhos. Receita

fácil eadequada para uma ceia de Natal, um almoço entre amigos e familiares.

Ingredientes

1 chávena grande arroz carolino

1+1/2 chávena grande água quente

3/4 chávena grande açúcar

2 limão casca translúcida

1 pau de canela

2+1/2 chávena grande leite meio.gordo morno

4 gemas (opocional)

1 colher sopa margarina vegetal

canela em pó

sal q.b.

Tempo Preparação 30min

Tempo Cozedura 25min

Instruções de preparação

Lavar e cozer o arroz em água quente, adicione uma pitada de sal. Deixe o arroz

absorver completamente toda a água, caso o arro ainda não esteja cozido, adicione

mais um pouco de água quente, e deixe cozer sempre em lume brando.

Acrescentar ao tacho o açúcar, as cascas de limão, o pau de canela, o leite e a manteiga

vegetal e mexer muito bem até que todos os ingredientes fiquem completamente

incorporados.

Continuar a mexer sempre durante mais 6 a 8 minutos, termine assim que começar

a engrossar.

Separe as gemas e misture-as um pouco. Retire 1 a 2 colheres de sopa do arroz do tacho

e junte ás gemas mexendo rapidamente.

Retire as casca do limão e o pau da canela. Junte em fio o preparado com as gemas de

ovo no tacho e mexa durante mais 2 a 3 minutos.

Notas

Deve servir morno ou frio em tacinhas pequenas ou numa travessa, polvilhado

com canela. Bom apetite!

In Alentejanando de António Sousa

Domingo, 30 de Agosto de 2020

Concerto de Domingo

Ricardo Ribeiro - Fadinho Alentejano

https://youtu.be/Ns5zdIfoeJI

Ricardo Ribeiro - Mondadeiras

https://youtu.be/evmFy9F1ikk

Sábado, 29 de Agosto de 2020

Na Mochila para férias...

CERROMAIOR

de

Manuel da Fonseca

Edições Editorial

Caminho,SA

2011

À sua Santiago, Manuel da Fonseca apenas retirou a proximidade do mar.

Assim, Cerromaior retrata-nos uma cidade cercada pelo campo e a realidade alentejana dos anos trinta e quarenta.

São focadas todas as classes sociais: a família de latifundiários que dominam toda a cidade (os primos de Adriano, a figura central do romance); o herói Adriano, filho da burguesia local mas com problemas financeiros; o proletariado rural, objecto da exploração económica; o Doninha, figura típica de Cerromaior dominada pela loucura; a Guarda Nacional Republicana, aliada dos poderosos.

A trama de Cerromaior gira em torno de Adriano, dividido entre as suas origens e a consciência que toma da verdade da sua terra, e que acaba por tomar a defesa dos mais desprotegidos.

Literariamente, este romance descreve um círculo, sendo a cena inicial em que encontramos Adriano na prisão local o termo da trama.

Este romance foi adaptado ao cinema por Luís Filipe Rocha em 1980.Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Cerromaior é o nome do primeiro romance de Manuel da Fonseca, publicado em 1943.

Cerromaior é o nome da (pequena) cidade onde decorre a acção do romance. Se bem que sendo uma cidade imaginária são notórias as semelhanças com a terra natal de Manuel da Fonseca, Santiago do Cacém. Aliás, o facto é referido pelo próprio logo no prefácio da obra «Cercado de cerros, que vão de roda em anfiteatro com o lugar do palco largamente aberto sobre a planície e o mar, o cerro de Santiago é de todos o mais alto. Daí o título: Cerromaior. Vila que me propus tratar...»

Sexta-feira, 28 de Agosto de 2020

Alentejo-Natureza

"As cinco zonas do mundo onde se vive mais tempo"

"O explorador da "National Geographic" Dan Buettner identificou cinco zonas do mundo onde

as pessoas chegam aos 100 anos. Conheça a receita da longevidade.

O ponto de partida do projeto foi a ilha de Sardenha, em Itália. Na localidade reuniram-se

médicos, antropólogos, demógrafos e especialistas em epidemiologia, que estudaram o modo

de vida dos habitantes. E assim foi aberto caminho para uma investigação mundial.

Ao longo de vários anos, a pesquisa foi expandida e foram identificados cinco locais com comportamentos específicos que têm influência direta na saúde.

Ao programa foi dado o nome de "Blue Zones" ("Zonas Azuis"). Nesta categoria estão integradas

as ilhas de Okinawa, no Japão; a cidade de Loma Linda, na Califórnia (EUA); a península de

Nicoya, na Costa Rica; a ilha Icária, na Grécia; a ilha de Sardenha, em Itália.

Nas cinco regiões, a taxa de incidência de cancro e de doenças cardíacas são mais baixas,

em comparação com o resto do mundo. Apesar de o código genético ser um elemento essencial,

os investigadores reuniram nove comportamentos que influenciam a longevidade e que são

comuns a todas as zonas.

1. Contacto com a natureza

Os habitantes das cinco zonas estão em constante contacto com o meio ambiente. Usam as

montanhas para fazer grandes caminhadas. Não vão a ginásios, nem fazem maratonas.

Exploram e desfrutam da natureza. Também têm por hábito plantar jardins e quintais, de onde

colhem os alimentos para as refeições.

2. Objetivo de vida

Em Okinawa chamam-lhe "ikigai" e em Nicoya falam em "plano de vida". Encontrar um propósito

para acordar todos os dias. Em Loma Linda há um grande incentivo ao voluntariado, por exemplo.

Os habitantes concentram-se em ajudar os outros e ganham uma ocupação. Isto ajuda a

combater depressões e outras perturbações.

3. Pausar

Fazer uma pausa no dia. Em Okynawa tiram alguns minutos para lembrar os antepassados,

em Loma Linda

rezam, em Icária aproveitam para fazer uma sesta depois do almoço e na Sardenha existe uma

"happy hour" para o convívio.

4. A regra dos 80%

Não comer em quantidades exageradas, manter um peso equilibrado. Em Loma Linda há uma

grande preocupação em manter um índice de massa corporal saudável. Por norma, param de

comer quando o estômago está cerca de 80% cheio. A refeição mais pesada é feita de manhã e

à noite come-se pouco.

5. Vegetais

Feijões, soja, lentilhas e favas são a base das dietas praticadas nestes cinco locais. Por exemplo,

em Icária existe a dieta mediterrânica, rica em massas, arroz, frutas, vegetais e grãos integrais.

Muitos habitantes destas zonas são vegetarianos.

6. Vinho

Beber álcool de forma moderada e regular. Durante a refeição ou no convívio com os amigos

costumam beber m ou dois copos de vinho.

7. Espiritualidade

Os habitantes das zonas estão integrados em comunidades religiosas. A devoção é um ponto

forte das "Zonas Azuis" e tem influência direta nos hábitos e comportamentos.

8. Família sempre por perto

Os mais velhos ficam sempre perto da família. As pessoas são acompanhadas e têm sempre

alguém perto para ajudar e cuidar. A tendência é comprometer-se com alguém através do

casamento e ter filhos. Investem muito tempo na nova geração com a esperança que esses

cuidados um dia lhes sejam retribuídos.

9. Redes de amigos

Estar inserido num círculo de pessoas da comunidade. A noção de companheirismo está muito

presente. Os habitantes de Okinawa criam "moais", grupos de cinco amigos que se comprometem

para a vida."

in Jornal de Notícias

Quinta-feira, 27 de Agosto de 2020

"Respigando...Borba"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Fotografia de Adriano Bastos

São Tiago de Rio de Moínhos

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"Pormenor da decoração a fresco do tecto da igreja com milagres de S. Tiafo, pelo

pintor Domingos Gonçalves, 1706. Cf. o meu estudo «O ciclo da vida e milagres

de São Tiago Maior pintado na igreja matriz de Rio de Moínhos: um raro programa de

iconografia jacobeia (1706)», Jacobvs – Revista de Estudios Jacobeos y Medievales,

nºs 25-26, 2009, direcção de István Szászdi Léon-Borja, vol. de homenagem a

Joaquim Veríssimo Serrão, Sahagún (Léon), pp. 337-365."

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"São Tiago Maior, alto-relevo em mármore, do fim do século XIII.

Igreja matriz de Rio de Moinhos (Borba)."

"UM IGNOTO ALTO-RELEVO DO GÓTICO RURAL."

"Na igreja de São Tiago de Rio de Moinhos (concelho de Borba) existe um muito desconhecido relevo marmóreo que representa SÃO TIAGO MAIOR e se impõe pela extraordinária ingenuidade e arcaísmo da figuração. Data ainda do fim do século XIII, o que lhe confere valia excepcional. O santo, que segura o bordão de romeiro, pode ser admirado na parede esquerda, à entrada do templo, junto à placa fundacional de D. Gonçalo, em caracteres góticos latinos, que atesta ter a construção da igreja ocorrido na era de 1328 (Era de César, que corresponde ao ano 1290 da era cristã). O relevo não vem referido pelo grande historiador de arte Túlio Espanca no 'Inventário Artístico de Portugal' (tomo IX, respeitante ao Distrito de Évora, 1978, p. 153), acaso por estar oculta à data; eu próprio não a vi em anteriores visitas ao templo para estudar os frescos quinto-joaninos. Espanca registou, sim, um fragmento de cruzeiro do século XIII,em «tosco estilo românico-gótico dionisino», que representa o CALVÁRIO e se encontra na parede direita junto ao arco triunfal. Esta peça, reproduzida no Inventário (1978), foi também lavrada com uma surpreendente ingenuidade que denuncia um mesmo escopro de alvenel não-erudito... Temos, em suma, um raríssimo relevo da época dionisina, coevo da fundação do templo em 1290, que nos mostra saborosa linguagem popular, arcaizante e displicente ao mesmo tempo, que mais uma vez avisa os nossos medievalistas que o seu campo de estudos não se pode confinar às obras dos «grandes centros» e que existem linguagens micro-periféricas que exigem atenção. A igreja de Rio de Moínhos (aldeia junto à Serra d'Ossa) é sobretudo conhecida pelos seus frescos com a iconografia e milagres de São Tiago Maior, da autoria do pintor calipolense Domingos Gonçalves (1706), mas verifica-se agora que tem outras surpresas a oferecer à contemplação dos visitantes. (Atenção, que o estado de conservação é pior do que julgava: a igreja reclama atenção urgente da DRCA !)."

Dr.Vitor Serrão

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"Cristo na cruz entre a Virgem e São João Evangelista (procedente do antigo cruzeiro

medieval). Mármore, fim do século XIII. Igreja de Santiago de Rio de Moínhos (Borba).

Já referenciado por Túlio Espanca no Inventário (1978)..."

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"Lápide fundacional da igreja de Rio de Moinhos

por um certo D. Gonçalo na era de 1328 (ano 1290 da era cristã)."

In FB/Vitor Serrão-Fotografias e texto

Quarta-feira, 26 de Agosto de 2020

Receitas de Culinária do Alentejo

Sopas de beldroegas

"Estas sim... sopas de beldroegas!!

Ingredientes

1 molho grande de beldroegas

1 cebola grande picada

2 folhas louro

1 cabeça de alhos

qb azeite

qb sal

qb pimenta

(opcional) 1 queijo de cabra curado ( ou fresco)

batatas (4 a 6 rodelas por pessoa)

qb água

8 ovos (2 por pessoa)

pão alentejano duro "de véspera", 4 fatias por pessoa

Passo a passo

Pique a cebola e leve a refogar numa caçarola juntamente com o azeite (quantidade suficiente que cubra a cebola), os dentes de alho esmagados com casca, o louro, o sal e a pimenta (opcional).

Acrescente as beldroegas arranjadas e lavadas (apenas as folhas) e refogue mais um pouco. Junte um pouco de água, as batatas cortadas às rodelas grossas e deixar cozer.

Foto do passo 1 da receita de Sopa de beldroegas

Quando as batatas estiverem cozidas, verifique se o caldo é suficiente para a sopa, se achar necessário junte mais um pouco de água, coloque então os ovos e deixe escalfar.

Depois dos ovos estarem escalfados, a sopa está pronta a servir.

Empratamento:

corte o pão em fatias finas e disponha 4 no fundo de cada prato. Retire da caçarola algumas batatas e beldroegas e coloque nos pratos, por cima do pão, depois faça o mesmo com os ovos, dois por prato e por fim 2 a 3 conchas de caldo.

Nota: o queijo de cabra, pode ser utilizado de duas formas, cortado em fatias finas e colocar por cima das fatias de pão, ou pode simplesmente ír comendo umas fatias, a acompanhar a sopa. Por fim.... então saboreie Alentejo….. "

In Alentejanando de António Sousa

Terça-feira, 25 de Agosto de 2020

O gosto pela leitura

Ao Encontro dos nossos Escritores

"O trem arquejava, rompendo o vasto vento da planura desolada. E a cada apito era um alvoroço. Medina?... Não! Algum sumido apeadeiro, onde o trem se atardava, esfalfado, resfolegando, enquanto dormentes figuras encarapuçadas, embrulhadas em mantas, rondavam sob o telheiro do barracão, que as lanternas baças tornavam mais soturno. Jacinto esmurrava o joelho: - Mas porque pára este infame comboio? Não há tráfico, não há gente! Oh esta Espanha!... – a sineta badalava, moribunda. De novo fendíamos a noite e a borrasca."

Eça de Queirós em A Cidade e as Serras

Photo in http://adpa-arouca.blogspot.com

"O tempo do livro é o do candeeiro de petróleo, o das meias de algodão feitas em casa à agulha, o das papas de linhaça e do óleo de fígado de bacalhau. O das ceroulas compridas com atilhos. É o tempo dos botins e das cuias, dos palitos para palitar os dentes depois da sobremesa. O tempo das perucas, das lamparinas e dos penicos."

Vergílio Ferreira em Para Sempre

Photo in http://www.wook.pt

Segunda-feira, 24 de Agosto de 2020

O Livro da Semana

A Implosão

nuno-judice.jpg

Nuno Júdice

"Já reparaste que ninguém ouve os pobres? Estão à porta do metropolitano, a estender o chapéu, a vender inutilidades, ou sentados no passeio, junto a grandes lojas, e só balbuciam qualquer coisa quando por eles passamos, coisas que não nos chegam aos ouvidos, palavras, frases que só eles sabem o querem dizer. E cada vez haverá mais pobres, até serem uma multidão, sentados nas praças, debaixo de tectos de paragens de autocarro, e as suas vozes continuarão inaudíveis. É o dinheiro que dá voz aos homens, por isso, se lhes tirarem o dinheiro, ficarão sem voz. É isto que pensam os que governam, é isto que estão a fazer, devagarinho, como quem não quer a coisa, como se nos estivessem a fazer um favor, e tivéssemos de lhes ficar agradecidos por nos cortarem a língua. E qualquer dia virão dizer, como o Ditador dizia, que a mendicidade é um cicio, e são muito capazes de cobrar imposto sobre as esmolas, basta criar um programa informático para a s calcular em função da área em que o mendigo actua."

Domingo, 23 de Agosto de 2020

Concerto de Domingo

Sérgio Godinho - O Novo Normal

https://youtu.be/z91KL6-Y3wQ

O NOVO NORMAL NO NOVO NORMAL HÁ CIDADES INTEIRAS POR ONDE RASGARAM INVISÍVEIS POEIRAS MALIGNAS BENIGNAS NINGUÉM SABE SE SABE NEM QUE ACASO OU QUE DESTINO NOS CABE O NOVO NORMAL É TERRENO MINADO DE ACASOS NO NOVO NORMAL CAEM CORPOS À SORTE EM VALAS COMUNS NUM SILÊNCIO DE MORTE CORTADO SOMENTE POR SOLUÇOS DISTANTES LONGE VÃO OS TEMPOS DE SER COMO DANTES NO NOVO NORMAL NUNCA NADA VAI SER NUNCA IGUAL DADAS AS CIRCUNSTÂNCIAS MANTENHA AS DISTÂNCIAS RESPEITE OS ESPAÇOS CONTROLE ESSAS ÂNSIAS DE BEIJOS E ABRAÇOS REFREIE AS AUDÁCIAS E AS INOBSERVÂNCIAS ESCOLHA BEM AS AUDÁCIAS REFREIE ESSAS ÂNSIAS DE BEIJOS E ABRAÇOS DADAS AS CIRCUNSTÂNCIAS RESPEITE OS ESPAÇOS NO NOVO NORMAL NUNCA SÃO CONTAS FEITAS ACORDASTE INFORMADO E IGNORANTE TE DEITAS E AMANHÃ PELA MANHÃ SERÁ QUE ALGO MUDOU (TUDO) NÃO PASSOU DE UM PESADELO FUGAZ UMA HISTÓRIA DO MEDO LARGADA AO OUVIDO EM SEGREDO NO NOVO NORMAL HÁ GRANDES FILAS DE FOME NOMES TÃO DESGASTADOS ATÉ DEIXAR DE TER NOME ATÉ QUE O MEDO NÃO TENHA RACIONAIS FUNDAMENTOS E SEJA SÓ UM BURACO NEGRO NO CÉU UM HORIZONTE DE EVENTOS MEMORIAL DO QUE SE VIVEU DADAS AS CIRCUNSTÂNCIAS MANTENHA AS DISTÂNCIAS RESPEITE OS ESPAÇOS CONTROLE ESSAS ÂNSIAS DE BEIJOS E ABRAÇOS REFREIE AS AUDÁCIAS E AS INOBSERVÂNCIAS ESCOLHA BEM AS AUDÁCIAS REFREIE ESSAS ÂNSIAS DE BEIJOS E ABRAÇOS DADAS AS CIRCUNSTÂNCIAS RESPEITE OS ESPAÇOS

Sábado, 22 de Agosto de 2020

19 de Agosto: Dia Mundial da Fotografia

"A melhor coisa sobre uma fotografia, é que ela não muda mesmo

quando as pessoas mudam."

Andy Warhol

O beijo do Hotel de Ville, de Robert Doisneau

"Um dos beijos mais famosos da história aconteceu em Paris e foi captado pelo fotógrafo francês Robert Doisneau. Trata-se contudo de uma fotografia encenada com dois estudantes de teatro, Françoise Bornet e Jacques Carteaud. A fotografia é de de Março de 1950: Robert Doisneau saiu para a rua com os dois jovens actores e deixou-os fazer o que quisessem, observando-os de perto. Os jovens caminharam, conversaram, deram as mãos e acabaram por beijar-se. O beijo ocorreu na rua de Rivoli, em frente ao Hotel de Ville (Câmara Municipal de Paris), com Doisneau sentado num café. A fotografia foi publicada pela revista Life — para um artigo sobre o amor em Paris."in Estóriasdahistória

Sexta, 21 de Agosto de 2020

Foi criada em 21 de Agosto de 2012, a Associação dos

Amigos de Borba

Associação de Borbenses Defensores do

Património Ambiental e Cultural

Photo in url

A 14 de Novembro de 2012 dá-se o primeiro passo na criação

do Blogue Amigos de Borba o qual no decorrer deste

tempo registou já 99.649 visitas.

Aos 13 de Maio de 2013 procedeu-se ao REGISTO do GRUPO DOS AMIGOS DE

BORBA - GRUPO DE BORBENSES DEFENSORES DO PATRIMÓNIO AMBIENTAL

E CULTURAL, no sentido de contribuir para aproximação de residentes e não

residentes de Borba com forte ligação ao Alentejo e a Borba, através de

diversas iniciativas e no essencial incrementar relações com todos os

Borbenses e Amigos de Borba para uma maior ligação às suas terras de

origem e às suas raízes.

Photo in url

Alentejo-Cante Alentejano

Cante Alentejano

Homenagem aos Mestres Cantores do Alentejo,

têmpera sobre madeira, (1,30 x 40 cm), 1965.

Autor: José Manuel Espiga Pinto - CAM, Fundação Calouste Gulbenkian

Quinta-feira, 20 de Agosto de 2020

Borba vista por Zé Russo-anos 50/80

pode ler

Herói Alentejano desconhecido

Começo do século vinte

"Este verdadeiro, humilde e digno herói, chamava-se Joaquim Maria Cachapela, nasceu na localidade de Alcaraviça, Freguesia de Orada no Concelho de Borba…ficou sempre no anonimato da nossa história, não sendo lembrado por ninguém, talvez pela sua humildade e simplicidade, a verdade é que lhe aconteceu tal e qual como ao diamante, sem luz não brilha. Nós esquecemo-nos dos nossos heróis, muitas das vezes é preciso o inimigo reconhecer o seu valor, como foi o caso do nosso Soldado Milhões, na primeira grande guerra entre 1914 -1918. Primeiro enaltecido pelos militares Alemães e um médico Escocês…só depois é que Aníbal Augusto Milhais «Milhais-Milhões» foi reconhecido e condecorado com a mais alta Honraria Nacional... Ordem Militar da Torre Espada, mas não foi o único soldado como fala a história… e Joaquim Maria Cachapela? Que teve uma igual! Ninguém fala?"

pode ler o resto da Crónica em:

faça duplo-click

https://sites.google.com/site/amigosterrasborba/1-borba/borba-em-escrita/

borba-vista-por-ze-russo

Quarta-feira, 19 de Agosto de 2020

Alentejo

Património Cultural

"Quem entenda a minha música nunca mais será infeliz."

Ludwig Van Beethoven

Alentejo-Estremoz

João de Sousa Carvalho (1745-1798): Stellae in caelis obscurantur

https://youtu.be/DmGmIolzaKI

Sousa Carvalho Perseo (1779) - Ouverture

https://youtu.be/JyMMeVmvRdE

João de Sousa Carvalho - Toccata in G minor

https://youtu.be/HhNSGbC2EbQ

"João de Sousa Carvalho (Estremoz, 22 de fevereiro de 1745 - Alentejo, c.1798) foi um compositor e músico português

João de Sousa Carvalho, filho de Paulo de Carvalho e de Ana Maria Angélica, entrou com 8 anos, a 23 de Outubro de 1743, para o Colégio dos Santos Reis Magos em Vila Viçosa. Mandado a Nápoles pela Coroa, ingressou com Jerónimo Francisco de Lima (1741-1822) no Conservatório di Sant'Onofrio a Capuana, em Nápoles, a 15 de Janeiro de 1761. A sua primeira ópera, La Nitteti, sobre libreto de Pietro Metastasio, representou-se em Roma no Teatro Delle Dame no Carnaval de 1766. Também a oratória Isacco figura del Redentore, que data da mesma época, deve ter sido cantada em Itália. Regressou a Portugal presumivelmente em 1767, dado que assinou o Livro das Entradas da Irmandade de Santa Cecília a 22 de Novembro do mesmo ano. Foi nomeado professor de contraponto pelo menos em 1769 e, mais tarde, talvez em 1773, Primeiro Mestre de Capela do Seminário da Patriarcal. Em 1778, João de Sousa Carvalho sucedeu a David Perez (1711-1778) como professor dos Infantes e compositor da Real Câmara, com vencimento mensal de 40$000 réis e direito a usar carruagem, passando a controlar todo o aparelho de produção músicoteatral da Corte. Desde esse ano até 1789, com exceção de 1786 e 1788, cantaram-se novas obras suas (com inúmeras repetições) no Palácio da Ajuda, Palácio de Queluz e Palácio da Ribeira, sendo 10 serenatas - género afim de ópera, mas sem componente cénica - e duas óperas (Testoride argonauta, dramma in 2 atti, 1780, e Nettuno ed Egle, favola pastorale, 1785). Morreu no Alentejo em 1798."

in Wikipédia

Terça-feira, 18 de Agosto de 2020

"Respigando...Alentejo"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Elvas

CORETO NO PARQUE DA PIEDADE - Elvas

"Coreto é uma estrutura edificada ao ar livre, em praças e jardins, para abrigar bandas musicais em concertos, festas e romarias. Em Portugal, é encontrado praticamente em todas as povoações no seu centro ou junto a igrejas ou capelas. Também é usado para apresentações políticas e culturais."

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"O Coreto do Parque da Piedade foi inaugurado em 1957 pela Confraria do Senhor Jesus. Piedade, desconhecendo-se tanto a sua data de construção como o seu primeiro proprietário. Actualmente é propriedade da Câmara Municipal.

Apresenta uma planta única no distrito decágono e está a 1,60 do solo, assentando em pavimento de argamassa de cimento e mosaicos.

De construção em alvenaria, cimalha e cunhais em mármore e colunas de ferro fundido, apresenta a cobertura em chapa ondulada com ferro e um rendilhado que se destaca em todo este conjunto.

Não tem acesso próprio e, quanto à iluminação, está funcional e mantém-se todo ele em bom estado de conservação. Os bancos que o circulam, as árvores que o rodeiam e a aproximação de um lago são um convite ao lazer.

Actualmente é utilizado nas festas de São Mateus, em Setembro."in Rui Breda/FB

Rui Breda

Segunda-feira, 17 de Agosto de 2020

Celeiro da Poesia

“Há esperanças que é loucura ter. Pois eu digo-te que se não fossem essas

já eu teria desistido da vida.“

José Saramago

Saberás que não te amo e que te amo

posto que de dois modos é a vida,

a palavra é uma asa do silêncio,

o fogo tem uma metade de frio.

Eu te amo para começar a amar-te,

para recomeçar o infinito

e para não deixar de amar-te nunca:

por isso não te amo ainda.

Te amo e não te amo como se tivesse

em minhas mãos as chaves da fortuna

e um incerto destino desafortunado.

Meu amor tem duas vidas para amar-te.

Por isso te amo quando não te amo

e por isso te amo quando te amo.

Pablo Neruda

Domingo, 16 de Agosto de 2020

Concerto de Domingo

George Gershwin - Rhapsody in Blue

https://youtu.be/eFHdRkeEnpM

Sábado, 15 de Agosto de 2020

Visite Borba

Fotografias de Adriano Bastos

Sexta-feira, 14 de Agosto de 2020

"Respigando...Alentejo"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Fotografia de Filipe Jose Galhanas

CORETO DE CASTELO DE VIDE

"Coreto é uma estrutura edificada ao ar livre, em praças e jardins, para abrigar

bandas musicais em concertos, festas e romarias. Em Portugal, é encontrado

praticamente em todas as povoações no seu centro ou junto a igrejas ou capelas.

Também é usado para apresentações políticas e culturais."

"O Coreto foi construído no ano de 1905 e está localizado no Parque João José da Luz

e possui dupla escadaria com gradeamento que se prolonga pelo perímetro do

recinto elevada. A cobertura do Coreto, é em planta octogonal suspensa por oito

colunas metálicas, em que as pontas convergem para o centro mais elevado.

No interior, o Coreto tem suspenso na parte central um candeeiro para iluminação

pública.Os materiais utilizados na construção do Coreto foram o granito, ferro e

chapa metálica em verde escuro e com alvenaria pintada a branco. De registar

que, com regularidade, o Coreto de Castelo de Vide, é palco de Concertos de

Bandas Filarmónicas e Grupos de Música Ligeira e Etnográficos."

Artigo de Rui Breda

Quinta-feira, 13 de Agosto de 2020

Borba-Outros Horizontes- Emigrantes e

Imigrantes de Borba

"O mesmo tempo, o tempo de sempre

De um ponto de vista social, a emigração portuguesa constitui a manifestação de uma forma de escravatura que subsiste ainda hoje. De um ponto de vista ético, a emigração portuguesa significa a negação constante do direito mais elementar da pessoa: o direito à vida no próprio país. De um ponto de vista político, a emigração portuguesa supõe a renúncia à revolta".

in Portugal, a flor e a foice - Novembro de 1975 - inédito em Português.

De José Rentes de carvalho extraído do seu Blogue Tempo Contado 28 de Janeiro de 2013

1967 - Luis Cilia - tema do filme "O salto" em assobio

https://youtu.be/7L4d5hMuhaI

"Eis o que tenho a pedir-vos nos meus oitenta anos: plantem nesse lugar um plátano, onde o vento enroladinho no sono possa dormir sem sobressaltos; ou uma oliveira, ou um chorão, e à sua roda ponham uma sebe da flor doce e musical de espinheiro branco. Embora tenha pouca fé seja no que for, a terra ficará mais habitável. Um poema ou uma árvore podem ainda salvar o mundo." .

Eugénio de Andrade

Fotografia de Adriano Bastos

Terça-feira, 11 de Agosto de 2020

Celeiro da Cultura

"A poesia não é de quem a escreve , mas sim de quem a usa."

Antonio Skármeta

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Antonio Skármeta

"O carteiro de Pablo Neruda"

«Queria mandar-te mais alguma coisa além das palavras. Por isso meti a minha voz nesta gaiola que canta. Uma gaiola que é um pássaro. Ofereço-ta. Mas também quero pedir-te uma coisa, Mario, que só tu podes fazer. Os outros meus amigos todos ou não saberiam o que fazer, ou pensariam que sou um velho gagá e ridículo. Quero que vás com este gravador passear pela Ilha Negra, e me graves todos os sons e ruídos que fores encontrando. Preciso desesperadamente nem que seja do fantasma da minha casa. A minha saúde não anda bem. Falta-me o mar. Faltam-me os pássaros. Manda-me os sons da minha casa. Vai ao jardim e deixa tocar os sinos. Primeiro grava esse repicar fininho dos sininhos pequenos quando os agita o vento, e a seguir puxa a corda do sino maior, cinco, seis vezes, Sinos, meus sinos! Não há nada que soe tanto como a palavra sino, se a ouvimos de um campanário junto ao mar. E vai até às rochas e grava-me a rebentação das ondas. E se ouvires gaivotas, grava-as. Paris é bonita, mas é um fato que me fica demasiado largo. Além disso aqui é Inverno, e o vento revolve a neve como um moinho de farinha. A neve sobe e sobe, trepa-me pela acima. Faz de mim um triste rei com a sua túnica branca. Já chega à minha boca, já me tapa os lábios, já não me saem as palavras».

«E para que conheças alguma coisa da música de França, mando-te uma gravação do ano de 1938 que encontrei esquecida numa loja de discos usados do Bairro latino. Quantas vezes a cantei quando jovem? Sempre quis tê-la e nunca consegui. Chama-se J’attendrai, canta-a Rita Ketty, e a letra diz: «Esperarei dia e noite, esperarei sempre que regresses.»

Rina Ketty J'attendrai 1938

https://youtu.be/q5xSG46gslI

Segunda-feira, 10 de agosto de 2020

O Livro da Semana

Aldeia Nova

de

Manuel da Fonseca

"Rui enchia o peito de ar, lavava-se no sol. Mas já ia correndo rua abaixo. Uma grande vontade de correr. Onde estaria o Tóino e os outros? Ah! diria a avó que não queria voltar mais àquela casa! E diria também ao Estroina. Talvez lhe dessem razão… Deixassem-no andar, assim à sua vontade. Deixassem-no correr. Correr era bom. O bibe abria-se para os lados como asas. Deitava a cabeça para trás; o chão fugia-lhe debaixo dos pés. Nem via as casas, só o céu por cima dele. Entontecia, sentia-se livre como um pássaro. Se a mãe estivesse, não sereia nada daquilo a sua vida, não. A mãe deixava-o ser livre como um pássaro. Diria tudo isso ao avô: «Avô, desde que a mãezinha partiu, sinto-me preso como um pássaro numa gaiola!» Mas o avô não compreenderia as suas palavras. Nem a avó, nem o Estróina, ninguém!... O melhor era ir correndo, correndo sempre, correndo até tombar de cansado."

Domingo, 9 de Agosto de 2020

Concerto de Domingo à tarde

Hugh Laurie - Saint James Infirmary (Let Them Talk,

A Celebration of New Orleans Blues)

https://youtu.be/AzEBH6DZJVk

Sábado, 8 de Agosto de 2020

Borba e os seus escritores

ASPECTOS E CANÇÕES DA APANHA DA AZEITONA EM BORBA

de Fernando Castelo Branco

Publicações Lisboa 1958

Separata da Revista (Ocidente) - Vol.55LV - Liosboa 1958

Museu de Etnografia e História

JUNTA DISTRITAL DO PORTO

D. Fernando Luis de Sousa Coutinho Castelo-Branco e Menezes, 3º Marquês de Borba

Nascido: 10 de Jul de 1835

Falecido: 9 de Fev de 1928 (com a idade de 92)

D. Fernando Castelo Branco (Pombeiro)

Segundo todas as fontes, eram donatários de Belas nessa altura, os condes de Pombeiro, mais tarde marqueses de Borba. Foi da, sugestão de Fernando Castelo Branco (Pombeiro) e Eduardo Quintela de Mendonça (Farrobo) que o Sporting em 1906 adoptou do seu escudo para o emblema do clube o leão rompante de prata armado em preto sobre campo verde.

Quinta-feira, 6 de Agosto de 2020

Celeiro da Cultura

Photo in Rentes_de_Carvalho.jpg

Ao fim do dia

"Chega sempre o momento em que nos perguntamos qual é o propósito de certas amizades, de certas conversas, o que é que nos leva a tomar este ou aquele ponto de vista, a fingir que participamos, quando no fundo é escasso o que importa e o que pessoalmente para nós conta.

É certo que a vida em sociedade exige o ritual, pede o teatro, ninguém pode andar com a alma à mostra, ou abri-la com a mesma inocência com que às vezes se exibe o corpo. Mas quanta saliva gasta, quanto tempo perdido, tanta energia desbaratada sem que se adivinhe o que rende ou que moinhos a aproveitam

Não é que ao fim do dia me ponha a contabilizar a utilidade do trato social, apenas me toma um sentimento que balança entre a irritação e o desalento, de ver que também eu faço o que não quero, afirmo o que estou longe de pensar, gasto-me em salamaleques que só a contragosto, ou por necessidade do enredo, atribuiria a um personagem de romance.

Esse teatro derreia, leva a fazer má cara ou, pior ainda, a afixar o sorriso da hipocrisia."

Encontro

com

José Rentes

de

Carvalho

Terça-feira, 4 de Agosto de 2020

Borba-Património Cultural

Forno de Cal

"Considero como perdido todo o dia em que não conheço uma nova pessoa."

Johnson, Samuel

Sr.António Festas

Sr.António Festas

"Também ainda fiz algumas ceifas, porque o negócio da cal era fraco e tínhamos que deitar

mãos a outros trabalhos quando apareciam, mas a maior parte do tempo era no forno,

onde sempre trabalhei por minha conta."

"Comecei a trabalhar ainda com o meu Avô, depois com o meu Pai, e depois continuei até hoje e quase sempre aqui neste forno do Bairro Branco onde ainda estou. Quando era miúdo quando saía aqui da escola, vinha logo ajudar a trabalhar no forno com o meu Pai e os meus irmãos. Depois quando era mais velho fui aprender a tosquiar ovelhas, porque nem sempre se podia cozer cal devido ao inverno, e assim sempre se ganhava mais alguns tostões na época das tosquias das ovelhas."

"A pedra para a cal Branca utilizada nas caianças e para os estuques íamos busca-la ás pedreiras do mármore, podia ser branca ou azul, mas tinha que ser escolhida porque nem toda a pedra era boa para cal. Da Serra D' Ossa também se ia buscar muita lenha para os fornos, haviam por aqui alguns faniqueiros que transportavam a lenha com as suas carroças e demoravam quase um dia a chegar ao forno, era longe e os caminhos muitos difíceis."

"Eu acho que já não há ninguém que se queira dedicar a esta profissão, os mais antigos já cá não estão e os mais novos querem outras profissões."

"A cal também já não se gasta como antigamente, a cal que vai sendo mais procurada é cal Branca

para caiar e também para os estuques .Os estucadores dizem que esta cal aqui da nossa zona

é a melhor para o estuque, dizem que tem mais goma. Antigamente também se gastava muita

cal branca na caiação, no tratamento das vinhas juntamente com o sulfato. Para caiar utilizam

mais as tintas, mas a cal é melhor que as tintas e até é mais saudável nas paredes das nossas

casas."

Segunda-feira, 3 de Agosto de 2020

"Respigando...Alentejo"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Fotografia de Adriano Bastos

Bento de Jesus Caraça

(Vila Viçosa, 18 de Abril de 1901 — Lisboa, 25 de Junho de 1948)

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“Se não receio o erro, é só porque estou sempre pronto a corrigi-lo.”

Bento de Jesus Caraça nasceu em Vila Viçosa, foi matemático, professor universitário e resistente anti-fascista.

“Há, em suma, que dar ao homem uma visão optimista de si próprio; o homem desiludido e pessimista é um ser inerte sujeito a todas as renúncias, a todas as derrotas - e derrotas só existem aquelas que se aceitam.”

“Em 1941 cria a "Biblioteca Cosmos", para edição de livros de divulgação científica e cultural, a qual publicou 114 livros, com uma tiragem global de 793 500 exemplares. Colaborou também nas revistas Técnica, Gazeta de Matemática, Seara Nova, Vértice e Revista de Economia.” (in Wikipedia)."

Morreu de ataque cardíaco, com apenas 47 anos, menos de dois anos depois de ter sido demitido do cargo de professor catedrático, por motivos políticos."

"Bento de Jesus Caraça era uma pessoa admirável. Um homem de um grande saber e de uma grande modéstia. E, por outro lado, com um grande sentido humanístico. Ele era de uma humanismo que ressaltava na sua personalidade. E uma pessoa de diálogo.

Ele foi um dos combatentes mais activos pela paz, pela liberdade, pela democracia, pelo socialismo, pela abolição da exploração do homem pelo homem. Um combatente denodado, decidido." Testemunho de Dias Lourenço ão

Domingo, 2 de Agosto de 2020

Concerto de Domingo à tarde

Fernando Lopes-Graça: Suite Rústica nº 1,

sobre melodias tradicionais portuguesas, Op. 64

https://youtu.be/ScHfI9isEMg

Sábado, 1 de Agosto de 2020

O livro da semana

O inverno em Lisboa

"Saudámo-nos sem entusiasmo: fora sempre assim. A nossa amizade tinha sido descontínua e nocturna, fundada mais na semelhança de preferências alcoólicas – a cerveja, o vinho branco, a genebra inglesa, o bourbon – do que em qualquer espécie de impudor confessional, no que nunca ou quase nunca incorremos. Bebedores inveterados, ambos desconfiávamos dos exageros do entusiasmo e da amizade que a bebida e a noite trazem consigo: só uma vez, quase de madrugada, sob a influência de quatro imprudentes dry martinis, Biraldo me falara do seu amor por uma rapariga que eu conhecia muito superficialmente – Lucrécia – e de uma viagem que fizera com ela e de que acabava de regressar. Ambos bebemos demasiado naquela noite. No dia seguinte, quando me levantei, verifiquei que não tinha ressaca, mas que estava ainda grosso, e que esquecera tudo o que o Biraldo me contara. Lembrava-me unicamente da cidade onde devia ter terminado aquela viagem tão rapidamente iniciada e concluída: Lisboa."

Quarta-feira, 29 de Julho de 2020

Ao encontro com os nossos Escritores

José Rentes de Carvalho

Por que será?

Photo in http://www.terrepromise.fr/

"Se abrisse a boca e desse opinião ia causar tristeza, aborrecer gente, ia ter de ouvir

os especialistas que tudo sabem e explicam. Por isso me fico pela pergunta:

- Qual será a razão do desinteresse da literatura pelos problemas da sociedade

portuguesa? De até agora não termos tido alguém como Zola, ou mesmo só metade dele?

Portugal merecia."

Sexta-feira, 24 de Julho de 2020

O livro da semana

"Paços Confusos"

de

José Rodrigues Miguéis

"- Zé Gomes: os sonhos de juventude realizam-se sempre. Se não

aos trinta, aos quarenta anos… Ou aos cinquenta… Ou aos sessenta…

Mas realizam-se sempre…

A questão está em querê-lo bem do fundo dos ossos!"

José Rodrigues Miguéis em conversa com José Gomes Ferreira

"Paços Confusos

José Rodrigues Miguéis

Capa: José Luís Tinoco

Editorial Estampa, Lisboa, Setembro de 1982

Saiu dali aliviado e contente com uma descoberta que lhe vinha alargar o âmbito

da pesquisa, senão confundi-la mais. Pouco a pouco iria aprendendo que não se

pode falar da loucura, da angústia, da embriaguez, da doença ou da morte,

durante as crises que elas determinam; e que a criação, como acto de vontade, é

sempre uma rememoração ou transposição.

«E no entanto» - diria ele muitos anos depois, ao discutir com ela estes

problemas - «se a idade e as circunstâncias mo permitissem, creio que

recomeçaria a vida com os mesmos erros, lutas, ilusões e tormentos.

São eles, afinal, que a tornam fecunda e nos

reconciliam com a nossa fraqueza!»

(Citação do conto O «Breakdown»)"

Quinta-feira, 23 de Julho de 2020

Visite o Alentejo

Serpa

"Você pode ser tão fiel a um lugar ou a uma coisa como a uma pessoa.

Um lugar pode realmente fazer seu coração dar um salto."

Andy Warhol

Se fores um dia a Serpa

https://youtu.be/i2XZi2dw8Ec

Terça-feira, 21 de Julho de 2020

Alentejo, os nossos escritores

Estremoz

Hernâni Matos. Fotografia de Armando Alves

Novo livro de Hernâni Matos

FRANCO-ATIRADOR, TEXTOS DE CIDADANIA DUM ALENTEJANO DE ESTREMOZ

Capa de Armando Alves

"FRANCO-ATIRADOR, TEXTOS DE CIDADANIA DE UM ALENTEJANO DE ESTREMOZ é o título do livro da autoria do escritor estremocense Hernâni Matos, a ser lançado pela Colibri, no próximo dia 2 de Setembro (sábado), pelas 16 horas, na Igreja dos Congregados, em Estremoz, no decurso das Festas à Exaltação da Santa Cruz.

O livro com 476 páginas, tem prefácio de Francisca de Matos, posfácio de Júlio Rebelo, capa de Armando Alves e é ilustrado com 132 imagens, maioritariamente de Estremoz do passado.

O autor, enquanto escritor, jornalista e blogger, utiliza a escrita como instrumento ao serviço do exercício do direito de cidadania. Os seus textos constituem reflexões sobre problemas individuais e sociais, visando potenciar uma tomada de consciência por parte daqueles com quem interactua, numa perspectiva de gerar dinâmicas de intervenção e transformação social que tenham como referência os direitos humanos. Tal prática levou-o a adoptar no jornalismo o epíteto de Franco-atirador, que esteve na origem do título da presente obra. Esta constitui uma compilação seleccionada de textos do período 1998-2017. São escritos que foram publicados na imprensa local e no blogue “Do Tempo da Outra Senhora”, bem como em catálogos de exposições, assim como textos utilizados na apresentação de livros e como comunicações em sessões de índole diversa, para as quais foi convidado. Cada texto está perfeitamente identificado não só em termos de temporalidade, como no que respeita a local de publicação ou divulgação. Por uma questão de metodologia foram sistematizados e ordenados em seis grandes capítulos que o autor designou sucessivamente por: Da Identidade, Das Palavras, Da Sociedade, Do Património, Da Cultura, Da Memória.

No lançamento do livro, a apresentação deste e do autor estarão a cargo de Fernando Mão de Ferro, Armando Alves, Francisca de Matos e Júlio Rebelo."

in Blogue Do Tempo da Outra Senhora

Photo in http://retratosdeportugal.blogspot.com

Photo in http://quadrogiz.blogspot.com

Quarta-feira, 8 de Julho de 2020

"Alentejo Terra de Artistas"

A pintura é neta da natureza...

Rembrandt

José António da Silva Palolo

Évora

Pintor e operador artístico português, João António da Silva Palolo nasceu em 1946, em Évora, e

faleceu a 29 de janeiro de 2000. Autodidata, estreou-se em 1964 numa exposição individual.

No final da década de 1960, revelou-se um mestre da estética pop que, posteriormente, evoluiu

para a simplificação geométrica das formas. Na década de 1980, passou a trabalhar a figura

humana e as relações do Homem com o universo. Está representado no Museu Nacional de

Soares dos Reis e no Museu da Fundação Calouste Gulbenkian.in infopedia.pt

Hórrido o silêncio do teu corpo-1966

Estilo-Pop Art

Género-Figurativo

Sem título-1968

Estilo-Pop Art

Género- Figurativo

Sem título

Sem Título-1973

Estilo- Color Field Painting

Género-Abstract

Home- 1986

Estilo-Neo-Expressionism

Sem Título

1972

Estilo-Color Field Painting

Género-Abstracto

1971-Estilo Pop Art -Género Figurativo

Terça-feira, 7 de Julho de 2020

Borba- Mezinhas da Avó

"A alegria evita mil males e prolonga a vida."

William Shakespeare

Benefícios no consumo de Atum

A primeira vantagem do atum é o seu valor. Ele é um alimento mais acessível a população, tanto em relação ao preço quanto a disponibilidade no mercado. O que o torna de fácil consumo diário.

Além desta vantagem, existem todos os benefícios nutricionais. Tais como:

Coração

Estudos encontraram uma associação inversa entre a ingestão de atum e mortalidade coronária em mulheres,

Outro estudo demonstrou a redução do risco de morte súbita em homens que consumiam atum diariamente, quando comparados a os que não possuíam este hábito.

E qual seria a razão deste resultado?

Ômega 3:

Por ser rico em na gordura “boa”, principalmente o ômega 3, o Atum:

- Diminui os riscos de doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral (derrame),

- Reduz a pressão arterial,

- Possui ação antiinflamatória,

- Diminui as taxas de triglicérides e colesterol total no sangue.

Cérebro:

O ômega 3 também melhora as funções cerebrais de pessoas na idade adulta e reduz o risco de doenças mentais e doenças degenerativas na terceira idade.

Proteínas:

Além dos benéficos citados acima, o atum também é rico em proteínas. Uma lata de 140 gramas de atum pode fornecer um terço da dose diária recomendada porção de proteína e 40% da dose diária recomendada de vitamina B12.

Osteoporose

Finalmente o atum é rico em vitaminas antioxidantes, como a Vitamina A, E e principalmente a D. Sendo uma boa alternativa para pessoas com desmineralização óssea. Melhorando a captação de cálcio pelos ossos.

Imunidade:

em vitamina D

Forma de consumo:

Para ter todos esses benefícios o indicado é o consumo de no mínimo 3 vezes por semana. Fique atento, o atum ralado geralmente é obtido a partir das partes desprezadas dos peixes, portanto prefira o atum fresco. Se não puder comprar, opte pelo atum em pedaços.

Fonte:

http://www.dicasagora.com/atum-e-seus-beneficios-a-saude/

https://sites.google.com/site/amigosterrasborba/1-borba/13-mezinhas-da-avo

Segunda-feira, 6 de Julho de 2020

Livro da Semana

Augusto Abelaira

"- Na educação que me deu houve um erro gravíssimo. O pai devia ter perguntado, antes de começar a educar-me: «Como será o mundo quando a Maria Brenda for crescida?» Eis o problema. Se tivesse a certeza, se fosse verossímil prever que nessa altura o mundo seria diferente e melhor, mais humano, mais inteligente… Então compreendia-se que me desse a educação que me deu. — Recolhe o copo, vai pô-lo em cima da mesa. — Imagino que tenho um filho. E sinto isto: o mundo de amanhã não está nas minhas mãos. Quer dizer: posso educar bem o meu filho, o melhor possível… Mas que importância tem isso para a felicidade dele, ou melhor: tem muita importância, mas uma importância às avessas… De que serve a uma leoa ensinar ao filho a alegria de correr na selva se ele tiver de passar a vida fechado num jardim zoológico? O pai enganou-se… Educou-me para outro mundo, um mundo onde o João Franco não era possível, um mundo livre da miséria. Devia ter-me ensinado a ser violenta, a desprezar os outros, a acreditar estùpidamente num credo qualquer. Ensinou-me a ser infeliz.

- Ainda segura o copo, embora já o tenha poisado na mesa. - Se eu tiver uma filha hei-de educá-la para este mundo. - Apoia o cotovelo na secretária, fica assim levemente inclinada. - Educá-la-ei para ser feliz neste mundo onde a tirania e a miséria reinam e hão-de reinar. De contrário, arriscar-me-ia a enviar a minha filha para as prisões ou a sofrer porque não tem essa coragem. Educá-la-ia a morrer, afinal. - Muito baixo, o pai não pode ouvir. - Ensiná-la-ei a ser uma flor de papel."

Sexta-feira, 3 de Julho de 2020

Alentejo

“…Desde os finais dos anos 40 o Alentejo entrara em mim de modo definitivo…”

Júlio Resende

"Júlio Resende diplomou-se em Pintura em 1945 pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto ,

onde foi discípulo de Dórdio Gomes.

Fez a sua primeira aparição pública em 1944 na I Exposição dos Independentes. Em 1948 partiu para Paris , recebendo formação de Duco de la Haix e de Otto Friez.

O trabalho produzido em França é exposto em Portugal em 1949, definindo a sua vocação de expressionista. Assimilou algum cubismo, vai construir na sua fase alentejana, e mais tarde no

Porto. A sua pintura caracterizada pela plasticidade e dinâmica, de malhas triangulares ou quadrangulares, aproximando-se de forma progressiva da não figuração.

Pintor de transição entre o figurativo e o abstracto, Resende distingue-se também como professor, trazendo à escola do Porto um novo espírito aos alunos que a frequentaram na década de 1960.

A obra pictórica de Júlio Resende revela que ele compreendeu a pintura europeia, porque a

observou, experimentou e soube transmitir aos pintores e aos alunos que ele formou na Escola

Superior de Belas-Artes do Porto.

referiu-se a ele como “grande Mestre da Arte Portuguesa do último século” .

Morreu no dia 21 de Setembro de 2011 aos 93 anos" in CNAP.PT

Quinta-feira, 2 de Julho de 2020

Ao Encontro com a Escrita

"Foi a terra alentejana que fez o homem alentejano, e eu quero-lhe por isso.

Porque o não degradou, proibindo-o de falar com alguém de chapéu na mão."

Miguel Torga

Madeira Perfumada

"Acordei indisposta, com dores de cabeça. Vomitei no lavatório da casa de banho. Bati duas vezes com a cabeça na parede ao pensar nos textos que ontem aqui escrevi, também nas várias mensagens que enviei ao João Pedro. O álcool torna-me má, invejosa e miserável. Também me faz mal à pele. Vesti-me, lavei o rosto com água fria, beijei os meus filhos (dormiam ainda) e fui trabalhar. A meio da manhã, incapaz de me concentrar, fui à igreja de Nossa Senhora de Fátima. Sentei-me dentro de um dos confessionários, encostei a cabeça à madeira perfumada e adormeci. "

Photo in Quetzal - Sapo

Ana Cássia Rebelo

O Natal do Clandestino

"Há cidades que parecem viver na intimidade dos dramas do mar; onde este está sempre presente, em convívio com os homens. E nada fala tanto ao coração errante e solitário, como este apelo eterno do mar junto dos cais.

Foi a um destes molhes meio esbarrondados que o navio atracou pela manhã de 24 de Dezembro, vindo do sol, do mar aberto e azul da África e dos trópicos: era um velho cargueiro esgalgado, de alta chaminé enfarruscada, com grandes remendos no casco a desfazer-se em ferrugem, e a linha de flutuação alguns palmos acima das ondas: uma dessas ruínas obscuras que singram vagarosamente os mares do mundo, coxeando, em busca de freguês, com roupas mal lavadas a enxugar pelos cordames e alguns marujos esquálidos acotovelados nas amuradas a olhar a terra estranha.

Um destes navios que podiam ter inspirado um conto triste a Joseph Conrad ou Pierre Mac Orlan.

Trazia uma carga pobre e variada: óleo de palma, cocos, bananas em mau estado, amendoim, uns fardos de algodão, e um macaco mais ou menos domesticado, que adoecera em viagem e gemia numa cama de trapos, queixoso do inverno.

Vinha a bordo, também, um passageiro clandestino de que não rezavam os livros de navegação, um só, que não pagara a passagem, entregue aos cuidados cúmplices de um ou dois marinheiros: escondido nas entranhas gemebundas do calhambeque, num cubículo sem ara e sem luz junto às carvoeiras."

Photo in http://caixadoslivros.wordpress.com

José Rodrigues Miguéis

Quarta-feira, 1 de Julho de 2020

Receitas de Culinária do Alentejo

Salada de orelha de porco

astrologosastrologia.com.pt

INGREDIENTES

600 g de orelha de porco

2 Cebolas

1/2 pimento verde

1 raminho de coentros

100 g de picles

azeitonas pretas para decorar

manjericão para decorar

sal q.b.

pimenta q.b.

Azeite q.b.

vinagre q.b.

PREPARAÇÃO

Arranje a orelha e leve-a a cozer numa panela de pressão com água e sal, durante 20 minutos.

Escorra, deixe arrefecer e corte em pedacinhos. Descasque as cebolas e pique-as finamente.

Corte o pimento verde em pedacinhos e pique os coentros e os picles. Envolva estes ingredientes

com a orelha e tempere com sal, pimenta, azeite e vinagre. Decore com azeitonas pretas e

folhinhas de manjericão.

in http://cozinharsemestress.pt

Terça-feira, 30 de Junho de 2020

Ao Encontro com os escritores de Borba

José Silva Russo

O Ti ANTÒNIO DIOGO E O TI ALEXANDRE

BORBA

PERSONAGENS DA NOSSA TERRA

Vendedores de castanhas

in Educação de infância

"Esta simpática personagem era o encanto dos mais pequeninos. No inverno vendia castanhas assadas, chupa-chupas, caramelos, tremoços e outras guloseimas, estava localizado no alto da praça perto do passo da vila na esquina junto ao café da velhinha senhora Joana da Cristina.

Durante algumas horas durante a noite a sua barraquinha era iluminada com um gasómetro que funcionava a carboneto, com uma luzinha fraca mas suficiente.

O Ti Diogo não podia trabalhar por não ter uma perna, daí esse modo de vida para poder sobreviver, deslocava-se em muletas com dificuldade, e também por ser muito gordo, era muito nervoso e falador, sabia da vida de todos os Borbenses, dava fé de tudo, era um verdadeiro cuscas.

No verão mudava de local de venda, passava para o parque e jardim da vila junto ao coreto, ali ficava a viver e a vender de todos os doces que a criançada gostava.

Fotografia in Mercado Livre

Os tremoços por ele vendidos eram dos melhores da vila, porque eram adoçados na vieira do lago ali bem perto com boa água corrente… mas de vez enquanto o saco dos tremoços aparecia com pequenos buracos, de onde alguns gaiatos mais atrevidos sem dinheiro para os comprar roubavam alguns tremoços, e ele ficava danado, até espumava pela boca.

Era ele que alugava no verão calções, para a miudagem tomar banho no lago, situado por detrás da fonte das bicas, onde havia uma barraquinha em pano junto ao lago, era ali que vestíamos os calções.

Nesse tempo quase toda a criançada sabia nadar, era o nosso local de brincadeira, havia ali bons nadadores, que até chegavam a atravessar o lago de costas com um cigarro aceso na boca. Entre todos eles destaco, o saudoso Manuel Baptista já desaparecido.

Havia alguns que se divertiam a atirar moedas para dentro de água, para nós mergulharmos a apanha-las, mas só podia acontecer quando a água do lago estava limpa e transparente.

As nossas toalhas para nos enxugar, eram a pedra quente das paredes do lago, naquele sol quente do Alentejo.

Nesse tempo longínquo ainda não havia piscinas, e muito menos moedas para o aluguer dos calções, os tanques onde banhávamos eram diversos, como a quinta da prata, onde hoje é o lar da Santa Casa da Misericórdia, mosteiro, horta do Mateus Canelhas, e outros tanques de rega das hortas, mas a nossa preferida era a albufeira embora longe.

Também havia uma outra barraquinha de um outro senhor, também já velhinho, numa esquina junto à taberna do senhor João Caxatra, era o Ti Alexandre que vendia doces e castanhas assadas para a criançada, e também para alguns outros apreciadores de castanhas, que iam beber uns copitos de vinho, acompanhados de castanhas assadas.

Este Ti Alexandre era mais sociável com a miudagem, brincava, e até contava anedotas, onde grupos de miúdos se entretinham a ouvi-lo. Era muito bem-humorado, gostava da uma boa piada, aproveitava a vida de forma alegre e com um sorriso nos lábios.

Tinha uma maneira de ser e um à-vontade incomum, embora tivesse muita dificuldade na locomoção por se deslocar em muletas para poder andar, para ele ser deficiente não era problema.

Um bem haja para ambos, foram muito interessantes para a criação dos miúdos desse tempo."

José Russo

Segunda-feira, 29 de Junho de 2020

Receitas Culinárias do Alentejo

Sopa de Beldroegas à moda do meu Alentejo

"Hoje, como sugestão, trago-vos uma sopinha que me traz deliciosas lembranças da minha meninice quando a comia em casa da minha madrinha, em Estremoz."

1 Molho de Beldroegas

1 Pão Alentejano

2 batatas

1 tomate

1 cebola grande

2 dentes de alho

sal e azeite q.b

ovos q.b

1 queijo de Cabra (eu usei Palhais)

Comece por lavar bem as beldroegas e retirar depois as folhas, reserve.

Leve um tacho ao lume com o azeite e as cebolas cortadas finamente em quartos. Quando alourar e ficar translucida junte os alhos picados e mexa mais um pouco. De seguida junte os raminhos e folhas de beldroegas e deixe que amoleçam, mexendo de vez em quando. Adicione depois a batata cortada em cubinhos e o tomate cortado em pedaços e sem sementes. Por fim junte água o suficiente para os pratos que quer servir.Tape e deixe a sopa apurar, depois de rectificada de sal. Cinco minutos antes de apagar deite na água os ovos a escalfar.

Corte fatias de pão alentejano e coloque-as no prato de servir. Cubra o pão com a sopa e enfeite com rodelas de queijo cabra. Servir bem quentinha.."

Mariana Teixeira

Quarta-feira, 24 de Junho de 2020

Receitas Culinárias do Alentejo

Assada de Peixe

CRATO

IngrePhoto in http://linhaceira.net/barbos-de-molhata/

Confecção:

Ingredientes:

Para 4 pessoas

1 kg de peixes do rio (achigãs ou barbos) ;

1 molho de poejos ;

2 dentes de alho ;

malagueta ;

2 dl de azeite ;

1 dl de vinagre ;

sal

Amanha-se o peixe e dão-se-lhe uns golpes.

Grelham-se em lume de carvão e colocam-se numa travessa.

À parte pisam-se num almofariz as folhas de poejo,

os dentes de alho, sal e malagueta (a gosto).

Deita-se esta papa noutro recipiente e mistura-se

com o azeite, o vinagre e o molho que escorreu do peixe (e que está na travessa). Prova-se e deita-se

o molho sobre o peixe. Acompanha-se com batatas cozidas ou fritas.

fonte: Editorial Verbo

Segunda-feira, 22 de Junho de 2020

Livro da semana

António Botto

"Afirmam que a vida é breve. Engano, - a vida é comprida.

Cabe nela amor eterno e ainda sobeja vida."

António Botto

"Cartas que me foram devolvidas"

"As tuas cartas têm vindo breves, lacónicas, porquê? As minhas já te fadigam? Se assim for, não as rasgues, - devolve-as e não as leias. Recebo-as com esta calma que me veio desde que penso que me foges. Rasgá-las, não. Ao rasgarmos cartas de amor alguma coisa de duas almas se destrói e se perde irremediavelmente."

Terça-feira, 16 de Junho de 2020

Alentejo-Gastronomia

Receitas Culinárias do Alentejo

Calducho

Foto in portugaldelesales.pt

"Ingredientes:

2 postas de bacalhau demolhado

3 dentes de alho

2 cebolas

1,5 dl de azeite

2 folhas de louro

1 raminho de poejos

500 gr de batatas

sal

2 ovos

4 fatias de pão duro

Confecção:

Leve 1,2 lt de água ao lume. Depois de ferver, introduza o bacalhau e coza durante 5 minutos. Escorra, retire a pele e as espinhas e desfaça em lascas. Reserve o caldo. Pique os alhos e as cebolas muito finamente e frite no azeite quente. Junte as folhas de louro partidas e o raminho de poejos. Regue com o caldo do bacalhau e deixe levantar fervura. Entretanto, descasque as batatas e corte aos pedaços pequenos. Junte à sopa, tempere com sal e coza durante 15 minutos. Envolva o bacalhau, os ovos batidos e coza por mais 5 minutos. Corte o pão aos pedaços e coloque numa tigela. Regue com a sopa, decore com um raminho fresco de poejos e sirva de imediato." in seralentejano.blogspot.pt

Receita completa de Calducho com poejos, ovo e bacalhau, prato típico de Redondo confecionado por Maria Margarida Valverde, do restaurante "O Marujo"

Receita completa de Calducho de Redondo

https://youtu.be/7Uxxx086WT8

Segunda-feira, 15 de Junho de 2020

Alentejo

Fotografia de Adriano Bastos

Natália Correia

Photo in blog wordpress.com

“(...) A solidão alentejana teve o seu antídoto na comunidade coral: é vê-los, cerrados

numa determinação comunitária, que tem muito de sagrado (...) é a sacralização da

vida pouca na muita terra alentejana, e das agonias que ela engendra (...) cantam

para não ouvir o silêncio.

A voz demoníaca do silêncio. E eu imagino ... não um ou outro grupo desgarrado,

cantando como orgãos dispersos na nave da planura. Mas todos os grupos

formando um único coral magnífico, o verbo alentejano finalmente incarnado.”

Natália Correia

Domingo, 14 de Junho de 2020

Concerto de Domingo à tarde

"A música oferece à alma uma verdadeira cultura íntima

e deve fazer parte da educação do povo."

François Guizot

Júlio Pereira Live - CCB - Malhão Morno

https://youtu.be/a3SfCNyVr8U

Tomaso Albinoni - Adagio

https://youtu.be/_eLU5W1vc8Y

Sábado 13, de Junho de 2020

Receitas de Culinária do Alentejo

Gaspacho

foto in amoresabores.blog.sapo.pt

Ingredientes:

2 Tomates

1 Pimento verde

1 Pimento vermelho

2 Dentes de alho

4 Colheres (de sopa) de azeite

½ Pepino

1 Colher (de sopa) de vinagre

Pão duro alentejano

Água fria, orégãos e sal q.b.

Preparação:

Numa tigela coloca-se água bem fria e, dentes de alho com sal esmagados no gral.

De seguida deita-se o tomate, o pepino e os pimentos cortados aos bocados.

Cortam-se bocados pequenos de pão e junta-se à tigela do preparado. Por fim

tempera-se com azeite, vinagre e sal a gosto.

Acompanha-se com carapaus fritos e azeitonas.

Sexta-feira, 12 de Junho de 2020

Sugestão de Passeio

Évora- Catedral de Évora-Portugal

A Sé de Évora é a maior catedral medieval de Portugal.

A Basílica Sé de Nossa Senhora da Assunção, mais conhecida por Catedral de Évora,

ou simplesmente Sé de Évora.

https://youtu.be/ktDHQZ-mxVw

Quinta-feira, 11 de Junho de 2020

Casa da Cultura da Orada

Click no Link a seguir...

A nossa ORADA no filme "A Aldeia mais Portuguesa de Portugal",

realizado por António de Menezes, em 1938. Vale a pena ver!

Quarta-feira, 10 de Junho de 2020

Em Borba-Mezinhas da Avó

"A alegria evita mil males e prolonga a vida."

William Shakespeare

Benefícios na utilização das MALVAS

Chá de malvas

O chá de malvas é usado com frequência para gengivites, aftas, dor de garganta e resfriados, neste caso costumam fazer-se gargarejos.

Na prisão de ventre, em úlceras do estômago e gastrites tem também efeitos benéficos este chá, bebido várias vezes ao dia.

Para queimaduras do sol é útil também, quando usado em compressas.

As malvas são ricas em mucilagem, concentradas sobretudo nas suas raízes e daí as suas grandes virtudes medicinais. Os óleos essenciais extraídos desta planta têm efeitos mucolítico e anticonvulsivo.

In semstress.com

Segunda-feira, 8 de Junho de 2020

Tempo de escrita

Fotografia de Adriano Bastos

Insónia

"Penso que sonho. Se é dia, a luz não chega para alumiar o caminho pedregoso; se é noite, as estrelas derramam uma claridade desabitual.

Caminhamos e parece tudo morto: o tempo, ou se cansou já desta caminhada e adormeceu, ou morreu também. Esqueci a fisionomia da paisagem e apenas vejo um trémulo ondular de deserto, a silhueta carnuda e torcida dos cactos, as pedras ásperas da estrada.

Chove? Qualquer coisa como isso. E caminhando sempre, há em redor de nós a terra cheia de silêncio.

Será da própria condição das coisas serem silenciosas agora?"

in Trabalho Poético Iº Volume

Carlos de Oliveira

Felicidade às gotas

"Afirmam os modestos e os medrosos que a felicidade é boa quando chega aos poucos ou em pequenas doses, provavelmente à maneira das gotas do soro fisiológico que lentamente penetram na veia do enfermo.

Outros há que a desejam repentina, um furacão, querem sentir-se arrebatados, como parece que acontece aos poetas românticos quando, depois de muita solidão e êxtase, subitamente enfrentam o objecto do seu amor.

A maioria, por certo também neste caso se comporta na forma habitual, deseja-se medianamente feliz, nada de altos e baixos, jackpots e misérias.

De facto, pouco adiantam as lucubrações, de nada valem os votos que fazemos, tão-pouco nos chega a felicidade em grande ou pequena medida. É um estado de alma.

Arrisco-me a dizer que ela só existe quando a chamamos, e ainda é preciso reconhecê-la, condão que a muitos falta." in Tempo Contado 13.5.2014

José Rentes de Carvalho

Domingo, 7 de Junho de 2020

Concerto de domingo à tarde

Mulher Alentejana

https://youtu.be/-2Vz1sELRr8

Pedro Mestre - Campaniça do Despique "Zuca Zuca"

https://youtu.be/aSY95wzDt2A

Sexta-feira, 5 de Junho de 2020

Livro da semana

Rómulo Vasco da Gama de Carvalho

Pseudónimo António Gedeão

"Nos anos setenta e oitenta dedicava s suas tardes de domingo a percorrer e a remomerar a velha Lisboa, onde nasceu (à Sé), onde crescera (na Graça), e que tanto amava e tão bem conhecia, não apenas de visu mas igualmente pela história estudada e dos seus bairros, ruas, praças e monumentos

Embora não gostasse de ser fotografado, praticava com muito gosto a fotografia e, creio, enquanto amador, as suas fotografias são excelentes.

Recolheu assim um vasto material, com que se compões este livro (que foi organizado em cinco álbuns e muitas mais fotografias, aqui não incluídas) que a sua família e o editor Francisco vale e Vasconcelos /Relógio d’Água) resolveram dar à estampa.

«Memória de Lisboa» não constitui apenas um conjunto de fotografias sobre a nossa Capital, ainda que vista pelos seus, dele, Rómulo/António, olhos de poeta, que tanto a admirou pela sua beleza e pelo seu cunho existencial de cidade vinda já da Antiguidade e desenvolvida entre o Mediterrâneo e o Atlântico.

É que neste álbuns as fotografias são sempre acompanhadas por legendas com a história da vida urbana, social e política dos sítios e monumentos, redigidos, (no original, com a sua linda e legível caligrafia) naquele estilo didáctico, preciso, elegante e claro que caracteriza todas as suas obras,

«Memória de Lisboa» é um belo roteiro, descrito simultaneamente pela ciência de um Historiador e pelo jeito didáctico daquele que foi também um grande Professor e um admirável Poeta."

Natália Nines

Quarta-feira, 3 de Junho de 2020

Visite Borba

Alentejo- Aldeia de São Gregório- Borba

https://youtu.be/SUGhVNm9J3g

Segunda, 1 de junho de 2020

Dia mundial da Criança

"Se as crianças aprendessem poemas de cor em pequenas, se fosse uma parte integrante do ensino e até, se elas tivessem de dizer um poema de cor para serem admitidas a qualquer universidade, as pessoas passavam a falar melhor. Porque falar é próprio de todas as pessoas, não é só do médico, do engenheiro e onde se aprende a falar realmente é na poesia."

Sophia de Mello Breyner Andresen

Obra de Pablo Picasso (Nasceu em 1881)

do período-Early Years (1890-com 9 anos de idade)

"As crianças são os únicos seres divinos que a nossa pobre humanidade conhece. Os outros anjos, os das asas, nunca aparecem. Os santos, depois de santos ficam na Bem-Aventurança a preguiçar, ninguém mais os enxerga. E, para concebermos uma ideia das coisas do Céu, só temos realmente as criancinhas."

Eça de Queirós

Pintura a Óleo sobre a madeira, dos projectos "Eu Gostaria de Saber pintar"

de Álvaro Cunhal - Pintura 4

Brinca enquanto souberes! Tudo o que é bom e belo Se desaprende… A vida compra e vende A perdição, Alheado e feliz, Brinca no mundo da imaginação, Que nenhum outro mundo contradiz! Brinca instintivamente Como um bicho! Fura os olhos do tempo, E à volta do seu pasmo alvar De cabra-cega tonta, A saltar e a correr, Desafronta O adulto que hás de ser!Miguel Torga

O livro da semana

Wenceslau de Moraes

"O culto do chá"

"Para a alegria dos olhos, a simples preparaçäo do chá imprime um relevo delicioso á graciosidade innata na "musumé" (*) na attitude que lhe é mais habitual, de joelhos sobre a esteira, junto do seu brazeiro. A mimica é impressiva, unica; privilegio d'aquella figurinha meiga e ondulante e d'aquella buliçosa mäo, de finissimos contornos, da japoneza, que é, em summa, a Eva mais gentilmente pueril, mais captivantemente chimerica, mais feminina emfim, de todas as Evas d'este mundo. Parece certo que jamais o japonez, que ignora o beijo, haja poisado a bocca n'aquella mäo que exhibe esplendores de graça para servir-lhe o chá; o forasteiro, em intimidade serena, pode ensaiar o galanteio se phantasia o tenta; e entäo verá talvez, que a mäosita da "musumé", reconhecida ao afago, se conchega de encontro aos labios, se demora, como uma rola docil gulosa de carinhos."

.

— Wenceslau de Moraes, “O culto do chá", Kobe, Typographia do "Kobe Herald",

Domingo, 31 de Maio de 2020

Concerto de Domingo à tarde

BARBARA ....L' aigle noir ( 1970 )

https://youtu.be/d9cEY13bUTo

Sábado, 30 de Maio de 2020

Cante Alentejano

"O Emigrante"

1º Prémio do Concurso de Cantares Alentejanos de Beja (1973)

"A 23 de Junho de 1973 o Grupo Coral da Casa do Povo de Barrancos venceu

o 1º Prémio do III Concurso de Cantares Alentejanos de Beja, promovido pela

Comissão Municipal de Turismo, com a moda “O Emigrante”, da autoria de Manuel

Torrado Marcelo “Chicuelo”, nascido em Barrancos a 1 de Julho de 1936. A moda foi

criada em 1972 e expressa a experiência e os sentimentos do autor que nesse ano iniciou

as campanhas de trabalho em França. Com formação musical e reconhecido como

um dos melhores Altos da sua geração, “Chicuelo” foi autor de inúmeras modas

que fizeram parte dos repertórios do Grupo Coral da Casa do Povo de Barrancos, e

do Grupo Coral “Os Arraianos de Barrancos que formou em 1984. A gravação

apresentada neste videoclip faz parte da cassete “Barrancos Canta” de 1997, e foi

ilustrada por imagens provenientes de várias fontes, com a colaboração de pessoas

às quais agradeço no final do vídeo. O trabalho de pesquisa e edição foi realizado

no âmbito do projecto de investigação “A cultura expressiva na fronteira

luso-espanhola”, INET-md, FCSH NOVA, financiado pela Fundação para

a Ciência e a Tecnologia (FCT)." Dulce Simões

https://youtu.be/Sc7o5D-rqnc

Sexta-feira, 29 de Maio de 2020

Receitas de Culinária do Alentejo

Alcácer do Sal

Feijão Verde à Alentejana

Fotografia in receitas-do-mundo.umforum.net

Ingredientes:

Para 4 pessoas

750 g de feijão verde ;

1 cebola média ;

2 colheres de sopa de azeite ;

1 colher de sopa de banha ou de margarina ;

1 kg de tomate maduro ;

1 dente de alho ;

1 folha de louro ;

1 molho de salsa ;

4 batatas médias ;

1 cenoura ;

sal e pimenta ;

200 g de pão caseiro duro

Confecção:

Pica-se a cebola e o alho e estala-se com o azeite e a banha. Junta-se o louro e a salsa atada.

Deixa-se refogar sem alourar e adiciona-se o tomate sem pele e sem grainhas e esmagado com

as mãos. Rega-se com uma pinga de água e, depois de cozer um pouco, junta-se a cenoura ás

rodelas. Deixa-se cozer e apurar. Entretanto, corta-se o feijão em diagonal e as batatas em

cubos. Juntam-se ao preparado anterior e adiciona-se um pouco mais de água. A água

vai-se juntando sempre que fornecessária. O cozinhado deve ficar com bastante molho.

Tempera-se com sal e pimenta. Corta-se o pão em fatias finas para uma terrina ou

tigela de meia cozinha e deita-se por cima o guisado. Podem servir-se ao mesmo tempo

rodelas de chouriço de carne, cru.Serve-se como entrada em vez de sopa.

No tempo da segurelha, junta-se um pezinho ao mesmo tempo que o feijão.

in Roteiro Gastronómico de Portugal (Fonte Editorial Verbo)

Terça-feira, 26 de Maio de 2020

Livro da semana

Ruben Andresen Leitão

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Ruben Alfredo Andresen Leitão foi um escritor, romancista, ensaísta,

historiador, crítico literário, e autor de textos autobiográficos, português,

com o pseudónimo Ruben A.. Wikipédia

502x

SINOPSE

"Na margem esquerda do rio Lima, existe uma antiga torre de vigia, tão antiga quanto o

nascimento da nação lusitana (e a única torre triangular de toda a Península!). Nos dias

que correm, a Torre da Barbela é um velho monumento, memória do Portugal inventado

pelas patranhas de um fantasioso caseiro-guia. O que a centena de turistas enganados

não sabe é que, após o horário de visita, os antigos Barbelas, vindos de oito séculos

diferentes, ressuscitam e habitam os seus arredores. Publicado em 1964, A Torre da

Barbela é um espantoso retrato psicológico do país desde a sua fundação, que mereceu

a Ruben A. o prémio Ricardo Malheiros, atribuído pela Academia de Ciências de Lisboa,

em 1965." In Wook

Sábado, 23 de Maio de 2020

Alentejo

Baldio da Serra de Serpa

"Até há um século atrás o mais vasto território comunal do país situava-se a Sul na raia de Serpa. O baldio da Serra de Serpa totalizava perto de 40.000 hectares delimitados a Norte pela Aldeia Nova de São Bento, a Sul pelo concelho de Mértola, a nascente pela Ribeira de Chança e Vila Verde de Ficalho e a poente pelo Rio Guadiana. A forma como este baldio desapareceu é um perfeito retrato de como o fim da gestão comunal de um território descrito em 1751 como “um matagal que havia sido anteriormente uma selva natural”, obedecendo à demanda da agricultura intensiva, resultou na desértica aridez dos solos.

O mel serve de narrativa inicial a esta história. Se as abelhas falassem, zumbiriam tal como hoje o drama dos incêndios de mão humana e a perda dos seus horizontes. A acidentada Serra de Serpa era um extenso matagal de azinheiras, sobreiros e vegetação arbustiva com predomínio da esteva, rosmaninho, alecrim, urze, lentisco, sargaço, medronheiro, etc. Aí durante seis séculos o uso comum da lenha e pastos conviveu com uma peculiar concessão privada do uso do baldio que, remontando à Idade Média, foi regulamentada no final do século XV no chamado Aranzel das Malhadas. As 26 malhadas concessionadas somavam perto de 10.000 colmeias, com o cuidado de abarcar em torno de cada malhada uma légua colmeeira para garantia dos pastos florais desse gado do ar.

A sobreposição desses direitos e usos comuns no baldio veio a acentuar-se nos séculos XVII e XVIII. A apicultura comportava uma relação com o pastoreio e a agricultura que colidia na prática incendiária das roças para conquista de terras. Esta é acentuada em 1690 com a instituição do Celeiro Comum de Serpa com o qual se dá início à perda das terras comunais. O arrendar do baldio em troca de um sexto do cereal das roças abriu caminho ao manifesto desprezo dos usos e recursos da serra. Desordenados cortes de madeira e queimadas que levam à infrutífera proibição régia das roças em 1726, para que a serra voltasse a ser terreno baldio, para que se não lavrasse lá e se restabelecesse o seu uso comum. Repetem os Juízes da serra – que haviam substituído a gestão medieval dos homens bons ou homens antigos – a importância de evitar-se cortes de mato e arvoredos das serras.

Em maio de 1775 o povo de Aldeia Nova de S. Bento dirige-se a Serpa, em grande clamor para “se acabar com a prática de alguém ter eitos na Serra de Serpa ou de possuir o usufruto de parte dela, pois deveria ficar totalmente para pastos comuns a utilizar por todos”. Quatro anos depois reclamam, com respeito pelos direitos das malhadas, que tão pouco lhes deveria ser impedido colocar as suas colmeias ao pé das moitas.

Somado ao não pagamento dos foros, chega a surgir em 1897 a proposta de uma Colónia Militar Agrícola e Disciplinar na Serra de Serpa. A questão no século XIX era a falta de trigo e o aumento demográfico. Dessa pressão resulta o aforamento do baldio em lotes. E rapidamente à Câmara de Serpa surgem disputas entre vizinhos e freguesias e a soberba de proprietários. Em 1904, uma firma de Lisboa pretende abarcar o aforamento da Serra de Serpa, que aprovado inicialmente veio a ser anulado judicialmente face à onda de protestos. Em 1906, inicia-se por fim a desamortização do maior baldio do país.

Uma iniciativa que rapidamente se revelou desastrosa para os povos e lucrativa para as grandes famílias que concentram a propriedade. Contra qualquer lógica sã e natural, cabe a um empreiteiro de obras públicas de Serpa impor uma grelha geométrica que resultará em 5516 lotes de 6 hectares, sendo às malhadas concedidos 18 hectares. Da ilusão mercantilizada e colonizadora resultou a destruição dos pastos comunais e afetada a riqueza secular das abelhas. Sorteadas as terras, seguiu-se a intensificação da cultura cerealífera. Resta na paisagem as ruínas dos montes. Sol de pouca dura em terras pobres. Esgotados os solos, as glebas foram vendidas e abandonadas aos grandes proprietários.

Caía por terra a ilusão da propaganda agrária que desmantelou o baldio, uma terra comum com lugar à concessão de malhadas respeitando a natureza do lugar. A diabolização modernista do Portugal inculto inscrito na política nacionalista da agricultura nunca quisera ouvir os ensinamentos do voo do gado do ar. Já não restam muitos matos por onde este andaria. Mas fica o convite feito, com início num conjunto de roteiros pedestres do concelho de Serpa, a descarregar no site municipal e de que destacamos o PR3 – Vila Verde de Ficalho (12,6 km), para reler de outro modo a paisagem do outrora baldio da Serra de Serpa."

Filipe Nunes

in baldio-da- serra-serpa

Sexta-feira, 22 de Maio de 2020

Igreja e Convento das Servas de Borba

"Segundo uma lenda já muito antiga, a Virgem Maria apareceu a uma filha de um oleiro e mostrou-lhe a localização de um tesouro no local onde hoje está o Convento das Servas.

Com o ouro achado construiu-se uma ermida, gerida por uma irmandade de mulheres denominada Servas de Nossa Senhora. Em 1598, o Padre Mestre Pedro Caldeira deixou todos os seus bens à Ordem de São Francisco para transformar a ermida num convento. A primeira pedra do Convento foi lançada em 1604, sob o padroado do Duque de Bragança, D. Teodósio II. Em 1644 concluiu-se a obra, sendo que no ano seguinte veio uma comunidade de freiras do Convento das Chagas de Vila Viçosa para ocupar o convento.

Trata-se de uma construção monumental com um dos maiores claustros do país. A entrada da igreja faz-se pelas duas portas laterais como acontece sempre nos conventos femininos. No interior preserva-se um importante núcleo de pintura mural dos séculos XVII e XVIII." in convento-das-servas.aspx

"Arquitectura religiosa, chã, barroca. Edifício característica do estilo chão regional, aplicado à arquitectura conventual das ordens de regra claustral.

A fachada da Capela do Senhor Jesus dos Aflitos, decorada com um jogo de xadrez em mármores brancos e negros, considerada uma das mais belas do Alentejo." in monumentos.gov.pt

SIPAImage.aspx

Sábado, 16 de Maio de 2020

Livro da semana

Almeida Faria

Montemor-Novo

“A Paixão”, porém, é talvez o romance do autor onde a procura de uma nova forma é mais profunda e mais rigorosamente controlada. Ali se nota, em particular: o movimento da escrita, isto é, um ritmo poético de grande rigor (Óscar Lopes viria a classificá-lo como «poema em ritmo livre»); e a autonomia da palavra que se transforma em objecto e corpo privilegiado do discurso narrativo. Deste modo, o processo diegético é essencialmente metafórico, razão por que o texto se constrói através duma prosa poética que põe em evidência não só as formas do conteúdo e, por isso mesmo, também o conteúdo e as modalidades para o apreender.

O espaço da narrativa não revela o outro espaço, isto é, o mundo onde se movem(algures, numa vila do Alentejo) as dez personagens no interior de uma família burguesa – pai, mãe, cinco filhos, duas criadas e um velho servo. Mas o narrador encontra modo de inserir outros indicadores quando afirma, por exemplo, que Samuel é «um jovem proletário que trabalha em Lisboa» e que o pai “outrora entrou para o curso de agronomia só porque, ao chegar a Lisboa tendo feito o liceu, foi atrás duma corista para o Porto e, quando regressou, apenas a escola de agronomia estava ainda aberta para matrículas» (p. 214)."

Manuel Simões

in livro-3

"CRÍTICAS DE IMPRENSA

Todo o génio de Almeida Faria está na expressão rigorosa da fértil união entre o sagrado e o profano.

La Quinzaine Littéraire, França

Um livro de pura genialidade da juventude.

Eduardo Lourenço

Ao ler A Paixão de Almeida Faria no início dos anos 70, entrei em imediata comunhão com essa obra-prima, a ponto de colar ao Lavoura Arcaica, sem qualquer pudor, certas imagens e metáforas daquele poema em prosa.

Raduan Nassar

O seu segundo romance, A Paixão, possui as mesmas qualidades literalmente espantosas de Rumor Branco, sendo ao mesmo tempo mais despojado e mais apaixonado; desta vez a severidade é implacável, e a composição aposta numa disciplina exemplar.

Books Abroad, EUA

Na minha geração, lembro-me de sair A Paixão de Almeida Faria e eu com 19 anos a pensar: Nunca chegarei aos calcanhares deste homem.

António Lobo Antunes"

in wook.pt

Sexta-feira, 15 de Maio de 2020

Tempo de Reflexão

Raúl Brandão

"Nenhum de nós sabe o que existe e o que não existe. Vivemos de palavras. Vamos até à cova com palavras. Submetem-nos, subjugam-nos. Pesam toneladas, têm a espessura de montanhas. São as palavras que nos contêm, são as palavras que nos conduzem. Mas há momentos em que cada um redobra de proporções, há momentos em que a vida se me afigura iluminada por outra claridade. Há momentos em que cada um grita: - Eu não vivi! eu não vivi! eu não vivi! - Há momentos em que deparamos com outra figura maior, que nos mete medo. A vida é só isto?"Raúl Brandão, Húmus

António Ramos Rosa

«Cada árvore é um ser para ser em nós / Para ver uma árvore não basta vê-la / A árvore é uma lenta reverência / uma presença reminiscente / uma habitação perdida / e encontrada / À sombra de uma árvore / o tempo já não é o tempo / mas a magia de um instante que começa sem fim / a árvore apazigua-nos com a sua atmosfera de folhas / e de sombras interiores / nós habitamos a árvore com a nossa respiração / com a da árvore / com a árvore nós partilhamos o mundo com os deuses».

António Ramos Rosa

Aquilino Ribeiro

"Olhem sempre em frente, olhem o Sol, não tenham medo de errar, sendo originais, iconoclastas e anti, o mais anti que puderem, e verdadeiros, fugindo aos velhos caminhos trilhados de pé posto e a todas as conjuras dos velhos do Restelo.

Cultivem a inquietação como fonte de renovamento."

Aquilino Ribeiro

Sábado, 9 de Maio de 2020

Livro da semana

José Gomes Ferreira

Toda a gente me inveja

porque ando contigo nos braços…

Tu que pareces um perfume desenhado de mulher

vestida de pólen

e dois olhos que são dois instrumentos modernos

a auxiliarem a melodia do jazz…

Tu que rodopias, leve,

no desdobrar de seda

que paira neste vento de música

que só as pétalas entendem…

Tu que…

(Ah! tu que me pesas nos braços

como se trouxesses um esqueleto de lágrimas

e uma bola de metal no coração

ferrugenta do meu remorso.)

Quarta-feira, 6 de Maio de 2020

Em Borba-Mezinhas da Avó

"A alegria evita mil males e prolonga a vida."

William Shakespeare

in Alentejanando

Benefícios no consumo de Pevides de Abóbora

"As sementes torradas tem um sabor suave e doce – similar ao das nozes – com uma textura mastigável, algumas aparecem recobertas por uma capa de cor amarela e branca. Mas, sobretudo são uma das mais nutritivas que existem

As abóboras são originárias da América do Norte e já era muito valorizada na antiguidade pelos nativos americanos devido a suas propriedades nutritivas e medicinais. Seus múltiplos benefícios derivam de um alto teor em nutrientes essenciais para o organismo: zinco, fósforo, cobre, potássio, ferro e magnésio.

Consumo

Normalmente, as sementes são retiradas e fervidas em água e sal, posteriormente vão ao forno para torrar. Uma vez torradas, podem ser consumidas diretamente ou em outro tipo de prato, como complemento, entretanto, seja qual for o modo que você escolher, continuarão sendo saborosas.

Uma opção é torra-las com sal e utilizar no preparo de saladas ou em sopas. Também é possível caramelizar e utilizar no preparo de barras de cereais caseiras.

Outras alternativas excelentes são pulverizar as sementes e adicioná-las a um combinado de frutas frescas e frutos secos, ou em biscoitos caseiros, adicionando a semente em pó à farinha de trigo que normalmente se utiliza para a preparação.

Também é possível encontrar o óleo da semente de abóbora em lojas especializadas."

Pode ler em: Duplo Click

https://sites.google.com/site/amigosterrasborba/1-borba/13-mezinhas-da-avo

Segunda-feira, 6 de Abril de 2020

Livro da semana

Urbano Tavares Rodrigues

Fuga Imóvel.Trecho do conto Telepathos

«Daqui te falo, através do vento de Novembro ainda cheio de pássaros e que derruba alguns postes telegráficos e fica cheio de sangue ( do meu sangue congelado ) sobretudo quando se encontra com a neve na travessia dos Alpes. Porque, bem sabes, isto de escrever é como dar sangue, só vale a pena quando cortamos as veias, para depois as laquearmos, está claro, até um dia, até ...ao acto absoluto de auto-vampirismo que secretamente nos fascina.

Em mim há todas as contradições, e só assim se explica que te deseje com este excesso que a distância torna em ferida e ao mesmo tempo com todo o amor e ódio por todas as mulheres, amor feito desta intensa espera de te descobrir e redescobrir, mas também da angústia, receio do definitivo; de infinita ternura, mas também de pânico, ou de espanto da abertura para a morte que é a aniquilação no outro.»

Quarta-feira, 1 de Abril de 2020

Ao encontro com a nossa gastronomia

Borba

Quando os caminhos são longos e tardam a percorrer, o viajante sente segundo a sabedoria popular "o estômago a dar horas". Chegado a Borba demora o seu olhar sobre o Paço de São Bartolomeu, obra que o deslumbra e avança pela Rua Terreiro das Servas, estacionando a dois passos da Rua António de Melo e Castro.

Se o Paço já o tinha impressionado , é defronte ao Convento das Servas e da Capela do Nosso Senhor dos Aflitos que se interroga sobre a presença de tantos monumentos, sobretudo de arquitectura religiosa, que mostram o bom gosto, a riqueza e o nível cultural de então nesta vila, agora cidade.

Estamos finalmente no Restaurante Canhoto, esperando por uma boa refeição de cozinha tradicional alentejana, tal como foi aconselhado por amigos que já demandaram estas paragens. Sentado na sala de mesas espaçosas, onde animadamente se conversa, o seu olhar dirige-se para o tecto alto de traves de madeira sobre paredes brancas e onde a luminosidade cria um ambiente muito acolhedor.

Chegam à mesa gulosas azeitonas, queijo fresco de Rio de Moínhos, o saboroso pão alentejano e onde não falta o famoso vinho tinto da Adega Cooperativa de Borba.

Da cozinha desprendem-se aromas que abrem o apetite. O serviço é de qualidade primando o atendimento pela atenção e acompanhamento do cliente.

No cardápio surge a oferta de oito pratos, qual deles o mais aliciante, o que torna difícil a escolha.

O estomago, esse reclama mas concerteza vai deliciar-se com um opíparo almoço de (pèzinhos de coentrada). Os demais pratos repartem-se pela cachola servida em tacho de barro, pelas costeletas de borrego panadas e gansinho assado no forno.

Com batatas fritas chega à mesa os pèzinhos de centrada envoltos em alhos e coentros que fazem a delícia do viajante.

Para o estomago o almoço foi excelente. O convívio e a conversa amena constituíram alimento para o espirito. Não fora o imenso trabalho da cozinheira com a entrada de mais clientes, o viajante passaria pela cozinha para dois dedos de conversa sobre a arte e a sabedoria ancestral de combinar as plantas aromáticas com os pèzinhos de porco, que não dispensam um bom azeite, abundante nesta terra produtiva e rica deste ouro dos olivais.

Parte o viajante com a ideia de aqui regressar.

Lá fora no imenso largo sentem-se já os primeiros sinais da primavera.

Música Tradicional alentejana

Anima Mea Ronda dos Quatro Caminhos

https://youtu.be/eE0cw6t9C_U

Sexta-feira, 27 de Março de 2020

Música Tradicional alentejana

Taberna em Cuba - Baixo Alentejo

https://youtu.be/GBhgE3EMQy4

Quinta-feira, 26 de Março de 2020

Visite o Alentejo

Serpa

Serpa-Ermida de Santana

Serpa-Ermida de S. Sebastião

Serpa-Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe

Serpa-Alentejo-Nossa Senhora de Guadalupe

https://youtu.be/0EPDHK64ZoU

Quarta-feira, 25 de Março de 2020

Música Tradicional alentejana

Saias Raianas - Ronda dos Quatro Caminhos

https://youtu.be/7gMsuPowZvc

Terça-feira, 24 de Março de 2020

Música Tradicional alentejana

Ao romper da bela aurora - Musica Tradicional do Alentejo

https://youtu.be/2SVS5H-oXnk

Segunda-feira, 23 de Março de 2020

Música Tradicional alentejana

Rancho De Cantadores De Aldeia Nova De São Bento

A Moda Do Meu Chapéu

https://youtu.be/a3oPq91gdcc

Domingo, 22 de Março de 2020

Concerto de Domingo à tarde

Marianne Faithfull - Who Will Take My Dreams Away

https://youtu.be/jYNCnLTnzys

Sábado, 21 de Março de 2020

Alentejo

Histórias centenárias dos castelos no Alentejo

"O Alentejo é rico na história e cultura que representa o centro-sul do país lusófono. Portugal,

com perto de 500, é um dos países da Europa com mais castelos e fortificações. Uma visita a

este canto da Península Ibérica permite explorar os castelos centenários que surgiram à medida

que Portugal conquistava o território para sul e que ainda hoje persistem.

Para quem é apreciador de passeios históricos, a abundância e a qualidade do património

queo Alentejo oferece é o convite ideal para conhecer a história da terra e das suas gentes,

de cada muralha, castelo, fortes e das suas vilas."

Castelo de Noudar

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in portugalnummapa.com

"Envolto de espaço verde e região montanhosa, entre a ribeira da Múrtega e o rio Ardila, situa-se o Castelo de Noudar, datado de 1307, pelo reinado de D. Dinis.

O castelo está rodeado de terras férteis e extensos montados para o pastoreio do gado. A sua localização foi pensada pela sua defesa natural, pela sua sobreposição no topo do monte, mas também pelo fácil acesso e aproveitamento de uma nascente de água, a Fonte da Figueira."

in National Geographic

Quinta-feira,19 de Março de 2020

O Livro da semana

José Rentes de Carvalho

"De ascendência transmontana, nasceu em 1930 em Vila Nova de Gaia, onde viveu até 1945. Frequentou no Porto o liceu Alexandre Herculano, e mais tarde os liceus de Viana do Castelo e Vila Real. Fez o serviço militar em Lisboa, onde simultaneamente frequentou os cursos de Românicas e Direito. Obrigado por razões políticas a abandonar Portugal, viveu no Rio de Janeiro, em São Paulo, Nova Iorque e Paris. Em 1956 passou a viver em Amesterdão, na Holanda, para onde foi como assessor do adido comercial da embaixada do Brasil. Licenciou-se na Universidade de Amesterdão com uma tese sobre O Povo na Obra de Raul Brandão. Nessa universidade foi docente de Literatura Portuguesa de 1964 a 1988. Desde então dedica-se principalmente à continuação da sua obra literária. A sua bibliografia inclui um vasto número de colaborações em revistas, publicações culturais e jornais portugueses, brasileiros, belgas e holandeses.

Descoberto tardiamente em Portugal, José Rentes de Carvalho retrata o nosso país com a intensidade de quem o conhece como ninguém e com a acutilância de quem o observa à distância."

in http://www.cm-matosinhos.pt/pages/242?news_id=2939

Quarta-feira, 18 de Março de 2020

José Manuel Espiga Pinto

Vila Viçosa

16 de Março de 1940 - 1 de Outubro de 2014

Entrevista RTP a ESPIGA Pinto, 4 de Maio de 2006, no seu atelier.

Veja o vídeo: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/espiga-pinto/…

Espiga Pinto, que celebrou em 2006 cinquenta anos de exposições individuais, relata o

seu trajecto artístico, as grandes temáticas da sua obra, bem como a sua descoberta

e uso da geometria sagrada e do número de ouro.

80º Aniversário do nascimento de Espiga Pinto

"Hoje, 16 de Março de 2020, celebramos o nascimento de um dos mais relevantes artistas do séc. XX em Portugal, cujo percurso marcou áreas tão distintas como a pintura, o desenho e a escultura, mas também a cenografia (Companhia de Bailado da Gulbenkian, prémio Bienal de S. Paulo), a gravura, a medalhística (prémio internacional COTY - Coin of the Year) a numismática e o design gráfico.

Durante seis décadas de obra produzida (1954-2014), foram vários os períodos: desde a vida quotidiana do Alentejo (1954-1972), ao período da sua "Mentacosmunicação" dos anos 70, aos protestos artísticos contra a Guerra, a muitos meses sem pintar, aos anos 80 com uma obra cada vez mais geometrizante, tratando temáticas Lusíadas, que culminou em peças magníficas, de cores intensas e de grande formato nos últimos anos da sua vida.

Gradualmente e após a sua grande visibilidade nos anos 1990, Espiga Pinto viveu a sua vida cada vez mais procurando a introspeção, o bem dos outros - muitas vezes em detrimento do seu próprio - e a busca da Verdade, nomeadamente através dos seus estudos em geometria sagrada.

De todas as vertentes da sua Obra, referia-se a si próprio como "Escultor Espiga", consciente que esteve sempre da necessidade de extrair a Arte que reside dentro da pedra, em direcção à perfeição interior.

Foi mais tarde, ainda em vida e com toda a justiça e mérito, tratado pelos seus ex-alunos, coleccionadores, admiradores, amigos e pelo público em geral como "Mestre Espiga Pinto".

A todos os que acompanham esta página, em nome do nosso pai, o nosso agradecimento."

Os filhos do Mestre Espiga Pinto,

Aurora e Leonardo

Segunda-feira, 16 de Março de 2020

Alentejo Património Cultural

Bento de Jesus Caraça

Vila Viçosa

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Quem foi Bento de Jesus Caraça?

"Bento de Jesus Caraça nasceu em Vila Viçosa a 18 de Abril de 1901 e foi um dos maiores vultos da intelectualidade portuguesa.

Bento de Jesus Caraça

Ilústre matemático e antifascista, fundador da Universidade Popular Portuguesa e da Biblioteca Cosmos, direccionou toda a sua actividade intelectual e cívica para a cultura integral do índividuo.

Bento de Jesus Caraça nasceu em Vila Viçosa a 18 de Abril de 1901 e com ele o universo cultural da matemática portuguesa ganhou uma nova dimensão.

Impulsionou os estudos de Econometria em Portugal, criou o Centro de Estudos de Matemáticas Aplicadas à Economia e fundou a “Gazeta da Matemática”.

Publicou vários estudos até à sua mais notável obra, “Conceitos Fundamentais da Matemática”, publicada pela pioneira Biblioteca Cosmos, que fundou em 1941.

A criação do Estado Novo levou-o a intensificar a actividade política. Lutou pela liberdade e a democracia.

Nunca abdicou dos seus ideais.

Tornou-se um dos maiores vultos da intelectualidade portuguesa. Foi um semeador de Cultura e Cidadania.

Faleceu em Março de 1948.

In Instituto Bento Jesus Caraça

Clique no LINK e tem acesso a

08-bento-jesus-caraca

"Se não receio o erro, é porque estou sempre pronto a corrigi-lo."

Bento de Jesus Caraça

Sábado, 14 de Março de 2020

"Respigando...Alentejo"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Fotografia de Adriano Bastos

“O presente é a sombra que se move separando o ontem do amanhã.

Nela repousa a esperança."

Frank Lloyd Weber

Portugal e a pandemia de há um século

"A espaços, a História repete-se sempre como uma espécie de "ordem natural" e é nosso dever

aprender com ela.

Faz agora 102 anos, em Maio de 1918, que o nosso país foi colhido por uma pandemia

transcontinental, o vírus H1N1, que entre nós ficou popularmente conhecida por "pneumónica"

ou "gripe espanhola", que ceifou a vida a mais de 60.000 portugueses (60.474, oficialmente) e

a outros 20 milhões em todo o mundo.

Os primeiros casos foram registados em Vila Viçosa, trazidos por camponeses portugueses que trabalhavam sazonalmente em Espanha, onde já grassava de forma severa, e rapidamente se espalhou por todo o Alentejo e depois por todo o país, de norte a sul, incluindo as ilhas dos Açores e da Madeira.

À época, Ricardo Jorge, Director do Instituto Central de Higiene, para muitos um epidemiologista "visionário", surpreendeu a comunidade com a pronta tomada de medidas até então nunca adoptadas:

decretou a notificação obrigatória de todos os casos, o isolamento dos doentes, a interdição da migração de pessoas, a suspensão das aulas e a proibição das visitas nos hospitais."

José Luis Espada-Feyo

Terça-feira, 10 de Março de 2020

Respigando...Alentejo"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Fotografia de Filipe José Galhanas

Évora

Extraído de "As Pedras e o Tempo" de Fernando Lopes, 1961. Seu primeiro filme.

https://youtu.be/WQPyr-L8Xn8

Segunda-feira, 9 de Março de 2020

O Livro da semana

Jangada

Romeu Correia

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"Romeu Henrique Correia nasceu em Cacilhas a 17 de Novembro de 1917. Fortemente

ligado às tradições populares e às colectividades da sua margem sul, a Almada que o

via percorrer, pelas tardes soalheiras, as ruas com história da cidade velha, ou em tertúlias

à mesa do Café Central, ou nas noites de cinema na Academia Almadense, não podia perder

esse vínculo iniciático de rebeldia popular que eram as antigas cegadascarnavalescas."

Domingos Lobo

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"...Jangada (1962), farsa em dois actos apresentada em 1966 no Teatro Villaret

pela Companhia Portuguesa de Comediantes, se concentrava nos

preconceitos e conflitos geracionais,..."

"Romeu Correia pertence, diz-nos Óscar Lopes, ao grupo de autores que a partir

dos anos 1940, procuraram imprimir ao teatro português uma orientação realista e de

estrutura mais imaginativa. E mais afirma Óscar Lopes: O Vagabundo das Mãos de Ouro,

foi, em 1961, a melhor consagração dramatúrgica de Romeu Correia. Na linha de

experiências anteriores, integra na tradição realista um conjunto de recursos que

vêm do expressionismo, da tradição popular (romanceiro e fantoches) e do

antiteatro, elevando sensivelmente o nível a uma carreira, individual de teatro,

romance e conto, que até então se poderia classificar fundamentalmente de populista

mas que progrediu no sentido de um imaginativo neo-realista.1"

"Quem vive num cais à beira de um rio navegável ouve com frequência o apito distante

ou perto de navios e o grasnar das aves marinhas... diz-nos ele nas indicações que

escreveu para a peça Jangada. Os sons do seu Cais do Ginjal, a vida, o movimento,

os sonhos e a memória da sua Almada, das gentes da outra banda, a que ele deu vida,

espessura, mesmo que na figura grotesca de um manipulador de robertos, mesmo num

palhaço de pés largos, passos sincopados e bengala rolando entre a falange e a falangeta,

acompanhado por um garoto vestido de andrajos, brilhando intermitentes num lençol

seboso como abcessos improváveis; um autor que foi um alquimista de afectos

mas que tinha a faculdade única de tornar os sonhos fecundos e perenes. Um vagabundo

que tinha as mãos do povo, que são de ouro como se sabe, capazes de transformar

os Sábados sem Sol, em domingos de Fogo e Luz."

Domingos Lobo

"CAROLINA (sombria): Que viver tão triste que tem sido o nosso! (Comovida) Quando penso na nossa existência entre estas quatro paredes… choro, choro, só me sinto bem a chorar!...

LUZIA (igualmente comovida): Se tivéssemos casado, nada disto teria acontecido. Mas este maldito cais onde o papá se meteu… Nós, umas raparigas, entaipadas entre o mar e o céu…

(Pausa)

CAROLINA: Há mulheres que nunca se conformariam entre estas quatro paredes!

LUZIA (reagindo): Mulheres sem princípios!

CAROLINA (digna): Mas a nós, graças a Deus, nunca eles nos faltaram!

(Pausa)

LUZIA: Os nossos pais prenderam-nos demasiado… - foi o que foi!

CAROLINA: Nisso de severidade, a mamã levava a palma ao papá.

LUZIA: Era ela que nos aturava de manhã à noite. Ao passo que o pobrezinho só nos via quando regressava do trabalho… Aquele homem viveu mais horas sob o telhado da fábrica que junto da esposa e dos filhos."

Sábado, 7 de Março de 2020

"Respigando...Borba"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Photo of Ching Yang Tung

Os nossos melhores AGRADECIMENTOS ao contributo de Filipe Rosado

e à perspectiva de um imenso espólio de documentos a estudar e divulgar...

Rio de Moinhos-Borba

Photo in Igreja paroquial de Sao Tiago.jpg

"Sobranceira ao rio Lucefece, considerado mágico e sagrado desde os tempos pagãos,

a igreja de Santiago datará dos últimos anos do século XIII. À sua volta, ao longo do percurso

do rio, existiram numerosas azenhas que utilizavam a força motriz da água. Terão sido estes

moinhos que deram o nome ao povoado de São Tiago de Rio de Moinhos.

No interior da igreja sepultou-se D. Gonçalo, em 1290, cuja lápide sepulcral, descoberta em

1728, ainda se preserva. D. Gonçalo é um homem desconhecido da História, mas certamente

um cavaleiro lavrador proprietário das terras na imediação. O interior desta igreja encontra-se

totalmente revestido a pintura mural representando cenas da vida de Santiago, datáveis

dos primeiros anos do século XVIII. Estas pinturas de vertente popular representam diversos

milagres do santo, numa linguagem catequética dirigida aos habitantes de Rio de Moinhos.

No interior também se guarda o antigo cruzeiro, obra arcaica dos finais do século XIII."

in Câmara Municipal de Borba

Borba-Rio de Moinhos - Alentejo

https://youtu.be/nRrctv7iEbM

Terça-feira, 3 de Março de 2020

Sugestão de Passeio

BORBA

"Andar por terras distantes e conversar com diversas pessoas

torna os homens ponderados."

«Aquele que lê muito e anda muito, vê muito e sabe muito.»

Miguel Cervantes

Borba- Alto Alentejo

https://youtu.be/YYNHnTp10XM

Segunda-feira, 2 de Março de 2020

O Livro da semana

Alexandre Pinheiro Torres

Conta

"O Alentejo é o único sítio de Portugal onde se sabe tudo o que importa saber."

APTorres.jpeg

"Nenhum de meus amigos conhecem este autor e acredito que a maioria de vocês nem imagina quem seja Alexandre Pinheiro Torres (1923-1999), escritor português nascido em Amarante. Mas deveriam. Romancista, poeta, importante crítico literário e professor universitário na Universidade de Cardiff, Alexandre viveu por curto período no Brasil após ser obrigado a exilar-se. O fato que o levou ao exílio está entre os gestos de que mais se orgulhava: em 1965, nomeado membro do Júri do Grande Prêmio de Ficção, atribuído pela Sociedade Portuguesa de Escritores, propôs a atribuição do prêmio ao livro Luuanda, de Luandino Vieira, que na época estava preso pela acusação de terrorismo. A atitude levou Salazar a proibi-lo de ensinar em Portugal, o que o levou primeiro ao Brasil e logo após à Cardiff, onde tornou-se catedrático de Literatura Portuguesa e Brasileira. Em 1970, fundou a primeira cadeira independente de Literatura Africana de Língua Portuguesa em universidades inglesas."

Milton Ribeiro

"Perde, de repente, a sua capacidade de êxtase perante o divino da Natureza. A alma, para a amar, não precisará de razão? Para quê olhar o Tâmega? Todos os rios de Portugal, se não são ainda o Tâmega, não acabarão por ser o Tâmega? O rio da minha aldeia de Alberto Caeiro, no poema que Teresa tanto gostava de recitar, não seria o Tâmega? Pascoaes detestava o rio Tamisa porque Tamisa era uma tradução, em bárbaro, da palavra Tâmega. Do Tâmega, como muitas vezes previa a D. Maria da Graça no seu ataque às hidroeléctricas que planeavam não uma, como se dizia, mas nove barragens no rio, sairiam as caravelas do futuro.

As margens encher-se-iam de marinheiros ávidos de encontrar uma ilha que se tivesse salvo da catástrofe. Talvez a ilha dos Frades, se a água a não subvertesse. Se resistisse chamar-lhe-ia, para sempre, a Ilha dos Amores.

Odete, com a inconsciência da juventude, entra na sala a cantarolar alegre:

«Deseja alguma coisa senhor presidente da Câmara?»

«Não me chames presidente da câmara enquanto eu não tomar posse.»

Bebe rapidamente outro conhaque enquanto fita os olhos da rapariga.

«Chega-te aqui», ordena.

Odete aproxima-se curiosa. Que lhe quererá o senhor doutor juiz? Mas Tadeu de Albuquerque não tem que lhe responder. Agarra-a e beija-a avidamente na boca. Ali estava a sua ninfa. Não era precisos esperar pelo futuro."

Sábado, 29 de Fevereiro de 2020

Em Borba-Mezinhas da Avó

"A alegria evita mil males e prolonga a vida."

William Shakespeare

O poder do chá de folha de oliveira

Categoria: Nutra-se

Como a procura por chás aqui no site tem sido grande, tenho pesquisado como nunca! E com um imenso prazer, já que estou conhecendo alternativas realmente poderosas na luta contra a balança. E esta minha nova descoberta é realmente impressionante. Vamos conhecer hoje os benefícios do chá de folha de oliveira.

A árvore que dá a azeitona é considerada sagrada. Mas como são mais valorizados os seus frutos, as folhas não recebem tanta atenção. Pois deveriam. Estudo da University of Michigan Health System aponta evidências de que a substância oleuropeínalimpa o açúcar do sangue. Ou seja, a infusão age com muito rigor nas nas gorduras acumuladas na região abdominal.

As folhas da oliveira possuem 4 vezes mais potássio, magnésio, manganês, fósforo, selênio, zinco e cobre que o chá verde. Estas substâncias são altamente antioxidantes, sendo ultra eficientes contra o envelhecimento e ainda estimulantes do metabolismo, que elimina gorduras com mais rapidez.

Para começar a colher seus benefícios, o indicado é que você beba de 3 a 4 xícaras por dia, em um período de 3 a 4 meses. Dessa forma, é possível perder até 6 quilos, aliando o chá com uma alimentação balanceada e saudável e também com a prática de exercícios físicos.

As folhas de oliveira são facilmente encontradas em lojas de produtos naturais ou em grandes mercados. O chá de oliveira pode ser ingerido por qualquer pessoa, exceto grávidas e lactantes.

Quer mais chá? Quentinho ou mesmo gelado, este é um aliado que vem para oferecer nutrientes, antioxidantes e até o controle da ansiedade. Conheça os tipos que são nossos aliados para perder peso nos Top 5 Chás.

Prepare o chá de folha de oliveira

Ferva 1 litro de água em uma panela e tire do fogo.

Adicione um punhado de folhas de oliveira e abafe.

Deixe por 1 minuto.

Em seguida, deixe a mistura esfriar e coe.

Não use adoçantes.

Para variar o sabor, acrescente folhas de hortelã ou cascas de abacaxi.

Tags: antioxidantes, chá de folha de oliveira, chás, nutra-se,

de Lúcia Diniz

Quarta-feira, 26 de Fevereiro de 2020

O Livro da semana

Esteiros

de

Soeiro Pereira Gomes

Soeiro Pereira Gomes nasceu em 1909 em Gestaçô, concelho de Baião. Estudou em Coimbra e posteriormente trabalhou um ano em África como regente agrícola. Mais tarde fixou-se em Alhandra,onde trabalhava como empregado de escritório de uma fábrica de cimento. A dureza da vida de funcionário comunista clandestino, durante os últimos anos da sua vida, contribuiu para o seu fim prematuro (morreu de tuberculose em 1949).

"Para os filhos dos homens

que nunca foram meninos,

escrevi este livro. "

Soeiro Pereira Gomes

"Honra seja feita ao Dr. Álvaro Cunhal. Desta vez não se repetiu, repetiram-no.

Álvaro Cunhal (Coimbra, 1913-Lisboa, 2005) foi ilustrador acidental, mais empenhado

na luta política e na polémica ensaística. Ilustrando a primeira edição de Esteiros,

obra seminal do Neorrealismo literário português, estava obviamente mais interessado

no conteúdo que na forma. A figuração neorrealista típica estava perto mas só com

Manuel Ribeiro de Pavia atingiria o seu esplendor, em meados da década. O traço e

a modelação incipientes e a composição e grafismo tímidos, não fazem propriamente

uma capa memorável. Mas as caras famélicas e os andrajos dos três rapazes denunciam

explicitamente a sua condição de deserdados sociais e as opções políticas do ilustrador.

Cunhal trabalhava como regente de estudos no Colégio Moderno, a convite de João Soares,

pai de Mário Soares, quando fez a capa para as Edições Sirius, em 1941. Em Dezembro do

mesmo ano, acossado pela polícia política, entrou mais uma vez na clandestinidade."

Texto de Jorge Silva

Segunda-feira, 24 de Fevereiro de 2020

Celeiro da Cultura

Manuel Ribeiro de Pavia (Pavia, 1907-Lisboa, 1957)

"Todo o verdadeiro artista é um transformador de energias, e como tal a obra de arte nunca poderá ser um acto gratuito. A sua melhor, a mais espinhosa tarefa é reintegrar o homem na dignidade humana. Em arte só o real é verdadeiro-aquilo que se pode verificar pelo comportamento emotivo do homem. Daí sucede, por vezes, que numa arte distanciada do público os primeiros contactos sejam sempre dolorosos e decepcionantes. Necessàriamente que o homem comum, entregue aos azares dos seus recursos individuais, não pode ter uma visão excepcional do mundo. Todo o artista deve (e tem) de ser um criador activo, isto é, um colaborador actuante e interessado no conjunto das funções sociais. O que pretende expressar deverá ir além da sua vida afectiva ou intelectual e comparticipar da aventura quotidiana, numa familiaridade constante com os restantes individuos. Uma obra de arte resulta sempre bela e universal, na medida em que foi possível ao artista comunicar ao mundo exterior qualquer parcela da sua profunda emoção das realidades humanas."

Manuel Ribeiro de Pavia

Alentejo não tem sombra

Primavera

"Noite dentro, uma figura franzina e de sorriso amargo recolhia ao seu quarto numa modesta pensão da Rua Bernardim Ribeiro, em Lisboa e, muitas vezes tendo como jantar apenas um copo de leite, sentava-se ao estirador a encher papéis de sonhos e ilusões. Que desenhava o artista nas folhas que acabavam invariavelmente nas vastas gavetas da cómoda, algumas delas laboriosamente retocadas para ilustrar capas de livros de poetas e prosadores amigos? A dura faina das gentes do mar e do seu Alentejo natal, ceifeiros e ceifeiras orgulhosos e expectantes à sombra de nodosas azinheiras. E mulheres! As mulheres que Manuel Ribeiro de Pavia (Pavia, 1907-Lisboa, 1957) nunca teve, mães e companheiras, a esconder fome e sede de amores que a infância sofrida e a vagabundagem pela cidade lhe negaram. Desenhou-as às centenas, a lápis, carvão ou aguarela, sempre sobre papel. Corpos redondos e maciços, lábios carnudos, pés e mãos de gigante, olhos líquidos presos no leitor, a povoar a solidão do quarto e da vida. São neorrealistas, sim, pelo seu momento histórico, mas de um Neorrealismo lírico, sem sombra de pecado, povoando a literatura de uma geração inteira que partilhava com o artista o sonho dos amanhãs que cantam."

Eduardo Teófilo, Portugália Editora, 1954

Sábado, 22 de Fevereiro de 2020

"Respigando...Borba"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Photo of Ching Yang Tung

Fotografias de Filipe Galhanas

Entrevista a Filipe José Galhanas de Borba em 14 de Março

de 2014, pelo Blogue "Amigos de Borba"

https://youtu.be/hUalee-8Irc

Borba - "Dedicação"

Diaporama com Fotografias de Filipe José Galhanas de Borba

Março de 2014-Fotografias a preto e branco

Homenagem do Blogue "Amigos de Borba"

a

Filipe José Galhanas

https://youtu.be/yuknsUFNXlM

Sexta-feira, 21 de Fevereiro de 2020

Visite o Alentejo

Alentejo-Montemor-o-Novo

https://youtu.be/XsedU6U2lLs

Sábado, 8 de Fevereiro de 2020

"Respigando...Borba"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

"As respigadoras" de Jean-François Millet

Em Borba com o Prof. José Hermano Saraiva

A Alma e a Gente - Ressurreição das Aldeias (Borba)

03 Fev 2008

Prof. José Hermano Saraiva

O concelho de Borba não é um concelho grande, tem 142 quilómetros quadrados, a população

não é muita, tem 8500 habitantes, mas trata-se de um dos concelhos mais ricos do Alto Alentejo.

As duas grandes riquezas da região são o Vinho e o Mármore. Só que agora surge uma terceira

riqueza, o Turismo, com a ressurreição duma aldeia típica alentejana (S. Gregório) agora

transformada em aldeia turística (um projecto exemplar).

A Alma e a Gente - Ressurreição das Aldeias (Borba) - 03 Fev 2008

https://youtu.be/3TRJ3MwEbOk

Alentejo- Aldeia de São Gregório- Borba

https://youtu.be/SUGhVNm9J3g

Terça-feira, 4 de Fevereiro de 2020

Alentejo-GASTRONOMIA

Receitas Culinárias Alentejo

BOLOS DO FUNDO DO ALGUIDAR COM TORRESMOS

‎Photo in ALENTEJANANDO

"Alentejo - Bolos do Fundo do Alguidar com torresmos

Ingredientes:

500 g de açúcar de preferência amarelo

3 ovos

1 colher de chá de fermento em pó

raspa da casca de 1 ou 2 limões (conforme o tamanho)

125 g de torresmos picados na picadora

1 cálice de aguardente

1 kg de massa de pão

açúcar e canela para polvilhar

banha

Confecção:

Numa tigela batem-se os ovos com o açúcar, o fermento, a raspa da casca dos limões,

a aguardente e os torresmos . No fundo de um alguidar (daqui o nome deste bolo) encontra-se a massa de pão, à qual se junta o preparado anterior. Mistura-se tudo muito bem com as mãos e faz-se os bolos conforme tamanho desejado. Vão ao forno num tabuleiro untado com banha. Polvilham-se abundantemente com açúcar e canela e leva-se a cozer em forno bem quente.

O açúcar misturado com a canela, depois de cozido, forma um caramelo vidrado que transmite um sabor muito especial e característico a este bolo." in https://desenvolturasedesacatos.blogspot.pt/

"Os torresmos são os resíduos (febras) que ficam quando se derretem as gorduras de porco para se obter a banha.Vendem-se no talho."

Segunda-feira, 20 de Janeiro de 2020

"Respigando...Borba"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

"As respigadoras" de Jean-François Millet

Castelo de Borba

"Cronologia

1217 - 1223 - Conquista de Borba, no reinado de D. Afonso II (Anselmo, 1907); 1258 - carta de foral de Estremoz, com Borba incluída no seu termo; 1302 - registo epigráfico da fundação e elevação de Borba a município; 1512, 1 de Junho - foral novo concedido por D. Manuel I; 1645 - batalha entre soldados espanhóis e portugueses junto à ribeira da Alcaraviça, no termo de Borba; 1662, 13 de Maio - invasão da vila de Borba pelos soldados comandados por D. João da Áustria e ataque ao castelo, exigindo a rendição do alcaide Rodrigo da Cunha Ferreira; 1711 - passagem das tropas espanholas do general Ceo, no contexto da Guerra da Sucessão (Anselmo, 1907); séc.18 - ainda estava embebida no torreão O. a epígrafe honorífica; uma das torres foi reconvertida em prisão, sendo os presos assistidos por capela própria, que funcionava no actual Passo do Alto da Praça; 1808, 15 de Junho - estabelecimento de uma Junta de Defesa por parte do sargento-mor António Lobo Infante de Lacerda e do general espanhol Frederico Moretti, no contexto das exigências do general Junot aquando da fuga da família real para o Brasil; 1809 -1811 - permanência em Borba de uma brigada inglesa de general Beresford; 1829 - formação em Borba da terceira companhia de um Batalhão de Voluntários Realistas defensores da causa de D. Miguel; 1956 - a torre do relógio encontrava-se em risco de ruína; 1992, 01 Junho - o imóvel foi afecto ao Instituto Português do Património Arquitectónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 2003" In Sipa

SIPA.aspx

Fotografia de Adriano Bastos

Sábado, 18 de Janeiro de 2020

Os nossos Escritores

Florbela Espanca

Vila Viçosa

"Mulher sem Areia Nenhuma

Florbela Espanca, in "Correspondência (1920)"

Tenho o santo horror da frieza calculada, da boa educação, do prudente juízo duma mulher. Aos homens pertence tudo isso, e a mulher deve ser muito feminina, muito espontânea, muito cheia de pequeninos nadas que encantem e que embalem. Meu amigo, se esperas ter uma mulher sem areia nenhuma, morres de aborrecimento e de frio ao pé dela e não será com certeza ao pé de mim... Comigo hás-de ter sempre que pensar e que fazer. Hás-de rir das minhas tolices, hás-de ralhar quando elas passarem a disparates (hão-de ser pequeninos...) e hás-de gostar mais de mim assim, do que se eu fosse a própria deusa Minerva com todo o juízo que todos os deuses lhe deram."

"Alentejo Terra de Artistas"

A pintura é neta da natureza...

Rembrandt

Francisco Pedro Relógio-Vila Verde de Ficalho

A Casa Decorada do Pintor Francisco Relógio

Autor Cruz Louro de Aldeia Nova de São Bento

Margem Esquerda do Guadiana, Vila Verde de Ficalho(1971)

(500*326mm)

Biografia

Nasceu em 1926, em Vila Verde de Ficalho, Baixo Alentejo. Artista plástico, inicia a sua carreira no final dos anos 40, muito ligado ao neo-realismo segue depois uma linha mais próxima do surrealismo, colaborou em diversas exposições em Portugal e no estrangeiro. Senhor de um traço característico, Francisco Relógio foi sobretudo um grande desenhador.

Pintor neofigurativo que se distingue pelas suas estilizações figurativas e abstractizantes, cheias de minucia, imaginação e graça. Esteve representado em exposições organizadas pela Galeria de Arte do Casino do Estoril, na Galeria de S. Bento (Lisboa), no “Group Surrealist Exhibition (Ohio, E.U.A.) e na exposição internacional (“Surrealismo e Pintura Fantástica”) organizada por Mário Cesariny. Em 1963 dedicou-se à pintura mural e ao estudo do azulejo, realizou painéis de azulejos para várias entidades em diferentes regiões do país e também executou cartões para tapeçarias.

Esteve representado no “I Simpósio Internacional de Azulejaria” organizado por Santos Simões, na F.C.G. e na Exposição Internacional de Cerâmica no “Victoria and Albert Museum” em Londres. Dirigiu uma peça na Casa da Comédia, em Lisboa e colaborou em vários espectáculos de teatro no Porto, Cascais e Coimbra.

Ilustrou textos de escritores e poetas portugueses. Está representado no Museu Nacional de Arte Contemporânea e em diversas colecções nacionais e estrangeiras. Existem vários painéis seus de azulejos em Lisboa, mas o mais conhecido é o que se encontra no edifício do Banco Nacional Ultramarino de Maputo. Faleceu em 1997 com 71 anos.

Francisco Pedro Relógio

Porto, 1958

Mulheres e pássaros, 1960, óleo sobre tela, 100 x 73 cm

Sem título (Cidade Imaginária)

, 1961

S/Título (Desenho a tinta da china e guache

s/papel-1972 31x23,5 cm)

Os Reis Magos-Baltazar 1979

"Senhor de um traço muito característico, talvez inspirado nas pinturas aztecas, Relógio foi, sobretudo um grande desenhador. Além da pintura, realizou belos cenários para diversas peças de teatro e cultivou também a cerâmica, o desenho e o azulejo." Existem vários painéis seus de azulejos em Lisboa, mas o mais conhecido é o que se encontra no edifício do Banco Nacional Ultramarino de Maputo

“A sua obra inicial surge em articulação com o neorrealismo. Explorando fundamentalmente os caminhos do desenho, Relógio definiu, mais tarde, um "hábil formulário gráfico, de lembrança legeriana, para traduzir conteúdos ainda ligados ao neo-realismo […]. As suas figuras, encadeadas numa

obsessiva ocupação do espaço, podem jogar decorativamente em grandes superfícies, com efeitos ilusórios por vezes curiosos, num gosto estabelecido entre a «arte nova» e a pop" (José Augusto França)

S/Título (Tapete de Arraiolos-1983-Dim 180x210 cm)

S/Título (Placa de Cerâmica-1984)

Mulher e Pássaro (1989-Óleo sobre Platex- 58x42cm)

Os três Reis Magos

Gaspar

"Explorando fundamentalmente os caminhos do desenho, Relógio definiu, mais tarde, um "hábil formulário gráfico, de lembrança legeriana, para traduzir conteúdos ainda ligados ao neorrealismo […]. As suas figuras, encadeadas numa obsessiva ocupação do espaço, podem jogar decorativamente em grandes superfícies, com efeitos ilusórios por vezes curiosos, num gosto estabelecido entre a «arte nova» e a pop".[3]in wikipédia

Vasco da Gama

"Além da pintura, e desenho trabalhou em ilustração, cenografia, fez cartões para tapeçaria e

painéis de azulejos." in wikipédia

Existem vários painéis seus de azulejos em Lisboa, mas o mais conhecido é o que se encontra no edifício do Banco Nacional Ultramarino de Maputo

Painel de Azulejos-BNU em Maputo

"Participou em inúmeras mostras coletivas, nomeadamente na I e na II Exposições de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (1957; 1961).[4]Expôs individualmente na Galeria Pórtico, Lisboa(1958); Casa dos Estudantes do Império, Lisboa (1958); Casa da Imprensa (1959); Galeria Divulgação, Porto(1959); Galeria do Diário de Notícias, Lisboa (1960); Interforma, Lisboa (1970); Galeria S. Francisco, Lisboa (1970); Galeria Alvarez, Porto (1973); Galeria Tempo, Lisboa (1979); Exposição retrospetiva, Galeria Municipal da Amadora (atual Galeria Artur Bual), 1992; etc. [5]" in Wikipédia

Câmara Municipal da Amadora. Maio – Junho 1992,

de 30×21 de 43-I págs. Br.

Textos de Artur Bual, Fernando Pernes, Vasco Graça

Moura, Roberto Cordeiro, etc. Ilustrações a cores

"Em 1939 fixou residência em Lisboa, onde frequentou a Escola Industrial Fonseca Benevides."

Quarta-feira, 18 de Dezembro de 2019

Os nossos Escritores

Ferreira de Castro é seguramente um dos maiores escritores do século XX.

Ferreira de Castro

FerreiraCastro01.jpg

24 de Maio de 1898-Oliveira de Azeméis-Aveiro

29 de Junho de 1974-Porto

"Publica, em 1928, o romance Emigrantes e A Selva em 1930, acompanhados de estrondoso êxito internacional, onde a literatura portuguesa pouca expressão tinha. Seguir-se-á, a um ritmo regular,

a publicação de outros romances: Eternidade (1933), Terra Fria (1934), A Tempestade (1940), A Lã e a Neve(1947). No período imediato ao pós-guerra, Ferreira de Castro torna-se um dos autores mais

lidos em Portugal e no estrangeiro.

«Em todas as aldeias próximas, em todas as freguesias das redondezas, havia o mesmo anseio de emigrar, de ir em busca de riqueza a continentes longínquos. Era um sonho denso, uma ambição profunda que cavava nas almas, desde a infância à velhice. O oiro do Brasil fazia parte da tradição e tinha o prestígio duma lenda entre os espíritos rudes e simples. Viam-no reflorir nas igrejas, nos palacetes, nas escolas, nas pontes e nas estradas novas que os homens enriquecidos na outra margem do Atlântico mandavam executar. (...)»

"Considerado um dos livros-monumento e de maior sucesso, dentro e fora de portas, da nossa literatura moderna, A Selva, notável epopeia sobre a vida dos seringueiros na selva amazónica durante os anos de declínio do ciclo da borracha, foi lida e amplamente elogiada por nomes que vão desde Jaime Brasil (Livro único na literatura de todo o mundo) a Agustina Bessa-Luís (obra-prima) e Jorge Amado (clássico do nosso tempo), não passando igualmente despercebida a grandes figuras da literatura internacional, como Albert Camus (estilo sinuoso e sugestivo, como uma vegetação exuberante de termos estranhos e maravilhosos. Livro inesquecível), Blaise Cendrars (brilhante e ardente estilista), seu tradutor francês, ou Stefan Zweig (admirável romance)."

Nos anos cinquenta publica o romance A Curva da Estrada e, entre outras obras, a famosa novela

A Missão. De 1968 data o romance O Instinto Supremo, onde o autor regressa, quase quatro

décadas depois de A Selva, ficcionalmente à selva amazónica. Ferreira de Castro foi, diversas vezes, proposto para o Prémio Nobel e, outras tantas, recusou sê-lo, em prol de outros escritores

portugueses." in ferreira-de-castro

Terça-feira, 17 de Dezembro de 2019

"Respigando...Alentejo"

(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)

Fotografia de Adriano Bastos

"Conhecer melhor e divulgar os - CORETOS - espalhados um pouco por todo o país, é um objectivo

em que se pretende envolver as Autarquias Locais do país e as estruturas que os dinamizam.

Quisemos, para além da divulgação da imagem, recolher alguns dados históricos, que melhor

pudessem ajudar a perceber a ligação dos Coretos às localidades onde estão implantados.

Saliente-se a propósito a colaboração até aqui evidenciada pelas autarquias contactadas.

Igualmente, de amigas e amig...os que se dispuseram colaborar nesta tarefa.

Coretos, isso mesmo ! O que são, ou o que foram !...

Coreto é uma estrutura edificada ao ar livre, em praças e jardins, para abrigar bandas musicais

em concertos, festas e romarias. Em Portugal, é encontrado praticamente em todas as povoações

no seu centro ou junto a igrejas ou capelas. Também é usado para apresentações políticas

e culturais.

Na passada semana, divulgámos o Coreto de Montemor o Novo, e hoje, ainda no distrito de Évora, fomos até ao Redondo para melhor conhecer o Coreto localizado na sede do Município, tendo contado com a disponibilidade e a especial colaboração de, Luís Sesifredo, do Gabinete de Informação do Centro Cultural do Redondo, para assim caracterizar e melhor conhecer o ...

CORETO DO REDONDO

CORETO DO REDONDO

O Coreto encontra-se situado no Jardim Público, na Avenida Antónia Luciana.

Construído – início em 1931 e conclusão em 1936.

Estrutura de granito com construção de betão armado e forma octogonal

O Município não dispõe oficialmente de um roteiro turístico, no entanto o Jardim Público, Coreto e Fonte, é um espaço privilegiado para os turistas e visitantes.

Por vezes o município celebra no Jardim e junto ao Coreto espectáculos para crianças – Dia Mundial da Criança."

Artigo de Rui Breda

Alentejo

“…Desde os finais dos anos 40 o Alentejo entrara em mim de modo definitivo…”

Júlio Resende

"Júlio Resende diplomou-se em Pintura em 1945 pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto , onde foi discípulo de Dórdio Gomes.

Fez a sua primeira aparição pública em 1944 na I Exposição dos Independentes. Em 1948 partiu para Paris , recebendo formação de Duco de la Haix e de Otto Friez.

O trabalho produzido em França é exposto em Portugal em 1949, definindo a sua vocação de expressionista. Assimilou algum cubismo, vai construir na sua fase alentejana, e mais tarde no Porto. A sua pintura caracterizada pela plasticidade e dinâmica, de malhas triangulares ou quadrangulares, aproximando-se de forma progressiva da não figuração.

Pintor de transição entre o figurativo e o abstracto, Resende distingue-se também como professor, trazendo à escola do Porto um novo espírito aos alunos que a frequentaram na década de 1960.

A obra pictórica de Júlio Resende revela que ele compreendeu a pintura europeia, porque a observou, experimentou e soube transmitir aos pintores e aos alunos que ele formou na Escola Superior de Belas-Artes do Porto.

referiu-se a ele como “grande Mestre da Arte Portuguesa do último século” .

Morreu no dia 21 de Setembro de 2011 aos 93 anos" in CNAP.PT

1949. Alentejo. Aguarela. 17,0 x 22,3 cm.

1949. Alentejana. Tinta-da-china. 15,5 x 10,3 cm.

1949. Alentejo. Tinta-da-china. 15,5 x 19,2 cm.

1949. De volta a casa. Aguarela. 16,0 x 22,2 cm.

Segunda-feira, 8 Julho de 2019

Borba-os nossos pintores

José Cachatra (1933-1974) -- O pintor alentejano, natural de Borba

"O pintor alentejano, natural de Borba, residiu grande parte da sua vida em Évora e deixou uma obra significativa no modo como representa este território, as suas figuras e as suas paisagens, ecoando ao mesmo tempo a herança modernista portuguesa e europeia na composição e nos estilos, no traço largo e impressivo, na sensorialidade do espaço, da luz e da cor. A obra de Cachatra encontra-se sobretudo na mão de particulares, razão pela qual se expõe raramente e pode, por isso, considerar-se maioritariamente desconhecida.

Nota biográfica

José Carlos Cachatra (16 de agosto de 1933 - 18 de Abril de 1974) nasceu em Borba, filho de Carlos José Cachatra e Vicência da Silva Bento. Após a escolaridade primária, estudou no Colégio Bartolomeu Dias, em Algés, entre 1944 e 1948, ano em que a família veio para Évora. José Carlos Cachatra frequenta aqui o Colégio Nun’Álvares, onde termina, em 1950, o 5º ano dos Liceus. Até 1955 continua a estudar, conclui o 7º ano e faz o exame de admissão às Belas Artes, em Lisboa. Nesse ano é chamado para a tropa, que faz como oficial miliciano aviador. Sai em Agosto de 1958, tem 25 anos.

Decide então regressar às Belas Artes, fazendo os 1º e 2º anos num só. No ano lectivo de 1959-1960 matricula-se nos 3º e 4º anos, começando a leccionar na Escola de Artes Decorativas António Arroio (em Lisboa), onde trabalhará até à conclusão do seu curso. Em 1963 vem leccionar no Liceu de Évora, recusando uma proposta de reintegração na carreira militar como Tenente.

Permanece no Liceu até 1965, ano em que um eventual desentendimento com o Reitor Adelino Marques de Almeida terá causado a sua saída do Liceu. A mãe morre nesse mesmo ano (a 31 de Dezembro), o pai pouco depois (1967). Desde o seu regresso a Évora, em 1963, Cachatra pinta abundantemente, muitas vezes por encomenda. (...)

Cachatra frequentou nesta época a Trave, tendo exposto na Galeria do SNI, em Lisboa, em 1968, integrado naquele colectivo (juntamente com Cândido Teles, Paulino Ramos, José Belém, Ilídio, Gabriel Silva (escultu-ra) e Francisco Lagarto em cerâmica).

Nos anos seguintes, pinta e vende quadros no Café Arcada, em Évora, café que frequentava assiduamente, enquanto o seu estado de saúde se agrava. Morre em 1974 no Hospital do Rego (Curry Cabral), em Lisboa, vítima de tu-berculose.

A obra de Cachatra encontra-se dispersa por colecções particulares, tendo sido parcialmente exposta em 1991, pelo Grupo Pró-Évora. (nota de imprensa)" Publicado por: A Cinco Tons

Quinta-feira, 4 de Julho de 2019

Borba

Recordar

João Rita

Recordamos este nosso Amigo, cujo contributo para a Cultura Borbense ficará para sempre marcado pela autenticidade do seu canto, seu longo amor ao fado e à sua divulgação, bem como pelo partilhar a felicidade cantando o que lhe provinha da alma, do seu profundo sentir.

Fado

https://youtu.be/lVglzC38sbo

Joao Rita fado, Filho e Neto

https://youtu.be/wt3ruGjxcxo

Criada em 21 de Agosto de 2012, a Associação dos Amigos de Borba

Associação de Borbenses Defensores do Património Ambiental e Cultural

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Photo in Marco+do+Correio+III.jpg

amigosborba2012@gmail.com

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O Alentejano

"Homenagem aos Mestres Cantores do Alentejo"

Pintura de Espiga Pinto, sobre madeira, datada de 1965. 130x40cm

Col. Centro de Arte Moderna da

Fundação Calouste Gulbenkian

"Se há marca que enobrece o semelhante, é essa intangibilidade que o Alentejano conserva e que deve em grande parte ao enquadramento. O meio defendeu-o duma promiscuidade que o atingiria no cerne. Manteve-o Vertical e Sozinho, para que pudesse ver com nitidez o tamanho da sua sombra no chão. Modelou-o de forma a que nenhuma força por mais hostil, fosse capaz de lhe roubar a coragem, de lhe perverter o instinto, de lhe enfraquecer a razão... (...) É preciso ter uma grande dignidade humana, uma certeza em si muito profunda, para usar uma casaca de pele de ovelha com o garbo dum embaixador. Foi a terra Alentejana que fez o homem Alentejano, e eu quero-lhe por isso. Porque o não degradou proibindo-o de falar com alguém de chapéu na mão."

Miguel Torga In "Portugal" 1950

Fotografia de Adriano Bastos

O Alentejo lembra-me sempre

Um imenso relógio de sol

Onde o homem faz de ponteiro do tempo

Miguel Torga

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