16 Amílcar Abreu

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Amilcar Abreu

"enriquecer a galeria dos criadores nacionais de banda desenhada, onde o seu nome faltava." refere António de Azevedo Coutinho a propósito do vasto e significativo espólio de Amilcar Abreu

Amilcar Abreu artista autodidacta, pintor e ilustrador tem as sua genuínas raizes no Alentejo, concretamente em Arronches, no Alto Alentejo. Nasceu no distrito de Portalegre em 1922, tendo nos quarenta e dois anos de curta existência deixado importante legado.

Foi no Alentejo que viveu grande parte da sua vida e é através do Desenho, Aguarelas e Ilustrações que se tornou conhecido na década de quarenta do século passado.

Divulga então as suas aguarelas e inconfundíveis caricaturas, deixando antever um importante artista .

Na sua obra o Alentejo está presente e é motivo da sua inspiração, ao retratar o ambiente rural e urbano de então.

Participa já em 1925 através de ilustrações no Jornal "O Século" no suplemento infantil, sendo justo referir que dá origem à Banda Desenhada Portuguesa e à literatura infantil. Ràpidamente estas publicações ganham relevo povoando o nosso imaginário e chegando igualmente a terras distantes como o Brasil, França e a vizinha Espanha.

Participa em 1947 numa Exposição Colectiva com "A menina Vitamina", "Torres da Sé, "Da Janela do meu quarto", "O menino Swing" e outros trabalhos, ganhando projecção pela sua originalidade e pela sátira dos mesmos.

O maior conhecimento advém da sua colaboração com o Jornal "O Século, um dos maiores jornais de tiragem nacional, com o seu contributo nas décadas de cinquenta e seguinte do século passado, com o "Pim Pam Pum" nos deixou imagens que urge rever e divulgar. É então que o público toma conhecimento da sua grande produção artística na aguarela, na ilustração e caricatura.

ANOS 50 - SÉC. XX, ORIGEM DA BANDA DESENHA NACIONAL

AMÍLCAR ABREU (1922-1964)

O artista pintor e ilustrador nasceu nos anos 20 do século passado em Arronches, no distrito de Portalegre, Alto Alentejo.

O desenho foi sempre a sua base e o seu traço marca pela sua leveza.

Em maio passado foi homenageado pela Câmara Municipal de Portalegre na Galeria de São Sebastião onde apresentou a sua exposição "Desenhar sem apagar".

(Amílcar 1951)

Viveu parte da sua vida em Portalegre e a sua obra começou a ter vulto no inicio da década de 40, é neste tempo que divulga as primeiras aguarelas e caricaturas.

Participou com "O menino Swing" e "A menina Vitamina" entre outras obras, numa exposição coletiva em 1947 onde obteve um destaque na imprensa pela sátira e originalidade.

Depois de Portalegre seguiu-se Arronches

No dia 5 de setembro foi inaugurada a exposição "Desenhar sem apagar", agora na Galeria do Centro Cultural de Arronches., terra natal de Amilcar Abreu

(Cartaz)

Nesta exposição foi possível revisitar Amílcar Abreu o pintor e ilustrador foi um privilégio, uma autentica narrativa em aberto feita em cada traço dos seus desenhos. Como o fizeram João Abreu e Maria Filomena Abreu (Curadora da Exposição).

Desenhar sem apagar nasceu também da vontade de entender Amílcar Abreu, hoje com um olhar adulto.

E agora Ponte de Sôr

Ontem 25 de outubro no Centro de Artes e Cultura de Ponte do Sôr foi inaugurada a exposição Desenhar sem apagar do artista que venho a falar (Amílcar Lima).

Composta por um conjunto de aguarelas, caricaturas e ilustrações que marcaram a expressão artística norte alentejana nos meados do século passado.

(Cartaz)

A exposição retrata a paisagem rural e urbana de então, aspetos de usos e costumes agrícolas alentejanos. A obra agora exposta em muito extravasou os limites do Alto Alentejo num caso muito particular a ilustração através da sua publicação no suplemento infantil do jornal diário "O Século". O 1.º suplemento aconteceu a 1 de dezembro de 1925, adquiriu uma forte expressão nacional e internacional chegou às bancas de Espanha França e Brasil. Foi um contributo decisivo para a afirmação da literatura infantil e para o surgimento da banda desenhada de produção nacional, servindo de modelo de referência às demais publicações.

Quem não se lembra nos anos 50/60 do século anterior, na sua adolescência do «Pim Pam Pum» no jornal "O Século", um dos de maior tiragem nacional, o qual criou hábitos de leitura e de banda desenhada nos jovens e nos adolescentes.

Estas linhas são precisamente para os interessados recordarem ou saberem mais sobre o artista que em determinado período das nossas vidas, coloriu o imaginário de cada um com tantas e belas imagens. in ilustrador-do-jornal-o-seculo.html

“Revisitar Amílcar Abreu, pintor e ilustrador é um privilégio, uma narrativa em aberto feita da redescoberta de cada traço dos seus desenhos…”

O artista Amilcar Abreu nasceu nos anos 20 do século passado em Arronches. Viveu uma boa parte da sua vida em Portalegre, onde é, agora, homenageado pela Câmara Municipal. A sua obra começa a adquirir visibilidade, no início da década de 40, data em que divulga as suas primeirasaguarelas e caricaturas.

Participou numa exposição colectiva, em 1947, com o "O menino Swing", "A menina Vitamina" e outras obras, que lhe valeram um destaque na imprensa pela sátira e originalidade.

O desenho foi sempre o suporte para o equilíbrio estético das suas obras e o seu traço marca pela leveza e síntese com que nos transmite a inquietação e busca pelo absoluto. Nos anos 50 deixou-nos considerável espólio, ao aceitar o convite para ilustrar o jornal infantil "Pim Pam Pum", editado semanalmente por " O Século", um dos jornais de maior tiragem em Portugal.

Amílcar Abreu e o PIM-PAM-PUM! – quatro (fim)

Posted on 4 de Dezembro de 2015

Daqui em diante, as enciclopédias, os estudos e as referências neste sector cultural terão de o incluir. O PIM-PAM-PUM! integra e expõe a sua arte comunicativa, natural, discreta e expressiva, tal como ele foi na sua curta mas densa vida.

Por isso aqui o lembrei, evocando o esporádico companheiro de distante aventura no campo das artes, onde me perdi e ele triunfou.

Quando se é velho, um privilégio que Amílcar Abreu infelizmente não pôde viver, ganha-se o conhecimento do papel e do valor da memória, a importância das gratas vivências de muitos anos.

Evoco por isso palavras que um jornalista de A Rabeca desses “lagóias”, saudosos e difíceis anos quarenta -teria sido João Diogo Casaca ou Casimiro Mourato ou Américo Paiva ou… ?- escreveu judiciosamente no catálogo dessa inolvidável Exposição dos Novos Artistas: A maioria dos artistas aqui presentes, e alguns, com efeito, andando à vontade pelos atalhos traiçoeiros da arte, vieram porque os fomos procurar e animar. Sem o nosso desafio e amparo, não teriam sequer sido esboçados ou idealizados. Faltava-lhes o apoio do estímulo, o calor da admiração, a graça da certeza. E continuaríamos a saber da existência de novos artistas e artistas novos, de gente hábil e fadada para prosseguir, mas somente louvada, em um ou outro serão familiar, onde quer que se visse um boneco, uma paisagem, um recanto urbano… desenhados por um rapaz com jeito.

Descreveu-o, e bem, Rui A. Pereira, quando o relacionou com o mundo ilustrado. A feliz e oportuna iniciativa de recuperar a arte -arte no sentido pleno e também na sua componente aos quadradinhos- a iniciativa de recuperar a arte de Amílcar Ponte de Abreu vem enriquecer a galeria dos criadores nacionais de banda desenhada, onde o seu nome faltava.

A certeza da arte de Amílcar Abreu fica atestada, muitas décadas depois, na exposição desenhar sem apagar, que tem corrido o país.

Limitei-me agora a disso aqui fazer eco.

Devo-lhe tal obrigação, até porque também lia o PIM-PAM-PUM!

António Martinó de Azevedo Coutinho