08- Agosto

Terça-feira, 21 de Agosto de 2018

Foi criada em 21 de Agosto de 2012, a Associação dos

Amigos de Borba

Associação de Borbenses Defensores do

Património Ambiental e Cultural

Photo in url

A 14 de Novembro de 2012 dá-se o primeiro passo na criação do Blogue Amigos de Borba o qual no decorrer deste tempo registou já 73.369 visitas.

Aos 13 de Maio de 2013 procedeu-se ao REGISTO do GRUPO DOS AMIGOS DE BORBA - GRUPO DE BORBENSES DEFENSORES DO PATRIMÓNIO AMBIENTAL E CULTURAL, no sentido de contribuir para aproximação de residentes e não residentes de Borba com forte ligação ao Alentejo e a Borba, através de diversas iniciativas e no essencial incrementar relações com todos os Borbenses e Amigos de Borba para uma maior ligação às suas terras de origem e às suas raízes.

Photo in url

Domingo, 19 de Agosto de 2018

19 de Agosto: Dia Mundial da Fotografia

"A melhor coisa sobre uma fotografia, é que ela não muda mesmo quando

as pessoas mudam."

Andy Warhol

O beijo do Hotel de Ville, de Robert Doisneau

"Um dos beijos mais famosos da história aconteceu em Paris e foi captado pelo fotógrafo francês Robert Doisneau. Trata-se contudo de uma fotografia encenada com dois estudantes de teatro, Françoise Bornet e Jacques Carteaud. A fotografia é de de Março de 1950: Robert Doisneau saiu para a rua com os dois jovens actores e deixou-os fazer o que quisessem, observando-os de perto. Os jovens caminharam, conversaram, deram as mãos e acabaram por beijar-se. O beijo ocorreu na rua de Rivoli, em frente ao Hotel de Ville (Câmara Municipal de Paris), com Doisneau sentado num café. A fotografia foi publicada pela revista Life — para um artigo sobre o amor em Paris."in Estóriasdahistória

18 de Agosto de 1936

Federico Garcia Lorca

Assassinado barbaramente aos 38 anos, a 18 de Agosto de 1936 pelas

tropas fascistas, no início da guerra civil de Espanha.

"A POESIA NÃO QUER ADEPTOS, QUER AMANTES"

Federico Garcia Lorca

Federico García Lorca (Fuente Vaqueros, 5 de Junho de 1898 — Granada, 18 de

Agosto de 1936), poeta e dramaturgo espanhol, uma das primeiras vítimas da

Guerra Civil Espanhola.

Aos seis anos

"A criação poética é um mistério indecifrável, como o mistério do nascimento

do homem. Ouvem-se vozes, não se sabe de onde, e é inútil preocuparmo-nos em saber

de onde vêm."

Federico Garcia Lorca

Federico Garcia Lorca

Gazel do Amor Desesperado

A noite não quer vir

para que tu não venhas,

nem eu possa ir.

Mas eu irei,

inda que um sol de lacraus me coma a fronte.

Mas tu virás

com a língua queimada pela chuva de sal.

O dia não quer vir

para que tu não venhas,

nem eu possa ir.

Mas eu irei

entregando aos sapos meu mordido cravo.

Mas tu virás

pelas turvas cloacas da escuridade.

Nem a noite nem o dia querem vir

para que por ti morra

e tu morras por mim.

Federico García Lorca, in 'Divã do Tamarit'

"Federico García Lorca é, ao lado de Miguel de Cervantes, o escritor espanhol mais conhecido e lido tanto na própria Espanha, como no resto do mundo. Poeta e dramaturgo, de uma obra intensa, marcada por codificações simbólicas: a lua, a morte, a terra, a água, o cavalo, a criança...

Lorca criou um dos mais belos teatros do século XX, introduzindo em suas peças uma linguagem poética singular. Sua insatisfação diante da vida transformava os costumes abordados em sua tragédia. Centro de um grupo de intelectuais que passou para a história como a “Geração de 27”, congregou com os maiores nomes do universo da arte e cultura da Espanha do século passado, entre o solar dos seus amigos estavam: Luís Buñuel, Salvador Dali, Antonio Machado, Manuel Falla e Rafael Alberti.

Federico García Lorca foi um dos primeiros a ser vitimado pela Guerra Civil Espanhola, sendo abatido pelos nacionalistas, grupo liderado pelo general Franco, que uma vez no poder, levaria a Espanha a uma ditadura de quatro décadas. Durante a ditadura franquista, o nome do poeta andaluz foi banido e proibido em todo o país. Numa época de conservadorismo dos costumes católicos na Ibéria, as idéias de Lorca, juntamente com a sua homossexualidade latente, foram decisivas para o seu fuzilamento. Se a conduta de idéias e as assimilações de vida de Lorca bateram no preconceito de uma nação, assassinando o homem, o poeta e o dramaturgo eternizaram o mito. Mesmo calada a sua obra por décadas, ela voltou com os ventos da democracia, formando um grande vendaval que fizeram das palavras dilaceradas à luz da lua, um grito que ecoou por toda a península Ibérica, tornando-se um dos maiores nomes da literatura espanhola."

in virtualia.blogs.sapo.pt

O Poeta Pede a Seu Amor que lhe Escreva

Meu entranhado amor, morte que é vida,

tua palavra escrita em vão espero

e penso, com a flor que se emurchece

que se vivo sem mim quero perder-te.

O ar é imortal. A pedra inerte

nem a sombra conhece nem a evita.

Coração interior não necessita

do mel gelado que a lua derrama.

Porém eu te suportei. Rasguei-me as veias,

sobre a tua cintura, tigre e pomba,

em duelo de mordidas e açucenas.

Enche minha loucura de palavras

ou deixa-me viver na minha calma

e para sempre escura noite d'alma.

Federico García Lorca, in 'Poemas Esparsos'

Romance Sonâmbulo

(trecho)

Verde que te quero verde.

Verde vento. Verdes ramas.

O barco vai sobre o mar

e o cavalo na montanha.

Com a sombra pela cintura

ela sonha na varanda,

verde carne, tranças verdes,

com olhos de fria prata.

Verde que te quero verde.

Por sob a lua gitana,

as coisas estão mirando-a

e ela não pode mirá-las.

Federico García Lorca

Se Minhas Mãos Pudessem Desfolhar

Eu pronuncio teu nome

nas noites escuras,

quando vêm os astros

beber a lua

e dormem nas ramagens

das frondes ocultas.

E eu me sinto oco

de paixão e de música.

Louco relógio que canta

mortas horas antigas.

Eu pronuncio teu nome,

nesta noite escura,

e teu nome me soa

mais distante que nunca.

Mais distante que todas as

estrelas

e mais dolente que a mansa

chuva.

Amar-te-ei como então

alguma vez?

que culpa

tem o coração?

Se na névoa se esfuma,

que outra paixão me espera?

Será tranqüila e pura?

Se meus dedos pudessem

desfolhar a lua!

Federico García Lorca

LEONARD COHEN Pequeño Vals vienés

https://youtu.be/apzal8rBNdI

PEQUEÑO VALS VIENÉS

.

En Viena hay diez muchachas,

un hombro donde solloza la muerte

y un bosque de palomas disecadas.

Hay un fragmento de la mañana

en el museo de la escarcha.

Hay un salón con mil ventanas.

.

¡Ay, ay, ay, ay!

Toma este vals con la boca cerrada.

.

Este vals, este vals, este vals, este vals,

de sí, de muerte y de coñac

que moja su cola en el mar.

.

Te quiero, te quiero, te quiero,

con la butaca y el libro muerto,

por el melancólico pasillo,

en el oscuro desván del lirio,

en nuestra cama de la luna

y en la danza que sueña la tortuga.

.

¡Ay, ay, ay, ay!

Toma este vals de quebrada cintura.

.

En Viena hay cuatro espejos

donde juegan tu boca y los ecos.

Hay una muerte para piano

que pinta de azul a los muchachos.

Hay mendigos por los tejados,

hay frescas guirnaldas de llanto.

.

¡Ay, ay, ay, ay!

Toma este vals que se muere en mis brazos.

.

Porque te quiero, te quiero, amor mío,

en el desván donde juegan los niños,

soñando viejas luces de Hungría

por los rumores de la tarde tibia,

viendo ovejas y lirios de nieve

por el silencio oscuro de tu frente.

.

¡Ay, ay, ay, ay!

Toma este vals, este vals del "Te quiero siempre".

En Viena bailaré contigo

con un disfraz que tenga

cabeza de río.

¡Mira qué orillas tengo de jacintos!

Dejaré mi boca entre tus piernas,

mi alma en fotografías y azucenas,

y en las ondas oscuras de tu andar

quiero, amor mío, amor mío, dejar,

violín y sepulcro, las cintas del vals.

.

. . . . . . .

PEQUENA VALSA VIENENSE

.

Em Viena há dez raparigas,

um ombro onde a morte soluça

e um bosque de pombas dissecadas.

Há um fragmento da manhã

no museu da geada.

Há um salão com mil janelas.

.

Ai, ai, ai, ai!

Toma esta valsa com a boca fechada.

.

Esta valsa, esta valsa, esta valsa,

de sim, de morte e de conhaque

que molha sua cauda no mar.

.

Quero-te, quero-te, quero-te,

Com a poltrona e o livro morto,

pelo tristonho corredor,

no sótão escuro do lírio,

na nossa cama da lua

e na dança que sonha a tartaruga.

.

Ai, ai, ai, ai!

Toma esta valsa de quebrada cintura.

.

Em Viena há quatro espelhos

onde brincam tua boca e os ecos.

Há uma morte para piano

que pinta de azul os rapazes.

Há mendigos pelos telhados.

Há frescas grinaldas de pranto.

.

Ai, ai, ai, ai!

Toma esta valsa que morre em meus braços.

.

Porque eu quero-te, quero-te, meu amor,

no sótão onde brincam as crianças,

sonhando velhas luzes da Hungria

pelos rumores da tarde morna,

vendo ovelhas e lírios de neve

no silêncio escuro de tua fronte.

.

Ai, ai, ai, ai!

Toma esta valsa do "Quero-te sempre".

.

Em Viena dançarei contigo

com um disfarce que tenha

cabeça de rio.

Olha que margens tenho de jacintos!

Deixarei minha boca entre as tuas pernas,

minha alma em fotografias e açucenas,

e nas ondas escuras de teu andar

quero, meu amor, meu amor, deixar,

violino e sepulcro, as fitas da valsa.

.

. . . .

TAKE THIS WALTZ

.

Now in Vienna there's ten pretty women

There's a shoulder where Death comes to cry

There's a lobby with nine hundred windows

There's a tree where the doves go to die

There's a piece that was torn from the morning

And it hangs in the Gallery of Frost

Ay, Ay, Ay, Ay

Take this waltz, take this waltz

Take this waltz with the clamp on its jaws

.

Oh I want you, I want you, I want you

On a chair with a dead magazine

In the cave at the tip of the lily

In some hallways where love's never been

On a bed where the moon has been sweating

In a cry filled with footsteps and sand

Ay, Ay, Ay, Ay

Take this waltz, take this waltz

Take its broken waist in your hand

.

This waltz, this waltz, this waltz, this waltz

With its very own breath of brandy and Death

Dragging its tail in the sea

.

There's a concert hall in Vienna

Where your mouth had a thousand reviews

There's a bar where the boys have stopped talking

They've been sentenced to death by the blues

Ah, but who is it climbs to your picture

With a garland of freshly cut tears?

Ay, Ay, Ay, Ay

Take this waltz, take this waltz

Take this waltz it's been dying for years

There's an attic where children are playing

Where I've got to lie down with you soon

In a dream of Hungarian lanterns

In the mist of some sweet afternoon

And I'll see what you've chained to your sorrow

All your sheep and your lilies of snow

Ay, Ay, Ay, Ay

Take this waltz, take this waltz

With its "I'll never forget you, you know!"

.

This waltz, this waltz, this waltz, this waltz

With its very own breath of brandy and Death

Dragging its tail in the sea

.

And I'll dance with you in Vienna

I'll be wearing a river's disguise

The hyacinth wild on my shoulder,

My mouth on the dew of your thighs

And I'll bury my soul in a scrapbook,

With the photographs there, and the moths

And I'll yield to the flood of your beauty

My cheap violin and my cross

And you'll carry me down on your dancing

To the pools that you lift on your wrist

Oh my love, Oh my love

Take this waltz, take this waltz

It's yours now. It's all that there is.

.

.

Federico Garcia Lorca

in A Vida Breve

Oda a Walt Whitman Patxi Andion Poetas en NY Lorca

https://youtu.be/vqU9449nwYI