01 Borba em Enciclopédias

Borba em Enciclopédias:

01 - GUIA DE PORTUGAL - 1927

02 - Dicionário Enciclopédico Publicações ALFA -1992

03 - GRANDE ENCICLOPÉDIA PLANETA

04 - ENCICLOPÉDIA FUNDAMENTAL VERBO – 1982

05 - ENCICLOPÉDIA LUSO – BRASILEIRA DE CULTURA

05 B - ENCICLOPÉDIA LUSO – BRASILEIRA DE CULTURA EDIÇÃO SÉCULO XXI

06 - 'Livro Portugal Antigo e Moderno' de 1873 de Augusto Pinho Leal, (Borba da Pág 414 a 418) através do contributo e mensagem enviada por Filipe Rosado a quem agradecemos, em nome de todos os Borbenses.

01 Borba – enciclopédias

BORBA vista em 1927 - em:

GUIA DE PORTUGAL - Biblioteca Nacional de Lisboa – 2º volume

– Estremadura, Alentejo, Algarve,

(CABEÇALHO PÁGINAS Alentejo – A Évora, Estremoz e Vila Viçosa - BORBA)

Raúl Proença, 14 de Agosto de 1927 – pp. 111 - 116

Nota Por RAÚL Proença. Forneceu-nos alguns apontamentos para este artigo o bibliotecário da B. N. António Anselmo. No decurso da composição dêste volume, tivemos a infelicidade de perder esse grande amigo e companheiro de trabalho, o mais distinto bibliógrafo do nosso tempo, a quem prestamos aqui o nosso tributo de admiração e de saudade.

188 km.

Borba (E.) vila de 4.127 hab., sede de conc., sit. a uma alt. de 416 m. no fundo do vale circular formado pela vertente N. da serra de Borba (nome que no conc. toma a série de elevações que, começando em Sousel, vão terminar no Alandroal) com os dois contrafortes que se lhe encostam pelos lados N. e E. (cf. A Voz d'Estremoz de 16 de Janeiro a 3 de Fevereiro de 1898; A. Anselmo, O Concelho de Borba, 1907).

← ‑ Hospedarias (modestas):

Ana Cebola (vulgo Macaquinha);

Campante (Pensão Particular); Torrado.

‑ Carros de aluguer: Zefeferina Souto, Joaquim Miguel Bilro. Bicicletes: Sapatinha.

‑ Café na R. de 5 de Outubro.

‑ Teatro: Salão Central.

‑ Bilh. post. ilus.: Tabacaria de José Caetano R. da Silva (Praça de 5 de Outubro).

‑ Cicerone obsequioso: Pe. Manuel Lopes de Deus.

‑ Iluminação pública: petróleo

‑ Águas: de boa qualidade, embora um pouco calcáreas

‑ Descanso semanal: domingo.

‑ Dia feriado: 15 de Junho.

‑ Feiras: dos Santos (1 a 3 de Novembro).

‑ Festas: do Senhor dos Aflitos (3º domingo de Agosto).

‑ Borba é afamada pelo seu vinho, um dos mais saborosos do Alentejo.

Tem também uma fábrica de azeite a vapor e de sabões. →

Borba está numa das zonas de refrigério e num dos pequenos oásis do Alentejo desolado e tórrido, podendo ser também citada como uma das terras mais pitorescas do país.

A proximidade das célebres pedreiras de Montes Claros (p. 115) deu-lhe, mais ainda que a Estremoz, um alvo esplendor de mármores, que só encontra rival em certas cidadezinhas da Toscana. Não há, por assim dizer, cunhal de parede, moldura de porta ou de janela, degrau ou poial de escada, letreiro de rua e ate lareira da mais humilde casa que não seja de mármore.

O mármore esplende nas soleiras, nos alisares, nas chaminés e nas ermidas. Isto contribui, com o caiado das paredes, a limpeza dos pavimentos, o arrumo dos interiores, todos os pormenores da meticulosidade e do arranjo domésticos, para dar a impressão de asseio e de conforto que a vila suscita. É, pois, uma consolação percorrer Borba, deparando a cada passo recantos pitorescos, galerias de arcos, pátios, ferros de sacada, chaminés recortadas como minaretes, turbantes, espigueiros, barretes de clérigo, agulheiros, dados, capitéis românicos ‑ algumas rentes ao beiral, como em tantas outras terras do Alentejo. Só Loulé, no Algarve, põe êste luxo nas suas chaminés.

Nas varandas- escreve o Sr. Vergílio Correia ‑ as pinhas de ferro e os peitoris acogulham-se, recortam-se, arqueiam-se segundo as regras dum género de trabalho que se encontra disseminado entre o Tejo e o Guadiana, desde Elvas a Portalegre e de Avis até Évora e Montemor-o-Novo.

Trabalho do séc. XVIII, cheio de leveza e de recortes, muito diverso da sóbria firmeza de ferraria do séc. VVII.

Tomada por D. Afonso ll em 1217, foi-lhe dado foral de vila em 1302, reformado por D. Manuel em 1512. O acontecimento mais notável da sua história foi o enforcamento do governador do castelo, Rodrigo da Cunha Ferreira, e de dois capitães o fogo pôsto ao cartório da câmara pelas tropas de D. João de Áustria na sua invasão do Alentejo (13 de Maio de I662).

BORBA – Ruínas do CLAUSTRO DO CONVENTO

Ao ALTO UM MIRANTE DE GRELHAS DE TIJOLO, AO GÔSTO ALENTEJANO

(Cliché do Sr. Gama Freixo)

A nave única do templo é coberta por uma formosa abóbada no estilo da Renascença, com medalhões e bocetes de pingentes, como em várias igrejas de Vila Viçosa, e pinturas de brutescos, scenas religiosas e paisagens. As paredes são forradas de um belo revestimento cerâmico do séc. XVII ‑ em três padrões polícromos, um dêles de maçaroca e os dois outros de tapete, o mais miudo emoldurando as portas e os altares, num dos conjuntos mais decorativos em igrejas do Alentejo. Mas a maior riqueza e a dos mármores, que formam os altares, os pórticos, as mesas, as fontes, os lavabos, os balaústres, as escadas, as lages do pavimento, com uma sumptuosidade não isenta de elegância e de finura. Notar, por exemplo, a perfeição com que estão trabalhadas as ombreiras do arco triunfal, em mármore branco e negro.

No Convento das Servas há a ver o grande claustro da Renascença, um dos mais vastos do país, de arcos de volta redonda em ambos os pisos com fonte central, revestida de azulejos polícromos do séc. XVII, e ao alto do qual se recortam os ‹‹grelhados›› de adufa dum mirante ao gosto alentejano.

O centro da vila é na Praça de 5 de Outubro, no extremo E. e na parte mais baixa da povoação, em cujo ângulo O. a estrada que vem de Estremoz se bifurca, dando um ramo para Elvas e outro para Vila Viçosa. Na praça e largo adjacente, os paços do concelho, erectos em 1797 pelos irmãos Velezes, e a igreja matriz, da invocação de Nª Sª das Neves, fundada em 1420 (lápide em caracteres góticos na parede do lado da epistola).

A igreja tem um portal de mármore branco encimado pela cruz de Avis. O interior é vasto, de três largas naves com 6 tramos de colunas toscanas de mármore e abóbadas de aresta, sendo as paredes revestidas de um azulejamento policromo de maçarocas. Na última capela do lado do evangelho, o túmulo de Manuel Lobo de Pina, assente sôbre leões.

A SE. da praça a Alameda, e encostada ao muro que as separa, a fonte das bicas, (monumento nacional), construída em 1781 pelo engenheiro José Alvares de Barros e um dos Velezes, em mármore branco de Montes Claros, com 5 bicas e 3 tanques. Na frente da fonte central, por baixo do escudo, um medalhão de D. Maria l com legenda latina; aos lados os bustos da rainha e seu marido.

Além das ruínas do castelo, merecem ver-se ainda as igrejas de Stº António e S. Bartolomeu e o claustro das Servas.

A igreja de Santo António ostenta os mármores e os padrões de azulejos correntes na vila. A capela-mor dos Velezes, artistas de Borba que trabalharam na fonte das Bicas e nos paços do concelho.

Muito mais interessante é a igreja de S. Bartolomeu, da 2ª metade do séc. XVI, notável pelos mármores e os azulejos e o delicado trabalho dos que ali aparelharam e lavraram a pedra. A porta principal, de colunas jónicas caneladas, ostenta um friso de grande finura, emquanto a porta lateral do S., no mesmo estilo da Renascença e com colunas da mesma ordem, tem um frontão quebrado por um grupo escultórico formado por dois anjos sustendo uma coroa.

BORBA E ARREDORES

Uma excursão a recomendar nos arredores de Borba é a S. Tiago de Rio de Moinhos, a 6 km. A estrada toma a direcção SO., cortando a linha férrea logo à saída da vila. Depois sobe pela vertente N. da serra de Borba, por entre hortas e olivedos, tendo-se em breve uma bela vista sôbre a casaria da povoação, enquanto em frente e à esq. se descobrem as verduras do Bosque, horta, mata e pomar que os capuchos cultivaram nas encostas da pequena serra, quando o duque D. Jaime lhes fundou aqui um convento, em 1505. O aprazível do sítio merece uma paragem; o bosque é um Buçacozinho em miniatura cheio de sombras e de fontes e com vistas deliciosas das suas ladeiras arborizadas para a vila e o seu aro dc serranias e planuras. O convento, reedif. em 1548 e 1670, pertence hoje à família Figueiredo Mascarenhas, de Silves; na igreja (recentemente restaurada) apenas há a notar os lindos silhares de azulejos de albarradas, optimamente conservados, e urna tribunazinha de mármore datada de 1702. A estr. continua a subir até o Alto do Bosque, a 1 km. de Borba.

[À dir. fica-nos o outeiro da Boa Vista, com uma dúzia de pinheiros de esbelto fuste e um dila-tado panorama para N. e E.; na raiz da serra a vila e o seu pitoresco vale, cheio dc hortas e olivedos; ao largo as imensas planuras ao de leve onduladas do Alto Alentejo, com as pov. de Terrugem, Vila Boim, Vila Fernando, Veiros e outras, tendo ao fundo, a 50 km., a serra de Portalegre.]

A estr., depois do Alto do Bosque, é plana ou desce em declive quási insensível, sempre marginada por vinhedos e olivais. Logo que se chega ao Alto dos Bacelos, já quando a estr. desce para o S., vê-se em frente e relativamente próxima a mole majestosa e ardente da serra de Ossa, coroada no cume mais alto pela ermida branca de S. Gens. Lembra um pouco, no aspecto geral, a encosta N. da serra da Arrábida, vista dos campos de Azeitão. A 3 km,2 a aldeia de Barro Branco, alvíssima e pitoresca, com vasos de craveiros dependurados dos ramos das árvores e nas mísulas dos muros.

[À dir. da estr. e a 442 m. de alt. (marco geodésico), a ermida de Nª Sª da Vitória, com o seu telhado de pagode, fund. por Marialva em 1665 para comemorar a vitoria de Montes Claros. Em frente da ermida um alto padrão de mármore com inscrição dedicatória. Panorama inte-ressante, para Barro Branco, Aldeia do Fidalgo, serra de Ossa e o morro de Évora Monte]

A estr. segue entre lindos vinhedos e terras de pão, com os seus moitões e almearas de trigo.

[À esq., a uma distância duns 500 ou 600 m., fica o convento de Nª Sª da Luz, que pertenceu aos paulistas e é hoje residência particular. Ali foi, segundo parece, a primeira sepultura da desventurada D. Leonor de Gusmão, assassinada por seu marido o duque D. Jaime nos paços de Vila Viçosa (p. 123). «É tradição ‑ diz 0 Santuário Mariano ‑ entre os religiosos mais antigos e mais noticiosos que, quando o duque D. Jaime matara a duquesa D. Leonor..., mandara pôr o caixão em que se meteu o seu corpo sôbre uma mula, e sem que pessoa alguma a acom-panhasse, a mandara largar; e que ela tomara o caminho de Montes Claros, e que, chegando ao convento de Nossa Senhora da Luz, saíram os religiosos e descarregaram o caixão em que vinha o corpo, para lhes darem sepultura; e que a mula, sem que ninguém a movesse nem guiasse, voltou outra vez para Vila Viçosa…

[No convento apenas há que ver um claustro de dois andares com arcos redondos e colunas toscanas, à roda de cujo poço de mármore um macho faz mover a roda duma nora. A igreja, fund. ca. 1407, está infelizmente muito renovada (1884) nesse catitismo torpe que foi o evangelho estético dos restauros e reformações do séc. XIX. Ainda assim conserva o esplendor dos mármores nas balaustradas, nas lages, no púlpito, no côro e nos arcos das capelas. Na ca-pela-mor há várias sepulturas e um interessante azulejamento do séc. XVIII, de mau desenho, mas de belo sentimento decorativo na disposição dos arabescos, palmetas e albarradas flo-ridas que enquadram os painéis cerâmicos.

[Para lá do convento, ergue-se, também na planície, o padrão de Montes Claros (mon. nac.), elegante coluna de mármore encimada por uma coroa, e em cujo pedestal se lê uma inscrição alusiva à vitória. Aqui e na série de alturas que rodeiam a chã feriu-se, a 17 de Junho de 1665, durante 9 horas, a famosa batalha de Montes Claros, em que os portugueses, do comando do marquês de Marialva e do conde de Schomberg, destrocaram completamente os Espanhóis. Um pouco para o N. são as célebres pedreiras de mármores brancos e bardilhos manchados que ornamentam tantos monumentos da península, como a capela-mor da Sé de Évora (p. 58). o palácio de Vila Viçosa, (p. 123), o mosteiro do Escurial e a fonte de Cibele em Madrid. Este nome de Montes Brancos deriva dos montes cobertos de greda que formam estas elevações.]

Finalmente, a 6 km., a pequena aldeia de S. Tiago de Rio de Moinhos, pitorescamente situada nas abas dum outeiro, e cuja igr. Paroquial, edif. no último quartel do séc. XIII, foi depois muito renovada. Digno de nota apenas há a mencionar uma baixa percinta de azulejos de maçaroca, do séc. XVII.

A estr. Prolonga-se por mais 1 km. até ao extremo do conc.

ESTRADAS

Estradas de BORBA para

1. Vila Viçosa (carreiras diárias, partidas às 15H, 15m, chegada a Borba às 16). 4km,3, entre vinhas e olivais. Para Vila Viçosa (v. p. 116.)

2. Estremoz (p. 97).

3. _ 8k'm,2 Orada.

4. Elvas (carreiras diárias, partida às 19h., chegada a Borba_à 1h.) – A estr. segue entre hor-tedos, vendo-se, à distancia de 600m. à esq., a Quinta do General, de espessos arvoredos.

Ali m., em 1624, o general Denis de Melo e Castro, 1º conde das Galveias, que em Ameixial e Montes Claros comandou a cavalaria portuguesa. Passa-se depois, ‑ 5km,5, junto à tapada de Vila Viçosa (p. 128), que se vê à dir., emquanto à esq. se costeia uma das maiores albufeiras do país, a do Monte Branco, praticada na ribeira da Asseca.

A ‑ 6km,7 Barroca;‑ 11km,5 ramal de 500m., à dir., para a Terrugem; ‑ 17km,8 Vila Boím, vila bastante saudável, antiga sede de conc. (desde 1374), a que D. Manuel deu foral em 1518, e de cujo castelo, arrasado pelos castelhanos, restam ainda alguns trechos de muralhas. Chamava-se antigamente Fonte de Mosárabe, tomando o seu actual nome de D. João de Aboim, grande privado de D. Afonso Ill e D. Denis, que, nos meados do sec. XIII, a mandou povoar e aumentar. Ao castelo de Vila Boim veio Felipe II de Espanha visitar a duqueza de Bragança D. Catarina, sua prima co-irmã. Em 1836 foi anexada ao conc. De Elvas. A vila é um centro agrícola de azeite e cereais; realiza uma feira anual no 2.° domingo de Maio. Possui uma pequena biblioteca paroquial. ‑ A estr. continua pelo Barbolicäo e alto do Varginho, entrando em Elvas, ao cabo de ‑ 28 km., pela porta de Olivença.

COMBOIO

O comboio ladeia Borba pelo S. Olivais, vinhas, hortas e quintas. Depois mete-se num olival densíssimo, que vai ate Vila Viçosa. A meio caminho vê-se, à esq., uma elevação: é o Outeiro da Mina, marco geodésico.

FIM (Guia de Portugal 1927)

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02 Borba – enciclopédias

Borba no Dicionário Enciclopédico de língua portuguesa

Publicações ALFA -1992

Dicionário enciclopédico Alfa / colab. parte lexical José pedro Machado, Joaquim Guilherme de Matos, José Neves Henriques; colab. parte enciclopédica Álvaro Salema [et al.]

AUTOR(ES): MACHADO, José Pedro, colab.; MATOS, Joaquim Guilherme de , colab.; HENRIQUES, José Neves, colab.; SALEMA, Álvaro, colab.

PUBLICAÇÃO: Lisboa: Publicações Alfa, 1992

Uma edição de Selecções do Reader’s Digest

BORBA. (I Vol. A-L) página 169) - V. port., sede de concelho (145 km2) - do aistr. de Évora; 3805 hab. (v.), 8600 hab. (concelho. 1985). Mármores; vinhos; actividade agrícola.

Tomada aos Ár. por D. Alonso II em 1217.

BORBA, Conde de (m. 1522). Militar port. Chamava-se Vasco de Meneses Coutinho e recebeu o título de conde c. recompensa por ter informado D. João ll da conspiração do duque de Vi-seu.

Participou nas acções militares port. em Marrocos.

De 1490 a 1514 toi capitão da praça de Arzila. Entretanto, passara a ser conde de Redondo (1500) e tomara parte na conquista de Azamor (1513).

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03 Borba – enciclopédias

Borba na GRANDE ENCICLOPÉDIA PLANETA – 18 VOLS

Ver Vol. 3 – página 1019

Borba Concelho de Portugal (145 km2; 7.782 hab.; 4 freg.) no distr. de Évora. Com sede na vila de Borba (3.701 hab.), o conc. é formado pelas freguesias de Orada, Borba, Rio de Moinhos e São Bartolomeu. Situa-se no extremo N do distrito de Évora. Limitado a N e E pelo de Portalegre e pelo conc.de Vila Viçosa; a S, pelos conc. do Alandroal e do Redondo, e a O, pelo de Estremoz.

Agricultura (vinhas). Pedreiras de mármore. Comércio.

Borba Município do Brasil (44.259 km2;28.619 hab.) no est. do Amazonas, na mesorregiäo Centro-Oriental Paranaense.

A cap. está situada a 45 m de alt.

Pecuária (gado bovino, suíno e galinhas). Na agricultura, predomina o cultivo de banana, abacate e guaraná.

Possui 1 hospital, 152 estabelecimentos de ensino básico e 2 estabelecimentos de ensino médio.

Borba, Hermilo (Palmares 1917-Recife 1976), escritor brasileiro. Foi um reconhecido critico teatral e ensaista de teatro popular e folclore nordestino. Dedicou-se depois à escrita, quer de teatro, como Electra no Circo (1953), quer de romances, como Os Caminhos da Solidão (1957) e Os Ambulantes (1976). Foi professor de Teatro na Escola de Belas-Artes da Universidade de Pernambuco.

Borba, Tomás Vaz (Angra do Heroísmo 1867-Lisboa 1950), compositor e pedagogo português. Sacerdote, frequentou em Lisboa o Curso Superior de Letras e o Conservatório Nacional, onde depois seria professor de Harmonia. Deve-se-lhe muito do incremento do canto coral no nosso pais, tendo produzido uma vastíssima obra, quer no campo religioso, quer no profano, com algumas peças notáveis, como Toadas da Nossa Terra e o Manual de Harmonia.

Foi professor de Rui Coelho, Freitas Branco, Ivo Cruz e Lopes Graça, entre outros.

Borba,Tomé, marquês de (Lisboa 1753-Brasil 1813),fidalgo português. Filho dos 12ºs condes do Redondo, acompanhou a corte para o Brasil, em 1807, tendo-lhe sido concedido o titulo pelo príncipe regente D. João, em 1811.

Era senhor de Figueiró dos Vinhos, Gouveia e Pedrógão, padroeiro de Santa Cecília de Vilaça e vedor da casa real.

Casou em 1775 com D. Margarida Teles da Silva, filha dos 2ºs marqueses de Penalva.

Borba de Godim Freguesia de Portugal (2.340 hab.) no conc. de Felgueiras.

Situada junto do monte Ladário.

Património: capela dos Coimbra e inscrição do fundador da igreja de Borba de Godim;

Seixoso; Quinta do Paço.

Indústrias têxtil, metalúrgica e do calçado. Artesanato (bordados).

Borba de Montanha Freguesia de Portugal (1 .255 hab.) no conc. de Celorico de Basto.

Localiza-se a cerca de 10 km da sede de conc., junto do rio Borba.

Sector agrícola importante (vinho verde, milho, batata e produtos hortícolas).

Pecuária (queijo da Serra). Silvicultura.

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04 Borba – enciclopédias

Borba – na ENCICLOPÉDIA FUNDAMENTAL VERBO – 1982

BORBA. (1982) Vila, sede de concelho, da comarca de Vila Viçosa, distrito e arquidiocese de Évora, com 4779 h., repartidos por duas freguesias.

O concelho, constituído por 4 freguesias. Tem 9213 h..

A região produz vinho e trigo, tem fábricas de cerâmica, lagares de azeite e pedreiras de mármore.

A povoação foi conquistada aos Mouros, em 1217, por D. Afonso ll, que lhe deu o 1.° foral, ascendendo a vila em 1320.

BORBA (TOMÁS). Compositor e pedagogo português (Angra do Heroísmo, 1867 – Lisboa, 1950).

Ordenado sacerdote em 1890, fixou-se em Lisboa no ano seguinte, tendo sido prior da freguesia dos Mártires.

De 1901 a 1937 foi professor de Harmonia no Conservatório Nacional.

Compôs música religiosa e profana, sendo de mencionar algumas canções de género popular, além de obras didácticas.

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05 Borba – enciclopédias A

Borba – na VERBO - ENCICLOPÉDIA LUSO – BRASILEIRA DE CULTURA

BORBA – 3º VOLUME PÁGINA 1611 – 1612 – 1613

BORBA- 1) Vila e sede de conc., com. De Vila Viçosa, distr. e arquidioc. de Évora.

Duas fregs. na vila: Matriz (Nossa Senhora das Neves) e S. Bartolomeu, com a pop. De 3525 h. em 967 fog. e 1733 h. e 501 fog. (1960).

A sede situa-se a 416 m de altitude.

O conc. compõe-se de quatro fregs. e tem uma área de 144,30 km2.

Pop. total residente: 10431 h., distribuidos por 2831 fog. (1960).

Feriado municipal a 15 de Junho.

Feira anual de 1 a 3 de Novembro.

Princ. produções: trigo e vinho.

Fábricas de cerâmica, óleos e lagares de azeite.

Além de uma mina de ferro denominada S. Gregório, existem na área do conc. pedreiras de mármore (p. ex., Montes Claros). Na vila quase não há construção em que não figure.

Tomada aos Mouros por D. Afonso II (1217), D. Dinis concedeu-lhe o primeiro foral e a categoria de vila em 1302 e D. Manuel (l.7.l5l2) nobilitou-a com novo foral.

Princ. monumentos:

Igreia Matriz (1420), de três naves com seis tramos de colunas toscanas, abóbadas de aresta e paredes revestidas de azulejos polícromos;

a Fonte das Bicas (1781), conllderada monumento nac.;

as ruínas do castelo, prsumivelmente fundado por D. Dinis;

a Igreja de Sto. António;

a Igreja de S. Bartolomeu (2ª' metade do séc. XVI), notável pelo delicado trabalho da apare-lhagem e lavragem da pedra, uma só nave coberta por formosa abóbada (Renascença) e as paredes forradas de um revestimento cerâmico belíssimo (séc. XVII);

o Convento das Servas, com claustro de dois pisos (Renascença) de arcos de volta redonda e fonte central revestida de azulejos policromos (séc. XVII)

Nos arredores,

o Convento dos Capuchos (1505), fundado pelo duque D. Jaime;

o «Bosque», formado pela antiga horta, mata e pomar;

Montes Claros, com a ermida de Nª Sª da Vitória, erguida pelo duque de Marialva (1665 );

o Padrão (monumento nac.) comemorativo da Batalha e Vitória;

o Convento de Nª Sª da Luz, onde, segundo a tradição, esteve sepultada D. Leonor de Gusmão, assassinada pelo marido, o duque D. Jaime.

BIBL. Franklin, p. 84;

T. T., Livro de Doações do Snr. Rei D. Dinis, fl. 20, col. 1;

Fr. Agostinho de Sta. Maria, Santuário Mariano, Lx.. 1707;

António J. Anselmo, O Concelho de Borba. Topografia e História, Elv., 1907;

Dicc. Chorog. F. RIBEIRO

BORBA 2) Munic. da zona do rio Madeira, est. Do Amazonas, tendo fronteira com os est. do Pará e Mato Grosso.

A sede, à margem dir. do rio Madeira, dista 147 km, em linha recta, rumo SE, da cap. do est.

Área 97.5l7 km2;

19 819 h. (1960).

Princ. activ. económicas:

exploração de castanha-do-pará, a princ., seringueira, pau-rosa e copaíba, agricultura, com mandioca, tabaco, juta e arroz, caça e pesca, principalmente de pirarucu.

Das riquezas naturais destacam-se o ferro, manganês, mica, ouro e mercúrio.

Os seus princ. acidentes geográficos são os rios Madeira, Acari, Abacaxis, Marimari, Canumã, Sucunduri e Tapajós, que fazem com que a via fluvial seia praticamente a única utilizada.

LARCHER NUNES

Borba (Diogo de) - Missionário na Índia (Borba-Goa, 1547). Formado em Teol. pela Univ. de Sa-lamanca, professou na Ordem Franciscana, da qual se desligou por breve apostólico. D. João III enviou-o para Goa em 1538, como seu teólogo-pregador. Ali, foi um dos fundadores (em 1541) do Colégio de S. Paulo ou de Sta. Fé (depois entregue à Companhia de Jesus) para jovens ori-entais, que, instruídos na religião e letras, voltassem às suas terras e ajudassem na difusão do cristianismo. É conhecido na história das missões da Índia pelo nome de Mestre D. B.

BIBL. G. Schurhammer-J. Wicki, Epistolaena S. Francísci Xaverii aliaque eius scripta. R., I944-1945, II, 608, 615; L. J. M. Croa, Saint-François Xavier, Sa vie et ses Iettres, TI., 1900. l. 200-204, ll, 538. 543.

A. CASIMlR0

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05 Borba – enciclopédias B

Borba – na VERBO - ENCICLOPÉDIA LUSO – BRASILEIRA DE CULTURA EDIÇÃO SÉCULO XXI

3º VOL. PÁGINA 1310, 1311 e 1312.

Borba - Concelho do distrito, diocese e comarca de Évora. O concelho (145 km2) tem quatro freguesias: B. (Matriz), B. (orago _ S. Bartolomeu), Orada (Nossa Senhora da Achada) e Rio de Moinhos (Santiago), com uma pop. total residente de 8254 habs. (1991).

Solos compostos por xisto.

Área florestal composta de azinheira, eucalipto e sobreiro.

Região de economia agrícola e industrial, as principais actividades são a produção de vinho e trigo e a extracção de mármore e ferro.

O mármore é tão abundante nestas redondezas que as casas em geral são feitas desse ma-terial.

Antes da adopção do sistema decimal, teve, este concelho, medidas próprias, cuja correspon-dência com as actuais é a seguinte:

alqueire: 14,09 l; canada: 1,60 l.

Feriado municipal na segunda-feira após domingo de Páscoa.

Pratos típicos: empadas de galinha.

A sua cultura vitivinícola deu origem a um dos mais célebres vinhos alentejanos.

B. fica situada a 416 m de altitude, no fundo do vale circular formado pela vertente seten-trional da serra que vai de Sousel ao Alandroal.

Povoada desde tempos remotos, foi conquistada aos Mouros por D. Afonso II em 1217.

Por carta de 15.6.1502 D. Dinis estendeu a B. o foral de Estremoz.

Em 1 de Junho de 1512 D. Manuel deu-lhe foral novo.

D. João II criou o título de conde de B. a 16.5.1486, na pessoa de D. Vasco de Meneses Cou-tinho. O título foi mudado em 2.6.1500 para conde de Redondo.

Ao 13º conde de Redondo, Tomé José Xavier de Sousa Coutinho de Castelo Branco e Meneses, concedeu ao príncipe regente D. João o título de marquês de B. em 15.12.1811.

Do património histórico-cultural da freguesia salienta-se:

Castelo ‑ Construção do reinado de D. Dinis. Existem ainda alguns panos de muralha, a Torre de Menagem e uma porta flanqueada por cubelos. Considerado imóvel de interesse público pelo Dec. n.° 41 191, de 18.7.1957.

Chafariz ‑ Construção setecentista, em mármore branco trabalhado com um pequeno labirinto de balaústres. Apresenta várias inscrições e os bustos da rainha D. Maria I e D. Pedro III. Consi-derado monumento nacional por Dec. de 16.6.1910.

Igreja das Servas de Cristo – Construção seiscentista, em que na igreja de uma nave se eviden-ciam os altares com arcos de mármore e talha dourada e os coros e azulejos do séc. XVII.

O claustro tem dois pisos. Considerada imóvel de interesse público pelo Dec. n.° 55 587, de 27.5.1944.

Igreja de Nossa Senhora do Sobral ‑ Edificada em 1420, foi totalmente transformada na 2ª metade do séc. XVI. Ê uma igreja-salão de três naves de estilo clássico, tendo algumas telas do pintor local setecentista, José da Silva Carvalho.

Fonte da bica ‑ Construída em 1781 em mármore branco da região, e formada por três tan-ques e cinco bicas, de estrutura e decoração simples. O engenheiro responsável pela obra foi José Álvares de Barros e os escultores foram António Franco Painho e irmãos Velês de Borba.

Na parte central podem ver-se em medalhões os bustos da rainha D. Maria I e de seu marido D. Pedro.

Igreja de S. Bartolomeu ‑ Templo estilo renascença de nave única, revestido de mármores co-loridos e azulejos polícromos de tipo tapete. A abóbada é nervurada e decorada com belos medalhões e pinturas de paisagens.

Portal da Igreja de S. Bartolomeu em Borba

Pelourinho ‑ Considerado imóvel de interesse público pelo Dec. nº 23 122, de 11.10.1933.

Relativamente ao património histórico e cultural das restantes freguesias devemos destacar:

Rio de MoinhosPadrão de Montes Claros ‑ Edificado na povoação, onde se deu em 1665, a célebre batalha do mesmo nome. O padrão é comemorativo do acontecimento. Considerado monumento nacional por Dec. de 16.6.1910.

Igreja de Nossa Senhora da Victoria ‑ Fica no lugar de Barro Branco e foi erigida para comemorar a batalha de Montes Claros.

MARIA MOTA ALMEIDA

Abóbadas da Igreja de S. Bartolomeu, em Borba

BIBL.: José António Ferreira de Almeida (coord.) Tesouros Artísticos de Portugal, Lx., 1980;

António Joaquim Anselmo, O Concelho de Borba (topografia e história), Borba, 1984 (1907); Manuel Figueiredo, História das Terras de Por-tugal e Seus Tesouros Artísticos, texto manus-crito (por gentil cedência do autor);

Barros Gomes, Cartas Elementares de Portugal, Lx. 1878, ed. fac-similada, Lx., 1990;

Flávio Lopes, Património Arqueológico e Arqui-tectónico Classificado, vol. I, IPPAR, Lx., 1993;

Manuel Alves Oliveira, Guia Turístico de Portugal de A a Z, Lx., 1990;

Raul Proença, Guia de Portugal, vol. II, LX., (1927) 1991;

Afonso Eduardo Martins Zúquete, Nobreza de Portugal, Coimbra, 1960;

Anuário Católico, Lx., 1996;

Anuário da Imprensa em Portugal 1992/93, Lx., 1993;

Enciclopédia Geográfica, Lx. 1988;

INE-Censo 91/ Resultados Definitivos;

Lei Orgânica Tribunais judiciais ‑ Regulamento;

Livros e Concelhos, Lx., Ministério do Planeamento e da Administração Território, 1996.

BORBA (Tomás) ‑ Compositor e pedagogo português (Angra do Heroísmo, 23.11.1867 - Lisboa, 12.2.1950). Seminarista em Angra, fez parte da escola do coro da Sé Catedral. Ordenado em 1890, fixou-se em Lisboa, onde frequentou o Conservatório Nacional e o Curso Superior de Letras. Prof. de Harmonia no Conservatório Nacional de 1901 a 137 (data em que se aposentou), foi nessa escola o primeiro prof. de História da Música. e na Escola Normal Primária dedicou-se de alma e coração à pedagogia do canto coral, que leccionou nos Liceus de D. Maria Pia e da Lapa.

Foi prior da freguesia dos Mártires e comissário da Ordem do Carmo, além de director artístico da Academia de Amadores de Música.

Entre os seus discípulos, contam-se António Fragoso, Rui Coelho, Luís e Pedro de Freitas Branco, Eduardo Libório, Ivo Cruz e Fernando Lopes Graça.

OBRAS PRINC. O Canto coral nas Escolas; Escola Musical (3 vols.); Toadas da Nossa Terra; Canto Infantil 8 em colab. Com Afonso Lopes Vieira); coros Religiosos; Cantos e Bailados, Danças Portuguesas (para piano); Sonata e Suite (violino e piano); numerosas melodias; Manual de Harmonia (Lx., 1937);Dicionário de Música (em colab. com F. Lopes Graça, publicado postumamente), 2 vols., 1956 – 1958.

José Blanc de Portugal (responsável pelos dados nesta enciclopédia)

06 BORBA in

'Livro Portugal Antigo e Moderno' de 1873 de Augusto Pinho Leal, (Borba da Pág 414 a 418) através do contributo e mensagem enviada por Filipe Rosado a quem agradecemos, em nome de todos os Borbenses.

Os nossos melhores AGRADECIMENTOS ao contributo de Filipe Rosado

e à perspectiva de um imenso espólio de documentos a estudar e divulgar...

PORTUGAL

ANTIGO E MODERNO

DICIONARIO

Geographico, Estatistico, Chorographico, Heraldico,

Archeologico,

Historico, Biographico e Etymologico

DE TODAS AS CIDADES E FREGUEZIAS DE PORTUGAL

E DE GRANADE NUMERO DE ALDEIAS

Se estas são notáveis, por serem pátria d’homens célebres,

por batalhas ou outros factos importantes que nelas tiveram lugar,

por serem solares de famílias nobres,

ou por monumentos de qualquer natureza, alli existentes.

NOTICIA DE MUITAS CIDADES E OUTRAS POVOAÇÕES DA LUSITANIA

DE QUE APENAS RESTAM VESTÍGIOS OU SOMENTE A TRADIÇÃO

por

Augusto Soares d’Azevedo Barbosa de Pinho Leal

L I S B 0 A

LIVRARIA EDITORA DE MATTOS MOREIRA & COMPANHIA

86 – Praça de D. Pedro – 68

1873

p. 414

BORBA ‑ pequeno rio, Minho, concelho de Celorico de Basto. Nasce entre a serra do Viso e a freguesia do Rêgo, de varios arroyos, e toma este nome passando pela freguezia de Borba da Montanha.

Perde o nome na freguezia de Chapa, tomando o de Santa Nadaya, e n'esta mesma freguezia, da Chapa. se mette no Tâmega.

De inverno se torna caudaloso e arrebatado. Rega, móe e traz peixe miudo. Suas margens são pouco cultivadas, mas bastante arborisadas.

BORBA -- serra, Alemtejo, termo de Extremoz, freguezia de Rio de Moinhos. Tem 9 kilometros de comprido e3 de largo. Lança um braço ao S., chamado Vigaria. Ha n’ella marmore branco egual ao melhor jaspe de Italia. É em grande parte cultivada e tem muitas vinhas e olivaes. Muito alecrim.

Ao S., na ponta d’esta serra, está a capella de Nossa Senhora da Victoria, construída em memoria da célebre o gloriosa victoria de Montes Claros, que aqui 'teve logar, á raiz da serra, em uma planicie ao 0., proximo à aldeia de Montes Claros.

No dia 17 de junho de 1565, D. Antonio Luiz de Menezes, conde de Cantanhede e 1º marquez de Marialva, com forças muito inferiores, derrotou aqui completamente o marquez de Carracena e o seu grande exercito castelhano. (Vide Borba e Villa Viçosa., no sitio competente.)

No mesmo sitio da batalha, ha formosas canteiras de marmore azul e branco, de qualidade superfina. (Os melhores sítios d`esta bella pedra, são na Salgada e na Ruivinha, já no termo de Borba, d'onde sairam as formosas columnas e mais cantaria da sumptuosa capella-mór da Sé de Evora.)

BORBA- ribeira, Àlemtejo. Nasce das fontes da villa de Borba e morre no Guadiana. Rega e móe. (Vide Borba, villa.)

BORBA-villa, Alemtejo, comarca a 12 kilometros de Extremoz, 48 de Evora, 155 ao SE. de Lisboa; 830 fogos, em duas freguezias (S. Bartholomeu e Nossa-Senhora das Neves, ou do Sobral) 3:200 almas.

No concelho 1:290 fogos.

Em 1660 tinha a villa 400 fogos, e em 1757 820 (as duas freguezias.)

A freguezia de Nossa Senhora das Neves tinha em 1757 500 fogos, e a de S. Bartholomeu, 320.

Arcebispado e districto administrativo de Evora.

Feira no 1° de Novembro, 3 dias.

Optimas pedreiras de marmore no seu termo, e minas de chumbo, manganez e outros metaes.

Foi antigamente da comarca de Villa Viçosa, que lhe fica 5 kilometros a E.

É da casa de Bragança e foi antigamente cabeça de condado e depois de marquezado.

É povoação incontestavelmente antiquissima. A sua fundação se attribue aos gallos-celtas, pelos annos do mundo 3030 (976 antes de Jesus Christo.)

Outros dizem que os gallos-celtas a fundaram no anno do mundo 3698, isto é, 306 antes de Jesus Christo. (p. 415)

Passou pelas differentes alternativas que sofreram as Hespanhas, até que D. Affonso II a tomou aos arabes em 1217, e a mandou povoar.

Seus moradores a abandonaram, e o mesmo rei a tornou a mandar povoar, dando-lhe muitos privilegios, para attrahir para aqui moradores.

D. Diniz lhe deu foral, por carta regia, datada de Santarem, a 15 de junho de 1302, concedendo-lhe o foral de Extremoz, com todos os seus privilegios, que eram muitos e grandes.

Deu-lhe muitos e grandes privilegios, porque, apesar das isenções e privilegios que lhe tinham dado seus antecessores, ainda estava quasi despovoada. Edificou então o castello, segundo a tradição.

D. Manuel lhe deu novo foral, em Lisboa, no 1° de junho de 1512.

Ha duvida sobre quem fundou o castello de Borba. A tradição diz que foi D. Diniz, porém, tambem a tradição diz que junto á villa, no sitio ainda hoje chamado os Mosteiros, existiu um convento de templarios. No castello ha uma pedra com dois malhos esculpidos (emblema da Ordem do Templo) e por isso é de suppor que foram estes cavalleiros os edificadores do castello, e que D. Diniz apenas o repararia.

Estes malhos estão em uma alta torre quadrangular que está dentro do castello, deitando para a praça. Por cima dos malhos estão umas lettras, ou garatujas que se não podem ler, por sumidas.

A bonita villa de Borba está n`um dos mais bellos sitios do Alemtejo, em frente da linda villa de Villa Viçosa.

É situada em um delicioso, ameno e feracissimo valle, muito abundante de aguas, produzindo grande quantidade do cereaes, muito e optimo vinho, azeite e fructa.

A egreja matriz da Senhora do Soveral (antigamente das Neves) é de 3 naves, o templo respeitavel.

A naves são formadas por dois renques de sete columnas cada um, de marmore branco.

Da inscripção que está em uma pedra na parede da egreja, consta por quem e quando foi fundada.

Diz assim: (p. 416)

Esta egreja é' da Ordem de Avis: mandou-a fazer o muito nobre Senhor D. Frei Fernando Roiz de Sequeira, mestre da cavallaria da Ordem de Aviz, no anno da era de 1401. Aviz, Aviz, Sequeira, Sequeira.

(Foi pois fundada no anno 1363 de Jesus Christo.)

O rei, como governador e administrador perpetuo do mestrado da Ordem de S. Bento de Aviz, é que apresentava o prior desta freguezia, que tinha 3 moios de trigo, 2 de cevada e 20$000 réis em dinheiro. Tinha 3 beneficiados curados, da mesmo apresentação, cada um com 2 moios de trigo, 90 alqueires de cevada e 10$000 réis em dinheiro. Thesoureiro, com um moio de trigo, 20 almudes de vinho, 8 alqueires de azeite e 6$000 réis em dinheiro, que tudo pagava o commendador de Borba (da Ordem de Aviz.)

A matriz de S. Bartholomeu fica dentro das muralhas da villa, com todos os seus parochianos. O seu prior é da mesma apretentação do antecedente e pelo mesmo motivo. Tinha de renda 3 moios de trigo, 2 de cevada e 20$000 reis em dinheiro. Tinha thesoureiro, da mesma apresentação, com um moio de trigo e 4$000 réis em dinheiro.

Nesta freguesia é o Convento de Santa Clara, de freiras franciscanas, fundado pelo licenceado Antonio Cardeira, desta villa, em 1600. A padroeira d'este convento, é Nossa Senhora das Hervas, ou das Cérvas.

Outros dizem que este licenceado (que era vigario da vara, e por consequencia padre) se chamava Pedro Cerdeira.

Tambem é n’esta freguesia o collegio dos frades paulistas. A primeira pedra d'este convento foi lançada em 1704, fundado pelo dr. João Gomes Pinto, chantre da Sé de Coimbra, com obrigação de duas missas quotidianas, ditas por alma do fundador.

Este convento fica a 3 kilometros da villa e proximo do sitio onde se deu a gloriosa batalha de Montes Claros, a 17 de junho de 1665. (O sr. Carreira de Mello diz que foi a 17 de julho.)

O nosso exercito constava de 15:000 infantes e 1:500 cavallos: os hespanhoea tinham quasi o dobro, além de uma forte columna que deixaram a sitiar Villa Viçosa.

O nosso bravo marquez de Marialva (e conde de Cantanhede] que ia em soccorro de Villa Viçosa, foi atacado pelo marquez de Carracena na planície dc Montes Claros, com o maior encarniçamento e bravura, mas nem o numero, nem o valor, nem a disciplina dos hespanhoes fizeram a menor impressão de duvida aos portuguezes, que se baterem como leões, e no fim de muitas horas de profiado batalhar e com perda de 700 portuguezes mortos, conseguiram uma brilhante victoria.

Os castelhanos tiveram 4:000 mortos e 6:000 prisioneiros; perderam artilheria, bagagens, etc., etc., e fugiram (os que puderam] para Castella. (Vide Historia de Portugal.)

Borba tem Egreja da Miserícordia com um bom hospital. Tem capellão-mor, a quem paga 2 moios do trigo, pela obrigação de assistir aos enfermos, e 12$000 réis pelas missas dos domingos, dias santos, e quartas feiras.

Tem este pio estabelecimento 1:600$000 reis de rendimento annual.

Fora da villa ha a boa quinta dos condes das Galveias, com uma capella de abobada.

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Em Borba nasceu e morreu o dr. André Cavallo (!) que, depois de exercer varios logares de lettras, se motteu em casa, fazendo vida solitaria e penitente, e morrendo com fama de Santo.

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Aqui nasceu Diniz de Mello e Castro, que principiando por soldado razo, chegou, pelo seu valor, a ser governador de província, commendador de varias commendas e conde das Galveias.

E seu irmão Antonio de Mello e Castro, que tambem por seu extremado valor, chegou a ser governador de muitas praças da India.

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É patria de Alvaro Penteado, bravissimo soldado, que fez prodígios de valor no cêrde Dio.

E de Bento Pereira, celebre grammatico portnguez.

Borba, álem dos privilegios do seu foral, tinha mais o dos caseiros, da Casa de Bragança.

D. João II, fez conde de Borba a D. Vasco Coutinho, por delatar a traição de D, Diogo, duque de Vizeu. Depois foi Borba elevada a marquezado.

No castello ha uma abundante fonte de bôa agua (que primeiro esteve onde agora é a praça) com um grande e antigo aqueducto bastante extenso.

Ha outra fonte abundantissima, junto á matriz, com 4 grandes biccas de pedra, desaguando em um grande tanque e d'elle em um vasto lago.

D'estas duas fontes tem principio a ribeira de Borba.

Ainda, fora da villa e junto ás muralhas, dentro do adro da egreja, está a fonte dos Finados, que por um bom aqueducto vae desaguar na quinta dos Barretos, regando ahi um extenso pomar de toda a qualidade de fructas.

É perenne e diz-se ser muito boa agua para dar ás mulheres nos primeiros 15 dias depois do parto.

Tambem junto à villa ha a fonte da Moura, que secca de inverno e é abundantissíma no verão.

Ha outra fonte proxima da villa, chamada do Telheiro, que dizem causar dôr de colica e até a morte, a algumas pessoas que d'ella bebem!

A fonte da Pipa, que está entre o monte de S. Claudio e a Cabeça-Gôrda, a cuja agua se atribue a virtude de curar a dôr de pedra.

A mesma qualidade se atribue á agua da fonte dos Asnos.

Ha ainda a fonte das Mós, ou do Freixo, tão abundante, que faz moer azenhas e moinhos. Alem de outras fontes particulares.

---- (p. 417)

É villa murada, com seu castello (de que já fallei) dentro, ao E, e com seus reductos e 3 portas.

Na muralha do castello, no meio da praça, está uma torre bastante alta. Junto a esta está outra feita à maneira de pyramide, onde esta o relogio da villa e o sino da camara. D’ella vae um grande passadiço para a outra torre, que serve de cadeia.

Fora da villa, a 1:000 metros ao S, é o convento de frades capuchos chamado do Bosque, fundado em 1505 por D. Jayme, duque de Bragança.

Foi tambem D. Jayme que fez o muro que fecha o bosque, horto e jardins. O bosque é extenso e em povoado de antigas e diversas arvores. Produz muitas flores (sobre tudo violetas) e não cria animal algum peçonhento. Tem variedade e multidão de passarinhos.

Tem 4 fontes copiosissimas (Santo Antonio, S. Francisco, Sacramento ou S. Paschoal e S. Pedro.)

Foi reedificado em 1548 e em 1670. Foi o duque D. Theodozio que o reedificou á sua custa em 1518.

A sua cerca e o seu bosque, tudo abundantissirno d’aguas, é dos sitios mais deliciosos do reino.

No bosque ha 4 ermidas (Nossa Senhora da Conceição, Familia Sagrada, Calvario e S. Jeronymo.) A capella de S. Jeronymo estava entre arvores altissimas, e que pareciam tão antigas, como o mundo. Não sei se estas arvores venerandas escaparam ao machado vandalico.

Este convento era da invocação de Nossa Senhora da Consolação.

Antes do ser convento, era uma formosa quinta, dos duques de Bragança.

Já se vê que este convento era propriedade da casa de Bragança; mas os liberaes de 1834 o julgaram e alcunharam «Bens Nacionaes» e o venderão então.

É certo que o seu actual proprietario, apezar de derrotar o lindíssimo bosque que deu o nome ao convento, tem conservado a cêrca em soffrivel estado.

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Borba foi saqueada por D. João d'Austria, filho bastardo de Philippe IV) em 1662.

Este bastardo cobarde, vingava-se das continuas derrotas que soffria das nossas tropas, roubando e incendiando as povoações indefezas!

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No Rocio do Cima, ao N. e proximo da villa, terreno baldio, onde se costumam fazer as debulhas de cereaes, se descobriu, em 1832, uma mina de sulphureto de chumbo, que dá 76 por cento de chumbo, do boa qualidade, 11 por como de enxofre, 1 por cento de prata 12 por cento do cal, siilca e oxido de ferro.

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Diz-se que o nome de Borba provem a esta villa, de um grande barbo que apareceu em épocas remotas em uma fonte que está dentro do castello, proximo á egreja da Misericordia. Outros dizem que eram dois os barbos que aqui appareceram.

É certo que as armas de Borba, são:

Escudo branco, no fundo ondas verdes e sahindo d’ellas duas cabeças de peixe (barbos.)

Ha porem suas duvidas sobre isto; porque outros querem que seja um caslello e ao pé uma fonte com um barbo. Outros dizem que é um rochedo sobre a agua, da qual sahem dois barbos.

É assim que ellas estão pintadas na Torre do Tombo; todavia, as primeiras são as mais geralmente usadas.

Tem boas o espaçosas ruas e a sua casa da camara é das melhores do todo o reino.

Os seus arrabaldes, povoados de frondoso arvoredo, e ornados de hortas, vinhos, quintas, cearas, e pomares, são deliciosissimos. (É a Cintra do Alemtejo).

Do alto de um monte chamado da Boa-Vista, visinho ao convento do Bosque, se veem as villas do Veiros, Evoramonte, Extremoz, Fronteira, Cabeço de Vide, Monforte, Villa Buim, Terrugem, Jurumenha, Villa Viçosa e a cidade de Portalegre; álem de varias serras, e extensas planicies. Tambem deste bello sitio se veem as villas hespanholas de Villa-Real, S. Jorge Olivença (quo os hespanhoes iá nos teem bem mal usurpada!.....)

Diz-se que no termo de Borba ha minas de prata e se encontram turquezas, e outras pedras preciosas, e crystal de rocha.

Ás turquezas chamavam os romanos cyanias. São verdes, semelhando esmeraldas.

Tinha voto em côrtes, com assento no banco 15.°

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A fonte collocada no largo da Fonte, é de marmore branco e de forma magestosa. Foi feita pela camara em 1781.

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Borba exporta grande quantidade de vinho, azeite e cereaes.

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No Outeiro da Mina, ha vestígios de minas metalicas, dos romanos ou árabes. Diz-se que daqui e do Rocio de Cima, extrahiram prata.

Tem estação telegraphica municipal, por decreto de 7 de ahril de 1869.

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Tem marquez, que é tambem conde do Redondo e senhor de Gouveia.

Para as armas d'estes titulares, vide Galveias e Redondo.

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D. João II, fez conde de Borba a D. Vasco Coutinho, por lhe descobrir a traição que seu cunhado, o duque de Viseu, tentava contra o rei. Este chama aos poços de Setubal o duque, e alli mesmo o assassina a punhaladas, em 23 d'agosto de 1484. Depois, manda formar processo (!!!) ao duque e aos seus cumplices, que todos foram declarados réus d’alta tracção e executados.

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A pouca distancia da villa, está o convento de frades paulistas de Nossa. Senhora da Luz, em cujo sitio se deu a gloriosa batalha denominada de Montes Claros (em 17 de junho de 1665) assim chamada, por ser este o nome dos campos onde foi a acção.

Era general dos castelhanos, o marques de Caracêna, o dos portuguezes era o ínclito D. Antonio Luiz de Menezes, conde do Cantanhede, ao qual D. Affonso Vl, havia feito marquez de Marialva, em 11 de junho de 1661, em premio da victoria por elle alcançada nas linhas d’Elvas (13 de janeiro de 1659).

Depois de muitas horas do profiado combate, obtiveram uma das mais brilhantes victorias da guerra dos 27 annos. As nossas perdas foram 700 mortos e maior numero de feridos; mas a do inimigo foi de 4:000 mortos, inumeros feridos, que quaisi todos ficaram prisioneiros, vindo a ser a totalidade d’estes seis mil e tantos.