10-Rosa Guerreiro Dias

Rosa Guerreiro Dias

fotografia de Adriano Bastos

'''''Despida'''''

Troncos ressequidos

Silhuetas em pé

De braços erguidos, demonstrando fé...

Corpos enlaçados, Árvores sequiosas

Dedos apontados, em preces dolorosas

Raízes na Terra

Raízes no Ar

O sangue na guelra, quase a rebentar

Vem a Natureza, cumprir o seu fado

Dar graça e beleza, a este emaranhado

Sem pressa se veste

A Árvore despida

E num tronco agreste, vai surgindo a vida

Vem um verde de esperança, matizar a paisagem

Dando início à dança, da bela folhagem…

Rosa Guerreiro Dias

6-6-2014

'''A alma do Poeta divagando''

De Alma p'ra Alma

Com palavras da alma

Com os gestos das mãos

A Poesia se solta...

Em cada palavra

Um Poema novo

As mãos vão bailando

Como num faz de conta

E as palavras se entranham

Na alma dum Povo...

Rosa Guerreiro Dias

2-12-2013

20-9-2015

'''''' Há dias assim, outros não! ''''''

MOMENTOS

Meu 'Deus'...

Meus amigos, dizei-me vós

Como poderei ultrapassar esta montanha, que se deparou no meu caminho

Sem saber o que fazer, ocorreu-me a ideia, de tentar voar nas asas do vento

Ou quem sabe, ás costas duma Ave qualquer, que me leve para bem alto

E que pouse nas nuvens esta Mulher, fugida do asfalto

E aí, com minhas lágrimas de dor

Tentarei escrever nas brancas nuvens

Os outros Poemas que não falam de Amor

Para que, quando chover na terra

Todos, possam ver a cor das mágoas desta Camponesa

Em Poemas de profunda tristeza.

Rosa Guerreiro Dias

22-12-2013--- 14-9-2015

Parque Vale do Fundão

O Outono está chegando

O vento varre as calçadas

Vão-se as árvores despindo ...

Das folhas amareladas

Cai a folha ao arvoredo

Esvoaçando em corridinho

Umas correndo sem medo

Outras ficam num montinho

Duma cor já desbotada

Divertidas saltitando

Como faz a criançada

Que anda na rua brincando

Vem o vento assoprando

Faz tremer os passarinhos

As folhas lá vão caindo

Pondo a descoberto os ninhos

Esvoaça a nuvem no Céu

Branca e negra, em cavalgada

Pego a capa e o chapéu

Eminente trovoada

Caem pingos, devagar

Molhando a vida que passa

E eu me comovo a olhar

O Outono e a sua graça

Apresso o passo e regresso

Deixo o Parque Vale Fundão

Gravei na alma e não esqueço

Este Outono, em fim de Verão!

Rosa G. Dias

20-10-2012

29-12-2012

'''Minha pequena homenagem com muito carinho há ti Rosa e Marido'''

O QUE RESTA DUM POVO

Esta Mulher já curvada...

De vassourinha a preceito

Já quase não varre nada

Mas ‘atão ficou-lhe o jeito…

Levou a vida varrendo

Com sua vassoura baixinha

Sua coluna, foi cedendo

E assim ficou curvadinha

Ele senta-se ao portado

De boné posto, e bengala

De tanta luta cansado

Ela fala, ele cala…

E de tão acostumada

A andar nestas andanças

Ela diz, levanta-te homé’

P’ra eu dar uma vassourada

Não vás tu sujar as calças

Ele de olhar pachorrento

Sabendo que tem que ser

Lá se ergue por um momento

P’ra ela poder varrer…

E assim vão passando os dias

Só vendo o tempo passar

Sem pressas, nem correrias

Sem memória p’ra lembrar…

Retractos dum Povo ’’’ O que resta da nossa gente

E lá vem o Poeta de novo ’’’ Gravar em verso a semente…

Rosa Guerreiro Dias

5-10-2015

'''Os Poetas sonham e sentem'''

'''As vozes, transformam o sonho em realidade''

'' O Cante Alentejano

P’lo mundo''

...

A caminho de Paris

Digo eu e o Povo diz

P’ra que o mundo todo ouça

Em passos cadenciados

Lá seguiram encostados

Para o Cante, ter mais força

Foi o Manel, foi o Zé, e o João

O Chico, o António, e o Simão

E outros, que nem os nomes sei

Lá foram trajando a rigor

De chapéu posto a primor

Como no Alentejo é de lei

Levaram na mão o cajado

Na pele o negro tostado

Dum Sol que queima e dá vida

Levaram na alma o desejo

De voltarem ao Alentejo

Com uma medalha merecida

Mas se acaso assim não fosse

E que alguém valor não desse

Estes Homens iam voltar

Com a mesma dignidade

Onde o Povo, o Fado e a Saudade

Esperavam p’rós abraçar…

Rosa Guerreiro Dias

24-11-2014

'''''Despida'''''

Troncos ressequidos

Silhuetas em pé

De braços erguidos, demonstrando fé...

Corpos enlaçados, Árvores sequiosas

Dedos apontados, em preces dolorosas

Raízes na Terra

Raízes no Ar

O sangue na guelra, quase a rebentar

Vem a Natureza, cumprir o seu fado

Dar graça e beleza, a este emaranhado

Sem pressa se veste

A Árvore despida

E num tronco agreste, vai surgindo a vida

Vem um verde de esperança, matizar a paisagem

Dando início à dança, da bela folhagem…

Rosa Guerreiro Dias

6-6-2014

'''A alma do Poeta divagando''

De Alma p'ra Alma

Com palavras da alma

Com os gestos das mãos

A Poesia se solta...

Em cada palavra

Um Poema novo

As mãos vão bailando

Como num faz de conta

E as palavras se entranham

Na alma dum Povo...

Rosa Guerreiro Dias

2-12-2013

20-9-2015

'''''' Há dias assim, outros não! ''''''

MOMENTOS

Meu 'Deus'...

Meus amigos, dizei-me vós

Como poderei ultrapassar esta montanha, que se deparou no meu caminho

Sem saber o que fazer, ocorreu-me a ideia, de tentar voar nas asas do vento

Ou quem sabe, ás costas duma Ave qualquer, que me leve para bem alto

E que pouse nas nuvens esta Mulher, fugida do asfalto

E aí, com minhas lágrimas de dor

Tentarei escrever nas brancas nuvens

Os outros Poemas que não falam de Amor

Para que, quando chover na terra

Todos, possam ver a cor das mágoas desta Camponesa

Em Poemas de profunda tristeza.

Rosa Guerreiro Dias

22-12-2013--- 14-9-2015

Festas do povo 2015 com poemas e voz

de

Rosa Dias poetisa de Campo Maior