06 - Junho 2020
Fotografia de Adriano Bastos
O Alentejano
"Homenagem aos Mestres Cantores do Alentejo"
Pintura de Espiga Pinto, sobre madeira, datada de 1965. 130x40cm
Col. Centro de Arte Moderna da
O Alentejo lembra-me sempre
Um imenso relógio de sol
Onde o homem faz de ponteiro do tempo
Miguel Torga
Domingo, 28 de Junho de 2020
Concerto de Domingo à tarde
Keith Jarrett - Over the Rainbow (Tokyo 1984)
https://youtu.be/AyLQGDIrGcI
Brad Mehldau - Waltz for J. B.
https://youtu.be/6AIbZLICx_w
Sábado, 27 de Junho de 2020
Visite o Alentejo
Vila Nova de Mil Fontes
"O Porto das Barcas, também conhecido como “Portinho do Canal” é o porto de pesca de Vila Nova de Milfontes.
Para muitos locais e visitantes, este é um dos locais que melhor conserva a alma e a genuinidade de localidade.
Assim, se pretende ter um contacto directo com a essência do litoral alentejano é imprescindível que visite este local.
Apesar do seu aspecto peculiar, o Porto das Barcas continua a ser o maior porto de pesca do concelho de Odemira e desempenha um papel importante na dinamização económica da localidade.
No local, para além de dois restaurantes que oferecem verdadeiras delícias gastronómicas, existe um miradouro, que proporciona a contemplação do oceano.
Há quem jure a pés juntos que o pôr-do-sol que o Portinho do Canal nos proporciona não tem rival em Portugal.
Há qualquer coisa na atmosfera deste local que se conjuga na perfeição com o crepúsculo de fim-de-tarde, oferecendo-nos uma experiência que merece realmente ser vivida..." in guia.vnmilfontes.info
Porto das Barcas
"O Porto das Barcas, também conhecido como “Portinho do Canal” é o porto de pesca de Vila Nova de Milfontes.
Para muitos locais e visitantes, este é um dos locais que melhor conserva a alma e a genuinidade de localidade.
Assim, se pretende ter um contacto directo com a essência do litoral alentejano é imprescindível que visite este local.
Apesar do seu aspecto peculiar, o Porto das Barcas continua a ser o maior porto de pesca do concelho de Odemira e desempenha um papel importante na dinamização económica da localidade.
No local, para além de dois restaurantes que oferecem verdadeiras delícias gastronómicas, existe um miradouro, que proporciona a contemplação do oceano.
Há quem jure a pés juntos que o pôr-do-sol que o Portinho do Canal nos proporciona não tem rival em Portugal.
Há qualquer coisa na atmosfera deste local que se conjuga na perfeição com o crepúsculo de fim-de-tarde, oferecendo-nos uma experiência que merece realmente ser vivida..." in guia.vnmilfontes.info
Porto das Barcas
"Praia do Farol – Onde o Mira Toca o Atlântico
Tal como a praia das Furnas, do outro lado do rio, também a Praia do Farol possui uma frente rio e uma frente mar. A frente mar é caraterizada pela presença de rochas e pela formação de grandes lagoas, durante a maré vazia, onde as crianças se podem divertir com outra tranquilidade.
Na extremidade norte da Praia do Farol existem condições para a prática do Surf e do Bodyboard, pelo que é frequente ver alguns praticantes deste desporto na água.
Neste local, situa-se também um restaurante com uma vista privilegiada, a Choupana. Rezam as crónicas, que é o sítio ideal para comer um peixe grelhado, sem tirar os olhos do mar. A sua excelente localização também convida a relaxar durante o final da tarde, usufruindo do fantástico pôr-do-sol, que é por si só um espectáculo digno de relevo.
....." in guia.vnmilfontes.info
Praia da Franquia
"Praia da Franquia – A Praia Icónica de Vila Nova de Milfontes
A praia Franquia é a praia mais conhecida de Vila Nova de Milfontes. A sua localização privilegiada na Foz do Mira garante-lhe condições de excelência para a prática de desportos aquáticos, como a canoagem e o windsurf.
Esta praia não oferece apenas todas as condições para usufruir de um excelente dia de praia, mas também é o palco perfeito para observar a imensa beleza da Foz do Mira e da paisagem envolvente.
A curta distância a que se encontra do centro de Vila Nova de Milfontes, o fácil acesso e a tranquilidade das suas águas tornam-na muito popular entre famílias com crianças.
Da praia da Franquia é possível observar o Forte de São Clemente, outrora guardião de Vila Nova de Milfontes e da entrada do Rio Mira e do outro lado do rio, a praia das Furnas.
....
Nas proximidades da praia da Franquia é possível encontrar um areal, especialmente preparado para a prática de futebol de praia e voleibol de praia. Nesta praia, é também possível alugar uma canoa, para melhor conhecer as águas do rio mira.
Esta praia conta com as seguintes estruturas de apoio: casas-de-banho, estacionamento, duches, aluguer de espreguiçadeiras e de toldos. Durante o verão o estacionamento tende a ser difícil, pelo que os veraneantes devem optar por ir a pé até à praia sempre que possível.....
"in guia.vnmilfontes.info
Sexta-feira, 26 de Junho de 2020
Alentejo - Poesia
“Poetas Populares “Serões de Noite Inteira””.
Participação dos Poetas: Antónia Romão, Casimiro Mateus, Custódio Luís
Manuel, Emília Dias, Francisco José, Joaquim Augusto, Joaquim da Costa,
Joaquim Luís, José Vilhena, Lourenço da Cruz, Manuel Domingos Mateus,
Rosália do Ó, Túlio da Silva e Virgílio Silvestre. Capa e orientação gráfica de
Vladimiro Franklim. Ilustrações dos alunos da Escola Preparatória de Sines.
Edição da Câmara Municipal de Sines. 1987.
Da Introdução (João Madeira):
“(…)
É neste sentido que a poesia, sendo de produção individual, se torna numa
composição coletiva, fruto da colaboração de muitos, o que acontece tanto
mais quanto corresponde a um entendimento e a um gosto comuns. Assim,
conseguem, por vezes, “viajar” através de gerações, transmitindo-se,
atualizando-se, porventura enriquecendo-se.”(...)”
De Casimiro Mateus (Pág. 113)
Alentejo quando canta
Traz uma recordação
Recorda com a garganta
Os tempos que já lá vão
Alentejo afamado
O seu povo não engana
Quando se canta à Alentejana
É recordando o passado
Nunca deixando para o lado
O chapéu preto e a manta
Quando a sua voz levanta
Traz a tradição consigo
Recorda o tempo antigo
ALENTEJO QUANDO CANTA
Recorda as ceifeiras antigas
Que ceifavam ao calor
Do nascer do sol ao pôr
Cantando lindas cantigas
Rapazes e raparigas
Com grande satisfação
Foi uma vida ilusão
Por isso não invejo
Quando canta o Alentejo
TRAZ UMA RECORDAÇÃO
Canta sempre de alegria
Alentejo com certeza
Porque a própria natureza
Deu-lhe muita simpatia
Dá-nos o pão de cada dia
E uma província Santa
A sua fama é tanta
Que em todo o lado tem valor
A voz do trabalhador
RECORDA COM A GARGANTA
Alentejo dos trigais
Como em muitos lados se diz
Apresenta no país
Os mais lindos grupos corais
Do antigo trazem sinais
Gravados no coração
Os Alentejanos é que são
Os homens para cantar
Quando cantam vêm lembrar
OS TEMPOS QUE JÁ LÁ VÃO.
in PÓ DOS LIVROS PL 093(José Francisco Pereira)
Quarta-feira, 24 de Junho de 2020
Receitas Culinárias do Alentejo
Assada de Peixe
CRATO
IngrePhoto in http://linhaceira.net/barbos-de-molhata/
Confecção:
Ingredientes:
Para 4 pessoas
1 kg de peixes do rio (achigãs ou barbos) ;
1 molho de poejos ;
2 dentes de alho ;
malagueta ;
2 dl de azeite ;
1 dl de vinagre ;
sal
Amanha-se o peixe e dão-se-lhe uns golpes.
Grelham-se em lume de carvão e colocam-se numa travessa.
À parte pisam-se num almofariz as folhas de poejo,
os dentes de alho, sal e malagueta (a gosto).
Deita-se esta papa noutro recipiente e mistura-se
com o azeite, o vinagre e o molho que escorreu do peixe (e que está na travessa). Prova-se e deita-se
o molho sobre o peixe. Acompanha-se com batatas cozidas ou fritas.
fonte: Editorial Verbo
Terça-feira, 23 de Junho de 2020
Visite o Alentejo
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Fotografia inFB/Alentejo Shorena Melikishvili
e Luis Luc Rac
Segunda-feira, 22 de Junho de 2020
Livro da semana
António Botto
"Afirmam que a vida é breve. Engano, - a vida é comprida.
Cabe nela amor eterno e ainda sobeja vida."
António Botto
"Cartas que me foram devolvidas"
"As tuas cartas têm vindo breves, lacónicas, porquê? As minhas já te fadigam? Se assim for, não as rasgues, - devolve-as e não as leias. Recebo-as com esta calma que me veio desde que penso que me foges. Rasgá-las, não. Ao rasgarmos cartas de amor alguma coisa de duas almas se destrói e se perde irremediavelmente."
Domingo, 21 de Junho de 2020
Concerto de Domingo à tarde
Claudio Micheletti - "Verão" de Vivaldi - Orquestra Experimental de Repertorio
https://youtu.be/zlanCmlF4qk
Sábado, 20 de Junho de 2020
Verão
O dia mais comprido do ano
" Hoje, 20 de junho de 2020, será o dia mais comprido do ano.
No Hemisfério Norte, quando forem exatamente 22h44 em Lisboa, cumpre-se o Solstício de verão, o dia em que o sol nasce mais cedo e se põe mais tarde.
A palavra solstício, de origem latina sol+sistere - sol que não mexe – significa o momento em que o sol atinge a maior declinação em latitude, medida a partir da linha do equador; os raios de sol incidem perpendicularmente no Trópico de Câncer (no caso do de verão no nosso hemisférios).
Acontecem duas vezes no ano, por volta dos dias 20 a 22 de junho e dezembro, devido aos movimentos de rotação e translação da Terra, e à desigual distribuição de luz solar entre os dois hemisférios. São um momento de transição e marcam o início do verão (o dia mais comprido) e do inverno (a noite mais longa), isso se for no hemisfério norte, pois no hemisfério acontece exatamente o contrário.
Nos círculos polares Ártico e Antártico, os solstícios representam 24 horas ininterruptas de dia ou de noite.
Na época primitiva, o Homem distinguia duas épocas: uma de frio e uma de calor; era assim que geriam e organizavam a sua agricultura; assim surgiu o culto aquele que providencia luz e calor, rei dos céus: o Sol.
O Sol é assim alvo de culto desde o início dos tempos presumindo-se que tenha mesmo sido o primeiro objeto de idolatria do homem.
Exemplos desse culto ao sol e os ciclos agrícolas serão por exemplo o Cromeleque dos Almendres, em Évora, ou mais famoso Stonehendge, na Inglaterra."
Verão
"Hoje tem início o verão e as temperaturas vão acompanhar a mudança com uma subida relevante
de 2 a 3 graus até domingo, e de 4 e 6 graus, na segunda, sendo previsto estar muito perto de
atingir os 40ºC em algumas zonas do Alentejo interior, como nos concelhos de Moura e
Mértola, no distrito de Beja.
No país, o céu vai estar limpo e as temperaturas vão oscilar entre os 25 e os 33 graus, segundo
o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Amanhã, em algumas zonas do Alentejo, os termómetros vão já tocar os 38ºC, mas, a
partir de quarta, as temperaturas voltam a descer ligeiramente."
In tribunaalentejo.pt
Momento Musical
Melody Gardot - From Paris With Love
https://youtu.be/RCckn1H5DIE
Sexta-feira, 19 de Junho de 2020
Visite Borba
Deixamos aqui uma proposta de excursão publicada em 1927, no Guia de Portugal, dirigido por Raúl Proença...
BORBA vista em 1927 - em:
GUIA DE PORTUGAL - Biblioteca Nacional de Lisboa – 2º volume
– Estremadura, Alentejo, Algarve,
(CABEÇALHO PÁGINAS Alentejo – A Évora, Estremoz e Vila Viçosa - BORBA)
Raúl Proença, 14 de Agosto de 1927 – pp. 111 - 116
BORBA E ARREDORES
Uma excursão a recomendar nos arredores de Borba é a S. Tiago de Rio de Moinhos, a 6 km. A estrada toma a direcção SO., cortando a linha férrea logo à saída da vila. Depois sobe pela vertente N. da serra de Borba, por entre hortas e olivedos, tendo-se em breve uma bela vista sôbre a casaria da povoação, enquanto em frente e à esq. se descobrem as verduras do Bosque, horta, mata e pomar que os capuchos cultivaram nas encostas da pequena serra, quando o duque D. Jaime lhes fundou aqui um convento, em 1505. O aprazível do sítio merece uma paragem; o bosque é um Buçacozinho em miniatura cheio de sombras e de fontes e com vistas deliciosas das suas ladeiras arborizadas para a vila e o seu aro dc serranias e planuras. O convento, reedif. em 1548 e 1670, pertence hoje à família Figueiredo Mascarenhas, de Silves; na igreja (recentemente restaurada) apenas há a notar os lindos silhares de azulejos de albarradas, optimamente conservados, e urna tribunazinha de mármore datada de 1702. A estr. continua a subir até o Alto do Bosque, a 1 km. de Borba.
[À dir. fica-nos o outeiro da Boa Vista, com uma dúzia de pinheiros de esbelto fuste e um dila-tadopanorama para N. e E.; na raiz da serra a vila e o seu pitoresco vale, cheio dc hortas e olivedos; ao largo as imensas planuras ao de leve onduladas do Alto Alentejo, com as pov. de Terrugem, Vila Boim, Vila Fernando, Veiros e outras, tendo ao fundo, a 50 km., a serra de Portalegre.]........
Nota Por RAÚL Proença. Forneceu-nos alguns apontamentos para este artigo o bibliotecário da B. N. António Anselmo. No decurso da composição dêste volume, tivemos a infelicidade de perder esse grande amigo e companheiro de trabalho, o mais distinto bibliógrafo do nosso tempo, a quem prestamos aqui o nosso tributo de admiração e de saudade.
Quinta-feira, 18 de Junho de 2020
Celeiro da Cultura
"Difícil é esperar
quando sabemos
nada haver a esperar.
O eco de uma lágrima não basta
para dar vento à sementeira."
Egipto Gonçalves
Edward Hopper
"O homem que ainda ouve um eco
do mundo, que não se limita a olhar para
si próprio, que respira o estrume das
civilizações e o perfume da vida,
não tem tempo para este silêncio. A
sua voz nasce do mais fundo da ira
que aflige os que não sabem de onde
vêm; a sua dor cresce como a planta
que corrompe a alma dos que se
perderam, e não se lembram já para
onde vão. O homem de pé tem
a idade que lhe quiserem dar; os
seus braços erguidos são os de todos
os que os deixaram cair; os seus
olhos vêem o que já não sabemos
ver. Mas este homem precisa da nossa
voz, para que o silêncio não o
afaste de nós. Este homem continua
a hesitar, quando os gritos lhe chegam
de cada lado do horizonte. Este homem
tem no rosto o espanto do que lhe fizemos;
e continua a andar, como se ainda houvesse
um rumo para os seus passos."
Nuno Júdice
Quarta-feira, 17 de Junho de 2020
17de Junho de 1665-2020
O maior Padrão Nacional à Paz
Borba
D.Rodrigo da Cunha Ferreira-Montes Claros-Padrão à Paz -Nossa Senhora da Vitória
foto de www.radionova.fm
Através do Link abaixo, veja importante documentário sobre nossa terra, seu passado glorioso e de sofrimento com o Professor Doutor José Hermano Saraiva
Borba-Montes Claros-Convento da Luz-Ermida de N.Senhora da Vitória
https://youtu.be/GDTGcnCDJN4
Terça-feira, 16 de Junho de 2020
Alentejo-Gastronomia
Receitas Culinárias do Alentejo
Calducho
Foto in portugaldelesales.pt
"Ingredientes:
2 postas de bacalhau demolhado
3 dentes de alho
2 cebolas
1,5 dl de azeite
2 folhas de louro
1 raminho de poejos
500 gr de batatas
sal
2 ovos
4 fatias de pão duro
Confecção:
Leve 1,2 lt de água ao lume. Depois de ferver, introduza o bacalhau e coza durante 5 minutos. Escorra, retire a pele e as espinhas e desfaça em lascas. Reserve o caldo. Pique os alhos e as cebolas muito finamente e frite no azeite quente. Junte as folhas de louro partidas e o raminho de poejos. Regue com o caldo do bacalhau e deixe levantar fervura. Entretanto, descasque as batatas e corte aos pedaços pequenos. Junte à sopa, tempere com sal e coza durante 15 minutos. Envolva o bacalhau, os ovos batidos e coza por mais 5 minutos. Corte o pão aos pedaços e coloque numa tigela. Regue com a sopa, decore com um raminho fresco de poejos e sirva de imediato." in seralentejano.blogspot.pt
Receita completa de Calducho com poejos, ovo e bacalhau, prato típico de Redondo confecionado por Maria Margarida Valverde, do restaurante "O Marujo"
Receita completa de Calducho de Redondo
https://youtu.be/7Uxxx086WT8
Segunda-feira, 15 de Junho de 2020
Alentejo
Fotografia de Adriano Bastos
Natália Correia
Photo in blog wordpress.com
“(...) A solidão alentejana teve o seu antídoto na comunidade coral: é vê-los, cerrados
numa determinação comunitária, que tem muito de sagrado (...) é a sacralização da
vida pouca na muita terra alentejana, e das agonias que ela engendra (...) cantam
para não ouvir o silêncio.
A voz demoníaca do silêncio. E eu imagino ... não um ou outro grupo desgarrado,
cantando como orgãos dispersos na nave da planura. Mas todos os grupos
formando um único coral magnífico, o verbo alentejano finalmente incarnado.”
Natália Correia
Domingo, 14 de Junho de 2020
Concerto de Domingo à tarde
"A música oferece à alma uma verdadeira cultura íntima
e deve fazer parte da educação do povo."
François Guizot
Júlio Pereira Live - CCB - Malhão Morno
https://youtu.be/a3SfCNyVr8U
Tomaso Albinoni - Adagio
https://youtu.be/_eLU5W1vc8Y
Sábado 13, de Junho de 2020
Receitas de Culinária do Alentejo
Gaspacho
foto in amoresabores.blog.sapo.pt
Ingredientes:
2 Tomates
1 Pimento verde
1 Pimento vermelho
2 Dentes de alho
4 Colheres (de sopa) de azeite
½ Pepino
1 Colher (de sopa) de vinagre
Pão duro alentejano
Água fria, orégãos e sal q.b.
Preparação:
Numa tigela coloca-se água bem fria e, dentes de alho com sal esmagados no gral.
De seguida deita-se o tomate, o pepino e os pimentos cortados aos bocados.
Cortam-se bocados pequenos de pão e junta-se à tigela do preparado. Por fim
tempera-se com azeite, vinagre e sal a gosto.
Acompanha-se com carapaus fritos e azeitonas.
Sexta-feira, 12 de Junho de 2020
Sugestão de Passeio
Évora- Catedral de Évora-Portugal
A Sé de Évora é a maior catedral medieval de Portugal.
A Basílica Sé de Nossa Senhora da Assunção, mais conhecida por Catedral de Évora,
ou simplesmente Sé de Évora.
https://youtu.be/ktDHQZ-mxVw
Quinta-feira, 11 de Junho de 2020
Casa da Cultura da Orada
Dia Nacional do Folclore Português
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Click no Link a seguir...
Quarta-feira, 10 de Junho de 2020
Em Borba-Mezinhas da Avó
"A alegria evita mil males e prolonga a vida."
William Shakespeare
In semstress.com
Benefícios na utilização das MALVAS
Chá de malvas
O chá de malvas é usado com frequência para gengivites, aftas, dor de garganta e resfriados, neste caso costumam fazer-se gargarejos.
Na prisão de ventre, em úlceras do estômago e gastrites tem também efeitos benéficos este chá, bebido várias vezes ao dia.
Para queimaduras do sol é útil também, quando usado em compressas.
As malvas são ricas em mucilagem, concentradas sobretudo nas suas raízes e daí as suas grandes virtudes medicinais. Os óleos essenciais extraídos desta planta têm efeitos mucolítico e anticonvulsivo.
Terça-feira, 9 de Junho de 2020
Visite o Alentejo
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Fotografia Gregor Samsa
Segunda-feira, 8 de Junho de 2020
Tempo de escrita
Fotografia de Adriano Bastos
Insónia
"Penso que sonho. Se é dia, a luz não chega para alumiar o caminho pedregoso; se é noite, as estrelas derramam uma claridade desabitual.
Caminhamos e parece tudo morto: o tempo, ou se cansou já desta caminhada e adormeceu, ou morreu também. Esqueci a fisionomia da paisagem e apenas vejo um trémulo ondular de deserto, a silhueta carnuda e torcida dos cactos, as pedras ásperas da estrada.
Chove? Qualquer coisa como isso. E caminhando sempre, há em redor de nós a terra cheia de silêncio.
Será da própria condição das coisas serem silenciosas agora?"
in Trabalho Poético Iº Volume
Carlos de Oliveira
Felicidade às gotas
"Afirmam os modestos e os medrosos que a felicidade é boa quando chega aos poucos ou em pequenas doses, provavelmente à maneira das gotas do soro fisiológico que lentamente penetram na veia do enfermo.
Outros há que a desejam repentina, um furacão, querem sentir-se arrebatados, como parece que acontece aos poetas românticos quando, depois de muita solidão e êxtase, subitamente enfrentam o objecto do seu amor.
A maioria, por certo também neste caso se comporta na forma habitual, deseja-se medianamente feliz, nada de altos e baixos, jackpots e misérias.
De facto, pouco adiantam as lucubrações, de nada valem os votos que fazemos, tão-pouco nos chega a felicidade em grande ou pequena medida. É um estado de alma.
Arrisco-me a dizer que ela só existe quando a chamamos, e ainda é preciso reconhecê-la, condão que a muitos falta." in Tempo Contado 13.5.2014
José Rentes de Carvalho
Domingo, 7 de Junho de 2020
Concerto de domingo à tarde
Mulher Alentejana
https://youtu.be/-2Vz1sELRr8
Pedro Mestre - Campaniça do Despique "Zuca Zuca"
https://youtu.be/aSY95wzDt2A
Sexta-feira, 5 de Junho de 2020
Livro da semana
Rómulo Vasco da Gama de Carvalho
Pseudónimo António Gedeão
"Nos anos setenta e oitenta dedicava s suas tardes de domingo a percorrer e a remomerar a velha Lisboa, onde nasceu (à Sé), onde crescera (na Graça), e que tanto amava e tão bem conhecia, não apenas de visu mas igualmente pela história estudada e dos seus bairros, ruas, praças e monumentos
Embora não gostasse de ser fotografado, praticava com muito gosto a fotografia e, creio, enquanto amador, as suas fotografias são excelentes.
Recolheu assim um vasto material, com que se compões este livro (que foi organizado em cinco álbuns e muitas mais fotografias, aqui não incluídas) que a sua família e o editor Francisco vale e Vasconcelos /Relógio d’Água) resolveram dar à estampa.
«Memória de Lisboa» não constitui apenas um conjunto de fotografias sobre a nossa Capital, ainda que vista pelos seus, dele, Rómulo/António, olhos de poeta, que tanto a admirou pela sua beleza e pelo seu cunho existencial de cidade vinda já da Antiguidade e desenvolvida entre o Mediterrâneo e o Atlântico.
É que neste álbuns as fotografias são sempre acompanhadas por legendas com a história da vida urbana, social e política dos sítios e monumentos, redigidos, (no original, com a sua linda e legível caligrafia) naquele estilo didáctico, preciso, elegante e claro que caracteriza todas as suas obras,
«Memória de Lisboa» é um belo roteiro, descrito simultaneamente pela ciência de um Historiador e pelo jeito didáctico daquele que foi também um grande Professor e um admirável Poeta."
Natália Nines
Quarta-feira, 3 de Junho de 2020
Visite Borba
Alentejo- Aldeia de São Gregório- Borba
https://youtu.be/SUGhVNm9J3g
Segunda, 1 de junho de 2020
Dia mundial da Criança
"Se as crianças aprendessem poemas de cor em pequenas, se fosse uma parte integrante do ensino e até, se elas tivessem de dizer um poema de cor para serem admitidas a qualquer universidade, as pessoas passavam a falar melhor. Porque falar é próprio de todas as pessoas, não é só do médico, do engenheiro e onde se aprende a falar realmente é na poesia."
Sophia de Mello Breyner Andresen
Obra de Pablo Picasso (Nasceu em 1881)
do período-Early Years (1890-com 9 anos de idade)
"As crianças são os únicos seres divinos que a nossa pobre humanidade conhece. Os outros anjos, os das asas, nunca aparecem. Os santos, depois de santos ficam na Bem-Aventurança a preguiçar, ninguém mais os enxerga. E, para concebermos uma ideia das coisas do Céu, só temos realmente as criancinhas."
Eça de Queirós
Pintura a Óleo sobre a madeira, dos projectos "Eu Gostaria de Saber pintar"
de Álvaro Cunhal - Pintura 4
Brinca enquanto souberes! Tudo o que é bom e belo Se desaprende… A vida compra e vende A perdição, Alheado e feliz, Brinca no mundo da imaginação, Que nenhum outro mundo contradiz! Brinca instintivamente Como um bicho! Fura os olhos do tempo, E à volta do seu pasmo alvar De cabra-cega tonta, A saltar e a correr, Desafronta O adulto que hás de ser!Miguel Torga
O livro da semana
Wenceslau de Moraes
"O culto do chá"
"Para a alegria dos olhos, a simples preparaçäo do chá imprime um relevo delicioso á graciosidade innata na "musumé" (*) na attitude que lhe é mais habitual, de joelhos sobre a esteira, junto do seu brazeiro. A mimica é impressiva, unica; privilegio d'aquella figurinha meiga e ondulante e d'aquella buliçosa mäo, de finissimos contornos, da japoneza, que é, em summa, a Eva mais gentilmente pueril, mais captivantemente chimerica, mais feminina emfim, de todas as Evas d'este mundo. Parece certo que jamais o japonez, que ignora o beijo, haja poisado a bocca n'aquella mäo que exhibe esplendores de graça para servir-lhe o chá; o forasteiro, em intimidade serena, pode ensaiar o galanteio se phantasia o tenta; e entäo verá talvez, que a mäosita da "musumé", reconhecida ao afago, se conchega de encontro aos labios, se demora, como uma rola docil gulosa de carinhos."
.
— Wenceslau de Moraes, “O culto do chá", Kobe, Typographia do "Kobe Herald",
Domingo, 31 de Maio de 2020
Concerto de Domingo à tarde
BARBARA ....L' aigle noir ( 1970 )
https://youtu.be/d9cEY13bUTo
Sábado, 30 de Maio de 2020
Cante Alentejano
"O Emigrante"
1º Prémio do Concurso de Cantares Alentejanos de Beja (1973)
"A 23 de Junho de 1973 o Grupo Coral da Casa do Povo de Barrancos venceu
o 1º Prémio do III Concurso de Cantares Alentejanos de Beja, promovido pela
Comissão Municipal de Turismo, com a moda “O Emigrante”, da autoria de Manuel
Torrado Marcelo “Chicuelo”, nascido em Barrancos a 1 de Julho de 1936. A moda foi
criada em 1972 e expressa a experiência e os sentimentos do autor que nesse ano iniciou
as campanhas de trabalho em França. Com formação musical e reconhecido como
um dos melhores Altos da sua geração, “Chicuelo” foi autor de inúmeras modas
que fizeram parte dos repertórios do Grupo Coral da Casa do Povo de Barrancos, e
do Grupo Coral “Os Arraianos de Barrancos que formou em 1984. A gravação
apresentada neste videoclip faz parte da cassete “Barrancos Canta” de 1997, e foi
ilustrada por imagens provenientes de várias fontes, com a colaboração de pessoas
às quais agradeço no final do vídeo. O trabalho de pesquisa e edição foi realizado
no âmbito do projecto de investigação “A cultura expressiva na fronteira
luso-espanhola”, INET-md, FCSH NOVA, financiado pela Fundação para
a Ciência e a Tecnologia (FCT)." Dulce Simões
https://youtu.be/Sc7o5D-rqnc
Sexta-feira, 29 de Maio de 2020
Receitas de Culinária do Alentejo
Alcácer do Sal
Feijão Verde à Alentejana
Fotografia in receitas-do-mundo.umforum.net
Ingredientes:
Para 4 pessoas
750 g de feijão verde ;
1 cebola média ;
2 colheres de sopa de azeite ;
1 colher de sopa de banha ou de margarina ;
1 kg de tomate maduro ;
1 dente de alho ;
1 folha de louro ;
1 molho de salsa ;
4 batatas médias ;
1 cenoura ;
sal e pimenta ;
200 g de pão caseiro duro
Confecção:
Pica-se a cebola e o alho e estala-se com o azeite e a banha. Junta-se o louro e a salsa atada.
Deixa-se refogar sem alourar e adiciona-se o tomate sem pele e sem grainhas e esmagado com
as mãos. Rega-se com uma pinga de água e, depois de cozer um pouco, junta-se a cenoura ás
rodelas. Deixa-se cozer e apurar. Entretanto, corta-se o feijão em diagonal e as batatas em
cubos. Juntam-se ao preparado anterior e adiciona-se um pouco mais de água. A água
vai-se juntando sempre que fornecessária. O cozinhado deve ficar com bastante molho.
Tempera-se com sal e pimenta. Corta-se o pão em fatias finas para uma terrina ou
tigela de meia cozinha e deita-se por cima o guisado. Podem servir-se ao mesmo tempo
rodelas de chouriço de carne, cru.Serve-se como entrada em vez de sopa.
No tempo da segurelha, junta-se um pezinho ao mesmo tempo que o feijão.
in Roteiro Gastronómico de Portugal (Fonte Editorial Verbo)
Quinta-feira, 28 de Maio de 2020
Tempo de reflexão
in https://www.timeshighereducation.com/features/culture/
the-pick-bertrand-russell-the-first-media-academic/418684.article
"A estupidez coloca-se na primeira fila para ser vista; a inteligência coloca-se na
rectaguarda para ver."
Bertrand Russell
in https://es.wikipedia.org/wiki/Alejandro_Dumas
"O mais feliz dos felizes é aquele que faz os outros felizes."
Alexandre Dumas
in http://fabriziofalconi.blogspot.com/2012/06/
carl-gustav-jung-folgoranti-citazioni.html
"Onde o amor impera, não há desejo de poder; e onde o poder predomina,
há falta de amor. Um é a sombra do outro."
Carl Jung
in http://www.jotdown.es/2012/12/las-situaciones-vi-
sobre-el-deber-de-la-desobediencia-civil-de-henry-david-thoreau/
"O amor não só deve ser uma chama,
mas uma luz."
Thoreau
in http://quotesgram.com/solitude-henry-david-thoreau-quotes/
in http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2016/05/
arqueologos-afirmam-ter-encontrado-tumba-do-filosofo-grego-aristoteles.html
"O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete."
Aristóteles
Quarta-feira, 27 de Maio de 2020
Fotografia
Recolha fotográfica
no Alentejo dos últimos ciganos nómadas
Pierre Gonnord
"(Cholet, França 1963), começou seu projeto pessoal sobre o rosto humano no final dos anos 90,construíndo ao longo dos anos um conjunto de retratos identificáveis. Pierre Gonnord (França 1963),vive e trabalha em Madrid desde 1988. Seu próprio projeto tornou-se um estilo de vida, uma viagem pelas estradas em busca de personagens pertencentes a grupos sociais com forte identidade cultural. Aborda, vive e trabalha com tribos, clãs, mas especialmente com indivíduos marginalizados da nossa paisagem urbana na era da globalização e, portanto, condenada a desaparecer. " O francês Pierre Gonnord(Cholet, 1963) tem se dedicado a retratar os nômadas que se deslocam para trabalhar entre Espanha e Portugal. "Com muita paciência e muita gasolina gasta", diz ele, que viajou milhares de quilômetros para fotografar"indivíduos longe das cidades."
Terça-feira, 26 de Maio de 2020
Livro da semana
Ruben Andresen Leitão
Ruben Alfredo Andresen Leitão foi um escritor, romancista, ensaísta,
historiador, crítico literário, e autor de textos autobiográficos, português,
com o pseudónimo Ruben A.. Wikipédia
SINOPSE
"Na margem esquerda do rio Lima, existe uma antiga torre de vigia, tão antiga quanto o
nascimento da nação lusitana (e a única torre triangular de toda a Península!). Nos dias
que correm, a Torre da Barbela é um velho monumento, memória do Portugal inventado
pelas patranhas de um fantasioso caseiro-guia. O que a centena de turistas enganados
não sabe é que, após o horário de visita, os antigos Barbelas, vindos de oito séculos
diferentes, ressuscitam e habitam os seus arredores. Publicado em 1964, A Torre da
Barbela é um espantoso retrato psicológico do país desde a sua fundação, que mereceu
a Ruben A. o prémio Ricardo Malheiros, atribuído pela Academia de Ciências de Lisboa,
em 1965." In Wook
Sábado, 23 de Maio de 2020
Alentejo
Baldio da Serra de Serpa
"Até há um século atrás o mais vasto território comunal do país situava-se a Sul na raia de Serpa. O baldio da Serra de Serpa totalizava perto de 40.000 hectares delimitados a Norte pela Aldeia Nova de São Bento, a Sul pelo concelho de Mértola, a nascente pela Ribeira de Chança e Vila Verde de Ficalho e a poente pelo Rio Guadiana. A forma como este baldio desapareceu é um perfeito retrato de como o fim da gestão comunal de um território descrito em 1751 como “um matagal que havia sido anteriormente uma selva natural”, obedecendo à demanda da agricultura intensiva, resultou na desértica aridez dos solos.
O mel serve de narrativa inicial a esta história. Se as abelhas falassem, zumbiriam tal como hoje o drama dos incêndios de mão humana e a perda dos seus horizontes. A acidentada Serra de Serpa era um extenso matagal de azinheiras, sobreiros e vegetação arbustiva com predomínio da esteva, rosmaninho, alecrim, urze, lentisco, sargaço, medronheiro, etc. Aí durante seis séculos o uso comum da lenha e pastos conviveu com uma peculiar concessão privada do uso do baldio que, remontando à Idade Média, foi regulamentada no final do século XV no chamado Aranzel das Malhadas. As 26 malhadas concessionadas somavam perto de 10.000 colmeias, com o cuidado de abarcar em torno de cada malhada uma légua colmeeira para garantia dos pastos florais desse gado do ar.
A sobreposição desses direitos e usos comuns no baldio veio a acentuar-se nos séculos XVII e XVIII. A apicultura comportava uma relação com o pastoreio e a agricultura que colidia na prática incendiária das roças para conquista de terras. Esta é acentuada em 1690 com a instituição do Celeiro Comum de Serpa com o qual se dá início à perda das terras comunais. O arrendar do baldio em troca de um sexto do cereal das roças abriu caminho ao manifesto desprezo dos usos e recursos da serra. Desordenados cortes de madeira e queimadas que levam à infrutífera proibição régia das roças em 1726, para que a serra voltasse a ser terreno baldio, para que se não lavrasse lá e se restabelecesse o seu uso comum. Repetem os Juízes da serra – que haviam substituído a gestão medieval dos homens bons ou homens antigos – a importância de evitar-se cortes de mato e arvoredos das serras.
Em maio de 1775 o povo de Aldeia Nova de S. Bento dirige-se a Serpa, em grande clamor para “se acabar com a prática de alguém ter eitos na Serra de Serpa ou de possuir o usufruto de parte dela, pois deveria ficar totalmente para pastos comuns a utilizar por todos”. Quatro anos depois reclamam, com respeito pelos direitos das malhadas, que tão pouco lhes deveria ser impedido colocar as suas colmeias ao pé das moitas.
Somado ao não pagamento dos foros, chega a surgir em 1897 a proposta de uma Colónia Militar Agrícola e Disciplinar na Serra de Serpa. A questão no século XIX era a falta de trigo e o aumento demográfico. Dessa pressão resulta o aforamento do baldio em lotes. E rapidamente à Câmara de Serpa surgem disputas entre vizinhos e freguesias e a soberba de proprietários. Em 1904, uma firma de Lisboa pretende abarcar o aforamento da Serra de Serpa, que aprovado inicialmente veio a ser anulado judicialmente face à onda de protestos. Em 1906, inicia-se por fim a desamortização do maior baldio do país.
Uma iniciativa que rapidamente se revelou desastrosa para os povos e lucrativa para as grandes famílias que concentram a propriedade. Contra qualquer lógica sã e natural, cabe a um empreiteiro de obras públicas de Serpa impor uma grelha geométrica que resultará em 5516 lotes de 6 hectares, sendo às malhadas concedidos 18 hectares. Da ilusão mercantilizada e colonizadora resultou a destruição dos pastos comunais e afetada a riqueza secular das abelhas. Sorteadas as terras, seguiu-se a intensificação da cultura cerealífera. Resta na paisagem as ruínas dos montes. Sol de pouca dura em terras pobres. Esgotados os solos, as glebas foram vendidas e abandonadas aos grandes proprietários.
Caía por terra a ilusão da propaganda agrária que desmantelou o baldio, uma terra comum com lugar à concessão de malhadas respeitando a natureza do lugar. A diabolização modernista do Portugal inculto inscrito na política nacionalista da agricultura nunca quisera ouvir os ensinamentos do voo do gado do ar. Já não restam muitos matos por onde este andaria. Mas fica o convite feito, com início num conjunto de roteiros pedestres do concelho de Serpa, a descarregar no site municipal e de que destacamos o PR3 – Vila Verde de Ficalho (12,6 km), para reler de outro modo a paisagem do outrora baldio da Serra de Serpa."
Filipe Nunes
in baldio-da- serra-serpa
Sexta-feira, 22 de Maio de 2020
Igreja e Convento das Servas de Borba
"Segundo uma lenda já muito antiga, a Virgem Maria apareceu a uma filha de um oleiro e mostrou-lhe a localização de um tesouro no local onde hoje está o Convento das Servas.
Com o ouro achado construiu-se uma ermida, gerida por uma irmandade de mulheres denominada Servas de Nossa Senhora. Em 1598, o Padre Mestre Pedro Caldeira deixou todos os seus bens à Ordem de São Francisco para transformar a ermida num convento. A primeira pedra do Convento foi lançada em 1604, sob o padroado do Duque de Bragança, D. Teodósio II. Em 1644 concluiu-se a obra, sendo que no ano seguinte veio uma comunidade de freiras do Convento das Chagas de Vila Viçosa para ocupar o convento.
Trata-se de uma construção monumental com um dos maiores claustros do país. A entrada da igreja faz-se pelas duas portas laterais como acontece sempre nos conventos femininos. No interior preserva-se um importante núcleo de pintura mural dos séculos XVII e XVIII." in convento-das-servas.aspx
"Arquitectura religiosa, chã, barroca. Edifício característica do estilo chão regional, aplicado à arquitectura conventual das ordens de regra claustral.
A fachada da Capela do Senhor Jesus dos Aflitos, decorada com um jogo de xadrez em mármores brancos e negros, considerada uma das mais belas do Alentejo." in monumentos.gov.pt
"O DIA DA ASCENSÃO, QUINTA FEIRA DA ASCENSÃO OU DIA DA ESPIGA.
Um provérbio popular deste dia refere que: "Se chover na Quinta-feira da Ascensão, as pedrinhas darão pão" e será que ainda virão uns pinguitos?... parece que não.
Estes provérbios já não são o que eram!
Quarenta dias depois da Páscoa, acontece o Dia da Ascensão do Senhor, esse dia é, normalmente, também conhecido por Quinta-Feira da Espiga.
No DIA DA ASCENSÃO ou DIA DA ESPIGA, nos tempos de antanho e ainda hoje, em alguns e poucos lugares, neste dia as pessoas iam de manhã cedo ao campo para apanharem espigas de cereais, um raminho de oliveira e flores campestres - papoilas, malmequeres, margaridas e alecrim - depois era feito um ramo que devia ser guardado dentro de casa, pendurado na cozinha ou na sala, até ao Dia de Espiga do ano seguinte.
A cada elemento do ramo era atribuído um desejo - à espiga atribui-se o desejo de que nunca falte o pão durante todo o ano, ao ramo de oliveira o desejo de que haja paz e luz e às flores o desejo de que haja alegria.
A alguns elementos do ramo era atribuído um simbolismo - a papoila simbolizava o amor e vida, o malmequer simbolizava o ouro e a prata, e o alecrim simbolizava a saúde e a força.
Só mais uma coisinha… sabias que se guardar hoje um pão pequeno, até ao dia da espiga do ano que vem, esse pão não apodrece, endurece mas fica sem ponta de bolor e que naqueles tempos de antanho, passado um ano, toda a família comia um bocadinho e pedia que não faltasse o “pão nosso de cada dia”...?"
Texto de Albano Macedo
Sábado, 16 de Maio de 2020
Livro da semana
Almeida Faria
Montemor-Novo
“A Paixão”, porém, é talvez o romance do autor onde a procura de uma nova forma é mais profunda e mais rigorosamente controlada. Ali se nota, em particular: o movimento da escrita, isto é, um ritmo poético de grande rigor (Óscar Lopes viria a classificá-lo como «poema em ritmo livre»); e a autonomia da palavra que se transforma em objecto e corpo privilegiado do discurso narrativo. Deste modo, o processo diegético é essencialmente metafórico, razão por que o texto se constrói através duma prosa poética que põe em evidência não só as formas do conteúdo e, por isso mesmo, também o conteúdo e as modalidades para o apreender.
O espaço da narrativa não revela o outro espaço, isto é, o mundo onde se movem(algures, numa vila do Alentejo) as dez personagens no interior de uma família burguesa – pai, mãe, cinco filhos, duas criadas e um velho servo. Mas o narrador encontra modo de inserir outros indicadores quando afirma, por exemplo, que Samuel é «um jovem proletário que trabalha em Lisboa» e que o pai “outrora entrou para o curso de agronomia só porque, ao chegar a Lisboa tendo feito o liceu, foi atrás duma corista para o Porto e, quando regressou, apenas a escola de agronomia estava ainda aberta para matrículas» (p. 214)."
"CRÍTICAS DE IMPRENSA
Todo o génio de Almeida Faria está na expressão rigorosa da fértil união entre o sagrado e o profano.
La Quinzaine Littéraire, França
Um livro de pura genialidade da juventude.
Eduardo Lourenço
Ao ler A Paixão de Almeida Faria no início dos anos 70, entrei em imediata comunhão com essa obra-prima, a ponto de colar ao Lavoura Arcaica, sem qualquer pudor, certas imagens e metáforas daquele poema em prosa.
Raduan Nassar
O seu segundo romance, A Paixão, possui as mesmas qualidades literalmente espantosas de Rumor Branco, sendo ao mesmo tempo mais despojado e mais apaixonado; desta vez a severidade é implacável, e a composição aposta numa disciplina exemplar.
Books Abroad, EUA
Na minha geração, lembro-me de sair A Paixão de Almeida Faria e eu com 19 anos a pensar: Nunca chegarei aos calcanhares deste homem.
António Lobo Antunes"
in wook.pt
Sexta-feira, 15 de Maio de 2020
Tempo de Reflexão
Raúl Brandão
"Nenhum de nós sabe o que existe e o que não existe. Vivemos de palavras. Vamos até à cova com palavras. Submetem-nos, subjugam-nos. Pesam toneladas, têm a espessura de montanhas. São as palavras que nos contêm, são as palavras que nos conduzem. Mas há momentos em que cada um redobra de proporções, há momentos em que a vida se me afigura iluminada por outra claridade. Há momentos em que cada um grita: - Eu não vivi! eu não vivi! eu não vivi! - Há momentos em que deparamos com outra figura maior, que nos mete medo. A vida é só isto?"Raúl Brandão, Húmus
António Ramos Rosa
«Cada árvore é um ser para ser em nós / Para ver uma árvore não basta vê-la / A árvore é uma lenta reverência / uma presença reminiscente / uma habitação perdida / e encontrada / À sombra de uma árvore / o tempo já não é o tempo / mas a magia de um instante que começa sem fim / a árvore apazigua-nos com a sua atmosfera de folhas / e de sombras interiores / nós habitamos a árvore com a nossa respiração / com a da árvore / com a árvore nós partilhamos o mundo com os deuses».
António Ramos Rosa
Aquilino Ribeiro
"Olhem sempre em frente, olhem o Sol, não tenham medo de errar, sendo originais, iconoclastas e anti, o mais anti que puderem, e verdadeiros, fugindo aos velhos caminhos trilhados de pé posto e a todas as conjuras dos velhos do Restelo.
Cultivem a inquietação como fonte de renovamento."
Aquilino Ribeiro
Domingo, 10 de Maio de 2020
Concerto de Domingo à tarde
João e Maria - Chico Buarque e Nara Leão
https://youtu.be/5tQdqepsLOs
Sábado, 9 de Maio de 2020
Livro da semana
José Gomes Ferreira
Toda a gente me inveja
porque ando contigo nos braços…
Tu que pareces um perfume desenhado de mulher
vestida de pólen
e dois olhos que são dois instrumentos modernos
a auxiliarem a melodia do jazz…
Tu que rodopias, leve,
no desdobrar de seda
que paira neste vento de música
que só as pétalas entendem…
Tu que…
(Ah! tu que me pesas nos braços
como se trouxesses um esqueleto de lágrimas
e uma bola de metal no coração
ferrugenta do meu remorso.)
Quarta-feira, 6 de Maio de 2020
Em Borba-Mezinhas da Avó
"A alegria evita mil males e prolonga a vida."
William Shakespeare
in Alentejanando
Benefícios no consumo de Pevides de Abóbora
"As sementes torradas tem um sabor suave e doce – similar ao das nozes – com uma textura mastigável, algumas aparecem recobertas por uma capa de cor amarela e branca. Mas, sobretudo são uma das mais nutritivas que existem
As abóboras são originárias da América do Norte e já era muito valorizada na antiguidade pelos nativos americanos devido a suas propriedades nutritivas e medicinais. Seus múltiplos benefícios derivam de um alto teor em nutrientes essenciais para o organismo: zinco, fósforo, cobre, potássio, ferro e magnésio.
Consumo
Normalmente, as sementes são retiradas e fervidas em água e sal, posteriormente vão ao forno para torrar. Uma vez torradas, podem ser consumidas diretamente ou em outro tipo de prato, como complemento, entretanto, seja qual for o modo que você escolher, continuarão sendo saborosas.
Uma opção é torra-las com sal e utilizar no preparo de saladas ou em sopas. Também é possível caramelizar e utilizar no preparo de barras de cereais caseiras.
Outras alternativas excelentes são pulverizar as sementes e adicioná-las a um combinado de frutas frescas e frutos secos, ou em biscoitos caseiros, adicionando a semente em pó à farinha de trigo que normalmente se utiliza para a preparação.
Também é possível encontrar o óleo da semente de abóbora em lojas especializadas."
Pode ler em: Duplo Click
https://sites.google.com/site/amigosterrasborba/1-borba/13-mezinhas-da-avo
Segunda-feira, 6 de Abril de 2020
Livro da semana
Urbano Tavares Rodrigues
Fuga Imóvel.Trecho do conto Telepathos
«Daqui te falo, através do vento de Novembro ainda cheio de pássaros e que derruba alguns postes telegráficos e fica cheio de sangue ( do meu sangue congelado ) sobretudo quando se encontra com a neve na travessia dos Alpes. Porque, bem sabes, isto de escrever é como dar sangue, só vale a pena quando cortamos as veias, para depois as laquearmos, está claro, até um dia, até ...ao acto absoluto de auto-vampirismo que secretamente nos fascina.
Em mim há todas as contradições, e só assim se explica que te deseje com este excesso que a distância torna em ferida e ao mesmo tempo com todo o amor e ódio por todas as mulheres, amor feito desta intensa espera de te descobrir e redescobrir, mas também da angústia, receio do definitivo; de infinita ternura, mas também de pânico, ou de espanto da abertura para a morte que é a aniquilação no outro.»
Domingo, 5 de Abril de 2020
Concerto de Domingo à tarde
Bach
Erbarme dich, mein Gott (Matthäuspassion)
Galou (Roth)
https://youtu.be/BBeXF_lnj_M
Sábado, 4 de Abril de 2020
Celeiro da Cultura
ROGER VAN DER WEYDEN
O Descendimento (detalhe)
Anterior a 1443.
Museu do Prado, Madrid
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"A pintura é uma poesia que se vê e não se sente, e a poesia é uma pintura que se sente e não se vê."
Leonardo Da Vinci
Jean-Francois Millet - The Gleaners, 1857. Oil on canvas, 83.5 × 110 cm (32.9 × 43.3 in). Musée d'Orsay, Paris, France
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"O talento desenvolve-se no amor que pomos no que fazemos. Talvez até a essência da arte seja o amor pelo que se faz, o amor pelo próprio trabalho."
Máximo Gorki
“ O mundo muda quando dois se olham...e se reconhecem. Amar, é despir-se de nomes.” Octávio Paz
“Você diz que ama a chuva, mas você abre seu guarda-chuva quando chove. Você diz que ama o sol, mas você procura um ponto de sombra quando o sol brilha. Você diz que ama o vento, mas você fecha as janelas quando o vento sopra. É por isso que eu tenho medo. Você também diz que me ama.” William Shakespeare.
Homenagem aos Mestres Cantores do Alentejo,
têmpera sobre madeira, (1,30 x 40 cm), 1965.
Autor: José Manuel Espiga Pinto - CAM, Fundação Calouste Gulbenkian.
Calendário de Adriano Bastos
Photography Ching Yang Tung
Photography Ching Yang Tung
"São sete ou oito grupos de perto e longe. Cantam os trabalhos e os dias, os amores e as paisagens.
Estão duas mil pessoas a ouvi-los pela noite fora, em silêncio, só aplaudindo no fim de cada canção, à entrada de cada grupo, mas neste caso quase nada, porque é sabido que mal se podem bater palmas quando os homens começam a mover-se, lentamente, naquele movimento pendular dos pés, que parecem ir pousar onde antes haviam estado, e no entanto avançam.
O tenor lança os primeiros versos, o contratenor levanta o tom, e logo o coro, maciço como o bloco dos corpos que se aproximam, enche o espaço da noite e do coração. O viajante tem um nó na garganta, a ele é que ninguém poderia pedir-lhe que cantasse. Mais facilmente fecharia os punhos sobre os olhos para não o verem chorar." (José Saramago, "Viagem a Portugal")
José Manuel Espiga Pinto
Fotografia in Público .pt
Sexta-feira, 3 de Abril de 2020
GASTRONOMIA
Receitas Culinárias Alentejo
Conheça as Receitas Culinárias do nosso
Alentejo, as quais constituem património secular que urge preservar
e outras mais receitas do nosso Alentejo.
Ensopado de Borrego
INGREDIENTES
1 kg de carne de borrego
1 cabeça pequena de alho
1 dl de azeite
2 folhas de louro Sal q.b.
PREPARAÇÃO
Parte-se a carne e leva-se esta a cozer em água tempera-da de sal.
Ao levantar fervura, vai-se retirando toda a espuma.
Seguidamente, juntam-se os alhos picados finamente, a fo-lha de louro e o azeite.
Deixa-se acabar de cozer e apurar.
SUGESTÃO
Serve-se sobre sopas de pão, aromatizadas com um rami-nho de hortelã.
Receita publicada em “Comeres de Serpa” (Câmara Municipal de Serpa e Escola
Superior de Educação de Beja, 1994).
O Borrego do Baixo Alentejo – IGP, que resulta do cruzamento das raças Campaniça
e Merino Branco com raças não autóctones, alimenta-se de leite materno e
pastagens espontâneas ou melhoradas. A carne, tenra e suculenta, é utilizada
na confeção de vários pratos, como a Perna de Borrego Assada no Forno de Lenha e o
Ensopado de Borrego.”
In RECEITAS E SABORES DOS TERRITÓRIOS RURAIS • 235
Quinta-feira, 2 de Abril de 2020
"Respigando...Borba"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
Photo of Ching Yang Tung
A FONTE DAS BICAS
José Miguel Simões
Edições Colibri e CEDA
Outubro 202
A Fonte das Bicas é, com todo o merecimento, o ex-Iibris de Borba.
Monumento Nacional desde 1910, foi edificada em 1781, pela Câmara Municipal, que assumiu a sua função de protectora e zeladora dos interesses do povo no abastecimento da água à vila, face aos interesses privados. Na sua forma podemos adivinhar a influência dos desenhos das fontes de Carlos Mardel, projectadas para Lisboa, décadas antes. Contudo, a Fonte das Bicas pretendeu ser um monumento a Borba, não só pelo uso dos mármores, elogiados na inscrição do espaldar, mas também pela reconstituição do lago onde, segundo a lenda, se achou o barbo que deu o nome à vila. Pela novidade que trouxe ao Alentejo, a Fonte das Bicas foi modelo para outras fontes monumentais que depois dela surgiram na região.
João Miguel Simões nasceu em Lisboa, em I976. Licenciou-se em História, variante de História da Arte, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo concluído uma tese de mestrado com o título Arte e Sociedade na Lisboa de D. Pedro II.
Tem vindo a especializar-se na área da História da Arte do Barroco e da lconologia, tendo publicado algumas obras em livro: O Monumento do Senhor Roubado - Odivelas (2000), O Convento das Trinas do Mocambo (2001 - no prelo).
Desempenhou entre 2000 e 2002 as funções de historiador no Gabinete Técnico Local da Câmara Municipal de Borba, onde, em co-autoria, escreveu o livro O Vinho e o Património, reflexos de uma cultura secular e a componente histórica e urbanística do Plano de Pormenor de Salvaguarda da Zona Antiga de Borba.
Retrato de José Leandro Carvalho
INSCRIÇÃO GRAVADA NA FONTE, por baixo do medalhão da RAINHA D. MARIA I
IMPERATIBUS FIDELIS SIMA REGINA NOSTRA MARIA NOMINE I: CUM ETDELISSIMO REGE NOSTRO PETRO III: OBTENTA REGIA FACULTATE: SUB AUSPICIO ET PATROCINIO ILLIMI AC EX MI VICE COMITIS DE LOU RINHAA HUJUS PROVTICI AE GUBERNATORIS VTGILA TISSIMI: SENATUS HUNC COPIOSUM FONTEM ET MA GNIFICUM OPUS CONS TRUERE FECERUNT: IN IL LO (ICTU OCULI) FUL GENT ET NITENT: REGUM MAGNITUDO ET BENEFI CENTIA: PROTECTORIS PO TESTAS ET AMOR: DECURI ONUM ACTIVITAS ET ZE LUS POPULIQUE UTTLITAS ET DECOR: ET IDEO ISTE IN GRATITUDINIS SUAE PER PETUUM MONUMENTUM
HANC MEMORIAM EXA
RARE EECIT. ANNO DOMI
NI MDCCLXXXI
Reinando a nossa Fidelíssima rainha Maria, primeira do nome com o nosso Fidelíssimo rei Pedro III, obtida auctorização régia e sob os auspícios e protecção do III.m° e Ex.m° Visconde da Lourinhã zelosíssimo governador d'esta província: a Câmara mandou construir esta copiosa fonte e magnífica obra, na qual brilha e refulgem (à primeira vista) a grandeza e beneficência real, o poder e o affecto do protector, a actividade e o zelo dos vereadores, e a utilidade e honra do povo.
Por isso este, em signal de perpétua gratidão, mandou exarar esta memória no anno do Senhor de 1781.
Seguindo a tradução que o padre António Joaquim Anselmo fez deste texto, na obra seguinte:
(P.e António Joaquim Anselmo - O Concelho de Borba, Elvas, Typographia e Stereoypia Progresso, 1907).
Moeda em ouro
D. Maria I 1789
(já posterior a este evento)
Quarta-feira, 1 de Abril de 2020
Ao encontro com a nossa gastronomia
Borba
Quando os caminhos são longos e tardam a percorrer, o viajante sente segundo a sabedoria popular "o estômago a dar horas". Chegado a Borba demora o seu olhar sobre o Paço de São Bartolomeu, obra que o deslumbra e avança pela Rua Terreiro das Servas, estacionando a dois passos da Rua António de Melo e Castro.
Se o Paço já o tinha impressionado , é defronte ao Convento das Servas e da Capela do Nosso Senhor dos Aflitos que se interroga sobre a presença de tantos monumentos, sobretudo de arquitectura religiosa, que mostram o bom gosto, a riqueza e o nível cultural de então nesta vila, agora cidade.
Estamos finalmente no Restaurante Canhoto, esperando por uma boa refeição de cozinha tradicional alentejana, tal como foi aconselhado por amigos que já demandaram estas paragens. Sentado na sala de mesas espaçosas, onde animadamente se conversa, o seu olhar dirige-se para o tecto alto de traves de madeira sobre paredes brancas e onde a luminosidade cria um ambiente muito acolhedor.
Chegam à mesa gulosas azeitonas, queijo fresco de Rio de Moínhos, o saboroso pão alentejano e onde não falta o famoso vinho tinto da Adega Cooperativa de Borba.
Da cozinha desprendem-se aromas que abrem o apetite. O serviço é de qualidade primando o atendimento pela atenção e acompanhamento do cliente.
No cardápio surge a oferta de oito pratos, qual deles o mais aliciante, o que torna difícil a escolha.
O estomago, esse reclama mas concerteza vai deliciar-se com um opíparo almoço de (pèzinhos de coentrada). Os demais pratos repartem-se pela cachola servida em tacho de barro, pelas costeletas de borrego panadas e gansinho assado no forno.
Com batatas fritas chega à mesa os pèzinhos de centrada envoltos em alhos e coentros que fazem a delícia do viajante.
Para o estomago o almoço foi excelente. O convívio e a conversa amena constituíram alimento para o espirito. Não fora o imenso trabalho da cozinheira com a entrada de mais clientes, o viajante passaria pela cozinha para dois dedos de conversa sobre a arte e a sabedoria ancestral de combinar as plantas aromáticas com os pèzinhos de porco, que não dispensam um bom azeite, abundante nesta terra produtiva e rica deste ouro dos olivais.
Parte o viajante com a ideia de aqui regressar.
Lá fora no imenso largo sentem-se já os primeiros sinais da primavera.
Domingo, 29 de Março de 2020
Concerto de Domingo à tarde
Rachmaninov Piano Concerto No. 2 Mov. 2
Sábado, 28 de Março de 2020
Mudança da Hora – 29 de Março de 2020
Na madrugada de 29 de Março de 2020 (domingo), a Hora Legal muda do regime
de Inverno para o regime de Verão.
– Em Portugal continental e na Região Autónoma da Madeira, à 1:00 hora da manhã
adiantamos o relógio de 60 minutos, passando para as 2:00 horas da manhã.
– Na Região Autónoma dos Açores a mudança será feita à meia-noite (00:00) de Domingo,
dia 29 de Março, passando para a 1:00 hora da manhã, do mesmo dia.
in Observatório Astronómico de Lisboa
mudanca-da-hora-29-de-marco-de-2020
Música Tradicional alentejana
Anima Mea Ronda dos Quatro Caminhos
Taberna em Cuba - Baixo Alentejo
https://youtu.be/GBhgE3EMQy4
Quinta-feira, 26 de Março de 2020
Visite o Alentejo
Serpa
Serpa-Ermida de Santana
Serpa-Ermida de S. Sebastião
Serpa-Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe
Serpa-Alentejo-Nossa Senhora de Guadalupe
https://youtu.be/0EPDHK64ZoU
Quarta-feira, 25 de Março de 2020
Música Tradicional alentejana
Saias Raianas - Ronda dos Quatro Caminhos
https://youtu.be/7gMsuPowZvc
Terça-feira, 24 de Março de 2020
Música Tradicional alentejana
Ao romper da bela aurora - Musica Tradicional do Alentejo
https://youtu.be/2SVS5H-oXnk
Segunda-feira, 23 de Março de 2020
Música Tradicional alentejana
Rancho De Cantadores De Aldeia Nova De São Bento
A Moda Do Meu Chapéu
https://youtu.be/a3oPq91gdcc
Domingo, 22 de Março de 2020
Concerto de Domingo à tarde
Marianne Faithfull - Who Will Take My Dreams Away
https://youtu.be/jYNCnLTnzys
Sábado, 21 de Março de 2020
Alentejo
Histórias centenárias dos castelos no Alentejo
"O Alentejo é rico na história e cultura que representa o centro-sul do país lusófono. Portugal,
com perto de 500, é um dos países da Europa com mais castelos e fortificações. Uma visita a
este canto da Península Ibérica permite explorar os castelos centenários que surgiram à medida
que Portugal conquistava o território para sul e que ainda hoje persistem.
Para quem é apreciador de passeios históricos, a abundância e a qualidade do património
queo Alentejo oferece é o convite ideal para conhecer a história da terra e das suas gentes,
de cada muralha, castelo, fortes e das suas vilas."
Castelo de Noudar
castelo-de-noudar-e1470747496261.jpg
in portugalnummapa.com
"Envolto de espaço verde e região montanhosa, entre a ribeira da Múrtega e o rio Ardila, situa-se o Castelo de Noudar, datado de 1307, pelo reinado de D. Dinis.
O castelo está rodeado de terras férteis e extensos montados para o pastoreio do gado. A sua localização foi pensada pela sua defesa natural, pela sua sobreposição no topo do monte, mas também pelo fácil acesso e aproveitamento de uma nascente de água, a Fonte da Figueira."
in National Geographic
Sexta-feira, 20 de Março de 2020
Equinócio da Primavera 2020
"Em 2020 o Equinócio da Primavera ocorre no dia 20 de março às 03:50 horas[1]. Este instante
marca o início da Primavera no Hemisfério Norte. Esta estação prolonga-se por 92,789 dias até
ao próximo Solstício que ocorre no dia 20 de junho às 22:44 horas. Os instantes estão
referenciados à hora legal de Portugal continental e Região Autónoma da Madeira.
Na Região Autónoma dos Açores o Equinócio da Primavera ocorre no dia 20 de março às
02:50 horas.
Os equinócios ocorrem duas vezes por ano, na primavera e no outono, nas datas em que o
dia e a noite têm igual duração[2]. A partir daqui até ao início do outono, o comprimento do
dia passa a ser maior do que a duração da noite, devido ao Sol percorrer um arco mais longo
e mais alto no céu todos os dias, atingindo uma altura máxima no início do Solstício de Verão.
É exatamente o oposto no Hemisfério Sul, onde o dia 20 de março marca o início do Equinócio
de Outono."
Quinta-feira,19 de Março de 2020
O Livro da semana
José Rentes de Carvalho
"De ascendência transmontana, nasceu em 1930 em Vila Nova de Gaia, onde viveu até 1945. Frequentou no Porto o liceu Alexandre Herculano, e mais tarde os liceus de Viana do Castelo e Vila Real. Fez o serviço militar em Lisboa, onde simultaneamente frequentou os cursos de Românicas e Direito. Obrigado por razões políticas a abandonar Portugal, viveu no Rio de Janeiro, em São Paulo, Nova Iorque e Paris. Em 1956 passou a viver em Amesterdão, na Holanda, para onde foi como assessor do adido comercial da embaixada do Brasil. Licenciou-se na Universidade de Amesterdão com uma tese sobre O Povo na Obra de Raul Brandão. Nessa universidade foi docente de Literatura Portuguesa de 1964 a 1988. Desde então dedica-se principalmente à continuação da sua obra literária. A sua bibliografia inclui um vasto número de colaborações em revistas, publicações culturais e jornais portugueses, brasileiros, belgas e holandeses.
Descoberto tardiamente em Portugal, José Rentes de Carvalho retrata o nosso país com a intensidade de quem o conhece como ninguém e com a acutilância de quem o observa à distância."
in http://www.cm-matosinhos.pt/pages/242?news_id=2939
Quarta-feira, 18 de Março de 2020
José Manuel Espiga Pinto
Vila Viçosa
16 de Março de 1940 - 1 de Outubro de 2014
Entrevista RTP a ESPIGA Pinto, 4 de Maio de 2006, no seu atelier.
Veja o vídeo: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/espiga-pinto/…
Espiga Pinto, que celebrou em 2006 cinquenta anos de exposições individuais, relata o
seu trajecto artístico, as grandes temáticas da sua obra, bem como a sua descoberta
e uso da geometria sagrada e do número de ouro.
80º Aniversário do nascimento de Espiga Pinto
"Hoje, 16 de Março de 2020, celebramos o nascimento de um dos mais relevantes artistas do séc. XX em Portugal, cujo percurso marcou áreas tão distintas como a pintura, o desenho e a escultura, mas também a cenografia (Companhia de Bailado da Gulbenkian, prémio Bienal de S. Paulo), a gravura, a medalhística (prémio internacional COTY - Coin of the Year) a numismática e o design gráfico.
Durante seis décadas de obra produzida (1954-2014), foram vários os períodos: desde a vida quotidiana do Alentejo (1954-1972), ao período da sua "Mentacosmunicação" dos anos 70, aos protestos artísticos contra a Guerra, a muitos meses sem pintar, aos anos 80 com uma obra cada vez mais geometrizante, tratando temáticas Lusíadas, que culminou em peças magníficas, de cores intensas e de grande formato nos últimos anos da sua vida.
Gradualmente e após a sua grande visibilidade nos anos 1990, Espiga Pinto viveu a sua vida cada vez mais procurando a introspeção, o bem dos outros - muitas vezes em detrimento do seu próprio - e a busca da Verdade, nomeadamente através dos seus estudos em geometria sagrada.
De todas as vertentes da sua Obra, referia-se a si próprio como "Escultor Espiga", consciente que esteve sempre da necessidade de extrair a Arte que reside dentro da pedra, em direcção à perfeição interior.
Foi mais tarde, ainda em vida e com toda a justiça e mérito, tratado pelos seus ex-alunos, coleccionadores, admiradores, amigos e pelo público em geral como "Mestre Espiga Pinto".
A todos os que acompanham esta página, em nome do nosso pai, o nosso agradecimento."
Os filhos do Mestre Espiga Pinto,
Aurora e Leonardo
Terça-feira, 17 de Março de 2020
"Pedro Barroso, o último trovador português”
https://youtu.be/oTipo7y-pC8
Segunda-feira, 16 de Março de 2020
Alentejo Património Cultural
Bento de Jesus Caraça
Vila Viçosa
"Bento de Jesus Caraça nasceu em Vila Viçosa a 18 de Abril de 1901 e foi um dos maiores vultos da intelectualidade portuguesa.
Bento de Jesus Caraça
Ilústre matemático e antifascista, fundador da Universidade Popular Portuguesa e da Biblioteca Cosmos, direccionou toda a sua actividade intelectual e cívica para a cultura integral do índividuo.
Bento de Jesus Caraça nasceu em Vila Viçosa a 18 de Abril de 1901 e com ele o universo cultural da matemática portuguesa ganhou uma nova dimensão.
Impulsionou os estudos de Econometria em Portugal, criou o Centro de Estudos de Matemáticas Aplicadas à Economia e fundou a “Gazeta da Matemática”.
Publicou vários estudos até à sua mais notável obra, “Conceitos Fundamentais da Matemática”, publicada pela pioneira Biblioteca Cosmos, que fundou em 1941.
A criação do Estado Novo levou-o a intensificar a actividade política. Lutou pela liberdade e a democracia.
Nunca abdicou dos seus ideais.
Tornou-se um dos maiores vultos da intelectualidade portuguesa. Foi um semeador de Cultura e Cidadania.
Faleceu em Março de 1948.
In Instituto Bento Jesus Caraça
Clique no LINK e tem acesso a
"Se não receio o erro, é porque estou sempre pronto a corrigi-lo."
Bento de Jesus Caraça
Domingo, 15 de Março de 2020
Concerto de Domingo à tarde
Smetana: Má vlast: Vltava (Die Moldau) / Harnoncourt / styriarte
https://youtu.be/0XskLG0Vl3I
Jeanne Moreau "INDIA SONG" 1975 (Marlene Dietrich)
https://youtu.be/6XWBMRBjKUA
Sábado, 14 de Março de 2020
"Respigando...Alentejo"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
Fotografia de Adriano Bastos
“O presente é a sombra que se move separando o ontem do amanhã.
Nela repousa a esperança."
Frank Lloyd Weber
Portugal e a pandemia de há um século
"A espaços, a História repete-se sempre como uma espécie de "ordem natural" e é nosso dever
aprender com ela.
Faz agora 102 anos, em Maio de 1918, que o nosso país foi colhido por uma pandemia
transcontinental, o vírus H1N1, que entre nós ficou popularmente conhecida por "pneumónica"
ou "gripe espanhola", que ceifou a vida a mais de 60.000 portugueses (60.474, oficialmente) e
a outros 20 milhões em todo o mundo.
Os primeiros casos foram registados em Vila Viçosa, trazidos por camponeses portugueses que trabalhavam sazonalmente em Espanha, onde já grassava de forma severa, e rapidamente se espalhou por todo o Alentejo e depois por todo o país, de norte a sul, incluindo as ilhas dos Açores e da Madeira.
À época, Ricardo Jorge, Director do Instituto Central de Higiene, para muitos um epidemiologista "visionário", surpreendeu a comunidade com a pronta tomada de medidas até então nunca adoptadas:
decretou a notificação obrigatória de todos os casos, o isolamento dos doentes, a interdição da migração de pessoas, a suspensão das aulas e a proibição das visitas nos hospitais."
José Luis Espada-Feyo
"Respigando...Borba"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
Photo of Ching Yang Tung
Os nossos melhores AGRADECIMENTOS ao contributo de Filipe Rosado
e à perspectiva de um imenso espólio de documentos a estudar e divulgar...
Sexta-feira, 13 de Março de 2020
Sugestão de Passeio
Borba
Alentejo- Aldeia de São Gregório- Borba
https://youtu.be/SUGhVNm9J3g
Quinta-feira, 12 de Março de 2020
"Respigando...Borba"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
"As respigadoras" de Jean-François Millet
Em Borba com o Prof. José Hermano Saraiva
A Alma e a Gente - Ressurreição das Aldeias (Borba)
03 Fev 2008
Prof. José Hermano Saraiva
O concelho de Borba não é um concelho grande, tem 142 quilómetros quadrados, a
população não é muita, tem 8500 habitantes, mas trata-se de um dos concelhos mais
ricos do Alto Alentejo. As duas grandes riquezas da região são o Vinho e o Mármore.
Só que agora surge uma terceira riqueza, o Turismo, com a ressurreição duma aldeia
típica alentejana (S. Gregório) agora transformada em aldeia turística
(um projecto exemplar).
https://youtu.be/3TRJ3MwEbOk
Quarta-feira, 11de Março de 2020
Celeiro da Cultura
"O mal de quem apaga as estrelas é não se lembrar de que não é com candeias que se
ilumina a vida."
Miguel Torga
"O presente é a sombra que se move separando o ontem do amanhã.
Nela repousa a esperança."
Frank Lloyd Weber
Em todas as almas, como em todas as casas, além da fachada, há um interior escondido.
Raúl Brandão
«Ser escritor é uma espécie de doença, uma obsessão. Mas a doença do escritor é
também o seu melhor remédio. Depois de corrigir e reescrever tanto que mal consigo
decifrar o meu próprio manuscrito, chega finalmente o momento em que digo:
Fiz o melhor que pude.»
Graham Greene, Santos e Pecadores
Terça-feira, 10 de Março de 2020
Respigando...Alentejo"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
Fotografia de Filipe José Galhanas
Évora
Extraído de "As Pedras e o Tempo" de Fernando Lopes, 1961. Seu primeiro filme.
https://youtu.be/WQPyr-L8Xn8
Segunda-feira, 9 de Março de 2020
O Livro da semana
Jangada
Romeu Correia
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"Romeu Henrique Correia nasceu em Cacilhas a 17 de Novembro de 1917. Fortemente
ligado às tradições populares e às colectividades da sua margem sul, a Almada que o
via percorrer, pelas tardes soalheiras, as ruas com história da cidade velha, ou em tertúlias
à mesa do Café Central, ou nas noites de cinema na Academia Almadense, não podia perder
esse vínculo iniciático de rebeldia popular que eram as antigas cegadascarnavalescas."
Domingos Lobo
"...Jangada (1962), farsa em dois actos apresentada em 1966 no Teatro Villaret
pela Companhia Portuguesa de Comediantes, se concentrava nos
preconceitos e conflitos geracionais,..."
"Romeu Correia pertence, diz-nos Óscar Lopes, ao grupo de autores que a partir
dos anos 1940, procuraram imprimir ao teatro português uma orientação realista e de
estrutura mais imaginativa. E mais afirma Óscar Lopes: O Vagabundo das Mãos de Ouro,
foi, em 1961, a melhor consagração dramatúrgica de Romeu Correia. Na linha de
experiências anteriores, integra na tradição realista um conjunto de recursos que
vêm do expressionismo, da tradição popular (romanceiro e fantoches) e do
antiteatro, elevando sensivelmente o nível a uma carreira, individual de teatro,
romance e conto, que até então se poderia classificar fundamentalmente de populista
mas que progrediu no sentido de um imaginativo neo-realista.1"
"Quem vive num cais à beira de um rio navegável ouve com frequência o apito distante
ou perto de navios e o grasnar das aves marinhas... diz-nos ele nas indicações que
escreveu para a peça Jangada. Os sons do seu Cais do Ginjal, a vida, o movimento,
os sonhos e a memória da sua Almada, das gentes da outra banda, a que ele deu vida,
espessura, mesmo que na figura grotesca de um manipulador de robertos, mesmo num
palhaço de pés largos, passos sincopados e bengala rolando entre a falange e a falangeta,
acompanhado por um garoto vestido de andrajos, brilhando intermitentes num lençol
seboso como abcessos improváveis; um autor que foi um alquimista de afectos
mas que tinha a faculdade única de tornar os sonhos fecundos e perenes. Um vagabundo
que tinha as mãos do povo, que são de ouro como se sabe, capazes de transformar
os Sábados sem Sol, em domingos de Fogo e Luz."
Domingos Lobo
"CAROLINA (sombria): Que viver tão triste que tem sido o nosso! (Comovida) Quando penso na nossa existência entre estas quatro paredes… choro, choro, só me sinto bem a chorar!...
LUZIA (igualmente comovida): Se tivéssemos casado, nada disto teria acontecido. Mas este maldito cais onde o papá se meteu… Nós, umas raparigas, entaipadas entre o mar e o céu…
(Pausa)
CAROLINA: Há mulheres que nunca se conformariam entre estas quatro paredes!
LUZIA (reagindo): Mulheres sem princípios!
CAROLINA (digna): Mas a nós, graças a Deus, nunca eles nos faltaram!
(Pausa)
LUZIA: Os nossos pais prenderam-nos demasiado… - foi o que foi!
CAROLINA: Nisso de severidade, a mamã levava a palma ao papá.
LUZIA: Era ela que nos aturava de manhã à noite. Ao passo que o pobrezinho só nos via quando regressava do trabalho… Aquele homem viveu mais horas sob o telhado da fábrica que junto da esposa e dos filhos."
Sábado, 7 de Março de 2020
"Respigando...Borba"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
Photo of Ching Yang Tung
Os nossos melhores AGRADECIMENTOS ao contributo de Filipe Rosado
e à perspectiva de um imenso espólio de documentos a estudar e divulgar...
Rio de Moinhos-Borba
Photo in Igreja paroquial de Sao Tiago.jpg
"Sobranceira ao rio Lucefece, considerado mágico e sagrado desde os tempos pagãos,
a igreja de Santiago datará dos últimos anos do século XIII. À sua volta, ao longo do percurso
do rio, existiram numerosas azenhas que utilizavam a força motriz da água. Terão sido estes
moinhos que deram o nome ao povoado de São Tiago de Rio de Moinhos.
No interior da igreja sepultou-se D. Gonçalo, em 1290, cuja lápide sepulcral, descoberta em
1728, ainda se preserva. D. Gonçalo é um homem desconhecido da História, mas certamente
um cavaleiro lavrador proprietário das terras na imediação. O interior desta igreja encontra-se
totalmente revestido a pintura mural representando cenas da vida de Santiago, datáveis
dos primeiros anos do século XVIII. Estas pinturas de vertente popular representam diversos
milagres do santo, numa linguagem catequética dirigida aos habitantes de Rio de Moinhos.
No interior também se guarda o antigo cruzeiro, obra arcaica dos finais do século XIII."
in Câmara Municipal de Borba
Borba-Rio de Moinhos - Alentejo
https://youtu.be/nRrctv7iEbM
Quinta-feira, 5 de Março de 2020
Cante Alentejano
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Fotografia de Francisco Braizinho
Grupo Violas Campaniças
https://youtu.be/rAcTOyHdiVY
Qual de Nós Valerá Mais? Pedro Mestre & Convidados NO CCB
https://youtu.be/KgO6bYq37dk
Quarta-feira, 4 de Março de 2020
Fotografia
Recolha fotográfica
no Alentejo dos últimos ciganos nómadas
Pierre Gonnord
"(Cholet, França 1963), começou seu projeto pessoal sobre o rosto humano no final dos anos 90,construíndo
ao longo dos anos um conjunto de retratosidentificáveis. Pierre Gonnord (França 1963),vive e trabalha em Madrid desde 1988. Seu próprioprojeto tornou-se um estilo de vida, uma viagem pelas estradas em busca de personagenspertencentes a grupos sociais com forte identidade cultural. Aborda, vive e trabalha com tribos, clãs, mas especialmente com indivíduos marginalizados da da nossa paisagem urbanana era da globalização e, portanto, condenada a desaparecer. " O francês Pierre Gonnord(Cholet, 1963) tem se dedicado a retratar os nômadas que se deslocam para trabalhar entre Espanha e Portugal. "Com muita paciência e muita gasolina gasta", diz ele, que viajoumilhares de quilômetros para
fotografar"indivíduos longe das cidades."
Poeta da fotografia e expoente máximo nesta arte, Pierre Gonnord, trabalhou na recolha
fotográfica no Alentejo dos últimos ciganos nómadas e os seus animais. Seus valiosos
trabalhos foram expostos no ùltimo semestre de 2014 em Cáceres, e estão actualmente
em Nova Iorque.
Terça-feira, 3 de Março de 2020
Sugestão de Passeio
BORBA
"Andar por terras distantes e conversar com diversas pessoas
torna os homens ponderados."
«Aquele que lê muito e anda muito, vê muito e sabe muito.»
Miguel Cervantes
Borba- Alto Alentejo
https://youtu.be/YYNHnTp10XM
Segunda-feira, 2 de Março de 2020
O Livro da semana
Alexandre Pinheiro Torres
"Nenhum de meus amigos conhecem este autor e acredito que a maioria de vocês nem imagina quem seja Alexandre Pinheiro Torres (1923-1999), escritor português nascido em Amarante. Mas deveriam. Romancista, poeta, importante crítico literário e professor universitário na Universidade de Cardiff, Alexandre viveu por curto período no Brasil após ser obrigado a exilar-se. O fato que o levou ao exílio está entre os gestos de que mais se orgulhava: em 1965, nomeado membro do Júri do Grande Prêmio de Ficção, atribuído pela Sociedade Portuguesa de Escritores, propôs a atribuição do prêmio ao livro Luuanda, de Luandino Vieira, que na época estava preso pela acusação de terrorismo. A atitude levou Salazar a proibi-lo de ensinar em Portugal, o que o levou primeiro ao Brasil e logo após à Cardiff, onde tornou-se catedrático de Literatura Portuguesa e Brasileira. Em 1970, fundou a primeira cadeira independente de Literatura Africana de Língua Portuguesa em universidades inglesas."
Milton Ribeiro
"Perde, de repente, a sua capacidade de êxtase perante o divino da Natureza. A alma, para a amar, não precisará de razão? Para quê olhar o Tâmega? Todos os rios de Portugal, se não são ainda o Tâmega, não acabarão por ser o Tâmega? O rio da minha aldeia de Alberto Caeiro, no poema que Teresa tanto gostava de recitar, não seria o Tâmega? Pascoaes detestava o rio Tamisa porque Tamisa era uma tradução, em bárbaro, da palavra Tâmega. Do Tâmega, como muitas vezes previa a D. Maria da Graça no seu ataque às hidroeléctricas que planeavam não uma, como se dizia, mas nove barragens no rio, sairiam as caravelas do futuro.
As margens encher-se-iam de marinheiros ávidos de encontrar uma ilha que se tivesse salvo da catástrofe. Talvez a ilha dos Frades, se a água a não subvertesse. Se resistisse chamar-lhe-ia, para sempre, a Ilha dos Amores.
Odete, com a inconsciência da juventude, entra na sala a cantarolar alegre:
«Deseja alguma coisa senhor presidente da Câmara?»
«Não me chames presidente da câmara enquanto eu não tomar posse.»
Bebe rapidamente outro conhaque enquanto fita os olhos da rapariga.
«Chega-te aqui», ordena.
Odete aproxima-se curiosa. Que lhe quererá o senhor doutor juiz? Mas Tadeu de Albuquerque não tem que lhe responder. Agarra-a e beija-a avidamente na boca. Ali estava a sua ninfa. Não era precisos esperar pelo futuro."
Sábado, 29 de Fevereiro de 2020
Em Borba-Mezinhas da Avó
"A alegria evita mil males e prolonga a vida."
William Shakespeare
Como a procura por chás aqui no site tem sido grande, tenho pesquisado como nunca! E com um imenso prazer, já que estou conhecendo alternativas realmente poderosas na luta contra a balança. E esta minha nova descoberta é realmente impressionante. Vamos conhecer hoje os benefícios do chá de folha de oliveira.
A árvore que dá a azeitona é considerada sagrada. Mas como são mais valorizados os seus frutos, as folhas não recebem tanta atenção. Pois deveriam. Estudo da University of Michigan Health System aponta evidências de que a substância oleuropeínalimpa o açúcar do sangue. Ou seja, a infusão age com muito rigor nas nas gorduras acumuladas na região abdominal.
As folhas da oliveira possuem 4 vezes mais potássio, magnésio, manganês, fósforo, selênio, zinco e cobre que o chá verde. Estas substâncias são altamente antioxidantes, sendo ultra eficientes contra o envelhecimento e ainda estimulantes do metabolismo, que elimina gorduras com mais rapidez.
Para começar a colher seus benefícios, o indicado é que você beba de 3 a 4 xícaras por dia, em um período de 3 a 4 meses. Dessa forma, é possível perder até 6 quilos, aliando o chá com uma alimentação balanceada e saudável e também com a prática de exercícios físicos.
As folhas de oliveira são facilmente encontradas em lojas de produtos naturais ou em grandes mercados. O chá de oliveira pode ser ingerido por qualquer pessoa, exceto grávidas e lactantes.
Quer mais chá? Quentinho ou mesmo gelado, este é um aliado que vem para oferecer nutrientes, antioxidantes e até o controle da ansiedade. Conheça os tipos que são nossos aliados para perder peso nos Top 5 Chás.
Prepare o chá de folha de oliveira
Ferva 1 litro de água em uma panela e tire do fogo.
Adicione um punhado de folhas de oliveira e abafe.
Deixe por 1 minuto.
Em seguida, deixe a mistura esfriar e coe.
Não use adoçantes.
Para variar o sabor, acrescente folhas de hortelã ou cascas de abacaxi.
Tags: antioxidantes, chá de folha de oliveira, chás, nutra-se,
de Lúcia Diniz
Quarta-feira, 26 de Fevereiro de 2020
O Livro da semana
Esteiros
de
Soeiro Pereira Gomes
Soeiro Pereira Gomes nasceu em 1909 em Gestaçô, concelho de Baião. Estudou em Coimbra e posteriormente trabalhou um ano em África como regente agrícola. Mais tarde fixou-se em Alhandra,onde trabalhava como empregado de escritório de uma fábrica de cimento. A dureza da vida de funcionário comunista clandestino, durante os últimos anos da sua vida, contribuiu para o seu fim prematuro (morreu de tuberculose em 1949).
"Para os filhos dos homens
que nunca foram meninos,
escrevi este livro. "
Soeiro Pereira Gomes
"Honra seja feita ao Dr. Álvaro Cunhal. Desta vez não se repetiu, repetiram-no.
Álvaro Cunhal (Coimbra, 1913-Lisboa, 2005) foi ilustrador acidental, mais empenhado
na luta política e na polémica ensaística. Ilustrando a primeira edição de Esteiros,
obra seminal do Neorrealismo literário português, estava obviamente mais interessado
no conteúdo que na forma. A figuração neorrealista típica estava perto mas só com
Manuel Ribeiro de Pavia atingiria o seu esplendor, em meados da década. O traço e
a modelação incipientes e a composição e grafismo tímidos, não fazem propriamente
uma capa memorável. Mas as caras famélicas e os andrajos dos três rapazes denunciam
explicitamente a sua condição de deserdados sociais e as opções políticas do ilustrador.
Cunhal trabalhava como regente de estudos no Colégio Moderno, a convite de João Soares,
pai de Mário Soares, quando fez a capa para as Edições Sirius, em 1941. Em Dezembro do
mesmo ano, acossado pela polícia política, entrou mais uma vez na clandestinidade."
Texto de Jorge Silva
Terça-feira, 25 de Fevereiro de 2020
Borba Inspiradora
por Zé Russo-anos 50/80
pode ler
Herói Alentejano desconhecido
Começo do século vinte
"Este verdadeiro, humilde e digno herói, chamava-se Joaquim Maria Cachapela, nasceu na localidade de Alcaraviça, Freguesia de Orada no Concelho de Borba…ficou sempre no anonimato da nossa história, não sendo lembrado por ninguém, talvez pela sua humildade e simplicidade, a verdade é que lhe aconteceu tal e qual como ao diamante, sem luz não brilha. Nós esquecemo-nos dos nossos heróis, muitas das vezes é preciso o inimigo reconhecer o seu valor, como foi o caso do nosso Soldado Milhões, na primeira grande guerra entre 1914 -1918. Primeiro enaltecido pelos militares Alemães e um médico Escocês…só depois é que Aníbal Augusto Milhais «Milhais-Milhões» foi reconhecido e condecorado com a mais alta Honraria Nacional... Ordem Militar da Torre Espada, mas não foi o único soldado como fala a história… e Joaquim Maria Cachapela? Que teve uma igual! Ninguém fala?"
"Somente os mais velhos, já quase no limite da sua existência o conheceram e com ele privaram alguns momentos, foi o meu caso, embora muito novo e adolescente já saído da escola, falei bastantes vezes com ele, contando algumas passagens em África, onde prestou serviço em campanhas no início do século vinte na guerra com os Cuamatos. Era valente, corajoso, muito forte e de grande porte, talvez muito perto dos dois metros, o seu bigodão branco enrolado nas pontas, dava-lhe um ar de grande altivez, andando sempre devagar e muito direito. Parece que o estou a ver no mês de Agosto nas festas do Senhor Jesus dos Aflitos, quando caminhava a meio da procissão, carregando sozinho uma enorme cruz em madeira com um peso que não era para qualquer um que a conseguia transportar, desde a Igreja da Matriz até à igreja do Senhor Jesus dos Aflitos, era uma grande distância a percorrer. Ostentava no seu peito o valor e audácia da sua coragem. Mas este bom homem já estava habituado a carregar outras cruzes, sem terem peso físico, mas tudo superava… como a criação de muitos filhos com poucos recursos financeiros, apenas e só, com a força dos seus braços trabalhando como cantoneiro."
" Só chegou a Portugal após 1907, onde fez a sua vida na nossa terra, tendo ficado muito desgostoso com o regicídio do nosso Rei Dom Carlos e seu filho príncipe Luiz Filipe, pelo assassino de nome Manuel Buiça, pois era um monarca convicto, ficando com profunda tristeza. Cachapela tinha muita admiração e achava-o o melhor Rei que Portugal teve, dizia ser um grande diplomata, falava cinco línguas, desportista, pintor, amante da natureza, trabalhador e muito inteligente. Contando-me que ainda viu de muito perto o Rei Dom Carlos a caçar patos na albufeira de Borba, vindo de Vila Viçosa pela tapada, saindo da mesma em frente da albufeira, nesse tempo existiam ali centenas de patos, acrescentando que o Rei tinha a seu lado sempre muitos cães e, quem lhe carregasse as espingardas e apanha-se a caça. "
Photo in prof2000.pt
Photo in benguelakovasso.blogspot.com/
Photo in contemporaneamamen.blogspot.com
pode ler o resto da Crónica em:
faça duplo-click
https://sites.google.com/site/amigosterrasborba/1-borba/borba-em-escrita/
borba-vista-por-ze-russo
Segunda-feira, 24 de Fevereiro de 2020
Celeiro da Cultura
Manuel Ribeiro de Pavia (Pavia, 1907-Lisboa, 1957)
"Todo o verdadeiro artista é um transformador de energias, e como tal a obra de arte nunca poderá ser um acto gratuito. A sua melhor, a mais espinhosa tarefa é reintegrar o homem na dignidade humana. Em arte só o real é verdadeiro-aquilo que se pode verificar pelo comportamento emotivo do homem. Daí sucede, por vezes, que numa arte distanciada do público os primeiros contactos sejam sempre dolorosos e decepcionantes. Necessàriamente que o homem comum, entregue aos azares dos seus recursos individuais, não pode ter uma visão excepcional do mundo. Todo o artista deve (e tem) de ser um criador activo, isto é, um colaborador actuante e interessado no conjunto das funções sociais. O que pretende expressar deverá ir além da sua vida afectiva ou intelectual e comparticipar da aventura quotidiana, numa familiaridade constante com os restantes individuos. Uma obra de arte resulta sempre bela e universal, na medida em que foi possível ao artista comunicar ao mundo exterior qualquer parcela da sua profunda emoção das realidades humanas."
Manuel Ribeiro de Pavia
Alentejo não tem sombra
Primavera
"Noite dentro, uma figura franzina e de sorriso amargo recolhia ao seu quarto numa modesta pensão da Rua Bernardim Ribeiro, em Lisboa e, muitas vezes tendo como jantar apenas um copo de leite, sentava-se ao estirador a encher papéis de sonhos e ilusões. Que desenhava o artista nas folhas que acabavam invariavelmente nas vastas gavetas da cómoda, algumas delas laboriosamente retocadas para ilustrar capas de livros de poetas e prosadores amigos? A dura faina das gentes do mar e do seu Alentejo natal, ceifeiros e ceifeiras orgulhosos e expectantes à sombra de nodosas azinheiras. E mulheres! As mulheres que Manuel Ribeiro de Pavia (Pavia, 1907-Lisboa, 1957) nunca teve, mães e companheiras, a esconder fome e sede de amores que a infância sofrida e a vagabundagem pela cidade lhe negaram. Desenhou-as às centenas, a lápis, carvão ou aguarela, sempre sobre papel. Corpos redondos e maciços, lábios carnudos, pés e mãos de gigante, olhos líquidos presos no leitor, a povoar a solidão do quarto e da vida. São neorrealistas, sim, pelo seu momento histórico, mas de um Neorrealismo lírico, sem sombra de pecado, povoando a literatura de uma geração inteira que partilhava com o artista o sonho dos amanhãs que cantam."
Eduardo Teófilo, Portugália Editora, 1954
Sábado, 22 de Fevereiro de 2020
"Respigando...Borba"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
Photo of Ching Yang Tung
Fotografias de Filipe Galhanas
Entrevista a Filipe José Galhanas de Borba em 14 de Março
de 2014, pelo Blogue "Amigos de Borba"
https://youtu.be/hUalee-8Irc
Borba - "Dedicação"
Diaporama com Fotografias de Filipe José Galhanas de Borba
Março de 2014-Fotografias a preto e branco
Homenagem do Blogue "Amigos de Borba"
a
Filipe José Galhanas
https://youtu.be/yuknsUFNXlM
Sexta-feira, 21 de Fevereiro de 2020
Visite o Alentejo
Alentejo-Montemor-o-Novo
https://youtu.be/XsedU6U2lLs
Quarta-feira, 19 de Fevereiro de 2020
"Respigando...Borba"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
Fotografia de Adriano Bastos
Os nossos melhores AGRADECIMENTOS ao contributo de Filipe Rosado
e à perspectiva de um imenso espólio de documentos a estudar e divulgar...
Sábado , 15 de Fevereiro de 2020
"Respigando...Alentejo"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
Fotografia de Artur Pastor
84603499_3006880376022777_7571070175026348032_o.jpg
Sábado, 8 de Fevereiro de 2020
"Respigando...Borba"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
Em Borba com o Prof. José Hermano Saraiva
A Alma e a Gente - Ressurreição das Aldeias (Borba)
03 Fev 2008
Prof. José Hermano Saraiva
O concelho de Borba não é um concelho grande, tem 142 quilómetros quadrados, a população
não é muita, tem 8500 habitantes, mas trata-se de um dos concelhos mais ricos do Alto Alentejo.
As duas grandes riquezas da região são o Vinho e o Mármore. Só que agora surge uma terceira
riqueza, o Turismo, com a ressurreição duma aldeia típica alentejana (S. Gregório) agora
transformada em aldeia turística (um projecto exemplar).
A Alma e a Gente - Ressurreição das Aldeias (Borba) - 03 Fev 2008
https://youtu.be/3TRJ3MwEbOk
Alentejo- Aldeia de São Gregório- Borba
https://youtu.be/SUGhVNm9J3g
Terça-feira, 4 de Fevereiro de 2020
Alentejo-GASTRONOMIA
Receitas Culinárias Alentejo
BOLOS DO FUNDO DO ALGUIDAR COM TORRESMOS
Photo in ALENTEJANANDO
"Alentejo - Bolos do Fundo do Alguidar com torresmos
Ingredientes:
500 g de açúcar de preferência amarelo
3 ovos
1 colher de chá de fermento em pó
raspa da casca de 1 ou 2 limões (conforme o tamanho)
125 g de torresmos picados na picadora
1 cálice de aguardente
1 kg de massa de pão
açúcar e canela para polvilhar
banha
Confecção:
Numa tigela batem-se os ovos com o açúcar, o fermento, a raspa da casca dos limões,
a aguardente e os torresmos . No fundo de um alguidar (daqui o nome deste bolo) encontra-se a massa de pão, à qual se junta o preparado anterior. Mistura-se tudo muito bem com as mãos e faz-se os bolos conforme tamanho desejado. Vão ao forno num tabuleiro untado com banha. Polvilham-se abundantemente com açúcar e canela e leva-se a cozer em forno bem quente.
O açúcar misturado com a canela, depois de cozido, forma um caramelo vidrado que transmite um sabor muito especial e característico a este bolo." in https://desenvolturasedesacatos.blogspot.pt/
"Os torresmos são os resíduos (febras) que ficam quando se derretem as gorduras de porco para se obter a banha.Vendem-se no talho."
Segunda-feira, 20 de Janeiro de 2020
"Respigando...Borba"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
"Cronologia
1217 - 1223 - Conquista de Borba, no reinado de D. Afonso II (Anselmo, 1907); 1258 - carta de foral de Estremoz, com Borba incluída no seu termo; 1302 - registo epigráfico da fundação e elevação de Borba a município; 1512, 1 de Junho - foral novo concedido por D. Manuel I; 1645 - batalha entre soldados espanhóis e portugueses junto à ribeira da Alcaraviça, no termo de Borba; 1662, 13 de Maio - invasão da vila de Borba pelos soldados comandados por D. João da Áustria e ataque ao castelo, exigindo a rendição do alcaide Rodrigo da Cunha Ferreira; 1711 - passagem das tropas espanholas do general Ceo, no contexto da Guerra da Sucessão (Anselmo, 1907); séc.18 - ainda estava embebida no torreão O. a epígrafe honorífica; uma das torres foi reconvertida em prisão, sendo os presos assistidos por capela própria, que funcionava no actual Passo do Alto da Praça; 1808, 15 de Junho - estabelecimento de uma Junta de Defesa por parte do sargento-mor António Lobo Infante de Lacerda e do general espanhol Frederico Moretti, no contexto das exigências do general Junot aquando da fuga da família real para o Brasil; 1809 -1811 - permanência em Borba de uma brigada inglesa de general Beresford; 1829 - formação em Borba da terceira companhia de um Batalhão de Voluntários Realistas defensores da causa de D. Miguel; 1956 - a torre do relógio encontrava-se em risco de ruína; 1992, 01 Junho - o imóvel foi afecto ao Instituto Português do Património Arquitectónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 2003" In Sipa
Fotografia de Adriano Bastos
Sábado, 18 de Janeiro de 2020
Os nossos Escritores
Florbela Espanca
Vila Viçosa
"Mulher sem Areia Nenhuma
Tenho o santo horror da frieza calculada, da boa educação, do prudente juízo duma mulher. Aos homens pertence tudo isso, e a mulher deve ser muito feminina, muito espontânea, muito cheia de pequeninos nadas que encantem e que embalem. Meu amigo, se esperas ter uma mulher sem areia nenhuma, morres de aborrecimento e de frio ao pé dela e não será com certeza ao pé de mim... Comigo hás-de ter sempre que pensar e que fazer. Hás-de rir das minhas tolices, hás-de ralhar quando elas passarem a disparates (hão-de ser pequeninos...) e hás-de gostar mais de mim assim, do que se eu fosse a própria deusa Minerva com todo o juízo que todos os deuses lhe deram."
Florbela Espanca, in "Correspondência (1920)"
Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2020
Visite Borba
"Alentejo Terra de Artistas"
A pintura é neta da natureza...
Rembrandt
Francisco Pedro Relógio-Vila Verde de Ficalho
A Casa Decorada do Pintor Francisco Relógio
Autor Cruz Louro de Aldeia Nova de São Bento
Margem Esquerda do Guadiana, Vila Verde de Ficalho(1971)
(500*326mm)
Biografia
Nasceu em 1926, em Vila Verde de Ficalho, Baixo Alentejo. Artista plástico, inicia a sua carreira no final dos anos 40, muito ligado ao neo-realismo segue depois uma linha mais próxima do surrealismo, colaborou em diversas exposições em Portugal e no estrangeiro. Senhor de um traço característico, Francisco Relógio foi sobretudo um grande desenhador.
Pintor neofigurativo que se distingue pelas suas estilizações figurativas e abstractizantes, cheias de minucia, imaginação e graça. Esteve representado em exposições organizadas pela Galeria de Arte do Casino do Estoril, na Galeria de S. Bento (Lisboa), no “Group Surrealist Exhibition (Ohio, E.U.A.) e na exposição internacional (“Surrealismo e Pintura Fantástica”) organizada por Mário Cesariny. Em 1963 dedicou-se à pintura mural e ao estudo do azulejo, realizou painéis de azulejos para várias entidades em diferentes regiões do país e também executou cartões para tapeçarias.
Esteve representado no “I Simpósio Internacional de Azulejaria” organizado por Santos Simões, na F.C.G. e na Exposição Internacional de Cerâmica no “Victoria and Albert Museum” em Londres. Dirigiu uma peça na Casa da Comédia, em Lisboa e colaborou em vários espectáculos de teatro no Porto, Cascais e Coimbra.
Ilustrou textos de escritores e poetas portugueses. Está representado no Museu Nacional de Arte Contemporânea e em diversas colecções nacionais e estrangeiras. Existem vários painéis seus de azulejos em Lisboa, mas o mais conhecido é o que se encontra no edifício do Banco Nacional Ultramarino de Maputo. Faleceu em 1997 com 71 anos.
Mulheres e pássaros, 1960, óleo sobre tela, 100 x 73 cm
Sem título (Cidade Imaginária)
, 1961
S/Título (Desenho a tinta da china e guache
s/papel-1972 31x23,5 cm)
Os Reis Magos-Baltazar 1979
"Senhor de um traço muito característico, talvez inspirado nas pinturas aztecas, Relógio foi, sobretudo um grande desenhador. Além da pintura, realizou belos cenários para diversas peças de teatro e cultivou também a cerâmica, o desenho e o azulejo." Existem vários painéis seus de azulejos em Lisboa, mas o mais conhecido é o que se encontra no edifício do Banco Nacional Ultramarino de Maputo
“A sua obra inicial surge em articulação com o neorrealismo. Explorando fundamentalmente os caminhos do desenho, Relógio definiu, mais tarde, um "hábil formulário gráfico, de lembrança legeriana, para traduzir conteúdos ainda ligados ao neo-realismo […]. As suas figuras, encadeadas numa
obsessiva ocupação do espaço, podem jogar decorativamente em grandes superfícies, com efeitos ilusórios por vezes curiosos, num gosto estabelecido entre a «arte nova» e a pop" (José Augusto França)
S/Título (Tapete de Arraiolos-1983-Dim 180x210 cm)
S/Título (Placa de Cerâmica-1984)
Mulher e Pássaro (1989-Óleo sobre Platex- 58x42cm)
Os três Reis Magos
Gaspar
"Explorando fundamentalmente os caminhos do desenho, Relógio definiu, mais tarde, um "hábil formulário gráfico, de lembrança legeriana, para traduzir conteúdos ainda ligados ao neorrealismo […]. As suas figuras, encadeadas numa obsessiva ocupação do espaço, podem jogar decorativamente em grandes superfícies, com efeitos ilusórios por vezes curiosos, num gosto estabelecido entre a «arte nova» e a pop".[3]in wikipédia
Vasco da Gama
"Além da pintura, e desenho trabalhou em ilustração, cenografia, fez cartões para tapeçaria e
painéis de azulejos." in wikipédia
Existem vários painéis seus de azulejos em Lisboa, mas o mais conhecido é o que se encontra no edifício do Banco Nacional Ultramarino de Maputo
Painel de Azulejos-BNU em Maputo
"Participou em inúmeras mostras coletivas, nomeadamente na I e na II Exposições de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (1957; 1961).[4]Expôs individualmente na Galeria Pórtico, Lisboa(1958); Casa dos Estudantes do Império, Lisboa (1958); Casa da Imprensa (1959); Galeria Divulgação, Porto(1959); Galeria do Diário de Notícias, Lisboa (1960); Interforma, Lisboa (1970); Galeria S. Francisco, Lisboa (1970); Galeria Alvarez, Porto (1973); Galeria Tempo, Lisboa (1979); Exposição retrospetiva, Galeria Municipal da Amadora (atual Galeria Artur Bual), 1992; etc. [5]" in Wikipédia
Câmara Municipal da Amadora. Maio – Junho 1992,
de 30×21 de 43-I págs. Br.
Textos de Artur Bual, Fernando Pernes, Vasco Graça
Moura, Roberto Cordeiro, etc. Ilustrações a cores
"Em 1939 fixou residência em Lisboa, onde frequentou a Escola Industrial Fonseca Benevides."
Quarta-feira, 18 de Dezembro de 2019
Os nossos Escritores
Ferreira de Castro é seguramente um dos maiores escritores do século XX.
Ferreira de Castro
24 de Maio de 1898-Oliveira de Azeméis-Aveiro
29 de Junho de 1974-Porto
"Publica, em 1928, o romance Emigrantes e A Selva em 1930, acompanhados de estrondoso êxito internacional, onde a literatura portuguesa pouca expressão tinha. Seguir-se-á, a um ritmo regular,
a publicação de outros romances: Eternidade (1933), Terra Fria (1934), A Tempestade (1940), A Lã e a Neve(1947). No período imediato ao pós-guerra, Ferreira de Castro torna-se um dos autores mais
lidos em Portugal e no estrangeiro.
«Em todas as aldeias próximas, em todas as freguesias das redondezas, havia o mesmo anseio de emigrar, de ir em busca de riqueza a continentes longínquos. Era um sonho denso, uma ambição profunda que cavava nas almas, desde a infância à velhice. O oiro do Brasil fazia parte da tradição e tinha o prestígio duma lenda entre os espíritos rudes e simples. Viam-no reflorir nas igrejas, nos palacetes, nas escolas, nas pontes e nas estradas novas que os homens enriquecidos na outra margem do Atlântico mandavam executar. (...)»
"Considerado um dos livros-monumento e de maior sucesso, dentro e fora de portas, da nossa literatura moderna, A Selva, notável epopeia sobre a vida dos seringueiros na selva amazónica durante os anos de declínio do ciclo da borracha, foi lida e amplamente elogiada por nomes que vão desde Jaime Brasil (Livro único na literatura de todo o mundo) a Agustina Bessa-Luís (obra-prima) e Jorge Amado (clássico do nosso tempo), não passando igualmente despercebida a grandes figuras da literatura internacional, como Albert Camus (estilo sinuoso e sugestivo, como uma vegetação exuberante de termos estranhos e maravilhosos. Livro inesquecível), Blaise Cendrars (brilhante e ardente estilista), seu tradutor francês, ou Stefan Zweig (admirável romance)."
Nos anos cinquenta publica o romance A Curva da Estrada e, entre outras obras, a famosa novela
A Missão. De 1968 data o romance O Instinto Supremo, onde o autor regressa, quase quatro
décadas depois de A Selva, ficcionalmente à selva amazónica. Ferreira de Castro foi, diversas vezes, proposto para o Prémio Nobel e, outras tantas, recusou sê-lo, em prol de outros escritores
portugueses." in ferreira-de-castro
Terça-feira, 17 de Dezembro de 2019
"Respigando...Alentejo"
(Respigando; apanhar aqui e além; recolher; compilar; coligir)
Fotografia de Adriano Bastos
"Conhecer melhor e divulgar os - CORETOS - espalhados um pouco por todo o país, é um objectivo
em que se pretende envolver as Autarquias Locais do país e as estruturas que os dinamizam.
Quisemos, para além da divulgação da imagem, recolher alguns dados históricos, que melhor
pudessem ajudar a perceber a ligação dos Coretos às localidades onde estão implantados.
Saliente-se a propósito a colaboração até aqui evidenciada pelas autarquias contactadas.
Igualmente, de amigas e amig...os que se dispuseram colaborar nesta tarefa.
Coretos, isso mesmo ! O que são, ou o que foram !...
Coreto é uma estrutura edificada ao ar livre, em praças e jardins, para abrigar bandas musicais
em concertos, festas e romarias. Em Portugal, é encontrado praticamente em todas as povoações
no seu centro ou junto a igrejas ou capelas. Também é usado para apresentações políticas
e culturais.
Na passada semana, divulgámos o Coreto de Montemor o Novo, e hoje, ainda no distrito de Évora, fomos até ao Redondo para melhor conhecer o Coreto localizado na sede do Município, tendo contado com a disponibilidade e a especial colaboração de, Luís Sesifredo, do Gabinete de Informação do Centro Cultural do Redondo, para assim caracterizar e melhor conhecer o ...
CORETO DO REDONDO
CORETO DO REDONDO
O Coreto encontra-se situado no Jardim Público, na Avenida Antónia Luciana.
Construído – início em 1931 e conclusão em 1936.
Estrutura de granito com construção de betão armado e forma octogonal
O Município não dispõe oficialmente de um roteiro turístico, no entanto o Jardim Público, Coreto e Fonte, é um espaço privilegiado para os turistas e visitantes.
Por vezes o município celebra no Jardim e junto ao Coreto espectáculos para crianças – Dia Mundial da Criança."
Artigo de Rui Breda
Segunda-feira, 16 de Dezembro de 2019
Alentejo-GASTRONOMIA
Receitas Culinárias Alentejo
AZEVIAS
Ingredientes:
Para a massa:
500 g de farinha ;
3 a 4 colheres de gordura (mistura de banha e de manteiga ou margarina) ;
1 cálice de aguardente ;
sal
Para o recheio de grão:
1 kg de grão ;
750 g de açúcar ;
2 limões ;
1 colher de sobremesa de canela em pó ;
3 gemas
Confecção:
Coze-se o grão com uma pitada de sal, pela-se e passa-se por uma peneira fina.
Leva-se o açúcar ao lume com 2 dl de água e deixa-se ferver durante 1 ou 2 minutos. Junta-se o puré de grão, a canela e a raspa da casca dos limões. Deixa-se ferver o preparado, mexendo até se ver o fundo do tacho. Retira-se juntam-se as gemas e leva-se o preparado novamente ao lume para coser as gemas. Deixa-se ficar assim de um dia para o outro.
Peneira-se a farinha para uma tigela e faz-se uma cova no meio onde se deitam as gorduras quentes. Mistura-se. Junta-se a aguardente e depois vai-se amassando juntando pinguinhos de água morna temperada com sal. Sova-se bem a massa e deixa-se repousar em ambiente temperado.
Estende-se a massa com o rolo, muito fina, e recheia-se com um pouco do doce preparado. Cortam-se as azevias em meia lua (como os rissóis), ou em triângulo ou em rectângulo (como os pasteis de carne) e fritam-se em azeite ou óleo bem quentes. Polvilham-se com açúcar ou açúcar e canela.
Variantes:
Azevias de Batata.
Substitui-se o grão por igual porção de batata cozida e reduzida a puré. Pode utilizar-se batata comum, mas a batata doce é a mais vulgarmente utilizada.
Azevias de amêndoa
Fazem-se como as azevias de grão, nas seguintes proporções:
750 g de puré de grão preparado como se disse ;
750 g de açúcar ;
250 g de amêndoas peladas e raladas ;
raspa da casca de 2 limões ;
1 colher de chá de canela e 7 gemas
Em qualquer das receitas transcritas a raspa da casca de limão pode ser substituída por igual porção de raspa de casca de laranja.
fonte: Editorial Verbo in Roteiro Gastronómico de Portugal
Alentejo
“…Desde os finais dos anos 40 o Alentejo entrara em mim de modo definitivo…”
Júlio Resende
"Júlio Resende diplomou-se em Pintura em 1945 pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto , onde foi discípulo de Dórdio Gomes.
Fez a sua primeira aparição pública em 1944 na I Exposição dos Independentes. Em 1948 partiu para Paris , recebendo formação de Duco de la Haix e de Otto Friez.
O trabalho produzido em França é exposto em Portugal em 1949, definindo a sua vocação de expressionista. Assimilou algum cubismo, vai construir na sua fase alentejana, e mais tarde no Porto. A sua pintura caracterizada pela plasticidade e dinâmica, de malhas triangulares ou quadrangulares, aproximando-se de forma progressiva da não figuração.
Pintor de transição entre o figurativo e o abstracto, Resende distingue-se também como professor, trazendo à escola do Porto um novo espírito aos alunos que a frequentaram na década de 1960.
A obra pictórica de Júlio Resende revela que ele compreendeu a pintura europeia, porque a observou, experimentou e soube transmitir aos pintores e aos alunos que ele formou na Escola Superior de Belas-Artes do Porto.
referiu-se a ele como “grande Mestre da Arte Portuguesa do último século” .
Morreu no dia 21 de Setembro de 2011 aos 93 anos" in CNAP.PT
1949. Alentejo. Aguarela. 17,0 x 22,3 cm.
1949. Alentejana. Tinta-da-china. 15,5 x 10,3 cm.
1949. De volta a casa. Aguarela. 16,0 x 22,2 cm.
1949. Alentejo. Tinta-da-china. 15,5 x 19,2 cm.
Segunda-feira, 8 Julho de 2019
Borba-os nossos pintores
José Cachatra (1933-1974) -- O pintor alentejano, natural de Borba
"O pintor alentejano, natural de Borba, residiu grande parte da sua vida em Évora e deixou uma obra significativa no modo como representa este território, as suas figuras e as suas paisagens, ecoando ao mesmo tempo a herança modernista portuguesa e europeia na composição e nos estilos, no traço largo e impressivo, na sensorialidade do espaço, da luz e da cor. A obra de Cachatra encontra-se sobretudo na mão de particulares, razão pela qual se expõe raramente e pode, por isso, considerar-se maioritariamente desconhecida.
Nota biográfica
José Carlos Cachatra (16 de agosto de 1933 - 18 de Abril de 1974) nasceu em Borba, filho de Carlos José Cachatra e Vicência da Silva Bento. Após a escolaridade primária, estudou no Colégio Bartolomeu Dias, em Algés, entre 1944 e 1948, ano em que a família veio para Évora. José Carlos Cachatra frequenta aqui o Colégio Nun’Álvares, onde termina, em 1950, o 5º ano dos Liceus. Até 1955 continua a estudar, conclui o 7º ano e faz o exame de admissão às Belas Artes, em Lisboa. Nesse ano é chamado para a tropa, que faz como oficial miliciano aviador. Sai em Agosto de 1958, tem 25 anos.
Decide então regressar às Belas Artes, fazendo os 1º e 2º anos num só. No ano lectivo de 1959-1960 matricula-se nos 3º e 4º anos, começando a leccionar na Escola de Artes Decorativas António Arroio (em Lisboa), onde trabalhará até à conclusão do seu curso. Em 1963 vem leccionar no Liceu de Évora, recusando uma proposta de reintegração na carreira militar como Tenente.
Permanece no Liceu até 1965, ano em que um eventual desentendimento com o Reitor Adelino Marques de Almeida terá causado a sua saída do Liceu. A mãe morre nesse mesmo ano (a 31 de Dezembro), o pai pouco depois (1967). Desde o seu regresso a Évora, em 1963, Cachatra pinta abundantemente, muitas vezes por encomenda. (...)
Cachatra frequentou nesta época a Trave, tendo exposto na Galeria do SNI, em Lisboa, em 1968, integrado naquele colectivo (juntamente com Cândido Teles, Paulino Ramos, José Belém, Ilídio, Gabriel Silva (escultu-ra) e Francisco Lagarto em cerâmica).
Nos anos seguintes, pinta e vende quadros no Café Arcada, em Évora, café que frequentava assiduamente, enquanto o seu estado de saúde se agrava. Morre em 1974 no Hospital do Rego (Curry Cabral), em Lisboa, vítima de tu-berculose.
A obra de Cachatra encontra-se dispersa por colecções particulares, tendo sido parcialmente exposta em 1991, pelo Grupo Pró-Évora. (nota de imprensa)" Publicado por: A Cinco Tons
Quinta-feira, 4 de Julho de 2019
Borba
Recordar
João Rita
Recordamos este nosso Amigo, cujo contributo para a Cultura Borbense ficará para sempre marcado pela autenticidade do seu canto, seu longo amor ao fado e à sua divulgação, bem como pelo partilhar a felicidade cantando o que lhe provinha da alma, do seu profundo sentir.
Fado
https://youtu.be/lVglzC38sbo
Joao Rita fado, Filho e Neto
https://youtu.be/wt3ruGjxcxo
Criada em 21 de Agosto de 2012, a Associação dos Amigos de Borba
Associação de Borbenses Defensores do Património Ambiental e Cultural
Adira através do email
Para comentários e colaboração utilizar:
O Alentejano
"Homenagem aos Mestres Cantores do Alentejo"
Pintura de Espiga Pinto, sobre madeira, datada de 1965. 130x40cm
Col. Centro de Arte Moderna da
"Se há marca que enobrece o semelhante, é essa intangibilidade que o Alentejano conserva e que deve em grande parte ao enquadramento. O meio defendeu-o duma promiscuidade que o atingiria no cerne. Manteve-o Vertical e Sozinho, para que pudesse ver com nitidez o tamanho da sua sombra no chão. Modelou-o de forma a que nenhuma força por mais hostil, fosse capaz de lhe roubar a coragem, de lhe perverter o instinto, de lhe enfraquecer a razão... (...) É preciso ter uma grande dignidade humana, uma certeza em si muito profunda, para usar uma casaca de pele de ovelha com o garbo dum embaixador. Foi a terra Alentejana que fez o homem Alentejano, e eu quero-lhe por isso. Porque o não degradou proibindo-o de falar com alguém de chapéu na mão."
Miguel Torga In "Portugal" 1950
Fotografia de Adriano Bastos
O Alentejo lembra-me sempre
Um imenso relógio de sol
Onde o homem faz de ponteiro do tempo
Miguel Torga
Visitas desde 14/11/2012
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