14-Carlos Bacalhau

2013 04 30 - ENTREVISTA Nº 2

Entrevista com Carlos Bacalhau

AMIGOS DE BORBA

Um grupo de amigos da cidade de Borba sentindo a necessidade de continuar ligados às suas terras de origem, às suas raízes e consequentemente contribuir para a promoção, divulgação e preservação do seu património nos seus diferentes aspectos histórico, literário, monumental, musical, etnográfico e artístico, decidiu começar através de entrevistas, dar a conhecer personalidades que contribuíram ou continuam a contribuir de diferentes formas para o enriquecimento desta cidade a quem já chamaram de SINTRA DO ALENTEJO.

Continuamos assim por entrevistar um Borbense nascido no dia 3 de Agosto de 1961, que sempre ali viveu e a quem agradecemos a disponibilidade para falar connosco, que é de seu nome:

Carlos Manuel Silveira Bacalhau

J.A. Nasceu e viveu sempre nesta cidade de Borba?

C.B. Sim nasci aqui em Borba, andei na Escola Primária onde completei o 9º. Ano e vivi em casa de meus pais até aos 20 anos;

J.A. Após terminar o 9º. ano a que se dedicou enquanto viveu em casa de seus pais?

C.B. Desde miúdo sempre me dediquei à arte, designadamente na pintura em tela e mais tarde em cerâmica, xisto, mármore;

J.A. Chegou a frequentar alguma escola de arte?

C.B. Não nunca tive essa possibilidade. Tudo o que fiz foi por inspiração própria, como Autodidata e até talvez influenciado pelo que fui lendo;

J.A. Ocupou todo o seu tempo nesta área ou desenvolveu outras actividades?

C.B. Comecei cedo a trabalhar na Câmara Municipal de Borba, onde desenvolvi diversas actividades, das quais destaco a fundação da Oficina da Criança, nos anos de 1982/83;

J.A. É casado? Tem filhos?

C.B. Sim sou casado e tenho duas filhas, uma com 24 anos que trabalha no campo e outra de 19 anos que estuda;

J.A. Pensa que terá possibilidade de conseguir mantê-las em Borba?

C.B. Não estou vendo essa possibilidade. Com a actual crise e especialmente neste Concelho cuja principal riqueza era a exploração e exportação dos mármores que agora está praticamente parada, as perspectivas são muito poucas;

J.A. Guarda todas as suas obras que tem produzido ao longo destes anos como seu património pessoal?

C.B. Não vou-as vendendo nas diversas Exposições( Casa do Alentejo, Évora, Extremoz, Espanha e noutros locais) e mesmo em várias Feiras de Artesanato, onde tenho estado presente, não só para fazer face às minhas despesas, mas também pela falta de espaço. Destacarei em especial um quadro onde pintei uma Ceifeira e outro a que intitulo Renascimento, que penso guardar enquanto puder;

J.A. Já tínhamos apreciado no Natal de 2011 as figuras que construiu alusivas àquela época festiva. Neste último Natal de 2012 tivemos o cuidado de ir novamente ver e, francamente ficamos maravilhados com esse magnífico trabalho, e leva-nos a perguntar: Qual o material utilizado e onde é adquirido?

C.B. Regozijo-me pelo apreço e pelas mensagens que me têm sido enviadas e que são um estimulo para continuar. Os materiais que são utilizados na construção do Presépio são variados, tais como: papel, plástico, madeira, resina, cola, jornais, enfim tudo o que possa ser reciclado;

J.A. Todo este trabalho é feito apenas por si ou tem alguém que o ajude?

C.B. Grande parte deste trabalho é feito apenas por mim, embora por vezes tenha que pedir algum apoio para determinadas peças;

J.A. Certamente que esta tarefa o ocupa durante muitas horas, dias, meses, sei lá!! É desenvolvida como trabalho extraordinário?

C.B. Não apenas no meu horário como trabalhador da Câmara, sem quaisquer extras;

Desejo-lhe então que continue a desenvolver a sua arte, que haja reconhecimento e apoio para promover mais iniciativas deste e doutros tipos, certamente com orgulho para si a para todos nós Borbenses e Amigos de Borba

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