Professora

Regina Praia Santos

Turma

1º ano B 

Introdução

Frente à diversidade de metodologias e recursos tradicionais utilizados com alunos em fase inicial de alfabetização, perceber que as tecnologias podem trazer significativas contribuições para a aprendizagem dos alunos ainda é algo inovador em nossa realidade.

Pensando nessa poderosa ferramenta - a tecnologia - e reconhecendo seu potencial educacional, o presente projeto foi elaborado e desenvolvido na EM Profª Maria José Nunes da Luz, com 17 alunos do 1º ano B, objetivando promover o uso pedagógico das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs) como recursos facilitadores no processo de alfabetização.

Buscou-se integrar as TDICs de forma rotineira no currículo de alfabetização; desenvolver habilidades de leitura e escrita autônomas, considerando a interdisciplinaridade, por meio do uso pedagógico de recursos educacionais como o GraphoGame, Luz do saber, GCompris e Matemática Infantil; orientar os estudantes sobre o uso responsável das TDICs e avaliar os impactos positivos do uso das tecnologias no processo de alfabetização.


Relato da Prática

Após o diagnóstico inicial da turma, foi possível constatar que 40% dos alunos encontravam-se na fase Pré-alfabética, 54% na fase Alfabética Parcial e 6% na fase Alfabética Consolidada. Em seguida, no mês de abril, ocorreu o módulo formativo com a equipe Cultura Digital na Alfabetização, onde foram apresentados alguns dos recursos digitais utilizados. Logo, estruturou-se uma rotina de aulas com o uso dos tablets educacionais disponíveis na unidade escolar, com a seguinte regularidade: utilização uma vez por semana, com 1h30 de tempo para uso. Os dispositivos foram encaminhados para a sala de aula e cada aluno pode utilizar um tablet.

No uso do GraphoGame foi ensinado aos alunos como iniciar o game, através da criação e personalização do seu avatar, escrita do nome, bem como as instruções para realizar as associações entre fonema e grafema, habilidade tão requerida na fase de alfabetização. Além disso, como é possível personalizar o jogo, alguns alunos chegaram a fases mais complexas, trabalhando com palavras e frases.

Ao apresentar a plataforma Luz do Saber, destacamos uma atividade coletiva quanto ao contato com textos lúdicos, aprimorando habilidades do letramento, sendo acessado o “Menu Biblioteca”, com leitura do livro digital “Sapo Zé e a Lagarta Kaká”, incentivando e despertando o interesse dos alunos pelo mundo da leitura.

Já o GCompris, considerando sua vasta oferta de atividades educacionais, foi utilizado com foco na prática da escrita, com registros de textos familiares.

E, o aplicativo Matemática Infantil, possuindo instruções curtas e bem objetivas, auxiliou no processo de leitura e compreensão dos alunos, através das atividades de cálculos matemáticos que dispõe, além de proporcionar oportunidades de interação entre os jogadores, fator motivacional observado durante as aulas.

Resultados

Com a incorporação do uso das tecnologias junto à turma do 1º ano B, foi alcançado o objetivo de tornar rotineira tal prática e trabalhar de forma interdisciplinar, tendo em vista que a alfabetização está associada a diversas áreas de conhecimento. Ademais, em todos os momentos das aulas, orientações sobre o uso responsável dos recursos apresentados foram realizadas, tendo em vista que, para muitas crianças, o contato com tablets ocorre somente na escola, fazendo-se assim uma novidade e fator motivacional nas aulas e nos seus resultados. Conforme Frade (2018): O uso de tecnologias digitais na alfabetização e no letramento de crianças em processo inicial de alfabetização insere-se em um contexto social e educacional no qual o acesso a esse tipo de tecnologia torna-se cada vez mais democrático (p.15).

O interesse dos alunos em participar mais ativamente das aulas foi notório, tendo a sua autonomia estimulada e, consequentemente, expandindo seus conhecimentos com mais facilidade, através das atividades diversificadas aplicadas. E, na perspectiva docente, foi possível um acompanhamento personalizado dos alunos, possibilitando identificar pontos de melhoria necessários. 

Por fim, quanto ao progresso na leitura e escrita autônomas, os 17 alunos mostraram avanços, sendo que, no 3º bimestre, configurou-se o seguinte cenário: 24% dos alunos encontram-se na fase Alfabética Completa e 76% dos alunos na Alfabética Consolidada.

Portanto, considera-se importante a colaboração das TDICs no cotidiano escolar para o avanço da leitura e escrita, ressaltando como indispensáveis a mediação do professor e as metodologias apropriadas à realidade da turma.


Referências   


BRASIL, Ministério da Educação. GraphoGame: Manual do professor e do usuário. Brasília. 2020.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: 2016. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/#/site/inicio. Acesso em: 07 fev. 2019.

FRADE, Isabel Cristina Alves da Silva. Tecnologias digitais na alfabetização: o trabalho com jogos e atividades digitais para a aquisição do sistema alfabético e ortográfico de escrita. Belo Horizonte: UFMG, 2018.