6.5 O Pecado Original e a Queda

Para ler, estudar e meditar

Gênesis 3.1-24; 2 Coríntios 11.3,14; Apocalipse 12.9; Jeremias 17.9; Romanos 3.10-26; Romanos 5.12-19; Tito 1.15

Em Gênesis 1 e 2 vemos que a coroa da criação foi o homem, isto é, Adão e Eva, e Deus os criou santos e cercados de toda a felicidade, pois Deus estava com eles e não existiam doenças, maldades e toda sorte de sofrimento. Adão e Eva estavam e um estado de santidade e felicidade com seu Deus e permaneceriam assim eternamente se não comessem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal plantado no meio do jardim (Gn 2.17). Adão e Eva possuíam o livre arbítrio, e cabia a eles escolher guardar o mandamento de Deus de não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal plantado no meio do jardim. A questão era ser fiel à Deus ou desobedecer a Sua vontade.

Em Gênesis 3 vemos que Adão e Eva desobedeceram a Deus, e comeram do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal plantado no meio do jardim. Deus havia dito que se eles comessem, certamente morreriam e essa morte não significava apenas uma morte física, mas uma morte espiritual e uma decadência em todos os sentidos. Foi uma queda de um estado de santidade e felicidade para um estado de dor, sofrimento, incredulidade e morte. Caíram do estado santidade, eterna felicidade e livre arbítrio para um estado de pecador e miserável.

Como primeiro homem, Adão era o representante de toda a raça humana e o que ele fez foi atribuído a todos seus descendentes, ou seja, a toda a humanidade de todas gerações. Por causa da desobediência de Adão, todos nós estamos em um estado de pecadores e miseráveis (Leia Romanos 5.12-19). Chamamos de Pecado Original essa desobediência de Adão e Eva que levou a o ser humano original, como Deus o fez em santidade e retidão para um estado mergulhado no pecado e na morte. Por causa de Adão em seu pecado original, todos nós nascemos pecadores diante de Deus e todo nosso ser já nasce com as raízes profundas deste pecado e rebeldia contra o Criador (1 Co 15.22; Jr 17.9; Rm 3.10-26). A Confissão de Westminster descreve isso de uma precisa e elegante:

Por este pecado eles decaíram de sua retidão original e da comunhão com Deus, e assim se tornaram mortos em pecado e inteiramente corrompidos em todas as faculdades e partes do corpo e da alma. Sendo eles o tronco de toda a humanidade, o delito de seus pecados foi imputado a seus filhos; e a mesma morte em pecado, bem como a sua natureza corrompida, foram transmitidas a todos a sua posteridade, que deles procede por geração ordinária. Desta corrupção original, pela qual ficamos totalmente indisposto, incapazes e adversos a todo bem e inteiramente inclinados a todo mal, é que procedem todas as transgressões atuais. Art. 6,2-4 - Confissão de Westminster.

Somos pecadores não porque pecamos, mas porque já nascemos pecadores e inclinados ao pecado. Por isso Davi lamenta no Salmo 51.5: “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe”.

Mas Deus em sua eterna bondade, nos resgata deste estado miserável na pessoa de seu filho Jesus Cristo. A morte e pecado entrou no mundo por Adão e a vida eterna e perdão veio por Jesus Cristo. Todos nascemos em Adão, mas aquele que crê e vive em Cristo é liberto do Estado desta morte para a eterna Salvação. Paulo faça uma analogia entre o Adão que nos trouxe condenação e a Jesus que nos trouxe salvação.

Se, pela ofensa de um e por meio de um só (Adão), reinou a morte, muito mais os que receberam a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo. Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça (morte de Cristo em nosso lugar), veio a graça sobre todos os homens para justificação que dá vida. Porque, como pela desobediência de um só homem (Adão), muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só (Jesus), muitos se tornarão justos. Sobreveio a Lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça, a fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor. Romanos 5.17-21

As últimas palavras destes versículos são consoladoras, porque em Jesus Cristo, nosso Senhor, a sua graça reina em só para anular a morte e tenhamos nele a vida eterna. Que Jesus seja o Senhor e Salvador de nossas vidas.

N. Mascolo F.

Assista essa excelente exposição do Rev. Augustus Nicodemus sobre A Queda do Homem