A natureza humana de Jesus foi criada santa. O anjo disse a Maria: "Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus." (Lucas 1.35, ARC). Na concepção miraculosa por meio do corpo de Maria, Jesus assumiu a natureza humana, mas sem herdar a natureza pecaminosa. Em Seu coração, os desejos eram sempre inclinados a fazer a vontade de Deus. Ele mesmo disse aos Seus discípulos: "A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra." (João 4.34, ver também 2.17).
Por isso, Jesus nunca cometeu um pecado; nem sequer uma mentira saiu de Sua boca. Isto é o que chamamos de impecabilidade.
"O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano." (1 Pedro 2.22, ARC)
Nós, porém, somos persuadidos a cometer pecado, e essa persuasão é chamada de tentação. A Bíblia menciona dois tipos de tentação: tentação interior e tentação exterior.
Tentação interior
A tentação interior vem dos desejos pecaminosos dentro de nós, consequência de nossa natureza caída. Tiago menciona isso:
"Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte." (Tiago 1.14-15, ARC)
Este tipo de tentação, Jesus nunca experimentou. Ele não tinha uma natureza pecaminosa, e, portanto, não tinha desejos pecaminosos. Como vimos acima, em Seu interior, Seus desejos eram unicamente fazer a vontade de Deus.
Tentação exterior
A tentação exterior vem das ciladas do diabo (Efésios 6.11) e de suas hostes malignas, que tentam nos levar ao pecado. Este foi o tipo de tentação que Jesus enfrentou (Mateus 4), mas Ele nunca cedeu e permaneceu firme, sem pecar. As tentações exteriores que Jesus suportou o capacitaram a ser nosso Sumo Sacerdote, que se compadece de nós, pois Ele sabe exatamente o que enfrentamos.
"Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado." (Hebreus 4.15, ARC)
A impecabilidade de Cristo é fundamental e essencial para nossa salvação. J. I. Packer, em sua excelente obra Teologia Concisa (p. 111), nos ensina que a impecabilidade de Jesus era necessária para nossa redenção. Se Ele não fosse "um cordeiro sem defeito e sem mácula", Seu sangue não teria sido considerado "precioso" (1 Pedro 1.19). Ele mesmo teria precisado de um salvador, e Sua morte não teria nos redimido.
A obediência ativa de Jesus — Sua perfeita e constante conformidade à Lei de Deus e à vontade de Deus para o Messias — qualificou-O para ser nosso Salvador ao morrer por nós na cruz. Sua obediência passiva — suportando o castigo pela violação da Lei de Deus como nosso substituto perfeito — completou Sua obra de obediência ativa e garantiu o perdão e a aceitação de todos que depositam sua fé nEle (Romanos 5.18-19; 2 Coríntios 5.18-21; Filipenses 2.8; Hebreus 10.5-10).
"O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano."
"Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado."
"E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado."
18 Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.
19 Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um, muitos serão feitos justos.
20 Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça;
21 para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo, nosso Senhor.
"Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus."
"Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e feito mais sublime do que os céus."
"Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito;"