Vimos anteriormente que todos nós estamos mortos em delitos e pecados, com nossa natureza corrompida pelo pecado. Nosso estado natural é a morte espiritual, o que nos torna incapazes de crer em Deus ou em Sua Palavra por conta própria (João 6:44; Romanos 8:7-8). Somos incapazes de fazer a vontade de Deus (Romanos 3:10-12), e se Deus deixasse a humanidade seguir seu próprio caminho, ninguém seria salvo, pois todos estão naturalmente inclinados à perdição e ao inferno eterno. É nesse contexto que as Escrituras revelam a maravilhosa Doutrina da Eleição.
Para compreendermos adequadamente a Eleição, precisamos primeiro entender a doutrina da Depravação Total e a Soberania de Deus. Também precisamos deixar de lado nosso orgulho humano e aceitar o que as Escrituras nos ensinam, pois não importa o que achamos ser justo ou certo, mas o que Deus revela em Sua Palavra, a Bíblia.
Por toda a Bíblia, Deus deixa claro que a salvação pertence a Ele (Jonas 2:9). No Antigo Testamento, vemos Deus escolhendo o povo de Israel como Seu povo por um ato livre e soberano de Sua vontade, sem levar em conta nenhuma qualidade específica dos israelitas (Êxodo 33:19; Deuteronômio 7:6-8). No Novo Testamento, Deus continua a escolher pessoas para serem salvas, não com base em suas obras ou qualidades, mas por um ato soberano de Sua vontade. Deus, na pessoa de Seu Filho Jesus Cristo, é o autor e consumador da nossa fé (Hebreus 12:2). Nossa salvação é um presente da graça de Deus, não conquistado por méritos, mas concedido sem qualquer obra de nossa parte (Efésios 2:8-9).
A doutrina da Eleição significa que Deus, por Sua livre vontade, escolheu algumas pessoas para serem salvas, concedendo-lhes o dom da fé, enquanto outras Ele deixou na incredulidade de seus corações. Todos nós estamos em um estado natural de morte espiritual, incapazes de crer em Deus e de fazer Sua vontade (João 6:44; Romanos 8:7-8). Aqueles que Deus elegeu recebem o dom de crer em Jesus Cristo, sendo redimidos e justificados por Ele. Aqueles que não são eleitos permanecem em seu estado de incredulidade e estão destinados à perdição eterna. Embora essa doutrina possa parecer injusta, ela é clara nas Escrituras e não pode ser ignorada ou negada.
O apóstolo Paulo escreve em sua carta aos Efésios: "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado... assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele; em amor" (Efésios 1:3-4). Paulo afirma que Deus nos escolheu antes da criação do mundo, independentemente de qualquer obra que tenhamos feito, para sermos santos e irrepreensíveis perante Ele. No versículo 5, Paulo explica que essa eleição foi feita "segundo o beneplácito de sua vontade" (Efésios 1:5), deixando claro que a escolha de Deus não se baseia em nossas ações, mas em Sua soberana vontade.
Romanos 9:6-18 é outra passagem importante sobre a Eleição. Nesse capítulo, Paulo usa o exemplo de Esaú e Jacó para ilustrar que a escolha de Deus não se baseia em obras, mas em Sua soberana vontade. Antes que os gêmeos tivessem nascido ou feito qualquer coisa, Deus já havia escolhido Jacó e rejeitado Esaú. Paulo sabia que essa doutrina poderia ser difícil de aceitar e, por isso, antecipa a pergunta: "Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus?" (Romanos 9:14). A resposta de Paulo é clara: "De modo nenhum!" (Romanos 9:14). Deus é livre para exercer Sua misericórdia como Ele quiser, e a eleição depende de Sua vontade soberana, não de nossos desejos ou ações (Romanos 9:16).
Os eleitos creem em Jesus porque foram escolhidos por Deus desde a eternidade para a salvação. Chamamos essa doutrina de Eleição Incondicional, porque a eleição de Deus não se baseia em algo que fizemos ou em nossos desejos, mas exclusivamente em Sua livre vontade e amor misericordioso.
Uma objeção comum a essa doutrina é a ideia de que Deus seria injusto por não eleger todas as pessoas. No entanto, isso parte de uma compreensão errada do pecado e da justiça de Deus. Todos nós merecemos a condenação eterna por causa de nossos pecados, e Deus não é injusto ao escolher exercer misericórdia com alguns e justiça com outros. Os não eleitos não são impedidos de crer, mas são deixados em seu estado natural de incredulidade, seguindo seus próprios desejos e caminhos pecaminosos.
Louvado seja Deus por Sua soberana graça que nos salva!
"O Senhor fez todas as coisas para os seus próprios fins e até ao ímpio para o dia do mal."
"Não falo de todos vós; eu bem sei os que tenho escolhido; mas para que se cumpra a Escritura: O que come o pão comigo levantou contra mim o seu calcanhar."
"E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou."
3 "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo;
4 como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade;
5 e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,
6 para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado;
7 em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça,
8 que ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência;
9 descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo,
10 de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra;
11 nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade,
12 com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que primeiro esperamos em Cristo;
13 em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa;
14 o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória."
16 "Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece.
17 Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei, para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra.
18 Logo, pois, compadece-se de quem quer e endurece a quem quer."
13 "Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito e fé da verdade;
14 para o que pelo nosso evangelho vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo.
15 Então, irmãos, estai firmes e retende as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa."