A disciplina e excomunhão na igreja são essenciais para manter a pureza e a santidade do corpo de Cristo. Tanto Jesus quanto os apóstolos estabeleceram diretrizes claras para essas práticas, enfatizando que seu objetivo é promover o arrependimento e a restauração do membro que pecou, além de proteger a igreja da corrupção.
A disciplina é a repreensão ou correção de um membro que está em pecado, enquanto a excomunhão é a remoção da pessoa da comunhão da igreja, quando esta persiste no pecado sem arrependimento. A igreja deve aplicar essas medidas de forma justa, equilibrando a justiça com a misericórdia. A disciplina não é punitiva, mas redentora; seu propósito é sempre conduzir a pessoa ao arrependimento e reconciliação com Deus e com a igreja. Se o arrependimento não ocorrer, então a excomunhão se torna necessária, não como retaliação, mas como uma última tentativa de provocar a reflexão e o retorno do pecador à comunhão.
Jesus deixou um modelo claro para a correção de um irmão pecador em Mateus 18. Esse processo segue três etapas:
Correção em particular: Um membro da igreja, ao perceber o pecado do outro, deve abordá-lo em particular e corrigir seu comportamento, buscando a reconciliação.
Correção na presença de testemunhas: Se o pecador não se arrepender, a correção deve ser feita novamente na presença de duas ou três testemunhas, conforme o princípio estabelecido em Deuteronômio 19.15.
Correção diante da igreja: Se o pecador ainda continuar impenitente, a questão deve ser levada à igreja. Se, mesmo após a correção pública, o pecador não se arrepender, ele deve ser excomungado, ou seja, desligado da membresia da igreja.
A excomunhão é a medida final para proteger a igreja e manter seu testemunho de santidade, como também mencionado pelo apóstolo Paulo em 1 Coríntios 5. Ele destaca que a excomunhão pode ter um efeito positivo, ajudando o pecador a refletir sobre seu erro e, eventualmente, voltar ao arrependimento.
A disciplina serve a vários propósitos:
Chamar e ganhar o irmão transgressor para Cristo, levando-o ao arrependimento;
Proteger a igreja, evitando que outros sigam o exemplo do pecado;
Preservar a pureza da igreja, retirando o "velho fermento" que pode corromper toda a comunidade (1 Coríntios 5.6-7);
Defender a honra de Cristo e a santidade do evangelho, não permitindo que a igreja seja manchada por pecadores notórios e obstinados.
A excomunhão, portanto, é necessária para garantir que a igreja permaneça um lugar de santidade, pureza e verdade, enquanto ao mesmo tempo oferece oportunidade para que o pecador seja restaurado pela graça de Deus.
Uma verdadeira igreja deve aplicar a disciplina com prudência e equilíbrio. A igreja não pode ser complacente com o pecado, permitindo que este prolifere e escandalize o evangelho. Ao mesmo tempo, ela não deve ser excessivamente severa, esquecendo-se da misericórdia. A justiça e a misericórdia devem caminhar juntas. Como diz Tiago 2.13: "A misericórdia triunfa sobre o juízo".
A igreja deve, portanto, aplicar a disciplina com amor, paciência e humildade, buscando sempre o bem do pecador e o fortalecimento da igreja como um todo. A restauração do pecador é sempre o objetivo final da disciplina e da excomunhão.
15 "Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão;
16 mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que, pela boca de duas ou três testemunhas, toda palavra seja confirmada.
17 E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano."
1 "Geralmente, se ouve que há entre vós fornicação, e fornicação tal, qual nem ainda entre os gentios, como é haver quem abuse da mulher de seu pai.
2 Estais inchados e nem ao menos vos entristecestes, por não ter sido dentre vós tirado quem cometeu tal ação.
3 Eu, na verdade, ainda que ausente no corpo, mas presente no espírito, já determinei, como se estivesse presente, que o que tal ato praticou,
4 em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, juntos vós e o meu espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus Cristo,
5 seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus.
6 Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa?
7 Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.
8 Por isso, façamos festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade.
9 Já por carta vos tenho escrito, que não vos associeis com os que se prostituem;
10 isto não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo.
11 Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal, nem ainda comais.
12 Porque que tenho eu em julgar também os que estão de fora? Não julgais vós os que estão dentro?
13 Mas Deus julga os que estão de fora. Tirai, pois, dentre vós a esse iníquo."
27 "Portanto, qualquer que comer este pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpado do corpo e do sangue do Senhor.
28 Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice.
29 Porque o que come e bebe indignamente come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor.
30 Por causa disto, há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem.
31 Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.
32 Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo."
18 "Este mandamento te dou, meu filho Timóteo, que, segundo as profecias que houve acerca de ti, milites por elas boa milícia,
19 conservando a fé e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.
20 E entre esses foram Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar."
19 "Não aceites acusação contra presbítero, senão com duas ou três testemunhas.
20 Aos que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor."
"Mas, sobretudo, tende ardente caridade uns para com os outros, porque a caridade cobrirá a multidão de pecados."