A vida cristã é uma jornada contínua de transformação e santificação, onde o arrependimento desempenha um papel central. Arrependimento significa mudar de direção, deixando o pecado e os prazeres mundanos para buscar a santidade em Cristo. Sem arrependimento, não há salvação, pois o verdadeiro evangelho de Cristo exige essa mudança de coração e mente. Ao longo de toda a Bíblia, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, vemos o chamado ao arrependimento como um aspecto fundamental da mensagem de Deus.
No Antigo Testamento, os profetas constantemente exortavam o povo a se arrepender e voltar-se para Deus (Jr 23.22; Zc 1.3-6). No Novo Testamento, a pregação de João Batista, de Jesus, dos apóstolos e até de Cristo ressuscitado às igrejas da Ásia enfatizava a necessidade urgente de arrependimento (Mt 4.17; At 2.38; Ap 2.5). Jesus deixou claro que a pregação do arrependimento é parte essencial do evangelho: “E em seu nome se pregaria arrependimento para remissão de pecados a todas as nações” (Lc 24.46-47).
Arrependimento é uma mudança radical de mente, coração e atitude. Quem verdadeiramente se arrepende reconhece a Cristo como seu Senhor e Salvador, sente tristeza profunda pelo pecado, abandona-o e se esforça para viver de acordo com a vontade de Deus. O arrependimento envolve a rejeição do pecado e o compromisso com uma nova vida em Cristo, onde todos os aspectos da vida são moldados pela obediência a Deus.
No entanto, o arrependimento não é o que nos salva; é fruto da regeneração, a obra soberana do Espírito Santo em nossas vidas. Antes de nos arrependermos, Deus já nos regenerou, nos trazendo da morte espiritual para a vida. O Espírito Santo transforma nosso coração para que possamos ver o reino de Deus e, então, responder com fé e arrependimento (Jo 3.3-6). Após a regeneração, o arrependimento se torna uma característica contínua da vida cristã. Sempre que pecamos, devemos nos arrepender e buscar crescer em santidade.
A Bíblia distingue entre arrependimento verdadeiro e arrependimento falso. O arrependimento falso é motivado pelo medo das consequências do pecado ou da punição eterna, mas não envolve um verdadeiro pesar por ter ofendido a Deus. O arrependimento verdadeiro, por outro lado, nasce de uma profunda tristeza por ter desobedecido e ofendido a Deus. É um arrependimento sincero que busca restaurar a comunhão com Ele.
O Salmo 51, escrito por Davi após seu pecado com Bate-Seba, é um exemplo poderoso de arrependimento verdadeiro. Nele, Davi clama a Deus por misericórdia e pede que seu coração seja purificado:
“Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões. Lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado. Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim... Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável” (Salmo 51.1-3,10).
Este arrependimento verdadeiro não é motivado pelo medo da punição, mas sim pelo desejo de reconciliação com Deus e de uma vida transformada.
Embora o arrependimento inicial seja necessário para a salvação, ele continua a ser uma prática diária na vida cristã. Continuamos a nos arrepender sempre que pecamos, e o Espírito Santo nos convence, nos conduzindo ao arrependimento e à santidade. O arrependimento não é um evento isolado, mas uma caminhada contínua rumo à conformidade com Cristo.
Assim, o arrependimento é um aspecto essencial da nossa transformação em Cristo, sem o qual não podemos experimentar a plenitude da vida cristã e a verdadeira comunhão com Deus.
30 "Portanto, eu vos julgarei, a cada um conforme os seus caminhos, ó casa de Israel, diz o Senhor Jeová. Convertei-vos e desviai-vos de todas as vossas transgressões, e a iniquidade não vos servirá de tropeço.
31 Lançai de vós todas as vossas transgressões com que transgredistes e criai em vós um coração novo e um espírito novo; pois, por que razão morrereis, ó casa de Israel?
32 Porque não tomo prazer na morte do que morre, diz o Senhor Jeová; convertei-vos, pois, e vivei."
46 "E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse e, ao terceiro dia, ressuscitasse dentre os mortos;
47 e, em seu nome, se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém."
17 "E de Mileto mandou a Éfeso chamar os anciãos da igreja.
18 E, logo que chegaram junto dele, disse-lhes: Vós bem sabeis, desde o primeiro dia em que entrei na Ásia, como em todo o tempo me portei no meio de vós,
19 servindo ao Senhor com toda a humildade e com muitas lágrimas e tentações que, pelas ciladas dos judeus, me sobrevieram;
20 como nada, que útil seja, deixei de vos anunciar e ensinar publicamente e pelas casas,
21 testificando, tanto aos judeus como aos gregos, o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo."
"Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência, e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento?"
8 "Porquanto, ainda que vos entristeci com a carta, não me arrependo, embora já me tivesse arrependido; porque vejo que aquela carta vos entristeceu, ainda que por pouco tempo.
9 Agora, folgo, não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus, de maneira que por nós não padecestes dano em coisa alguma.
10 Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte.
11 Porque, quanto cuidado não produziu isto mesmo em vós, que, segundo Deus, fostes contristados! Que apologia, que indignação, que temor, que saudade, que zelo, que vingança! Em tudo mostrastes estar puros neste negócio.
12 Portanto, ainda que vos escrevi, não foi por causa do que fez o agravo, nem por causa do que foi agravado, mas para que o vosso cuidado por nós fosse manifesto diante de Deus."