Nome atribuído pelos colonizadores europeus à costa oeste do Golfo da Guiné, região que atualmente pertence ao Gana. As "costas" do ouro, dos escravos e do marfim foram assim denominadas em virtude dos recursos que possuíam. Os primeiros usos do termo referiam-se literalmente à costa e não ao interior, embora a partir do século XIX também seria usado para referir as áreas distantes da costa.
A Costa do Ouro Portuguesa foi descoberta por Fernão Lopes, que tinha o trabalho de fazer 100 Léguas de costa para a Coroa Portuguesa por ano, em troca do monopólio do comércio da Guiné. Assim, dois dos seus homens chegaram ao local; desta zona exportou-se inicialmente ouro e posteriormente mão de obra escrava, esta sobretudo para o Brasil, para o trabalho das imensas plantações. Ao local foi dado o nome de Costa da Mina, mas posteriormente de Costa do Ouro. Os portugueses estabeleceram os seguintes assentamentos no Golfo da Guiné desde 21 de Janeiro de 1482:
Castelo de São Jorge da Mina, hoje chamado Elmina, capital da colónia
Forte de Santo António de Axim (atual Axim)
Forte de São Francisco Xavier (atual Osu)
Forte de São Sebastião de Xama (atual Shama)
Forte de Dom Pedro (atual Biriwa)
Feitoria em Cape Coast (Cape Coast)
Feitoria entre Amamfro e Mouri (localização desconhecida)
Feitoria num local chamado Orsoka entre Teshi e Acra (localização desconhecida)
Fort Duma/Egwira/Apansi em Bamianko, a 20 km de Axim nas margens do rio Ankobra e a 8 km de uma mina de ouro chamada Aboasi Hill (forte com localização desconhecida)
Já colonizada pelos holandeses a partir de 1598, em 1642 tornou-se parte da Costa do Ouro holandesa, que permaneceram na região até 1871, quando o último dos seus assentamentos foi tomado pelos britânicos.
Houve ainda a Costa do Ouro brandemburguesa, estabelecida com uma colónia na região em 1682, e, posteriormente, transformada em Costa do Ouro prussiana. Em 1721, foi vendida aos holandeses. Os suecos também tiveram assentamentos na área, o que estabeleceu a Costa do Ouro sueca em 1650, mas esta foi tomada pela Dinamarca em 1663, tornando-se parte da Costa do Ouro dinamarquesa. Os dinamarqueses estavam nesta área desde 1658.
Em 1850, todos os assentamentos se tornaram parte da Costa do Ouro britânica. Os britânicos que haviam tomado toda a Costa do Ouro até 1871, capturaram mais território do interior após guerras com os Axântis.
Plan du Fort Anglois de Dickscove - Gana (Bellin, 1754)
Plan du Fort Hollandois de Sama (nommé St. Sebastien) - Gana (Bellin, 1757)
Vue Sud des Forts Anglois Hollandois de Commendo – Gana (Prevost, 1749)
Vue Sud Ouest des Forts Anglois et Hollandois de Sukkonde – Gana (Prevost, 1749)
Plan du Forte Anglois de Sukonda - Gana (Bellin, 1754)
Plan du Fort Anglois de Dickscove
Jacques Nicholas Bellin (1703-1772)
“Histoire Generale des Voyages”, de Abbé Prévost d’ Exiles,
8ª edição francesa, 1754
Gravura: 148 x 210 mm
Um dos famosos fortes de escravos da costa da Guiné, no atual Gana, que ilustra a localização do Forte Metal Cross, em Dickscove. O forte foi atualmente restaurado para mostrar os horrores do tráfico de escravos.
O Forte de São Sebastião de Xama localiza-se na região de Grande Acra, no atual Gana. Erguido por forças portuguesas a partir de 1546, tinha a função de feitoria naquele trecho da Costa do Ouro Portuguesa. Xama foi ocupada pelos portugueses entre 1526 e 1637, ano em que os holandeses ocuparam a Fortaleza de São Jorge da Mina (29 de Agosto). A 9 de Janeiro de 1642 a região foi cedida aos holandeses, tornando-se parte da Costa do Ouro Holandesa.
A fortificação encontra-se atualmente em bom estado de conservação, compreendida no conjunto de fortificações do país inscrito na Lista de Património Mundial da UNESCO.
O forte apresenta planta no formato retangular e, nos vértices, baluartes angulares com orelhões. Ao centro do terrapleno abre-se uma cisterna. O seu traçado é inspirado no da Praça-forte de Mazagão (1541), onde também trabalhou o arquiteto militar Miguel de Arruda, e antecipa o da Fortaleza de São Julião da Barra (1553).
Forte de São Sebastião de Shama em 1890, e atualmente
Plan du Fort Hollandois de Sama (nommé St. Sebastien)
Jacques Nicholas Bellin (1703-1772)
“Histoire Generale des Voyages”, de Abbé Prévost d’ Exiles,
8ª edição francesa, 1757
Gravura: 150 x 210 mm
O Forte de S. Sebastião foi construído pelos portugueses, no atual Gana, como posto de comércio, e passou ao domínio da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, em 1642.
O plano identifica as áreas do forte, apresenta uma escala em braças, e um compasso em rosácea radiante.
Vue Sud des Forts Anglois Hollandois de Commendo
Obtida de Smith
“Histoire Generale des Voyages”, de Abbé Prévost d’ Exiles, edição de 1749 (Vol. 13)
Gravura: 177 x 136 mm
Vue Sud Ouest des Forts Anglois et Hollandois de Sukkonde
Obtida de Smith
“Histoire Generale des Voyages”, de Abbé Prévost d’ Exiles, 8ª edição francesa, 1754
Gravura: 179 x 138 mm
Plan du Fort Anglois de Sukonda
Jacques Nicholas Bellin (1703-1772)
“Histoire Generale des Voyages”, de Abbé Prévost d’ Exiles,
8ª edição francesa, 1754
Gravura: 143 x 209 mm
Esta gravura em cobre do século XVIII, retrata o layout arquitetónico do forte inglês de Sukonda, localizado na costa da Guiné, próximo à latitude 4°33'.
Um dos modernos fortes do Gana de meados do séc. XVIII, desenhado para suportar fogo de artilharia e para proteger os interesses ingleses na escravatura. O diagrama mostra elementos internos, como alojamentos, um paiol de pólvora e bastiões defensivos, todos identificados em francês.
A gravura documenta a presença colonial europeia na África Ocidental, e exemplifica o interesse do Iluminismo pela cartografia militar, controle territorial e infraestrutura costeira fortificada.