< MALACA
A Malaca Portuguesa era o território da atual Malaca dos nossos dias, que durante 130 anos (1511-1641) foi uma colónia Portuguesa.
A cidade portuária de Malaca controlava o estratégico estreito de Malaca, por onde passava todo o comércio marítimo entre a China e a Índia. A conquista de Malaca resultou de um plano do rei de Portugal D. Manuel I, que em 1505 determinara minar o comércio muçulmano no Oceano Índico em direção à Europa através da captura de Adém, a fim de bloquear o comércio por via de Alexandria, da captura de Ormuz, a fim de bloquear a via de Beirute, e a de Malaca, para controlar o comércio com a China.
Em abril de 1511, Afonso de Albuquerque zarpou de Cochim para Malaca com uma força de cerca de 1 200 homens e 17 ou 18 navios. A expedição não poderia voltar para trás caso necessário, devido ao regime de ventos da monção; se tivessem falhado a conquista, teriam ficado presos no sudeste Asiático sem poderem voltar para as suas bases na Índia. Foi a mais distante conquista na história da humanidade até então.
Depois da queda de Malaca no dia 15 de Agosto de 1511, Afonso de Albuquerque procurou erigir fortificações permanentes antecipando os contra-ataques do Sultão Mahmud Xá, último Sultão de Malaca, que se havia refugiado no interior, de onde empreendia ataques intermitentes por terra e mar. Para defender a cidade, os portugueses ergueram uma fortaleza no sítio do palácio do Sultão, destruído durante a luta pela cidade. A porta dessa fortaleza, chamada "A Famosa", ainda existe.
Em 1521 o Capitão Duarte Coelho Pereira construiu a igreja de Nossa Senhora do Monte. Em 1526, uma grande força de navios portugueses comandada por Pedro Mascarenhas (c. 1484-1555) foi enviada para destruir Bintan, onde estava Mahmud. O sultão fugiu com sua família para Sumatra, do outro lado do estreito, onde veio a falecer dois anos depois.
Malaca tornou-se uma base estratégica para a expansão portuguesa nas Índias Orientais, subordinada ao Estado Português da Índia.
O missionário jesuíta Francisco Xavier passou vários meses em Malaca em 1545, 1546 e 1549. Em 1641, forças da Companhia Holandesa das Índias Orientais bateram os portugueses e capturaram Malaca com o apoio do sultão de Johore. Os holandeses governaram Malaca de 1641 a 1795, mas não se interessaram em desenvolvê-la como centro comercial, preferindo enfatizar o papel de Batávia (atual Jacarta).
Malaca foi cedida aos britânicos pelo tratado Anglo-Holandês de 1824, em troca de Bencoolen, em Sumatra. Entre 1826 e 1946, Malaca foi governada pela Companhia Britânica das Índias Orientais e, em seguida, como uma colónia da Coroa. Integrava os Estabelecimentos dos Estreitos, juntamente com Singapura e Penang. Com a dissolução desta colónia, Malaca e Penang tornaram-se parte da União Malaia (atual Malásia).
Em 2008 Malaca foi declarada Património Mundial pela UNESCO. Da presença portuguesa na cidade sobrevivem a Igreja de São Paulo e a Porta de Santiago da Fortaleza de Malaca, conhecida como "A Famosa".
Plan de la Ville et Forteresse de Malaca (Bellin, 1752) (2)
Malaka (Bellin, 1753) Novo !
Brasão de Portugal
Plan de la Ville et Forteresse de Malaca
Jacques Nicholas Bellin (1703-1772)
“Histoire Generale des Voyages”, de Abbé Prévost d’ Exiles, publicada por Didot,
em Paris, 1746-57 (1752)
Gravura: 155 x 202 mm
Cidade e fortaleza de grande importância estratégica para os portugueses e holandeses, e capital não oficial da colónia. Passou a colónia inglesa no séc. XVIII, antes da independência, sendo integrada no novo país da Malásia, em 1957.
Gravura: 154 x 200 mm
Malaka
Jacques-Nicolas Bellin (1703–1772)
“Histoire générale des voyages”, Premier Volume des Supplemens N° IV, do Abade Antoine François Prévost, 1753
Gravura: 278 x 186 mm
A gravura é uma vista topográfica da histórica cidade portuária de Malaca, na atual Malásia. A imagem captura uma cena portuária movimentada, repleta de navios e barcos em primeiro plano, com a cidade erguendo-se da costa ao fundo. Um forte imponente ou um grande edifício é visível numa colina, uma característica comum das cidades portuárias coloniais. A gravura faz parte do suplemento de Jacques-Nicolas Bellin à obra “Histoire générale des voyages”, do Abade Prévost, e é um valioso registro histórico deste importante centro comercial em meados do século XVIII.