( Atualizado em: 26/03/2024 ) rev
A Cisplatina foi uma província do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves e, posteriormente, do Império do Brasil. A província correspondia ao atual território do Uruguai.
Os argentinos reivindicavam-na como parte do antigo Vice-reinado da Prata. O Império do Brasil mantinha-a como necessária para a defesa das províncias do Sul. A separação ocorreu em 1825, com a independência do território que formou o Estado Oriental do Uruguai.
A Banda Oriental do Uruguai era de interesse do Império Português na América desde a descoberta da prata de Potosí, interesse mais tarde reforçado com a descoberta de ouro nas Minas Gerais, que incluíam os territórios dos atuais estados de Mato Grosso e Goiás. Por um lado, o Rio da Prata dava acesso a terras conquistadas pelos paulistas, onde se viria a encontrar ouro e de onde se traficavam escravos índios, os chamados ‘negros da terra’; por outro, o contrabando português de e para as terras espanholas era uma boa fonte de lucros, além de servir como uma fonte de irritação à constante inimiga, a Espanha. Assim, foi fundada a Colónia do Sacramento, base das reivindicações da futura província Cisplatina.
O príncipe regente D. João, na iminência da invasão de Portugal por Napoleão estabeleceu-se no Brasil, com toda a corte. Como parte da sua estratégia política, no Congresso de Viena elevou o Estado do Brasil à categoria de Reino, unido a Portugal e Algarve. A sua vinda propiciou a intensificação das diretrizes políticas de Portugal, combatendo os elementos revolucionários na região, recolocando tais territórios, quatro vezes perdidos, sob seu domínio.
Brasão de Armas
Colónia do Sacramento é uma cidade do Uruguai, capital do departamento de Colónia. Tem origem na antiga cidade de Colónia do Santíssimo Sacramento, fundada em 22 de janeiro de 1680 por Manuel Lobo, então Governador da Capitania Real do Rio de Janeiro, a mando do Império Português no século XVII. A área onde se localiza a fundação portuguesa faz parte do Centro Histórico, reconhecido pela UNESCO como Património da Humanidade.
RIO DA PRATA
La Plata (Du Val, 1681)
Rio de la Plata (Muller, 1692)
Carte de la Riviere de la Plata (Bellin, 1757)
PARAGUAI
Paraguay (Sanson, 1683)
Carte du Paraguay et des Pays voisins (Bellin, 1757)
Paraguay and Tucuman (Gibson, 1759)
O rio da Prata é o estuário criado pelo deságue das águas dos rios Paraná e Uruguai e do oceano, formando sobre a costa atlântica da América do Sul uma muesca triangular de 290 quilômetros de largura. A bacia hidrográfica combinada do rio da Prata e seus afluentes (os rios Lujan, Matanza, Samborombón e Salado do Sul) possui uma superfície de aproximadamente 3 200 000 km².
Corre de noroeste a sudeste e mede dois quilómetros de largura no ponto que se toma como origem. No ponto onde as águas deixam de ser doces e se convertem no oceano Atlântico a sua largura é de 219 quilómetros. O limite exterior do rio da Prata está determinado pela linha imaginária que une Punta del Este (República Oriental do Uruguai) com Punta Rasa no extremo norte do Cabo San Antonio (República Argentina).
O estuário do rio da Prata foi também palco de muitos conflitos entre as nações fronteiriças a ele. A livre navegação do rio era o objetivo do Império do Brasil e do Uruguai, contrariando os interesses das Províncias Unidas do Rio da Prata (atual Argentina) e do Paraguai. Isso gerou diversos conflitos entre os estados após a sua independência. Para o Brasil, significaria bloquear as suas comunicações com a Província de Mato Grosso e um perigo às suas fronteiras. Esses conflitos culminaram na maior guerra da América do Sul e da América Latina pelo números de soldados mobilizados, pelos armamentos, pelos mortos e duração da guerra, a Guerra do Paraguai.
La Plata
Pierre Du Val (1618-1683)
"Geographie Universelle", edição alemã, publicada por Johann Hoffman, Nuremberga, 1681. Com tradução de Johann Beer.
Gravura: 121 x 98 mm
Bonito mapa da região do Rio da Prata, ao norte da Argentina. As divisões políticas são as coloniais com os distritos administrativos espanhóis muito diferentes da atualidade. O Paraguai é de longe a maior entidade incluindo mesmo Buenos Aires na margem sul do Rio da Prata.
Rio de la Plata
Johann U. Muller (1633-1715)
“Geographia totius orbis compendaria”, publicada p/ Georg Kuhnen, Ulm, Alemanha, 1692
Gravura: 72 x 64 mm
Mapa do Rio da Prata com bom pormenor topográfico de regiões como o Paraguai, Paraná, Tucuman, parte do Brasil e Perú, e que identifica várias cidades e outros estabelecimentos, onde se inclui Buenos Aires.
Carte de la Riviere de la Plata
Jacques Nicholas Bellin (1703-1772)
“Histoire Generale des Voyages”, de Abbé Prévost d’ Exiles, edição francesa, 1757
Gravura: 284 x 190 mm
Este mapa do Rio da Prata mostra as cidades de Buenos Aires e Colónia de S. Sacramento (Uruguai), bem como muitos outros povoados e fortes. O mapa inclui ainda informação náutica e pormenores da linha costeira, bancos de areia, rochedos, baías e pontos de ancoragem.
Paraguai, oficialmente República do Paraguai, é um país do centro da América do Sul, limitado a norte e oeste pela Bolívia, a nordeste e leste pelo Brasil e a sul e oeste pela Argentina. Ao lado da Bolívia, o Paraguai é um dos dois países da América do Sul que não possuem uma saída para o mar.
A capital e maior cidade é Assunção. Em contraste com a maioria das nações latino-americanas, a cultura e a língua nativa do país — o guarani — permaneceram altamente influentes na sociedade. O guarani é reconhecido como língua oficial, junto com o espanhol, e ambos os idiomas são falados pela população. Os nativos guaranis viviam no atual território paraguaio por pelo menos um milénio antes dos espanhóis conquistarem o território no século XVI. Os colonizadores espanhóis e missões jesuíticas introduziram o cristianismo e a cultura espanhola para a colónia. O Paraguai estava na periferia do Império Espanhol, com poucos centros urbanos e uma população escassa.
Após a independência da Espanha em 1811, o Paraguai foi governado por uma série de ditadores que implementaram políticas isolacionistas e protecionistas. Este desenvolvimento foi truncado pela desastrosa Guerra do Paraguai (1864–1870), na qual o país perdeu entre 60 e 70% da sua população, por conta da guerra e de doenças, e foi forçado a ceder cerca de 140 000 quilômetros quadrados do seu território para a Argentina e o Brasil.
Os primeiros europeus chegaram ao Paraguai no início da colonização espanhola da América. Um náufrago da expedição de Juan Díaz de Solís, o português Aleixo Garcia, que partiu do litoral do atual estado brasileiro de Santa Catarina em 1524, e o veneziano Sebastião Caboto, que subiu o Rio Paraná em 1526, foram os primeiros europeus a chegarem ao interior da Bacia do Prata, o que inclui o atual Paraguai, mas coube ao espanhol Domingo Martínez de Irala a primazia dos primeiros núcleos coloniais (1536–1556). Irala lançou os fundamentos do Paraguai e sua política de colonização consistiu na delimitação das fronteiras com a América Portuguesa através da construção de uma linha de fortes contra a expansão portuguesa, na fundação de vilas e na intensa miscigenação de espanhóis com guaranis, base da formação da população do país. Irala teve várias esposas indígenas e com elas vários filhos e, com isso, é antepassado de grande parte dos paraguaios.
Brasão de Armas
Paraguay
Nicolas Sanson (1600-1667)
“Description de l’ Univers”, 1683
Gravura: 270 x 205 mm
O mapa mostra as regiões de Tucuman, Paraná, Uruaig, Chaco, Paraguay, e partes do Brasil, Chile, e Peru. Inclui as cidades de Buenos Aires, La Conception, Assuncion, bem como muitas outras cidades e povoados. Apresenta um interessante pormenor dos rios, montanhas e lagos.
Carte du Paraguay et des Pays voisins
Jacques Nicholas Bellin (1703-1772)
“Histoire Generale des Voyages”, de Abbé Prévost d’ Exiles, edição francesa, 1757
Gravura: 312 x 208 mm
Este mapa da parte central da América do Sul mostra um poderoso Paraguai na sua forma colonial. Inclui uma boa parte do atual sul do Brasil, o Uruguai e o noroeste da Argentina. O mapa é dominado pelos rios Paraguai e Paraná que se unem para formar o Rio da Prata, a sul da cidade de Buenos Aires. A nordeste encontram-se as cidades brasileiras do Rio de Janeiro e São Paulo.
Paraguay and Tucuman
John Gibson
“Atlas Minimum”, edição de 1759
Gravura: 93 x 64 mm
Apesar do tamanho, este mapa do Paraguai colonial contém excelente detalhe com o rio Paraná e seus tributários dominando à área. O Paraguai colonial era muito maior do que o país atual e incluía grande parte do norte da Argentina, enquanto o nordeste da Argentina era uma província separada de Tucuman. Existe ainda espaço suficiente para comentários geográficos acerca da colónia – “Os Jesuítas reclamam-na como sua propriedade, que tem sido bem cultivada pelos nativos que objetos e escravos para os padres”.