RÚSSIA ASIÁTICA
Carte des parties Nord et Est de l'Asie (D. Vaugondy, 1722)
Carte de L’ Empire de Russie, en Europe et en Asie (Bonne,1780-81)
Carte de la Siberie et des Pays voisins (Bellin, 1757)
Carte des Isles Kouriles (Bellin, 1757)
Carte du Kamtchatka (Bellin, 1773)
Various Charts of Islands &c, in the Atlantic and Pacific Oceans (Moore, 1778)
Planos da Costa Oriental do Kamtschatka, Japão e Macau (Bonne, 1787-88)
ÁSIA CENTRAL
Ásia Central - Tabvla Asiae II - (Ptolomeu, 1598 - Rucelli / Ziletti)
TARTÁRIA
Tartaria (Bertius, 1603 e 1616) (2)
Tartariae Sive Magni Chami Regni Tipvs (Ortelius/Turrini, 1655)
Grande Tartarie (Mallet, 1685)
Sarmatia e Scythia (Mallet, 1685)
Carte de la Tartarie Occidentale (Bellin, 1757)
Carte de la Tartarie Orientale (Bellin, 1757)
Carte de la Perse, de la Georgie et de la Tartarie Independante (Bonne, 1780-81) (2)
--- RÚSSIA ASIÁTICA ---
A Ásia Setentrional (ou Rússia Asiática), também conhecida como Sibéria, é a parte leste do território da Federação Russa (ocupando cerca de setenta e cinco porcento do seu território). Em seus doze milhões de quilómetros quadrados, a população desta área é estimada em trinta e seis milhões de habitantes, sendo Novosibirsk a sua maior cidade.
Composta em toda a sua extensão pela região russa da Sibéria, esta área possui baixa densidade demográfica, sendo este fator motivado pelas baixas temperaturas (típicas dos climas polar e subpolar). A sua vegetação é adaptada às rigorosas condições climáticas, predominando a taiga e a tundra. Com importantes e extensos rios (destacando-se o Ob, lenissei e Lena), a região é rica em recursos minerais, sobretudo energéticos (como o petróleo e gás natural).
Carte des parties Nord et Est de l'Asie
Didier Robert de Vaugondy (1723-1786)
“Encyclopédie” de Diderot et d'Alembert, 1722
Gravura: 384 x 303 mm
Mapa das partes norte e este da Ásia, que inclui a Rússia Asiática, a ilha de Nova Zembla, a península de Kamtschatka, as ilhas de Jesso, a Nipon (Japão), a Coreia, e partes da Tartária Chinesa, China e da costa ocidental da América.
Carte de L’ Empire de Russie, en Europe et en Asie
Rigobert Bonne (1727-1795), engenheiro hidrógrafo da Marinha Francesa
“Atlas de toutes les parties connues du Monde”, editado por Raynal, 1780-81
Gravura: 317 x 209 mm
Detalhado mapa de todo o Império Russo na Europa e na Ásia, estendendo-se da Finlândia a ocidente à extremidade noroeste da América do Norte, que foi então ocupada por comerciantes russos. Existem algumas ilhas fictícias perto de Kamchatka, supostamente descobertas pelos russos em 1740.
Carte de la Siberie et des Pays voisins
Jacques Nicholas Bellin (1703-1772)
“Histoire Generale des Voyages”, de Abbé Prévost d’ Exiles, edição holandesa, 1757
Gravura: 454 x 282 mm
Mapa da Sibéria que se estende da ilha de Nova Zembla, a norte, ao Deserto Karakam, a sul, com bom pormenor das montanhas, florestas e rios, e duns quantos centros populacionais.
O mapa menciona as viagens de Gmelin (naturalista alemão) e de Delisle (cartógrafo francês).
A península de Camecháteca, Canchatca, Camchaca, Kamtchatka ou sobretudo conhecida como península de Kamchatka é uma enorme península com cerca de 1 250 km de extensão, localizada na região oriental da Rússia, e cujo ponto mais elevado é o Klyuchevskaya Sopka. Fica a leste do mar de Ocótsqui e golfo de Shelikhov na província chamada Krai de Camecháteca.
O Camecháteca participa na vida económica da Rússia graças aos seus recursos florestais e agrícolas, ao desenvolvimento das suas cidades litorais e às suas atividades na pesca. A sua população, concentrada nas cidades, é sobretudo constituída por russos que convivem com os representantes mais antigos dos povos da região como os Camecháteca. Também conhecidos por Itelmenes, estes nómadas mantiveram um modo de vida tradicional baseado essencialmente na pesca. Não restam hoje mais de 18 mil representantes deste povo, que originalmente era o mais numeroso da península.
Carte du Kamtchatka
Jacques Nicholas Bellin (1703-1772)
“Histoire Generale des Voyages”, de Abbé Prévost d’ Exiles, edição francesa, 1773
Gravura: 295 x 512 mm
Mapa da grande península de Kamchatka, na extremidade oriental da Sibéria, fazenda fronteira com o oceano Pacífico.
Various Charts of Islands &c, in the Atlantic and Pacific Oceans
John Hamilton Moore (f. 1807)
"A New and Complete Collection of Voyages and Travels", Londres, 1778
Gravura: 200 x 313 mm
Ilustração da obra "A New and Complete Collection of Voyages and Travels", de John Hamilton Moore (f. 1807), publicada em Londres, em 1778, e comercializada por Alexander Hogg. Tem o título "Various Charts of Islands &c, in the Atlantic and Pacific Oceans", e inclui os Açores, Ilhas Canárias, Madeira, Cabo Verde e a região do Estreito de Bering até às Ilhas Curilas. A grande ilha denominada "Alashka", a sul do Estreito de Bering, surge por um mal-entendido entre os cartógrafos da época e é na realidade a extremidade da Península do Alaska.
“É provável que a grande ilha denominada de “Alaschka” no mapa de Von Stahlin, de 1774, fosse entendida como parte do que na realidade é a região continental do Alaska. A área onde se encontra localizada aparece em data anterior no mapa de Gerhard Muller, de 1754, como uma península, uma confusão, parece, entre o continente e as Aleutas, e a interpretação de Muller dos mapas das viagens de Bering e Chirikov.
A configuração geográfica representada no mapa de von Stahlin surgiu pela primeira vez no ano anterior (1773) num mapa russo, mas julga-se que foi von Stahlin o primeiro a atribuir-lhe um nome, Alaschka.
Na “General Chart”, de Henry Roberts /William Faden, de 1784, onde se exibem as descobertas feitas pelo Capt. James Cook, o nome Alaska apenas aparece na Península do Alaska, e não no corpo do continente, o que realmente sugere a sua aplicação apenas a esse local tal como von Stahlin faz. As edições alemã e inglesa do livro de Von Stahlin terão tido, julga-se, franca divulgação pública quando publicadas em 1774, embora hoje sejam relativamente raras. Depreendo que não tenham vendido muito bem !
O nome não aparece na primeira edição (1753) do mapa de Braddock Mead (John Green).
A versão inglesa do mapa de Krenitsyn e Levashev, da sua viagem de 1764-69, foi publicada em 1780, em “An Account of the Russian Discoveries”, de William Coxe, e mostra uma ilha denominada de Alaxa I no mesmo local. Supostamente a sua versão russa mostrava o mesmo mas em russo. Assim este poderá ser o primeiro mapa com a designação Alaska.
[...]”
Derek Hayes
Planos da Costa Oriental do Kamtschatka, Japão e Macau
Rigobert Bonne (1727-1795), engenheiro hidrógrafo da Marinha Francesa
"Atlas Encyclopedique", edição de 1788
Gravura: 235 x 346 mm
Mapa fascinante pelo detalhe náutico, traça a rota seguida pelos navios na terceira viagem do Capitão James Cook, depois da sua morte no Hawai. Está dividido em quatro secções: a Baía de Awatska, na Península de Kamchatka, com um encarte do porto de St. Pierre e St. Paul (visitado em 1779); Macau (1780) com detalhe da cidade, portos e pequenas ilhas; a costa do Japão; e três pequenas ilhas no Pacífico Sul.
Ilhas Curilas ou Curilhas, formam um arquipélago vulcânico de 56 ilhas que se estende entre a península de Camecháteca, no extremo oriental da Rússia, até à ilha japonesa de Hocaido, entre o mar de Ocótsqui, a noroeste, e o oceano Pacífico, a sudeste.
Embora o Japão dispute a soberania das ilhas mais a sul, a que denomina "Territórios do Norte", todo o arquipélago permanece sob administração da Rússia desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, como resultado do Tratado de São Francisco, fazendo parte do Oblast de Sacalina.
Carte des Isles Kouriles
Jacques Nicholas Bellin (1703-1772)
“Histoire Generale des Voyages”, de Abbé Prévost d’ Exiles, edição holandesa, 1757
Gravura: 263 x 238 mm
Neste mapa das ilhas Kurilhas russas, que se estendem da península de Kamchatka, à ilha japonesa de Hokkaido, pouco conhecida pelos europeus, esta é representada por Bellin na forma de seis ilhas distintas.
--- ÁSIA CENTRAL ---
A Ásia Central é uma região que compreende as estepes, montanhas e desertos entre o leste do mar Cáspio e o centro-oeste da China, entre o norte do Irão e Afeganistão, e o sul da Sibéria, porém nunca houve uma demarcação oficial da área. As mudanças constantes de clima na região forçaram grandes movimentos migratórios de seus habitantes, o que trouxe tribos indo-europeias e hunos para o oeste, arianos e turcos para o norte, entre outros.
A Ásia Central raras vezes esteve unificada sob um governo central. Tal fato ocorreu durante o período de dominação mongol no século XIII.
A história da Ásia Central tem sido determinada principalmente pelo clima e geografia da região. A aridez da região faz com que a prática da agricultura e a sua distância para o mar a torne muito isolada do comércio. Por conseguinte, apenas se formaram algumas grandes cidades, e a área foi dominada durante milênios pelos povos nómades das estepes.
As relações entre os nômades das estepes e as populações sedentárias da Ásia Central têm sido controversas. O estilo de vida nómade era bem adequado para a prática da guerra e os cavaleiros das estepes estavam entre os povos da segunda maior potência militar do mundo, mas foram limitados pela falta de unidade interna. Nos momentos em que muitas tribos estavam sob o comando de grandes líderes criaram exércitos quase imparáveis, com a invasão da Europa realizada pelos hunos, os ataques de Wu Hu a China e, especialmente, a conquista de grande parte da Eurásia pelos mongóis.
O domínio dos nômades terminou no século XVI, quando as armas de fogo permitiram aos povos sedentários controlar a região. Desde então, Rússia, China e outras potências expandiram pela região e chegaram a assumir a maior parte da Ásia Central no século XIX.
Tabvla Asiae II
Cláudio Ptolomeu (Claudius Ptolemaeus)
“Ptolemaeus La Geografia”, de Ruscelli, que publicou novos mapas (Tabula Nova) em conjunto com originais de Ptolomeu. Edição de 1598 do atlas, publicada em Veneza por G. Ziletti, a única com elementos decorativos
Gravura: 247 x 178 mm
Mapa Ptolomaico da Ásia Central, bem diferente dos mapas atuais, que representa a área compreendida entre o Mar Negro e o Mar de Azov, a sudoeste, e a extremidade do Mar Cáspio, a sudeste. Está decorado com as colunas de Alexandre, o Grande, que marcam o seu avanço na Ásia Central.
--- TARTÁRIA ---
A Tartária (também conhecida como Grande Tartária) era um nome utilizado pelos europeus desde a Idade Média até o século XX para designar uma grande extensão de território da Ásia Central e setentrional que se estendia do Mar Cáspio e das Montanhas Urais até o Oceano Pacífico, habitado pelos povos turcomanos e mongóis do Império Mongol, genericamente chamados de tártaros. O território conhecido por este nome abrange as regiões atuais da Sibéria, Turquestão (com exceção do Turquestão Oriental), Grande Mongólia, Manchúria e, por vezes, o Tibete.
A Tartária frequentemente era dividida em seções, com prefixos que indicavam o nome da autoridade dominante ou da localização geográfica. Assim, a Sibéria ocidental era a "Tartária Moscovita" ou "Russa", o Turquestão oriental (posteriormente o Xinjiang chinês) e a Mongólia eram a "Tartária de Catai" ou "Chinesa", o Turquestão ocidental (mais tarde conhecido como Turquestão Russo) era conhecido como "Tartária Independente", e a Manchúria como "Tartária Oriental".
À medida que o Império Russo se expandiu para leste, mais da Tartária foi se tornando conhecido para os europeus, e o termo passou gradualmente a ser menos usado. As regiões europeias a norte do Mar Negro que eram habitadas por povos turcomanos ficaram conhecidas como Pequena Tartária.
O "deserto de Komul da Tartária" foi mencionado pelo pensador alemão Immanuel Kant nas suas Observações sobre o Sentimento do Belo e do Sublime como uma "grande [e] infinita solidão".
Na Rússia há o Tataristão ou República Autónoma da Tartária, cuja capital é Qazan e que é atravessado pelo rio Volga. Em 21 de março de 1992 a região aprovou sua soberania através do voto, apesar de não desejar a independência.
Tartaria
Petrus Bertius (1565-1629)
“Tabularum geographicarum contractarum”, edição alemã, 1603 (em miniatura)
Gravura: 121 x 85 mm
O mapa abrange a atual Sibéria, a Ásia Central, o Deserto de Gobi e destaca a Grande Muralha da China, erigida para conter os Mongóis.
"Tabularum geographicarum contractarum", 2ª edição em latim, 1616
Gravura: 132 x 93 mm
Este mapa da Tartária que engloba grande parte da atual Sibéria e norte da China, apresenta uma gravação clara e atrativa. Inclui ainda a costa noroeste da América (Alaska) bem como a secção norte da Grande Muralha da China. A Coreia, embora sem nome, é representada como uma ilha.
Tartariae Sive Magni Chami Regni Tipvs
Abraham Ortelius (1527-1598)
“Theatrum Orbis Terrarum", edição de Turrini, 1655
Gravura: 103 x 83 mm
Encantador mapa do Império Tártaro onde é evidente a simples, mas eficaz gravação. A área representada estende-se da fronteira com a Europa, às ilhas do Japão, e toda a costa ocidental da América do Norte e Califórnia.
Grande Tartarie
Alain Manesson Mallet (1630-1706)
“Description de l’ Univers”, edição alemã, 1685
Gravura: 104 x 148 mm
Mapa apresentado sob a forma de cartaz, mostra todo o nordeste da Ásia, desde Moscovo ao Japão, e do Ártico à fronteira da Índia. Esta região era então conhecida por ‘Tartária’, o país dos Tártaros e de Gengis Khan, e inclui a atual Sibéria, bem como o Deserto de Gobi, e o nordeste da China. Foi nesta época que os Tártaros governaram grande parte da atual China.
A Sarmácia era uma região da estepe eurasiática habitada pelos sármatas. Maciej Miechowita (1457–1523) usou a "Sarmácia" para a região do Mar Negro e dividiu-a em Sarmácia Europa, que incluía a Europa Central Oriental, e Sarmácia Asiática. Filippo Ferrari (1551-1626) também a dividiu em duas.
Sarmácia Asiática foi o nome usado na Geografia de Ptolomeu (c. 150) para uma parte da Sarmácia, uma grande região que incluía partes da Europa e Ásia.
A Sarmácia Europeia estava situada mais a oeste, e correspondia em grande parte ao que mais tarde ficou conhecido como Grão-Ducado da Lituânia; mais tarde, Intermarium; e, atualmente, a Iniciativa Três Mares. Sarmácia esteve presente na maioria dos mapas da região desde a época de Ptolomeu até o final do século XVIII.
A Cítia foi uma região na Eurásia habitada na Antiguidade por um grupo de povos iranianos falantes de línguas iranianas conhecidos como citas, entre o século VIII a.C. e II d.C. A localização e extensão da Cítia varia com o tempo, da região dos Montes Altai onde as fronteiras de Mongólia, China, Rússia e Cazaquistão se encontram à região do baixo Danúbio na Bulgária. Os sacas eram citas asiáticos e eram conhecidos como sai pelos chineses.
Sarmatia e Scythia
Alain Manesson Mallet (1630-1706)
“Description de l’ Univers”, edição alemã, 1685
Gravura: 105 x 152 mm
A gravura mostra 5 mapas do nordeste da Ásia representando o conhecimento, ou falta dele, das regiões que eram conhecidas de Sarmatia e de Scythia.
Carte de la Tartarie Occidentale
Jacques Nicholas Bellin (1703-1772)
“Histoire Generale des Voyages”, de Abbé Prévost d’ Exiles, edição holandesa, 1757
Gravura: 310 x 222 mm
Este fascinante mapa da Tartária ocidental assinala ainda as regiões vizinhas da Sibéria, China e o Deserto de Gobi. Os maiores rios, lagos e cordilheiras estão representados, bem como parte da Grande Muralha da China. Ilustra ainda as maiores rotas que atravessam a região, e muitas cidades incluindo Peking, Swenwa, Taytong, Yungping e So-Chew. Dotado de interessante detalhe topográfico, inclui notas explicativas nos pontos de maior destaque.
Carte de la Tartarie Orientale
Jacques Nicholas Bellin (1703-1772)
"Histoire Generale des Voyages”, de Abbé Prévost d’ Exiles, edição francesa, 1757
Gravura: 313 x 210 mm
O mapa abrange a área em torno da fronteira russo-chinesa. O rio Amur (a fronteira internacional) corre da parte central para o norte do mapa. A maior parte da região representada diz respeito à Manchúria, destacando-se na parte inferior esquerda os pontos mais a norte da China e da Grande Muralha. A ilha russa de Sakhalin surge ao largo no Oceano Pacífico.
Carte de la Perse, de la Georgie et de la Tartarie Independante
Rigobert Bonne (1727-1795)
"Atlas de toutes les parties connues du Monde”, editado por Raynal, 1780-81
Gravura: 316 x 211 mm
Este extenso mapa da Pérsia e Ásia Central mostra uma vasta área desde o Mar Negro, ao extremo ocidental da China. As estepes representam uma grande parte do sector oriental do mapa, dando lugar depois ao Deserto de Gobi, o domínio dos temíveis Tártaros.
“Atlas de toutes les parties connues du Monde”, editado por Raynal, 1781
Gravura: 320 x 212 mm