Macau é uma das regiões administrativas especiais (RAEM) da China desde 20 de dezembro de 1999, sendo a outra Hong Kong. Antes desta data, Macau foi colonizada e administrada por Portugal durante mais de 400 anos e é considerada o primeiro entreposto, bem como a última colónia europeia na Ásia.
Os portugueses estabeleceram-se provisoriamente em Macau entre 1553 e 1554, sob o pretexto de secar a sua carga. Em 1557, as autoridades chinesas autorizaram os portugueses a estabelecerem-se permanentemente em Macau, concedendo-lhes um considerável grau de autogoverno. Em troca, os portugueses foram obrigados a pagar aluguel anual (cerca de 500 taéis de prata) e certos impostos a estas autoridades, que defendiam que Macau continuava a ser parte integrante do Império Chinês.
As autoridades chinesas tiveram desde sempre algum medo e desprezo pelos estrangeiros, passando a supervisionar atentamente os portugueses de Macau e a exercer, até meados do século XIX, uma grande influência na administração deste entreposto comercial. Desde então, Macau desenvolveu-se como intermediário no comércio triangular entre a China, o Japão e a Europa, numa época em que as autoridades chinesas proibiram o comércio direto com o Japão por mais de cem anos. Este lucrativo comércio trouxe enorme prosperidade para Macau, tornando-a numa grande cidade comercial e ajudando-a a atingir o seu auge nos finais do século XVI e inícios do século XVII.
Emblema
Amacao in Chyna (Meissner, 1638-43)
De Stad Macao (Valentijn, 1726) Novo !
Plan de la Ville et du Port de Macao (Bellin, 1746)
Carte de l'Entrée de la Riviere de Canton - Macau (Bellin, 1757)
Plan de la Baye d'Awatska sur la Côte Orientale du Kamtschatka
Plan du Japon ou Nipon
Plan du Typa en de Macao (Bonne, 1788)
Amacao in Chyna
Daniel Meissner (1585-1625)
“Sciographia Cosmic", editada por Paulus Fürst,
Nuremberga, 1638-43
Gravura: 150 x 99 mm
A cidade de Macau atual território da República Popular da China, esteve ligado ao Império Português de 1557 até 1999.
De Stad Macao
François Valentijn (1666–1727)
"Oud en Nieuw Oost-Indiën" (Old and New East-India), 1726
Gravura: 356 x 271 mm
Esta detalhada gravura, intitulada "DE STAD MACAO" (A Cidade de Macau), oferece uma vista panorâmica abrangente do histórico porto comercial português na China.
Originária da obra monumental de François Valentijn, "Oud en Nieuw Oost-Indiën" (Velha e Nova Índia Oriental), a gravura ilustra meticulosamente o traçado urbano da cidade, os seus edifícios proeminentes e o movimentado porto repleto de navios. Este registro visual captura a essência de Macau no século XVIII, destacando a sua importância estratégica como porta de entrada para o comércio entre o Oriente e o Ocidente.
Plan de la Ville et du Port de Macao
Jacques Nicholas Bellin (1703-1772)
“Histoire Generale des Voyages”, de Abbé Antoine-François Prévost d’ Exiles, edição de Paris, 1746
Gravura: 168 x 210 mm
Esta detalhada gravura em cobre do século XVIII apresenta uma Planta da Cidade e do Porto de Macau. O mapa ilustra meticulosamente a península e a baía de Macau, destacando as suas fortificações, edifícios proeminentes e ilhas vizinhas, como "L'Isle de Macao" e "L'Isle de Deux Pretres".
Uma rosa dos ventos e uma escala em "Toises" estão incluídas, refletindo a precisão da hidrografia do século XVIII.
Esta obra cartográfica foi publicada como parte da monumental "Histoire Générale des Voyages" de Antoine-François Prévost d'Exiles, fornecendo a navegadores e académicos contemporâneos insights geográficos essenciais sobre este importante porto comercial do Leste Asiático.
Carte de l'Entrée de la Riviere de Canton - Macau
Jacques Nicholas Bellin (1703 -1772)
“Histoire Generale des Voyages”, de Abbé Prevost d’ Exiles, 8ª Edição publicada em Paris, 1757
Gravura: 206 x 258 mm
Detalhada gravura em cobre do século XVIII que apresenta um "Mapa da Entrada do Rio Cantão". Ilustra meticulosamente o Delta do Rio das Pérolas ao redor de Cantão, incluindo a sua intrincada rede de ilhas, litorais e canais. O mapa estende-se para mostrar Macau na sua extremidade sul. Com Cantão na parte superior e Macau na inferior, entre ambas estão representadas a Ilha Lintem, a Grande Ilha do Tigre, o Rio de Fokien, a Torre do Leão, o Rio Taho e vários outros pontos e edificações. Cantão aparece dividida em Cidade dos Chineses e Cidade dos Tártaros.
Uma rosa dos ventos e uma escala estão incluídas, refletindo a precisão da hidrografia do século XVIII para navegação e comércio nesta região crucial da China.
Esta obra cartográfica foi publicada como parte da monumental Histoire Générale des Voyages, de Antoine-François Prévost d'Exiles, fornecendo a navegadores e académicos contemporâneos insights geográficos essenciais.
Plan de la Baye d'Awatska sur la Côte Orientale du Kamtschatka
Partie du Japon ou Nipon
Plan du Typa en de Macao
Rigobert Bonne (1727-1795), engenheiro hidrógrafo da Marinha Francesa
"Atlas Encyclopedique", edição de 1788
Gravura: 235 x 346 mm
Mapa fascinante pelo detalhe náutico, traça a rota seguida pelos navios na terceira viagem do Capitão James Cook, depois da sua morte no Hawai. Está dividido em quatro secções: a Baía de Awatska, na Península de Kamchatka, com um encarte do porto de St. Pierre e St. Paul (visitado em 1779); Macau (1780) com detalhe da cidade, portos e pequenas ilhas; a costa do Japão; e três pequenas ilhas no Pacífico Sul.
Nagasaki (lit. "cabo longo"; historicamente também conhecida como Nangasáqui e Nangasaque), é a capital e maior cidade da Prefeitura de Nagasaki, na Ilha Kyushu, Japão. Nagasaki foi um centro de influência colonial portuguesa entre os séculos XVI e XIX, e igrejas e locais cristãos em Nagasaki foram propostos para inscrição na Lista de Patrimónios Mundiais da UNESCO.
Uma pequena vila de pescadores em porto isolado, Nagasaki tinha pouca significância histórica até o contato com os exploradores portugueses em 1543. Um dos primeiros visitantes foi Fernão Mendes Pinto, que veio de Vila do Bispo numa embarcação portuguesa que atracou próximo a Tanegashima.
Pouco depois, embarcações portuguesas começaram a navegar para o Japão como cargueiros regulares, aumentando o contato e as relações comerciais entre o Japão e o resto do mundo, particularmente com a China, com quem o Japão anteriormente havia cortado os seus laços comerciais e políticos, principalmente devido a uma série de incidentes envolvendo a pirataria Wokou no Mar do Sul da China, com os portugueses agora servindo como intermediários entre os dois países asiáticos.
Após vantagens mútuas derivadas desses contatos comerciais, que logo seria reconhecido por todas as partes envolvidas, a falta de um porto marítimo adequado em Kyushu com o propósito de abrigar navios estrangeiros representou um grande problema tanto para os comerciantes quanto para os daimiôs (senhores feudais) de Kyushu, que esperavam obter grandes vantagens do comércio com o portugueses.
Enquanto isso, o missionário jesuíta navarrês São Francisco Xavier chegou à Kagoshima, no sul de Kyūshū, em 1549, e logo iniciou uma campanha de evangelização pelo Japão, mas foi para a China em 1552 e faleceu pouco depois. Os seus seguidores permaneceram convertendo um grande número de daimiôs. O mais notável entre eles era Ōmura Sumitada. Em 1569, Ōmura garantiu uma permissão para o estabelecimento de um porto com o propósito de abrigar embarcações portuguesas, Nagasaki, que foi finalmente criada em 1571, sob a supervisão do missionário jesuíta Gaspar Vilela e o capitão-major português Tristão Vaz de Veiga, com o auxílio pessoal de Ōmura.
A pequena vila portuária rapidamente cresceu para uma cidade portuária diversa, e produtos portugueses importados por Nagasaki (como tabaco, pão, têxteis e um pão-de-ló português chamado Castela) foram assimilados à cultura japonesa. O tempura derivado de uma receita originalmente conhecida como "peixinho-da-horta", e que tem seu nome tirado da palavra portuguesa "tempero", é outro exemplo dos efeitos desse intercâmbio cultural. Os portugueses também trouxeram muitos bens da China.
In Wikipédia
Plano de Nagasaki
Província de Hizen, 1778
Imagem de uma carraca portuguesa em Nagasaki.
Biombo japonês do século XVII.