SEXTA-FEIRA DA 12ª SEMANA COMUM
ano ímpar
Primeira Leitura: Gênesis 17,1.9-10.15-22
Salmo Responsorial 127(128)R- Será assim abençoado todo aquele que respeita o Senhor
Evangelho: Mateus 8,1-4
Quando Jesus desceu da montanha, grandes multidões o seguiram. 2 Nisso, um leproso se aproximou e caiu de joelhos diante dele, dizendo: “Senhor, se queres, tens o poder de purificar- me”. 3 Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse: “Eu quero, fica purificado”. No mesmo instante, o homem ficou purificado da lepra. 4 Então Jesus lhe disse: “Olha, não contes nada a ninguém! Mas vai mostrar-te ao sacerdote e apresenta a oferenda prescrita por Moisés; isso lhes servirá de testemunho”.
COMENTÁRIO:
Na primeira leitura temos o pacto feito por Deus com Abraão e o sinal externo, por parte do patriarca era a circuncisão: todos os homens deveriam ser circuncidados. A circuncisão dura até hoje entre os judeus e, no cristianismo, foi substituída pelo Batismo. A diferença da circuncisão dos hebreus com outros povos da antiguidade é que entre esses povos, a circuncisão era a iniciação à puberdade, mas entre os hebreus era feita logo após o nascimento e era uma relação especial com a divindade.
Jeremias e alguns outros profetas sempre lembravam ao povo que a circuncisão deveria ser feita, também, no coração, simbolicamente, e não apenas no corpo. Ou seja, não deveria ser apenas externa, mas acompanhada do amor a Deus e ao próximo. Nosso Batismo é a mesma coisa: não adianta saber que se é batizado, mas viver como uma pessoa batizada, sempre ouvindo e procurando praticar os ensinamentos de Jesus, que nasceu, viveu e morreu para nos salvar. O Batismo nos faz membros do novo povo de Deus, a Igreja. Devemos renová-lo todos os dias, com a intenção firme de nos convertermos a cada dia que temos pela frente.
No evangelho vemos Jesus tocando a mão no leproso, coisa impensável naqueles tempos. As pessoas que tocassem num leproso ficavam impuros e não podiam ir ao Templo. Com Jesus, entretanto, era diferente: quando ele tocava em alguém, não era ele quem ficava impuro, mas sim o doente que se purificava.
Diz o missal cotidiano que nós criamos critérios do que é normal ou não e nos aproximamo-nos ou não dos que vivem conosco, segundo esses critérios criados. Em nossas comunidades às vezes vemos os pobres com telescópios, nas revistas e tevê, e tecemos muitas palavras bonitas para amenizar a situação, mas poucos se animam a ajudar essas pessoas. Jesus não se limitou a olhar o leproso, mas tocou nele. Isso foi desconcertante para os costumes daquele tempo. Em nosso tempo, quem se anima a trabalhar de verdade com os marginalizados ficam sendo observados para serem apanhados em algum deslize, que não vai ser minimizado, mas, pelo contrário, aumentado.
Em suma: temos que ser profetas de verdade, não apenas com palavras. Temos que apostar num mundo melhor e mais justo, confiar na conversão das pessoas. E, quanto a nós, procurarmos cada vez mais perseverarmos no caminho da santidade. Se Abraão não ouvisse Deus e permanecesse em sua terra, não haveria o povo hebreu e depois o judeu. Quanto a nós, se todos se convertessem, tenho certeza que a pandemia acabaria. Deus não a causou, mas a faria cessar.