2º DOMINGO DA PÁSCOA-ANO A
DOMINGO DA DIVINA MISERICÓRDIA
TEXTOS DAS LEITURAS - CNBB
Salmo Responsorial 117 (118) - R- Dai graças ao Senhor porque ele é bom! Eterna é a sua misericórdia!
Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e pondo-se no meio deles, disse: 'A paz esteja convosco'. 20Depois destas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor. 21Novamente, Jesus disse: 'A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio'. 22E depois de ter dito isto, soprou sobre eles e disse: 'Recebei o Espírito Santo. 23A quem perdoardes os pecados eles lhes serão perdoados; a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos'.24Tomé, chamado Dídimo, que era um dos doze, não estava com eles quando Jesus veio. 25Os outros discípulos contaram-lhe depois: 'Vimos o Senhor!'. Mas Tomé disse-lhes: 'Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei'. 26Oito dias depois, encontravam-se os discípulos novamente reunidos em casa, e Tomé estava com eles. Estando fechadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: 'A paz esteja convosco'. 27Depois disse a Tomé: 'Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel'. 28Tomé respondeu: 'Meu Senhor e meu Deus!' 29Jesus lhe disse: 'Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!' 30Jesus realizou muitos outros sinais diante dos discípulos, que não estão escritos neste livro. 31Mas estes foram escritos para que acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome. Palavra da Salvação.
Hoje é celebrado o domingo da misericórdia. Foi o próprio Jesus que pediu a Santa Faustina que se instituísse este domingo depois da Páscoa para que se torne conhecida no mundo todo a infinita misericórdia divina.
Foi o Santo Papa João Paulo II que acatou o pedido e instituiu esta festa. Santa Faustina viveu no início do século passado e foi canonizada por esse mesmo Papa em 30 de abril de 2000.
Disse Jesus a essa santa: “A alma que recorrer à minha misericórdia não perecerá: Eu, o Senhor, vou defendê-la como minha própria glória, e na hora da morte não virei como um juiz, mas como Salvador. Diga à humanidade sofredora que se refugie em meu Coração Misericordioso e eu a preencherei de paz”.
Entretanto é bom lembrar que a misericórdia divina se estende apenas àqueles que a desejam. Jesus respeita a liberdade de escolha de cada um e não vai obrigá-lo a se converter, a pedir perdão. É uma escolha às vezes dolorosa, mas necessária.
E a conversão que se pede a quem deseja ser absolvido pela misericórdia divina está baseada na humildade, na pureza e simplicidade de vida e no amor pleno a Deus e ao próximo. Quem quiser obter a misericórdia divina é só pedir, mesmo que ainda esteja na lama. Jesus vai dar todas as condições materiais e espirituais para que essa pessoa vença os pecados e se realize na santidade de vida.
No evangelho de hoje vemos como Tomé custou a acreditar na ressurreição de Jesus. Ele só acreditaria vendo e tocando sua mão nas chagas. Jesus não o decepcionou: apareceu no domingo seguinte ao da ressurreição, que seria como este domingo de hoje, e permitiu que Tomé encostasse seus dedos nas chagas. Não consta que Tomé tenha tocado em Jesus. Ele finalmente acreditou.
Jesus, então, lembra que depois que ele fosse definitivamente para o céu, não o veríamos mais fisicamente e todos os que viessem depois disso teriam que acreditar sem ver. Mas chamou-nos de “bem-aventurados”: “Bem-aventurados os que creram sem ter visto”.
Não é fácil pregar o evangelho aos que não conhecem o amor de Deus. É difícil. Mas, com a ajuda divina e nosso empenho para vivermos na humildade, simplicidade, pureza e num amor profundo por Deus e pelo próximo, tudo será possível. O bom exemplo converte muito mais pessoas do que as palavras. E as palavras, se vêm acompanhadas pelo bom exemplo e por uma vida de santidade, também convertem, pois a conversão de uma pessoa que quer se converter mas não encontra forças para isso, é proporcionada pelo próprio Cristo.
A primeira leitura, Atos dos Apóstolos, fala da vida ideal do cristão: partilhar, viver numa comunhão perfeita entre irmãos. Talvez isso nunca tenha ocorrido de modo perfeito, mas houve uma tentativa e uma experiência verdadeira dessa partilha: “Ninguém considerava como próprias as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto em comum (...). Entre eles ninguém passava necessidade”. Atualmente podemos viver esse tipo de comunhão entre nós, embora num nível menor, nos disponibilizando em ajudar os necessitados. Sobretudo em conseguir sua promoção, capacitando-os para uma vida melhor. Se todos tentassem, muita coisa boa aconteceria.
Na segunda leitura S. Pedro nos lembra que precisamos passar primeiro por muitas provações aqui na terra para poder alcançarmos o céu e levar conosco muitas pessoas
No evangelho, segundo o missal dominical, temos três pontos fundamentais: 1- o poder que o Ressuscitado obteve com a ressurreição é transmitido aos discípulos; 2- a fé é um risco. Não se trata de tocar e ver (a incredulidade de Tome), mas de acolher um anúncio que é proclamado; 3- o objetivo a que o evangelista propõe em seu evangelho, como ele diz no final do texto, é obter a fé em Jesus, reconhecendo-o como Cristo e Filho de Deus, e assim fazer com que, pela fé, tenda-se à obtenção da vida eterna.
Precisamos confiar sempre no que a Igreja ensina, sem ter a ideia fixa de constatar tudo com argumentos e provas inquestionáveis. Precisamos crer sem ver sinais mirabolantes, estupendos. Crer na vida comum de cada dia, sem coisas extraordinárias. Os santos, na maioria, viveram esse tipo de vida simples e humilde. Lembro-me de repente de Santa Teresinha: viveu sempre uma vida simples, humilde, sem grandes acontecimentos. Viveu o dia de hoje, o dia a dia.