TERÇA-1TP

3ª FEIRA DA OITAVA DA PÁSCOA

02/04/2024

TEXTOS DAS LEITURAS - CNBB 


Primeira Leitura: Atos 2,36-41

Salmo Responsorial: 32(33)-R= Transborda em toda a terra a bondade do Senhor.

Evangelho: João 20,11-18 

Naquele tempo: 11Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se e olhou para dentro do túmulo. 12Viu, então, dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13Os anjos perguntaram: 'Mulher, por que choras?' Ela respondeu: 'Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram'. 14Tendo dito isto, Maria voltou-se para trás e viu Jesus, de pé. Mas não sabia que era Jesus. 15Jesus perguntou-lhe: 'Mulher, por que choras? A quem procuras?' Pensando que era o jardineiro, Maria disse: 'Senhor, se foste tu que o levaste dize-me onde o colocaste, e eu o irei buscar'. 16Então Jesus disse: 'Maria!' Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: 'Rabuni' (que quer dizer: Mestre). 17Jesus disse: 'Não me segures. Ainda não subi para junto do Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus'. 18Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: 'Eu vi o Senhor!', e contou o que Jesus lhe tinha dito. Palavra da Salvação.

Comentário:

Uma das frases de Jesus que me dão muita paz é o versículo 17: “...subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”.

Quem tinha alguma dúvida de que somos filhos de Deus, esclarece-a com essa frase. O próprio Jesus, e não um outro escritor, afirma que Deus é nosso Pai. Não há como retrucar ou negar.

Outra coisa é o fato como Maria Madalena conheceu Jesus: quando ele a chamou pelo nome. Geralmente nós guardamos os nomes dos que conosco vivem, dos que partilham suas vidas conosco. Jesus partilhou sua vida com os discípulos, com essas mulheres que o seguiam, com um punhado de gente. Eles se conheciam pelo nome. Tinham dormido, juntos, muitas noites, ao relento, nas longas caminhadas, haviam feito inúmeras refeições juntos. Podemos dizer que Jesus e os Apóstolos eram entre si amigos íntimos. O nome, nesse caso, significa muito. É como a “marca registrada” da amizade que os une.

A pergunta de Jesus: “Por que choras?”, pode também ser feita a cada um de nós: Por que choras? Eu ressuscitei! Eu te livrei do pecado, do castigo eterno! Eu trouxe a vida para todos vós! Não há motivo para chorar.

No entanto, muitos continuam chorando e se lamentando... e eu me pergunto o porquê. Talvez seja falta de fé numa vida eterna. Talvez seja o apego demasiado às coisas terrenas. Talvez seja a desconfiança de que “estou sendo enganado e nada do que aprendi sobre a religião é verdadeiro”...

Há um santo que vivia num convento e percebeu que sua morte estava chegando. Colocou a túnica como que para a Missa e deitou-se ao chão, aguardando o momento, que demorava. Despediu-se dos irmãos da comunidade, distribuiu as poucas coisas que tinha (um pouco de pimenta numa caixinha e outras pequenas coisinhas). Morreu sorrindo para a vida eterna que o acolhia, rodeado pelos irmãos de congregação, que choravam. Era muito querido na comunidade.

Quantos de nós vamos manter a paz diante da morte? Para falar a verdade, nem eu lhes garanto que vou proceder dessa maneira. O Pe. Inácio Kriguer, de Sorocaba, foi um que morreu desse jeito, placidamente. Pediu aos dois padres que estavam ao seu lado que rezassem com ele o Pai-nosso. Ele rezou com muita dificuldade, por causa da falta de ar nos pulmões, e devagar. No final do Pai-nosso, disse “Amém” e exalou o último suspiro. Para falar a verdade, eu até fiquei com uma “santa” inveja da morte desse meu amigo.

A primeira leitura nos mostra, por meio de Pedro, que reconhecer que Jesus é Deus verdadeiro e o Messias que nos salvou pela sua morte na cruz e Ressurreição, isso é conseguido pela conversão e pelo Batismo. De nada vale um sem o outro. E Pedro garantiu aos seus ouvintes (e consequentemente a nós) que nós receberemos, pelo Batismo, o dom do Espírito Santo.

A mensagem principal que vejo nas leituras de hoje é a necessidade de sermos amigos uns dos outros, amarmo-nos como Deus nos ama, e confiar na palavra de Jesus quando ele diz que nós somos filhos do Pai Eterno e ressuscitaremos. Nós demonstramos que estamos dispostos a fazer isso na vida toda ao aceitarmos nosso Batismo e aprimorarmos cada vez mais nossa conversão.