4ª FEIRA DA 5ª SEMANA COMUM
TEXTOS DAS LEITURAS - CNBB
Leitura: Gênesis 2, 4b-9.15-17
Salmo 103(104) R- Bendize, ó minha alma, ao Senhor!
Evangelho de Marcos 7,14-23
Naquele tempo: 14Jesus chamou a multidão para perto de si e disse: 'Escutai todos e compreendei: 15o que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior. 16Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.' 17Quando Jesus entrou em casa, longe da multidão, os discípulos lhe perguntaram sobre essa parábola. 18Jesus lhes disse: 'Será que nem vós compreendeis? Não entendeis que nada do que vem de fora e entra numa pessoa, pode torná-la impura, 19porque não entra em seu coração, mas em seu estômago e vai para o fossa?' Assim Jesus declarava que todos os alimentos eram puros. 20Ele disse: 'O que sai do homem, isso é que o torna impuro. 21Pois é de dentro do coração humano que saem as más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, 22adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. 23Todas estas coisas más saem de dentro, e são elas que tornam impuro o homem.' Palavra da Salvação.
Na primeira leitura vemos a continuação da criação do mundo e de tudo o que há nele. Hoje vemos como Deus colocou o homem e depois a mulher, que nesta tradição foi criada depois do homem, no jardim do Éden, onde viveriam felizes, se não fosse o pecado deles. Na verdade, o paraíso terrestre é o sonho de Deus para o homem. Deus quer que o mundo seja dessa forma. Diz o Frei Carlos Mesters que o paraíso terrestre não é algo para dele termos saudade, coisa que já passou, mas é um projeto para algo que ainda pode vir, se os homens se unirem e deixarem o pecado. (Livro: “Paraíso Terrestre: Saudade ou Esperança?” Editora Vozes). Mas devo lembrar de que esse pecado, chamado de pecado original, realmente houve.
No Evangelho, Jesus explica o trecho de ontem, ou seja, por que ele não concordava na ideia de puro e impuro segundo os fariseus. Lembra que as leis têm por objetivo nos orientar, mas não nos escravizar. Se elas estão escravizando ou impedindo que façamos o bem, então perderam sua razão de ser. Ele explica que é o que sai do homem (más intenções, imoralidades, roubos, assassinatos, adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo) é que o deixa impuro, e não como os judeus acreditavam, que o que deixava impuro era, por exemplo, comer sem lavar as mãos, ou ter tocado algum doente etc., e não ligavam se haviam agido ou não com misericórdia e caridade.
Será que adianta, por exemplo, fazer um jejum rigoroso na sexta-feira mas se empanturrar de comida no sábado? Ou então comer bacalhau na Sexta-Feira Santa? O jejum desse dia é para se fazer penitência! Não considero, pelo menos para mim, uma penitência comer bacalhau. A começar pelo preço...
Será que muitos de nós ainda não estamos com essas ideias malucas na cabeça, de que coisas externas e mesmo o pecado nos impedem de nos aproximar de Deus, e acabamos desistindo de buscar o perdão e, consequentemente, encontrar a paz em nossa vida?