2ª FEIRA DA 4ª SEMANA COMUM
TEXTOS DAS LEITURAS - CNBB
Leitura: Hebreus 11,32-40
Salmo 30(31)-R- Fortalecei os corações, vós que ao Senhor vos confiais!
Evangelho de Marcos 5,1-20
Jesus e os discípulos chegaram à outra margem do lago, na região dos gerasenos. 2 Logo que Jesus desceu do barco, um homem que tinha um espírito impuro saiu do meio dos túmulos e foi a seu encontro. 3 Ele morava nos túmulos, e ninguém conseguia amarrá-lo, nem mesmo com correntes. 4 Muitas vezes tinha sido preso com grilhões e com correntes, mas ele arrebentava as correntes e quebrava os grilhões, e ninguém conseguia dominá-lo. 5 Dia e noite andava entre os túmulos e pelos morros, gritando e ferindo-se com pedras. 6 Ao ver Jesus, de longe, o homem correu, caiu de joelhos diante dele 7 e gritou bem alto: “Que queres de mim, Jesus, Filho de Deus Altíssimo? Por Deus, não me atormentes!” 8 Jesus, porém, disse-lhe: “Espírito impuro, sai deste homem!” 9 E perguntou-lhe: “Qual é o teu nome?” Ele respondeu: “Legião é meu nome, pois somos muitos”. 10 E suplicava-lhe para que não o expulsasse daquela região. 11 Entretanto estava pastando, no morro, uma grande manada de porcos. 12 Os espíritos impuros suplicaram então: “Manda-nos entrar nos porcos”. 13 Jesus permitiu. Eles saíram do homem e entraram nos porcos. E os porcos, uns dois mil, se precipitaram pelo despenhadeiro no lago e foram se afogando. 14 Os que cuidavam deles fugiram e espalharam a notícia na cidade e no campo. As pessoas saíram para ver o que tinha acontecido. 15 Chegaram onde estava Jesus e viram o possesso sentado, vestido e no seu perfeito juízo – aquele que tivera o Legião. E ficaram com medo. 16 Os que tinham presenciado o fato explicavam-lhes o que havia acontecido com o possesso e com os porcos. 17 Então, suplicaram Jesus para que fosse embora do território deles. 18 Enquanto Jesus entrava no barco, o homem que tinha sido possesso pediu para que o deixasse ir com ele. 19 Jesus, porém, não permitiu, mas disse-lhe: “Vai para casa, para junto dos teus, e anuncia-lhes tudo o que o Senhor, em sua misericórdia, fez por ti”. 20 O homem foi embora e começou a anunciar, na Decápole, tudo quanto Jesus tinha feito por ele. E todos ficavam admirados.
Na primeira leitura o autor está tentando convencer os seus leitores de que não devem voltar ao judaísmo. Em 11,1-31 mostrou os exemplos de fé dos antepassados e, no texto de hoje, conclui com uma síntese de tudo o que eles fizeram pelo Senhor. Mas, no versículo 39, atesta que “No entanto, todos eles, se bem que pela fé tenham recebido um bom testemunho, apesar disso não obtiveram a realização da promessa”. E conclui com o objetivo do texto de convencê-los a não abandonarem o cristianismo para voltarem ao judaísmo: “Pois Deus estava prevendo, para nós, algo melhor. Por isso não convinha que eles chegassem à plena realização sem nós”. Os cristãos judeus sentiam maior segurança na religião dos pais, uma vez que “só lhes eram oferecidas a palavra e a vida de Jesus, homem controvertido e politicamente fracassado” (missal cotidiano).
Quando temos essa tentação de voltarmos a uma vida mais segura, mas menos santa, confiemos na palavra de Jesus transmitida pela Santa Igreja. Tenhamos fé e confiança. O que parece agora obscuro se tornará mais claro à medida em que formos adentrando no caminho da santidade.
No evangelho, diz o missal cotidiano : “Com tal milagre, o evangelista, de um lado, apresenta Jesus como o mensageiro de Deus que traz ao mundo as divinas energias da salvação espiritual, e, de outro, a título de estímulo para os seus leitores recém-vindos do paganismo, sublinha a admiração demonstrada também pelos pagãos por Jesus e mostra como um deles, logo depois de curado e convertido, se tornou, por vontade de Jesus, missionário em sua própria terra pagã”.
Eu costumo comentar, quando há esse trecho do evangelho, que as pessoas preferiam deixar o homem possuído, ou seja, doente, a terem seus porcos mortos. Ou seja; o prejuízo econômico, para eles, é pior do que a doença ou outros problemas humanísticos.
Outra coisa interessante é que essa é a única vez que Jesus pede para alguém que ele tenha curado, falar para todos o que ele lhe fez. Nas outras vezes, Jesus manda que se cale e que não diga nada a ninguém. Os entendidos no assunto dizem que isso foi porque Jesus não precisava se preocupar com os pagãos. Quem queria matá-lo era o povo judeu, que acreditava no Deus verdadeiro. Os que acreditavam em outros deuses não lhe ofereciam nenhum perigo de morte. Isso não parece uma incoerência? Pois é isso que vemos hoje em dia. Às vezes os que não seguem a Igreja têm maior misericórdia dos que a seguem.