1ª Leitura: Isaías 43,16-21
Salmo Responsorial 125(126)R- Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!
2ª Leitura: Filipenses 3,8-14
Evangelho: João 8, 1-11
Naquele tempo: 1Jesus foi para o monte das Oliveiras. 2De madrugada, voltou de novo ao Templo. Todo o povo se reuniu em volta dele. Sentando-se, começou a ensiná-los. 3Entretanto, os mestres da Lei e os fariseus trouxeram uma mulher surpreendida em adultério. Colocando-a no meio deles, 4disseram a Jesus: 'Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. 5Moisés na Lei mandou apedrejar tais mulheres. Que dizes tu?' 6Perguntavam isso para experimentar Jesus e para terem motivo de o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, começou a escrever com o dedo no chão. 7Como persistissem em interrogá-lo, Jesus ergueu-se e disse: 'Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra.' 8E tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão. 9E eles, ouvindo o que Jesus falou, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos; e Jesus ficou sozinho, com a mulher que estava lá, no meio do povo. 10Então Jesus se levantou e disse: 'Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou ?' 11Ela respondeu: 'Ninguém, Senhor.' Então Jesus lhe disse: 'Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais.' Palavra da Salvação.
COMENTÁRIO:
Na primeira leitura Isaías quer reavivar a frágil esperança dos exilados com o anúncio da libertação, que será semelhante ao êxodo, mas com uma grande novidade: “Eis que vou realizar uma coisa nova”. Se irmos além da parte histórica, poderemos ver aí um nítido significado messiânico (anúncio do Messias, que é Jesus) e escatológico (menção da vida eterna liberada a todos nós por Jesus Cristo). (Missal dominical)
Na segunda leitura São Paulo fala aos filipenses que por causa de Cristo ele perdera tudo, considerava-se como um lixo, mas o objetivo era ganhar Cristo e estar unido a ele, baseado não tanto simplesmente no cumprimento da lei, mas na justiça por meio da fé em Cristo, justiça essa que vem de Deus. Para conseguir isso é necessário conhecer Jesus, experimentar a força de sua ressurreição, ficar em comunhão com os seus sofrimentos, tornar-se semelhante a ele em sua morte, para ver se alcançamos a ressurreição dentre os mortos. S. Paulo diz ainda que não alcançou isso, mas corre para alcançar. Aí diz uma frase de que eu gosto muito e sobre ela gosto de refletir: “ESQUECENDO O QUE FICA PARA TRÁS, EU ME LANÇO PARA O QUE ESTÁ NA FRENTE”. E se deixarmos para trás os nossos pecados, pedindo sinceramente perdão de todos eles a Deus, se recomeçarmos uma vida nova, alcançaremos a felicidade da Vida Eterna.
O evangelho fala da mulher adúltera. Uma das coisas que me intrigam nesse relato é que, para haver adultério, é necessário que haja duas pessoas. Onde estava o homem desse caso? Sim, porque na lei deles, ambos deveriam ser apedrejados. Faltou aí o senso de justiça.
Entretanto, Jesus foi além da justiça e agiu com misericórdia. Perdoou a mulher, mas teve que usar a inteligência, a fim de não ser “enquadrado” como não cumpridor das leis. Deixou que os acusadores decidissem, mas com muita maestria: “Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra”.
Jesus conhecia cada um dos que ali estavam e sabia de seus pecados. Talvez o próprio companheiro de adultério da mulher estivesse por ali, disfarçado, também ele com uma pedra na mão.
Muitas pessoas condenam outras facilmente, esquecendo-se de que também são pecadoras. Se quisermos perdão, também temos que perdoar.
Mas fica aqui um alerta, alerta esse que o próprio Jesus deu à pecadora: ”Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais”. Quem deseja ser perdoado(a), deve se comprometer a não voltar a pecar. A luta deve ser uma constante em nossa vida.