1ª leitura: Neemias 8,2-4a.5-6
Salmo 18b(19) R- Vossas palavras, Senhor, são espírito e vida!
2ª leitura: 1 Coríntios 12,12-30
Evangelho de Marcos Lucas 1,1-4;4,14-21
"1.Muitos empreenderam compor uma história dos acontecimentos que se realizaram entre nós, 2.como no-los transmitiram aqueles que foram desde o princípio testemunhas oculares e que se tornaram ministros da palavra. 3.Também a mim me pareceu bem, depois de haver diligentemente investigado tudo desde o princípio, escrevê-los para ti segundo a ordem, excelentíssimo Teófilo,* 4.para que conheças a solidez daqueles ensinamentos que tens recebido.""14.Jesus, então, cheio da força do Espírito, voltou para a Galileia. E a sua fama divulgou-se por toda a região. 15.Ele ensinava nas sinagogas e era aclamado por todos. (= Mt 13,53-58 = Mc 6,1-6) 16.Dirigiu-se a Nazaré, onde se havia criado. Entrou na sinagoga em dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler. 17.Foi-lhe dado o livro do profeta Isaías. Desenrolando o livro, escolheu a passagem onde está escrito (61,1s):* 18.O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a Boa-Nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, 19.para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor. 20.E, enrolando o livro, deu-o ao ministro e sentou-se; todos quantos estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21.Ele começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu este oráculo que vós acabais de ouvir”."
Comentário:
A primeira leitura nos conta como o sacerdote Esdras promulga a lei baseado no livro encontrado no templo depois de muitos anos. É como uma liturgia da palavra: louvor a Deus, leitura do livro (que no caso era o Deuteronômio), e a homilia. O povo, nesse caso, chora, arrependido dos males que até então estava fazendo. Esdras termina o encontro retomando a alegria, à festividade e despedem o povo com a expectativa de continuarem o festejo em suas casas, com “carnes gordas, bebidas doces”, que também deveriam repartir com os que nada tivessem preparado. O motivo: “porque a alegria do Senhor será a vossa força”.
Devemos nos perguntar se nossos domingos são assim: encontro na igreja, com a comunidade, escuta com atenção da palavra de Deus, tocar-se profundamente com ela, ouvir com atenção a pregação do ministro que pregou a palavra e arrepender-se dos pecados, se propondo a uma vida nova. Depois, estar com a família, na alegria do domingo...
A segunda leitura nos mostra como somos membros independentes de um mesmo corpo, o corpo místico de Cristo. Mesmo independentes e únicos, devemos nos preocupar uns com os outros e nos mantermos unidos, mesmo conservando a diversidade. Essa união está baseada no ágape, ou seja, no amor de Deus manifestado em Jesus Cristo. Esse amor comunitário deve ir bem além da simples tolerância das posições aparentemente inconciliáveis.
Já no Evangelho, Lucas dá início à sua narração dos acontecimentos em torno de Jesus. Conta como ele anunciou sua missão na sinagoga de Nazaré ao ler um trecho do profeta Isaías, cujo tema principal é o anúncio da Boa Nova aos pobres. É justamente isso que Jesus estava começando a fazer: estava iniciando sua missão de levar aos pobres o anúncio da boa nova da salvação, que é estendida a todos.
A preocupação nossa pelos pobres, pelos cativos (em todos os sentidos, material e espiritual), pelos cegos (tanto fisicamente quanto espiritualmente), pelos oprimidos (tanto física como espiritualmente) é a mesma da preocupação de Jesus?