25º DOMINGO DO TEMPO COMUM-C
TEXTOS DAS LEITURAS - CNBB
Salmo Responsorial 112(113)R- Louvai o Senhor, que eleva os pobres!
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – [Naquele tempo, 1Jesus dizia aos discípulos:] “Um homem rico tinha um administrador que foi acusado de esbanjar os seus bens. 2Ele o chamou e lhe disse: ‘Que é isso que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, pois já não podes mais administrar meus bens’. 3O administrador então começou a refletir: ‘O senhor vai me tirar a administração. Que vou fazer? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha. 4Ah! Já sei o que fazer, para que alguém me receba em sua casa quando eu for afastado da administração’. 5Então ele chamou cada um dos que estavam devendo ao seu patrão. E perguntou ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu patrão?’ 6Ele respondeu: ‘Cem barris de óleo!’ O administrador disse: ‘Pega a tua conta, senta-te depressa e escreve cinquenta!’ 7Depois ele perguntou a outro: ‘E tu, quanto deves?’ Ele respondeu: ‘Cem medidas de trigo’. O administrador disse: ‘Pega tua conta e escreve oitenta’. 8E o senhor elogiou o administrador desonesto, porque ele agiu com esperteza. Com efeito, os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz. 9E eu vos digo, usai o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas.
[10Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes, e quem é injusto nas pequenas também é injusto nas grandes. 11Por isso, se vós não sois fiéis no uso do dinheiro injusto, quem vos confiará o verdadeiro bem? 12E se não sois fiéis no que é dos outros, quem vos dará aquilo que é vosso? 13Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro”.] – Palavra da salvação.
O trecho do evangelho de hoje é chamado de “O administrador infiel”, mas seria melhor chamá-lo de “ O administrador hábil”, pois mostra a habilidade do administrador em administrar o dinheiro a que tinha acesso.
Na verdade, ele renunciou ao seu lucro para granjear amigos que o recebessem depois de sua demissão do cargo. Sem muitas delongas, acho que isso se aplica a nós todos em relação aos bens que possuímos ou podemos possuir: como o administrador fez, devemos fazer também não apenas com o dinheiro, mas com tudo o que temos: usar a capacidade que Deus nos deu não para nos enriquecer e levar uma vida boa, mas para preparar um lugarzinho no céu. Ou seja, vale a pena diminuir nossas posses para estarmos no caminho da salvação e obtermos um bem infinitamente maior, que é entrarmos no paraíso.
Podemos nos exercitar nisso com coisas simples, do dia a dia. Vou dar um exemplo: em vez de comprar um vinho de 300 reais, compre um mais simples e dê a quantia economizada para uma instituição de caridade. É apenas um exemplo que pode ser aplicado em outras coisas.
Amós, na primeira leitura, fala que é insensato o homem que busca lucros fáceis em detrimento de outros. A insensatez está em que os que só pensam em dinheiro e em bem estar à custa de outros, vão ficar frustrados porque a vida termina logo e a eternidade nos espera. Se chegarmos lá de mãos vazias, não gozaremos a eternidade feliz que tanto Deus quer nos dar.
São Paulo fala para rezarmos pelas autoridades a fim de que sejam justas e não explorem os pobres.
O tema principal, pois, é este: aproveitar o que temos para conseguir o que ainda não temos, que é um lugar no céu. A partilha de nossos bens e de nossas capacidades, de nossas virtudes, de nosso tempo, é uma escolha sábia, pois é disso que vai depender nossa felicidade eterna. Não adianta nada possuirmos tudo nesta vida se, fechados num egoísmo doentio, não partilharmos, pois teremos nada na vida eterna.
Como dizia já São Francisco de Assis, eu só vou levar para a eternidade o que partilhei aqui na terra. Tudo o que eu recebi, vou deixar aqui. Exemplo: se você ganhou uma camisa, ela vai ficar. Se você deu uma camisa, esse ato de doação vai acompanhar você à outra vida.