07/09/2025
1ª Leitura: Sabedoria 9,13-18
Salmo Responsorial 89(90)-R- Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós
2ª Leitura: Filêmon 9b-10.12-17
Evangelho Lucas 14,25-33
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 25grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: 26“Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim não pode ser meu discípulo. 28Com efeito, qual de vós, querendo construir uma torre, não senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, 29ele vai lançar o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a caçoar, dizendo: 30‘Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’ 31Ou ainda, qual o rei que, ao sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se, com dez mil homens, poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? 32Se ele vê que não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para negociar as condições de paz. 33Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!” – Palavra da salvação
COMENTÁRIO:
A primeira leitura lembra-nos que somos fracos e limitados e por isso não podemos conhecer os desígnios de Deus a nosso respeito. Nossos pensamentos são tímidos, nossas reflexões são incertas. Nossas condições materiais tornam pesada a alma e nosso pensamento é cheio de lacunas e imperfeições.
Se mal conhecemos o que há na terra, como poderemos conhecer o que há no céu? Mas tudo é possível para o Senhor. Ele pode nos dar sabedoria e nos enviar seu Santo Espírito. Isso tornará retos os nossos caminhos e aprenderemos o que pode agradar o Senhor e seremos salvos pela Sabedoria. Sabemos, entretanto, que todo o plano salvífico de Deus se realiza no Cristo crucificado.
A segunda leitura, de Filemon, é a carta mais breve de S. Paulo e esclarece sobre a ação social da Igreja. As transformações verdadeiras na ordem socioeconômicas não são as que se realizam na violência, mas nas profundas convicções. Nesse contexto, Paulo, prisioneiro, recebe Onésimo, escravo que fugira da casa de Filemon, e se sente na obrigação de devolvê-lo, após tê-lo batizado e, portanto, libertado em Cristo. Entretanto Paulo, mesmo podendo forçar a situação, prefere insistir para que o próprio Filemon liberte o escravo, em vista da fé. A lição que talvez possamos ter nesse texto é o fato de que conversando conseguimos mais resultados positivos do que usando a violência. Como dizia S. Francisco de Sales, a gente pega mais moscas com uma gota de mel do que com um barril de vinagre.
Já no evangelho Jesus disse tudo o que disse para explicar que, na verdade, tudo o que fizermos deve ser feito com sua ajuda. Nós não temos chance de levar adiante qualquer coisa sem sua ajuda. “Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!” Ou seja: agir sabendo que as próprias forças (no caso do evangelho o dinheiro para a construção) não são nunca suficientes para uma vida de santidade. No caminho da santidade, ou temos a ajuda de Deus, ou nunca seremos santos.