10/08/2025
1ª Leitura: Sabedoria 18,6-9
Salmo Responsorial 32(33)-R- Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!
2ª Leitura: Hebreus 11,1-2.8-19
Evangelho de Lucas 12,32-48
"32.Não temais, pequeno rebanho, porque foi do agrado de vosso Pai dar-vos o Reino. 33.Vendei o que possuís e dai esmolas; fazei para vós bolsas que não se gastam, um tesouro inesgotável nos céus, aonde não chega o ladrão e a traça não o destrói. 34.Pois onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração”. (= Mt 24,42-51 = Mc 13,33-37) 35.“Estejam cingidos os vossos rins e acesas as vossas lâmpadas.* 36.Sede semelhantes a homens que esperam o seu senhor, ao voltar de uma festa, para que, quando vier e bater à porta, logo lha abram. 37.Bem-aventurados os servos a quem o senhor achar vigiando, quando vier! Em verdade vos digo: ele há de cingir-se, dar-lhes à mesa e os servirá. 38.Se vier na segunda ou se vier na terceira vigília e os achar vigilantes, felizes daqueles servos! 39.Sabei, porém, isto: se o senhor soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria sem dúvida e não deixaria forçar a sua casa. 40.Estai, pois, preparados, porque, à hora em que não pensais, virá o Filho do Homem.” 41.Disse-lhe Pedro: “Senhor, propões esta parábola só a nós ou também a todos?”. 42.O Senhor replicou: “Qual é o administrador sábio e fiel que o senhor estabelecerá sobre os seus operários para lhes dar a seu tempo a sua medida de trigo? 43.Feliz daquele servo que o senhor achar procedendo assim, quando vier! 44.Em verdade vos digo: lhe confiará todos os seus bens. 45.Mas, se o tal administrador imaginar consigo: Meu senhor tardará a vir, e começar a espancar os servos e as servas, a comer, a beber e a embriagar-se, 46.o senhor daquele servo virá no dia em que não o esperar e na hora em que ele não pensar, e o despedirá e o mandará ao destino dos infiéis. 47.O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe desobedeceu será açoitado com numerosos golpes. 48.Mas aquele que, ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis, será açoitado com poucos golpes. Porque, a quem muito se deu, muito se exigirá. Quanto mais se confiar a alguém, dele mais se há de exigir”. "
COMENTÁRIO:
A primeira leitura é uma recordação da libertação do Egito. Começa lembrando as promessas feitas aos antepassados, e davam crédito a esse juramento. Por isso se conservavam intrépidos, ou seja, sem desanimar, com muita esperança da liberdade. Se Deus libertou os hebreus do Egito, também iria libertá-los da escravidão.
Durante essa espera da libertação, celebram secretamente o sacrifício, fazendo um pacto divino: que todos eles participariam solidariamente dos mesmos bens e dos mesmos perigos. A leitura é colocada aqui, de certo modo, para preparar o assunto do evangelho de hoje. Nós também fazemos isso: celebramos a Eucaristia, o sacrifício de Cristo, enquanto estamos a caminho para o reino eterno do Senhor.
Na segunda leitura há aquela frase tão bonita e verdadeira, que se tornou famosa: “A fé é um modo de já possuir o que ainda se espera, a convicção acerca de realidades que não se veem”. E dá como exemplo Abraão, que obedeceu a Deus e deixou tudo em Ur para migrar para outra terra. Teve a experiência de desânimo quanto a ter um herdeiro, pois Sara era estéril. Quando conseguiu ter um filho, Deus lhe pede que o sacrifique a ele. Mas ele nunca desanimou. Confiou plenamente em Deus. Embora em vida não tivesse chegado ao que almejava, na morte Deus lhe concedeu viver para sempre na cidade celeste.
Nós também não podemos desanimar, por pior que esteja a nossa situação. Eu costumo aconselhar aos desanimados que comecem rezando apenas frases curtinhas a Deus, as famosas “jaculatórias”: “Meu Deus, eu vos amo”; “Meu Deus, me ajude”; “Jesus, Filho do Deus vivo, tende piedade de mim”. E outras parecidas com essas. Devem dizer isso o dia inteiro, de quando em quando. E Deus vai lhes dar ânimo e coragem para recomeçarem suas vidas.
No evangelho Jesus começa dizendo que devemos viver de modo simples, sem ambições desmedidas, praticar a caridade de todas as formas, tanto de modo espiritual como material (“vendei o que possuís e dai esmolas”).
Onde estiver nosso tesouro, aí estará também o nosso coração. Se formos apegados ao dinheiro, aos bens, só amaremos isso e nos fecharemos para Deus e para o próximo. E serão felizes os que forem encontrados vigilantes quando o Senhor vier, ou seja, em nossa morte. Se formos encontrados sem pecado e trabalhadores da Messe do Senhor, se formos pessoas caridosas e cuidamos de não permanecer em pecado, seremos levados ao céu.
Ele diz para estarmos sempre vigilantes, sempre praticando o bem, porque a morte nos leva deste mundo a qualquer momento e, nesse instante, devemos estar praticando o bem. Praticar o bem, a caridade, a oração, são instrumentos que nos conduzem pelo caminho da salvação. O pecado é o trem que nos leva ao inferno. Simples assim. Vale a pena lutarmos contra o pecado, a fim de estarmos sempre prontos para a nossa última hora.
Muitas pessoas chegam ao final da vida sem se arrependerem de seus pecados. O padre está ali, mas não pode ajudar a pessoa a buscar a misericórdia de Deus por meio do perdão. Que coisa triste! Mas há casos em que a pessoa se converte no final da vida. Será que se fizermos isso, ou seja, deixarmos para o final da vida nossa conversão, será que teremos essa sorte de nos convertermos?