385) inclinometros para taludes

As medições de deformação vertical e horizontal fornecem informações valiosas para a equipe técnica de campo e engenheiros responsáveis pelas estruturas geotécnicas.

Existem diferentes modelos de sistemas de inclinômetro e avanços na coleta remota de dados automatizados, e há muitos fatores a serem considerados ao determinar qual instrumento geotécnico é adequado para os requisitos de monitoramento geotécnico do seu projeto.

Existem  Inclinometros automatizados, como SAA, modelos de IPI e alguns deles com 250 m de profundidade. 

A instalação pode ocorrer tanto em Inclinometros existentes como em instalações novas com tubos específicos ABS.

A instalação em tubos de Inclinômetros de aço foi uma delas.

Segundo o fabricante do equipamento, os diferentes formatos de tubos para Inclinômetros não afetam a qualidade das leituras.

No entanto, a instalação pode exigir mais cuidado, uma vez que a prática comum e a documentação de suporte se concentram essencialmente em tubos de inclinômetro padrão.

É possível, tubos de aço,que possuem as ranhuras internas mais superficiais que facilita que o conjunto de rodas do sensor escape das ranhuras do tubo inclinômetro de aço.

Este pequenos detalhes podem ser verificados durante o Crosscheck do instrumento para que a metodologia de instalação seja devidamente ajustada entre a equipe técnica de campo que irá realizar a automação do instrumento em campo e os engenheiros responsáveis pelo projeto, eliminando assim a possibilidade obter resultados abaixo da precisão esperada do equipamento instalado.

Inclinômetro

O inclinômetro é composto de uma haste cilíndrica com um sensor de inclinação embutido no seu interior e duas ou quatro rodas distribuídas nas laterais. 

As rodas se encaixam nas ranhuras existententes em um tubo flexível enterrado no solo, fazendo com que o sensor acompanhe a direção do tubo.

 É então medida a inclinação do tubo em intervalos constantes, e calculado, a partir do ângulo de inclinação, o deslocamento de cada segmento de tubo.

 O tubo normalmente é instalado no furo de sondagem, e são feitas mediçoes de deslocamento ao longo do tempo para monitorar o deslocamento do solo.

Cálculo do deslocamento

Essa medição pode ser feita com um inclinômetro fixo ou removível. 

No fixo, diversos sensores são colocados ao longo do tubo com espaçamento de 1 a 4 metros. Ele é mais usado quando o local onde o tubo está instalado é de difícil acesso. 

No removível, um sensor é introduzido até o final do tubo e, a medida que vai sendo puxado de volta, vai sendo medida a inclinação do tubo em intervalos iguais ao comprimento do inclinômetro. 

Ele é o mais usado pois o custo é menor em relação ao fixo. 

Pode ser feito ensaio de inclinômetro com o tubo enterrado verticalmente ou horizontalmente.

Exemplos de inclinômetro removível e fixo, com tubo vertical e horizontal

Somando-se o deslocamento de cada segmento do tubo, calcula-se o deslocamento total de cada ponto ao longo do tubo em relação a um eixo vertical imaginário que passa pela base do tubo. 

Como o que se deseja medir é o deslocamento do tubo em relação a sua posição inicial (quando ele foi enterrado no solo), é necessário fazer um ensaio assim que o tubo é enterrado, para se ter um referencial para o cálculo do deslocamento.

Com base nos resultados dos deslocamentos horizontais podemos verificar movimentações que ocorrem em função de aspectos particulares de cada obra e seção monitorada. 

O perfil geológico geotecnico, o índice de precipitação pluviométrica, a geomorfologia da região e efeitos de eventuais vibrações.

 Estes fatores caracterizam condicionantes eventuais, isto é, que podem variar em função do tempo, desta forma, demandam análise contínua e contextualizada de prevalência de fatores e sua influência em potencializar a extensão do problema.

Isso é necessário pois, por melhor que seja o serviço de instalação do tubo, ele nunca ficará perfeitamente na vertical e reto.

O ensaio de inclinômetro pode ser usado para medir movimentos laterais do solo, decorrentes de desmoronamentos, represamento de água, inclinações ou fundações de solo ou rocha, escavações de túneis e minas, etc; sendo muito usado para controle de estabilidade de cortinas e taludes.

Exemplos de aplicaçõs em taludes, barragens e estacas

A partir dos registros indicados haverá um entendimento se houve movimentação expressiva do talude e  se em algum local as deformações distoarem do padrão geral deverão ser monitorados para melhor compreensão dos movimentos, que em caso de progressão podem demandar intervenções e orbas de conteção.

localização destas movimentações mais expressivas permite direcionar demandas em intervenção, ditando, por exemplo, a profundidade de influência de soluções a serem  projetadas.

De acordo com o histórico da área, que registra intervenções antrópicas contínuas sobre o meio físico, e por sua relevância, anota-se que apesar de insipientes, as movimentações ocorrem e sua progressão deve ser acompanhada, de modo a permitir intervençõesquando e se necessárias.

Importante destacar ainda que os intervalos de tempo aqui apresentados são relativamente pequenos, mas já suficientes para caracterizar relevância de um programa de monitoramento e diante da condição de risco.

Nota-se então que o inclinômetro constitui-se de uma ferramenta poderosa no acompanhamento da evolução dos deslocamentos de massa, auxiliando de forma direta na avaliação da estabilidade global da encosta. 

O mesmo propicia informações integradas que permitem a implementação de análises da estabilidade das encostas, aferição dos condicionantes geológico-geotécnicos dos eventos e adoção de ações mitigadoras para controle e prevenção contra possíveis acidentes associados a movimentos gravitacionais de massa nesta região de implantação do tubo e controle de riscos associados a escorregamentos.