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BLINDAGEM DE VALAS
Revista Infraestrutura Urbana – Projetos, custos e construções.
Edição: 45 – ano 4 Por: Juliana Nakamura
Aplicação de blindage com liberação geotécnica de solo no local da obra
Entre as técnicas de escoramento de valas mais recomendadas na atualidade estão a contenção de cava com escoramento com pranchas metálicas e a utilização de módulos pré-fabricados, a chamada blindagem de valas. Ambas proporcionam índices elevados de produtividade, mas diferem bastante na forma de execução. O escoramento com pranchas metálicas acontece com perfis de aço laminado com encaixes longitudinais, que permitem construir paredes contínuas pela justaposição das peças que vão sendo encaixadas e cravadas sucessivamente. Já a blindagem é feita com módulos constituídos por duas paredes metálicas conectadas entre si por estroncas, que mantêm o sistema rígido, garantindo a continuidade da escavação e a proteção dos profissionais que acessam a vala.
A blindagem de valas é um procedimento de escoramento de rápida execução e alta precisão, já que os módulos são pré-fabricados e simples de serem montados. A blindagem pode ser usada tanto como reforço da vala em situações de reparo, quanto em escavações novas. As paredes dos módulos são fornecidas, em geral, em tamanhos padronizados, e o conjunto pode ser travado por estroncas estáticas ou ajustáveis, com tamanho de acordo com o diâmetro do tubo a ser introduzido na vala. “O escoramento blindado de valas tem se demonstrado eficiente, pois além de ser fácil execução e reaproveitamento, proporciona grande segurança aos trabalhadores, bem como produtividade”, afirma o engenheiro Luiz Antônio Naresi Júnior, especialista em fundações pesadas e em geotecnia.
Aplicáveis para valas com até 4,5m de profundidade, os módulos podem apresentar comprimentos variando de 2m a 6m, alturas de 1,5m a 3,5m e pesar de 1200kg a 4.800kg. Para atender à profundidade de valas superiores, podem ser empregados módulos empilhados afixados sobre a blindagem padrão. A montagem da blindagem exige equipamentos operacionais, como retro escavadeiras 4×4 ou escavadeira hidráulica.
Os métodos para o escoramento de valas diferem muito também nos quesito produtividade – variável difícil de ser mensurada em números absolutos, dados que depende das condições de trabalho de cada operação, como solo, profundidade, nível de água etc. Como referência, uma vala escorada com pranchas de madeira, método rudimentar, permite obter profundidades da ordem de, no máximo, 10m por equipe. De acordo com o engenheiro Marcelo Félix, para valas contidas com estacas-pranchas metálicas, a profundidade média é de aproximadamente 20m diários por equipe. “Para a blindagem de valas com módulos pré-fabricados, a produtividade também dependerá do número de módulos disponíveis, mas pode-se considerar uma produtividade média de 15m por dia/equipe”, informa o engenheiro da Keller.